Comecei a abrir os olhos gradualmente, consegui reconhecer "meu quarto". Do meu lado havia uma bandeja com suco e sanduíche, meu corpo estava meio dolorido. Sentei-me na cama e comecei a comer. Após terminar, voltei a ler o diário, olhei para o relógio já eram sete horas da noite. Quando terminei de ler, Fernandez entrou no quarto.

— Já está melhor?

— Sim. Obrigada por ter me ajudado.

— Suponho que Linus e Steve finalmente reconheceram sua decisão.

— Foi triste  vê-los daquele jeito.

— É melhor você descansar, afinal amanhã você voltará para casa.

Antes de dormir, me levantei e abracei Fernandez, agradecendo novamente pela ajuda. Nesse momento senti uma sensação ótima e olhei-lhe que também estava me olhando, nós ainda não desfizemos o abraço e eu nem pensava em desfazer, parece que meu coração parou de bater e meus olhos navegavam nos olhos deles, era algo inexplicável, eu mal o conhecia e já sentia isso, essa sensação tão forte. Ele sorriu para me reconfortar, eu sorri de volta e o beijei.

Eram oito horas da manhã quando acordei, retirei o vestido branco e vesti minhas antigas roupas. Antes de sair do quarto, escrevi algo em uma folha de papel, dobrei e coloquei na última gaveta do criado-mudo.

Perto da porta de saída me sentei em um degrau da escada e fiquei esperando o castelo abrir. Quando finalmente chegaram às nove horas, a porta se abriu e pude rever meus amigos.

— Graças a Deus você está bem — me disse Débora me abraçando.

— Eu não queria voltar aqui, mas estava morrendo de saudades — falou Elza.

— Pensei que nunca mais iria te encontrar — disse Anthony e eu o abracei.

— Eu também pensei isso — falei.

— Então, agora que estamos todos juntos, e não há ninguém perdido pelo castelo, podemos ir, não é Ellie?

— Claro professora. Estou com muitas saudades de todos — disse sorrindo.

Do castelo fomos para o ônibus, de lá fomos para a cidade.