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Quando a Maré Apaga as Pegadas dos Fantasmas na Areia

Califórnia, 09 de maio de 2024

Narrador Observador

Shawn ajeitava sua gravata novamente, tentando abstrair a demora de Aiyra e a importância do dia que viveria, e, apesar da noite ter sido agradável em mais jeitos do que considerava possível, estar diante do casamento do filho dela, como seu acompanhante, levantava todos seus receios e as memórias do antigo relacionamento que tentava apagar. Enquanto isso, Aiyra estava no cômodo anexo ao quarto fazendo algo que acreditava já ter esquecido: rezar; a mulher, que além de nervosa, contava com o misto de sentimentos que a avassalava, sucumbiu ao ato de recorrer a entidade religiosa.

Soltando o ar, e se repreendendo mentalmente por uma atitude tão infantil, afinal, ela sabia que o dia estava apenas sob seu controle e alcance e que, caso insistisse na racionalização excessiva deste andaria na corda bamba de seus sentimentos, a mulher saiu do quarto. O vestido rosa quartzo, desenhado para ornar milimetricamente com o casamento vespertino, junto com o barulho dos saltos, chamara a atenção do acompanhante que, pela primeira vez depois de ter terminado de vestir o traje formal, largou a gravata.

— Você está muito bonita. — Ele sorriu, e ela retribuiu em um agradecimento silencioso, afinal, o homem de terno azul prussiano permaneceu sorrindo e concordando com a cabeça, enfatizando o elogio. Por segundos, Aiyra arquitetou externar que ele não precisava elogiá-la, e que aquilo não estava previsto dentro suas obrigações, contudo, a forma com que ele sorrira, enfatizando a genuinidade do elogio, fragmentou sua fala.

— Você também, Shawn. Azul prussiano caí muito bem em você. — Um sorriso de divertimento desenhou o rosto da mais velha enquanto o homem desviou o olhar, um misto de vergonha e felicidade. Não havia combinação mais adequada para definir o dia senão esta.

Por alguns segundos, e mais demorados do que ansiava a mulher cuja maquiagem era apenas para minimizar os detalhes da idade, se mantiveram no quarto em silêncio. Um momento estranho sendo partilhado por dois iguais em categorias diferentes. Contudo, antes que algum deles tivesse de se preocupar com o silêncio, bateram na porta, uma indicação de que era hora de ir. Shawn deu preferência a acompanhante na hora de saírem do quarto, e o caminho de carro até o jardim que Hana havia escolhido fora preenchido por alguns comentários eufóricos do mais novo, que sempre tinham de resposta um sorriso alegre, distinto do que costumava estar esculpido nos lábios da saudita.

O concreto, que antes pavimentava uma rua sólida, em que não havia espaço para a rota da felicidade e momentos espontâneos, tinha agora como única finalidade a expressão do mais puro sentimento, reluzindo o brilho e os detalhes do ambiente decorado. Os olhos de Aiyra capturaram cada componente daquela cena, guardando-a em sua memória, na coleção de seus momentos mais especiais, em que a memória a afagaria em um carinho eterno de bons momentos.

O verde da grama fez com que uma enxurrada de memórias tomasse seus olhos. As tardes em que passara acompanhada de Lindsay e Joseph, quando finalmente pode compreender a expressão de que casa não é um lugar físico. Os dias passaram como vultos, afinal, agora ela estava prestes a assistir o casório de seu filho, contudo, as lembranças ainda estavam vivas na aquarela de seus olhos, como se a tinta que as pintou estivesse em uma latência constante, nunca secaria, pois o sentimento de certeza e pureza nunca fadariam.

O sorriso que os lábios finos e largos exibiam quebrava todos os paradigmas que havia formulado em sua mente nos últimos dias.

A mulher flutuava em sentimentos indescritíveis, adjetivando de uma forma incompreensível as sensações que aquele dia a ofertava. Não julgava mais ser suscetível de memórias e avalanches em seu castelo milimetricamente construído, todavia, via o tsunami de sentimentos reprimidos abalar suas estruturas repletas de rachaduras.

Aiyra estava tão desperta que, surpreendeu-se quando Shawn tocou-lhe as costas, no ímpeto de chamar sua atenção, o fotógrafo aguardava para tirar uma foto do casal. Um sorriso largo, que era expresso em comunhão ao seu olhar, fora capturado pelas lentes do profissional, enquanto seu acompanhante mantinha um contato breve na região de sua cintura, usando o pretexto da fotografia, contudo, ele não sabia se era para si ou a ela que oferecia essa proposição.

— Mãe! — Joseph abraçou Aiyra, tão radiante quanto a luz do sol que refletia nos objetos. — Que bom que chegaram. — Cumprimentou Shawn com um breve abraço, e sua mãe notou, apenas pelo jeito com que ele abria os olhos ao se comunicar, que estava nervoso.

Aiyra sorria. Incapaz de formular palavras capazes de expressar o que sentia, os símbolos que captava eram intraduzíveis a linguagem dos homens.

— Eu nunca estive tão nervoso. — Joseph gesticulava excessivamente enquanto falava, Aiyra afagou-lhe a lateral do corpo, caminhando com ele, e sendo seguida por Shawn, que divagava sobre a probabilidade de viver aquilo. Uma vez que casar-se era seu sonho, e em seu mundo hipotético, estaria nervoso como o garoto de pele parda, contudo, a realidade parecia não querer colidir com as suas expectativas, afinal, havia terminado o namoro há mais de dois e, desde então, teve poucos encontros, todos de caráter esparso, cuja única finalidade era o desejo carnal.

— Quem já chegou? — Aiyra tentou desviar o foco de Joseph.

— Toda nossa família.

— Então porque não vamos ficar com eles!? — Ergueu a sobrancelha num questionamento ordinatório. E assim o fizeram, enquanto aguardavam a entrada de Hana que, conforme sabia Aiyra, apenas ocorreria em mais de noventa minutos.

Com o passar do tempo, e com o montante de pessoas que chegava e o casal tinha de cumprimentar, preencheram-se os minutos de espera. Todos estavam em seus respectivos lugares quando Hana entrou no campo de visão, Joseph empalideceu alguns tons e ambos compartilharam lágrimas silenciosas, que findavam nos sorrisos exibidos, enquanto ela desfilava em direção ao seu amor juvenil, que tornou-se amor da vida.

Os lábios retorcidos de felicidade era a expressão comum entre os duzentos e trinta e sete convidados. Entretanto, os noivos apenas captavam a expressão um do outro, imobilizando e estatuindo o respectivo momento em suas memórias, cravando-a com o dia mais especial de suas vidas.

Os olhos de Aiyra brilhavam, atenta a cada movimentação no altar composto apenas pelos noivos e o responsável por oficiar o matrimônio. Seu acompanhante, que estava a sua direta, mantinha o mesmo olhar atento, e apesar de não ser avassalado pela infinitude de sentimentos irracionais que a mulher, seus olhos já não retira o brilho, pois as lágrimas já escorriam por seu rosto, ainda que ele tentasse as inibir.

— Acho que tem um cisco no seu olho. — Aiyra sussurrou, mais próximo do rosto de Shawn que o de costume, o que o fez tornar o rosto rapidamente em sua direção.

Os dedos finos e gélidos tocaram o rosto do acompanhante para secar as lágrimas. No instante que o contato ocorreu, Shawn sentiu fundir-se a Aiyra devido ao campo magnético que compartilhavam. Aiyra, notando o impacto de sua atitude, que havia sido meticulosamente arquitetada, esboçou seu sorriso favorito, o de divertimento para com Shawn, que reagia silenciosamente a cada atitude dela que, satisfeita por ter obtido o resultado desejado, voltou a atenção a cerimônia, enquanto o homem ao seu lado afundou-se em questionamentos.

[...]

A noite se expandia por entre a visão dos convidados, tornando o ambiente mais confortável, ainda mais devido ao término das solenidades matrimoniais, o que, culminado ao álcool tornou o ambiente acalentador.

Aiyra, que intercalava o olhar entre as e sua taça de vinho, mantinha uma atenção redobrada em Shawn, que estava ingerindo mais álcool do que ela julgava ser a tolerância do homem. Ainda que ela não quisesse saber sobre, era impossível não ter fragmentos de detalhes específicos dele em sua memória, uma vez que ele sempre compartilhava histórias e informações cuja relevância era questionável quando sozinhos e, justamente devido ao caráter extremamente pessoal destas, e a forma com que Shawn a naturaliza, ela considerava de extrema rudeza interrompê-lo, tendo assim, de interagir sobre ou apenas menear com a cabeça enquanto ele se perdia entre suas próprias palavras.

Shawn queria ser escutado. Ele clamava por isso e a mulher anos mais velha percebera desde a primeira vez em que se viram, contudo, a carência latente dele não provocava nenhum sentimento nela, que tinha de lidar com o seu silêncio repleto de ruídos, decifrando as línguas que comungara, para entender ao menos quem era e do que tentava se curar. A congruência entre ambos era mais óbvia que as diferenças que os partiam, todavia, aquela escapara dos olhos hábeis e treinados da mais velha.

— A decoração ficou muito bonita. Parabéns. — Aiyra comentou quando percebeu que Alaweed estava atrás dela. As sobrancelhas erguidas esboçaram a surpresa de um comentário tão sutil, ainda mais sendo direcionado a ele, contudo, ele não reteve a dúvida, sorrindo para ela em agradecimento. Era uma trégua sendo concretizada em virtude do momento especial.

Aiyra, que buscava por Mariah na multidão, querendo saber mais sobre os eventos recentes na vida da prima, inclusive sua mudança para Londres, teve sua atenção retida por Shawn, que parecia, a distância, manter uma conversa agradável com Olivia. E, no instante em que ele agradeceu o garçom pelo que, segundo a observação leviana da mulher, era a sétima taça de teor alcoólico, ela soube que era o momento de intervir.

— Vejo que estão se dando bem. — Pontuou, chamando a atenção de ambos para ela, que aproveitou a distração de ambos para tirar a taça da mão de Shawn. — Acho que já bebeu muito por hoje, querido. — Ironizou em um tom baixo. Novamente brincando com a proximidade entre seus rostos.

— Se vocês me dão licença, vou procurar Dylan para que dancemos essa música. — Olivia pediu e apenas Shawn meneou com a cabeça em resposta. Aiyra se ateve a segui-la com o olhar, torcendo para que ela não encontrasse o parceiro uma vez que, da última vez em que o vira, ele estava flertando deliberadamente com a irmã de um dos amigos de Joseph.

— O que acha? — Shawn a questionou, que respondera erguendo a sobrancelha. — De dançar. — Complementou, já se levantando e guiando-a para o local em que outras pessoas dançavam. Aiyra cogitou protestar, entretanto, o excesso de sentimentos incongruentes no mesmo dia a calara.

Ele a envolveu enquanto uma melodia romântica embalava-os. O homem mantinha o olhar entre pontos não fixos da acompanhante, o olhar de Aiyra era capaz de desmontá-lo e ele não queria ceder a ela tal prerrogativa, uma vez que sempre ficava desarmado diante dela.

— Você pode olhar para o meu rosto, Shawn. — O provocou. Aquela havia se tornado sua coisa favorita, a falta de controle que ele esboçava diante de seus jogos, afinal, Aiyra era uma jogadora nata e desconhecia qualquer coisa senão a vitória, sendo que o seu sorriso, um misto de malícia com poder, esboçavam que ela tinha total ciência de seus impactos no homem.

Shawn precisava aprender a jogar, ou seria apenas uma peça no tabuleiro da saudita.

[...]

Os olhos de Shawn, que acordara depois de um sono breve, fruto do excesso de álcool no sangue, agora capturavam o contorno da propriedade em que estava hospedado. Eles capturavam a formação rochosa e a forma como o mar quebrava ao seu redor, levando, junto com as ondas, seus pensamentos para onde prometera que não retornariam, contudo, ele não tinha tamanho autocontrole.

O dia, que havia sido um desfrute de prazeres e um esbanjo de tamanha felicidade, o avassalara com o chegar da noite. Os fantasmas do seu passado, das possibilidades, pareciam vultos, nunca podendo tocá-lo, mas sempre presentes para assustá-lo, estavam ali, suscitando as dúvidas e medos que prometera ter enterrado.

Quis gritar tamanha frustração, contudo, o medo de ser ouvindo reclamando o congelara. A estátua da perfeição tinha que ser mantida, ainda que fosse sustentada por um conjunto de amargura, era preciso ser espelho, ainda que o modelo padecesse pelo reflexo. Shawn se sentia uma fraude, pretendendo não sonhar com a concretização alheia, apesar de sempre a visualizar quando fechava os olhos.

Sua alma fragmentada procurava por meios de insistir que aquilo era apenas um curto episódio de sua vida, apesar da ciência de que tal filme se repetia há vinte e seis anos. Não havia esforço que fosse capaz de anular o sentimento de vagueza que o preenchia, como a água, que ia e voltava seguindo seu ciclo, proporcionando aos outros deliciosos momentos, sem poder se atentar ao que de fato ansiava, uma vez que tinha de atender a propósitos maiores. Mas ele não queria ter de atender a desejos superiores, queria poder ceder, queria apenas poder executar tal verbo, despido de expectativas alheias, trajando a mais pura verdade, pedra inexplorada cuja exibição era restrita apenas a si.

Shawn estava amargurado pelo simples fato de ser.

— Shawn, é você? — A voz de Aiyra irrompeu o silêncio da noite no instante em que o homem fora iluminado pela lanterna do celular. Ele sorriu ao ser encontrado, apesar de já se punir mentalmente por isso.

— Eu não consegui dormir, me desculpe. — Riu, envergonhado, afinal, estava vagando, sem autorização, pela casa do filho de Aiyra, contudo, a mulher não remontara pensamento semelhante ao dele, restando apenas dúvida se Shawn havia dormido e acordado, ou se havia fingido o sono.

— Acredito que as oito taças de champagne tenham ajudado nesse feito. — Brincou. — A vista é bonita, não é? — Emendou, antes que o homem, que trajava um pijama preto, se escusasse imotivadamente novamente.

— Muito... — Se perdera, agora na luz da lua, que espalhava seu brilho por entre e o mar e permitia que visse a mulher com nitidez. Seus olhos correram pelo robe, também preto, e, por frações de segundos, se questionou sobre o que havia embaixo dele, culpando o excesso de álcool pelo pensamento. Contudo, não estava tão certo se a sua origem deste se dava exclusivamente por esse fato.

Aiyra o observou, buscando entender o que havia o tirado da cama tão brevemente, uma vez que haviam desejado "boa noite" há pouco mais de duas horas, ele, percebendo os olhos negros sob si, direcionou seu rosto ao mar.

— Você acha que amor dura para sempre, Aiyra? — Tornou em direção a ela, a feição curiosa, como se a resposta da mulher fosse um postulado indubitável.

— Eu não acho. — Fez uma pausa mínima, e, após um sorriso juvenil, complementou: — Eu tenho certeza. — Shawn franziu a sobrancelhas, atingido pessoalmente pelo peso de suas palavras. — E você? — Perguntou retoricamente, uma vez que ele já havia entregado sua resposta antes mesma de fazer o questionamento.

— Eu acho que sim. É porque o princípio do...

— Então sua ex-namorada não te amava? — Sua pergunta esbanjou a curiosidade que custava reter. Na verdade, seu interesse não residia no sentimento que nutriam, mas sim como Shawn se portava diante do passado, afinal, era evidente que ele ainda estava congelado neste, revendo as possibilidades emoldurados em paredes cujo papel mofara.

— Não. Na verdade, eu acho que sim, eu espero que sim. Mas é que...

— Se ela te amava, por que não estão mais juntos? — O homem entreabriu a boca, tentando articular uma resposta na mesma agilidade com que Aiyra teria sua réplica, contudo, a sua argumentação sentimental não se estendia. Eram apenas coleções de proposições em que não cabiam verificação, assim como as da saudita, contudo, ela exibia estas como verdades incontestáveis. — Você ainda ama a sua e, Shawn?

— Você ainda ama a Lindsay? — Uma risada, em um tom mais alto que o adequado ao horário, tornou-se audível, pois Aiyra, que ficou surpresa pela coragem de tal pergunta, não conseguia retirar o caráter ridículo que ela tinha. — Se você não sente nada pela Lindsay, então, por que eu estou aqui? — Auferiu a resposta antecipadamente.

— Você tem razão, Shawn. — Respondeu-o nas entrelinhas, uma vez que seu último questionamento estava revestido de verdade.

Aiyra neutralizou a expressão, buscando, dentro de si, a resposta, uma vez que já havia se deitado em tantas camas com amantes temporários, e ocupara seu tempo com tantas coisas frívolas e importantes, que Lindsay constituía apenas um passado remoto, cuja turbidez fora ajustada com o tempo, dando maior realidade aos acontecimentos passados, o que apenas enfatizada o divórcio, evento que seria inexorável. Todavia, ainda partilhava da urgência de expor que sua vida sucedera.

O silêncio instalou-se após a última pergunta, sendo a quebra das ondas o único som audível e capaz de infiltrar-se entre os dois. Minutos se passaram enquanto comtemplavam a infinitude do mar, que, assim como a resposta para as perguntas que fizeram, era impalpável aos olhos humanos.

— Você acha que a água está muito gelada a essa hora? — O homem iniciou um assunto que, dessa vez, não tinha carga emocional. Ele estava cogitando entrar no mar desde que saiu do quarto e fora embalado pela beleza da costa californiana.

— Por que não descobre? — Revestiu suas palavras com um desinteresse leviano, buscando deixá-lo confortável para o que ansiava fazer. Aiyra reforçou a tese quando os olhares se encontraram, meneando com a cabeça em uma forma de estímulo silencioso.

Shawn, que decidiu atribuir a responsabilidade da sua vontade repentina de nadar ao álcool, o usara também para dispersar os múltiplos pensamentos que tentavam podar sua atitude. Após vencer seus pensamentos, tocou fragilmente a barra de sua camiseta de manga longa, esperando que Aiyra virasse em outra direção, contudo, a saudita manteve seus olhos no assistente.

— Ah, você quer que eu olhe para o outro lado? — Ela riu, surpresa pela ingenuidade com que ele agia em algumas situações. Shawn, por instantes de coragem, e esboçando uma contradição a pergunta, tirou a camiseta e prosseguiu com a atitude, permanecendo apenas de roupa íntima.

A saudita, que permaneceu atenta ao corpo de Shawn, ainda mais com a sua atitude de despir-se, esboçou um sorriso de desejo em seus lábios quando a primeira peça de roupa abandonou o corpo dele, revelando um torso másculo, muito diferente do que transparecia pelas roupas formais. A mente da mulher formulou, por breves segundos, uma visão erótica do homem, que fora repelida quando ela recobrou a racionalidade acerca de quem fantasiava.

Shawn caminhou por entre os rochedos, buscando o melhor caminho e o que lhe deixasse mais próximo a água.

— Cuidado com as pedras, Shawn. — Aiyra o alertou, trazendo a atenção do mais novo para si, que manteve o olhar no corpo, que agora encontrava-se descoberto, apenas pela lingerie preta. O homem cessou os passos, aguardando equipararem-se na distância do oceano, aproveitando do meio tempo para percorrer o corpo esguio com o olhar. Agora ele sabia o que estava por debaixo do robe, apesar de já formular outra pergunta: como era debaixo daquelas vestes?

Caminharam em silêncio, embalados pela sensualidade que teceram pelos comentários, pensamentos censurados e proximidades recentes.

Shawn fora o primeiro a mergulhar, ainda que não conhecesse o ambiente, ou soubesse a profundidade do mar, carecia de foco para não sucumbir ao desejo de fitar o corpo dourado pela península arábica. Aiyra fez o mesmo, mas um pouco mais distante de onde o acompanhante o fizera, afinal, por conhecer a região, sabia que ali as rochas costumavam ser mais ásperas e favoráveis a ferimentos.

Nadaram em silêncio, na maré de novos sentimentos, contemplados pela lua que já cedia espaço para o nascer do dia. Partilhavam do mesmo oceano e das mesmas frustrações, havia muitas sobreposições possíveis na vida de ambos, que apesar de não serem notórias em um olhar leviano, iriam se encontrar pois traçavam futuros congruentes.

Saíram juntos da água, depois de um comentário de Shawn sobre o despertar do sol. Aiyra envolveu o corpo com as mãos uma vez que, ainda que fosse primavera, a elevação do local carregava um ar gélido.

Shawn, que antes caminhava ao lado dela, apesar dos poucos centímetros de diferença, carregando a roupa de ambos, decidiu, em mais um ato irracional do dia, cessar a distância quando abraçou Aiyra, usando, novamente, um elemento como prerrogativa para sua ação, quando, na verdade, essa apenas tinha mote em seu âmago.

Aiyra sorriu pela atitude, não interpondo recurso ou objeção a proximidade, tamanho cansaço e serenidade que o dia lhe proporcionara. Shawn atentou-se aos detalhes do corpo da mulher, uma vez que era poucos centímetros mais alto que ela, contudo, não fora a roupa que trajara, ou o nariz comprido que chamara sua atenção, mas sim um conjunto de cicatrizes na região do ombro esquerdo da saudita, o mesmo que estava coberto pelo vestido rosa quartzo — Aiyra o havia escolhido justamente por essa razão.

— Irei pegar roupões, me espere aqui. — Ela pediu, tendo os braços que a rodeavam suspensos para que pudesse transitar, contudo, o carmesim que transbordava do pé e calcanhar de Shawn retera sua atenção.

Preferindo não chamar a atenção, por suspeitar que ele, subitamente, padeceria de dor e pavor do machucado, pegou, junto dos roupões, o necessário para que fizesse um curativo.

Aiyra voltou ao ambiente já com o corpo envolto do roupão, e entregou o outro para Shawn, que quando fora colocá-lo, notou o ferimento que, justamente por ser superficial, e de extensão considerável, ainda emanava sangue.

— Sente-se. — Aiyra ordenou, sendo que ele a obedeceu sem contestar, uma vez que mantinha os olhos presos no carmesim que pintava sua pele molhada.

A mulher, que preferiu não o informar com especificidade do que faria na região, pois supôs que ele reclamaria, como, de fato ocorreu, terminou o curativo rapidamente. Apesar de não precisar mais se automedicar e fazer curativos com frequência, como quando morava com Alaweed, havia preservado tal aptidão.

— Pronto. — Tocou na perna de Shawn, chamando-lhe a atenção. A mulher, que estava em uma cadeira colocada estrategicamente a frente do suposto noivo, levantou-se, mas fora impedida de entrar na propriedade pela forma com que os olhos castanhos se apropriavam da escuridão de suas orbes.

Embriagados pelo desejo, avançaram em direção comum, provocando o encontro dos corpos. Os lábios tomaram-se com urgência, a medida em que o contato se estendia e a comunhão aumentava.

Transbordavam luxúria, com toques possessos, maliciosos, sendo que a pouca roupa que trajavam facilitava a apropriação por mãos pesadas, mas delicadas no contato.

Perdiam-se nos lábios um do outro, ao passo em que eram preenchidos pela certeza do toque e da carnalidade que compunha a relação que, uma vez estatuída, tinha de produzir algo. Apenas não contavam que o resultado da junção de elementos antagônicos seria a combustão imediata, lenta, e prazerosa.

olá! quem é vivo sempre aparece, não é!?

nem sei se vão ler essas notas ou o capítulo porque eu tinha (não sei se tenho mais) três leitoras, e, bem, depois de cinco meses sem atualizar é provável que eu as tenha perdido... mas enfim, espero que gostem desse capítulo.

se alguém já leu a 2ª versão da história vai notar muitas diferenças do casamento de joseph, mas além de as julgar necessárias — devido a evolução super-rápida do relacionamento de aiyra e shawn, o que era super inconveniente —, acho que ficaram mais coerentes com o estilo de escrita e desenvolvimento dos personagens que estou apresentando. no mais, eu amei a narração mais centrada e as atitudes da aiyra mais, bem, como colocar... maquiavélicas?

muitas coisas aconteceram nos últimos meses que me afastaram da escrita, tanto que cogitei (novamente) sair do wattpad. mas acho que não consigo mais, ainda que distante, e só conseguindo sentar pra escrever na última semana de julho, a aiyra esteve na minha cabeça todos os dias. sem exageros. eu não passo um dia sem pensar nos meus livros e personagens...

mais uma vez, espero que gostem. se puderem votar e comentar, isso muitas vezes faz meu dia!

abraços. cuidem-se. vivam. se tudo der certo, em menos de um mês estaremos vacinados e podendo retornar à normalidade. <3

AH, e por último, mas não menos importante: agora a fanfic tem um playlist (que é um compilado de easter eggs!). vou deixar o link aqui e na minha bio: https://open.spotify.com/playlist/2Nlv1Vk392riG4ij73Ueer?si=z5CkjbI2RFS-HTrzoiCxKQ&utm_source=whatsapp&dl_branch=1

com muito carinho, saudades, e afeto,

valentina

27 de julho de 2021

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