37| Um Novo Começo
•Música de sugestão:
David Krusher - Daylight
Estou no hospital, enfrentando um dos desafios mais difíceis da minha vida: a fisioterapia. Depois de seis meses em coma, cada movimento é uma luta. Meu corpo está fraco e dolorido, e até ficar de pé é um esforço excruciante. Mas eu não posso desistir.
A fisioterapeuta, uma mulher atenciosa e paciente chamada Akiko, está ao meu lado, me ajudando a me equilibrar.
— Você está indo muito bem, Ran. — ela diz com um sorriso encorajador. — Lembre-se de respirar fundo e manter o foco. Você consegue.
Suas palavras me dão um impulso de força. Respiro fundo e me concentro em dar um passo à frente. Meu corpo protesta, enviando ondas de dor através das minhas pernas, mas eu ignoro. Um passo, depois outro. Cada movimento é uma pequena vitória.
— Isso, mais um passo. — Akiko me incentiva. — Lembre-se, cada pequeno progresso é um grande passo para a sua recuperação.
Sinto o suor escorrendo pelo meu rosto, mas a determinação arde dentro de mim. Não vou deixar que a dor me derrote. Tento me concentrar nas palavras de Akiko, na importância de cada pequeno avanço. Com muito esforço, dou mais alguns passos, mais precisos desta vez, sem tropeçar.
— Excelente, Ran! Você está se saindo muito bem. — Akiko diz, e há um brilho de orgulho em seus olhos. Isso me dá ainda mais motivação.
Cada passo é uma lembrança da fragilidade que seis meses em coma me impuseram, mas também é um símbolo de minha determinação de recuperar minha vida.
Ao final da sessão, estou exausto, mas uma sensação de realização me envolve. Sei que o caminho à frente ainda é longo e cheio de desafios, mas cada passo que dou é um passo mais perto de voltar à minha vida, às pessoas que amo.
— Obrigado, Akiko. — digo, com a voz ainda um pouco trêmula. — Eu não conseguiria sem sua ajuda.
Ela sorri, me ajudando a me sentar.
— Você está fazendo o trabalho duro, Ran. Continue assim, e logo estará mais forte do que nunca.
Saio da sessão de fisioterapia me sentindo cansado, mas incrivelmente esperançoso. Cada dia é uma nova oportunidade para lutar e superar. E com o apoio de pessoas como Akiko, sei que posso vencer essa batalha.
Com a ajuda da fisioterapeuta, consigo me mover lentamente pelo corredor em direção à sala de terapia ocupacional. A fisioterapeuta, Akiko, me acompanha até a porta, oferecendo palavras de incentivo a cada passo.
Agradeço com um aceno de cabeça, tentando disfarçar o cansaço que me pesa sobre os ombros. Ao chegar à sala de terapia ocupacional, sou recebido por Mio a terapeuta ocupacional, que me dá um sorriso acolhedor.
— Olá, Ran. Pronto para mais um passo na sua recuperação?
Tento sorrir de volta, embora o cansaço ainda esteja evidente em meu rosto.
— Sim, estou pronto.
Mio me guia até uma mesa onde há uma variedade de objetos simples, coisas que antes eu pegaria sem pensar duas vezes: blocos de construção, bolinhas de borracha, e utensílios de cozinha. Parece infantil, mas sei que essas tarefas são cruciais para recuperar minha coordenação e força.
— Hoje vamos trabalhar em habilidades motoras finas e coordenação. — explica. — Vamos começar com algo simples, como pegar e soltar essas bolinhas.
Observo minha mão trêmula enquanto tento pegar uma das bolinhas. É surpreendente como um movimento tão simples pode ser tão desafiador. Consigo agarrar, mas meus dedos protestam com uma rigidez que me frustra.
— Está tudo bem, Ran. Vá no seu ritmo. — Mio me encoraja. — O importante é que você está tentando.
Com paciência e muito esforço, começo a me adaptar aos exercícios. Cada tentativa me deixa um pouco mais confiante, embora o progresso seja lento. Sinto um pequeno triunfo em cada sucesso, por menor que seja.
À medida que a sessão avança, sinto uma mistura de exaustão e satisfação. Não é fácil, mas cada momento é um passo à frente. E com pessoas como Mio e Akiko ao meu lado, sei que posso continuar avançando, um pequeno movimento de cada vez.
Quando a sessão termina, Mio me oferece um sorriso de aprovação.
— Você fez um ótimo trabalho hoje, Ran. Continue assim e logo verá grandes progressos.
Abro um sorriso e saio da sala de terapia ocupacional sentindo um misto de cansaço e esperança renovada. Cada sessão é uma batalha pequena, mas importante, e estou determinado a vencer cada uma delas.
Volto para o meu quarto. 307. Esse número vai ficar gravado na minha mente por muito tempo. Ao me deitar na cama com a ajuda de enfermeiras, respiro fundo. Eu não preciso mais usar a máscara de oxigênio, estou totalmente capaz de conseguir respirar sozinho.
O que mais me frusta, é q rigidez que o meu corpo está ultimamente. Meus dedos se movem com muita dificuldade, assim como todas as outras partes do meu corpo. Até para levantar um braço se torna uma coisa difícil e dolorida.
Mas seja qual for eu vou enfrentar e o que vai vir pela frente, desistir não está nos meus planos.
Luto para tentar relaxar depois das sessões extenuantes de fisioterapia e terapia ocupacional. Cada movimento me lembra do caminho longo e difícil que ainda tenho pela frente, mas a TV ajuda a distrair minha mente. De repente, ouço uma batida na porta.
— Pode entrar. — digo, ajustando a posição na cama para parecer mais apresentável.
A porta se abre e eu sorrio ao ver Rindou e Sassy entrando. Rindou se aproxima primeiro, se inclinando para depositar um beijo carinhoso na minha testa.
— Como você está, mano? — pergunta ele, com a mesma preocupação evidente em seus olhos.
— Estou bem. — respondo, tentando soar mais animado do que realmente me sinto. — Um pouco cansado por causa das sessões de hoje, mas nada que eu não possa aguentar.
Sassy se aproxima logo em seguida, se inclina para me beijar suavemente.
— Estou tão orgulhosa do progresso que você está fazendo. — ela diz, com seus olhos brilhando de emoção.
— Fico ainda mais feliz por saber que tenho vocês dois ao meu lado. — respondo, sentindo meu coração se aquecer com a presença deles.
Rindou e Sassy se acomodam ao lado da minha cama, prontos para me animar.
— Então, como foi o dia na escola? Como está sendo as coisas por lá? — pergunto, curioso.
Rindou ri, já se preparando para compartilhar as últimas novidades.
— A escola não é mesma que você. Ela fica fazia sabe? Sassy disse que sente falta de mexer no seu cabelo e te ver dormindo. — ri. — Cara, e você não vai acreditar na briga caótica e apocalíptica que rolou hoje. O Sanzu e o Muto quase destruíram a sala de aula!
Sassy ri junto, complementando a história.
— Foi hilário. O Muto jogou um apagador no Sanzu e ele respondeu jogando a garrafinha d'água na cabeça do Muto. Foi uma verdadeira batalha de titãs.
Enquanto eles contam os detalhes, posso imaginar a cena e a confusão que deve ter sido. Rindo junto com eles, sinto um alívio imenso. Mesmo preso aqui, sinto que ainda faço parte das suas vidas e das histórias que vivemos juntos.
— E claro, o professor não sabia o que fazer. Ele acabou chamando a diretora, que entrou na sala com uma cara de poucos amigos.
— Foi um show completo. — adiciona Sassy, rindo. — Mas, no fim, eles foram separados e tiveram que limpar a bagunça.
A diversão na voz deles e as risadas que compartilhamos aliviam o peso do dia. Por um momento, esqueço a dor e o cansaço. Estou simplesmente feliz por estar com eles, sentindo a conexão e o amor que nos une.
— Vocês realmente sabem como me animar. — digo, sorrindo para os dois. — Obrigado por sempre estarem aqui.
Rindou aperta meu ombro com firmeza, enquanto Sassy segura minha mão, ambos me passando a força e o apoio de que preciso. Me sinto abençoado por ter essas pessoas incríveis ao meu lado, tornando cada dia um pouco mais fácil e cada desafio mais suportável.
Tenho esperança que em breve eu vou sair desse estado, e vou voltar as minhas antigas atividades, seja indo a escola que eu tanto odeio, seja estar ao lado do Rindou enquanto ele me encher de mil perguntas, seja ao lado da Sassy que vai ficar ainda mais preocupada do que nunca comigo ou seja para voltar a gangue e brigar por aí.
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