Mesmo com o sono intenso, percebi que não dormia bem.

De manhã a criada trazia meu café.

— Acorde Princesa. Já é dia!

Fui abrindo os olhos lentamente.

— Bom dia.

— Vossa Excelência dormiu bem?

Não consegui responder à pergunta da criada.

— O que é isso? — perguntei.

— Seu café — ela respondeu.

— Eu não quero.

— Como assim não quer? Você ficou sem comer o dia inteiro ontem.

— Eu não estou com fome. Pode levar essa comida de volta.

— Mas Excelência...

— Eu já disse, estou sem fome. Saia logo daqui com isso!

A criada saiu. Eu me levantei e fui andando devagar até o banheiro escorando nos móveis. Escovei os dentes e vesti m vestido branco rendado, não consegui arrumar direito os cabelos, então fiz um coque simples e ainda restaram umas mechas de cabelo que ficaram caídas. Ao voltar para o quarto acabei caindo e minha costela chocou-se com um cômodo, a dor se espalhou por todo o corpo, eu estava estilhaçada no chão tentando levantar e minha cabeça doía, umas imagens de sangue vieram a minha mente e comecei a gritar.

A criada e minha mãe chegaram correndo e me levantaram. Com a ajuda delas me deitei na cama.

— Você precisa se nutrir filha.

— Eu estou sem fome.

— Podemos pelo menos chamar um médico, Princesa? — perguntou a criada.

— Acredito que podem.

— Quem barulhada é essa? — minha irmã chegou ao quarto perguntando.

— Sua irmã não está bem — respondeu minha mãe.

— Isso eu já sei. É só observar a palidez em seu rosto.

Virei o rosto para o lado, mas não consegui virar o corpo.

— Por favor, Princesa Cristal, volte para o salão.

Minha irmã odiava quando a chamavam pelo seu nome, ela saiu bem nervosa.

Demorou um pouco, mas o médico chegou Doutor Anthony, o mais novo médico do reino.

— Olá, Senhorita. O que houve com a nossa Princesa?

— Ela caiu e está sentindo muita dor — respondeu minha mãe.

Ele colocou as mãos em minha costela e eu disse estar doendo muito. Depois de algumas avaliações ele passou algumas medicações.

— Ela está bem fraca. Precisara tomar algumas vitaminas.

Anthony me olhou e eu agradeci, minha mãe o acompanhou até a saída.

— Espero que esteja agora  com fome — disse a criada.

— Suponho que já estou um pouco melhor.

A criada também saiu do quarto e eu fiquei descansando.