Capítulo 4
Eliza
____ Como assim? Senhor Antônio. Isso é impossível! ____ Conversando com o advogado conhecido de Dante,fui entender o tamanho do meu problema.
Quando chegamos no centro de São Paulo,na cidade grande, fiquei impressionada com tanto movimento de pessoas nas ruas e a quantidade de veículos nas ruas.
Prefiro a minha cidade do interior,o ar é bem mais puro,as pessoas mais sorridentes,alegres. Aqui elas aparentam estar sempre ligadas ao aparelho celular, usando fones, ouvindo música e caminhado mecanicamente como robôs apressados.
____ Senhorita, não têm erro pela foto que tirou do testamento dos seus pais, está bem claro. Seu irmão Abelardo Monteios herdou 51% e Eliza Monteios 49%. E o nomearam o dono magioritario de mais de 300 mil hectares de terra,a fazenda de uvas,toda a colheita,o casarão e a importação e exportação de vinhos... resumindo ele quem manda e desmanda. O patrimônio pertence a um só senhor e têm mais seu dinheiro no banco é controlado por ele e a qualquer momento pode cancelar os seus cartões de crédito.
____ E se eu vender a minha parte?! ____ Perguntei cheia de esperanças. Olhei de relance para Dante,que estava sentado do meu lado, sério e pensativo.
____ Impossível. ____ Disse o senhor seriamente.
____ Então não têm saída,viverei presa a esse infeliz!? ____ Um mal estar me abateu ao imaginar a minha vida do seu lado.
_____ Entenda. Na crazula explica que ambos não poderam vende-la,a fazenda passaria de geração a geração... porém...
____ Porém...diga-me!
____ A uma brecha... ao se casar esse 1% a mais dele, passará para a senhorita automáticamente. E assim poderá mandar na sua parte livremente,terá o mesmo direito. ____ Respirei bem fundo diante da solução do meu problema,mas onde eu arrumaria um marido?
Sem querer meus olhos buscaram o de Dante,e os encontrei e ele olhou-me com um olhar penetrante...tinha tanta coisa naquele olhar...entendimento,sagacidade, apoio. Segurou nas minhas mãos com ternura e os levou a sua boca e beijou.
Senti uma grande emoção...a minha conexão com esse homem,esse príncipe só aumentava. Dante chegou na hora certa da minha vida,meu salvador.
____ Senhorita... ____ O advogado interroupeu o clima. Dante abaixou minha mão,mas não soltou, fazendo carinho no dorso com o polegar.
Miramos para ele com curiosidade.
____ Passou uma coisa pela minha cabeça agora,se o seu irmão está atrás de você, já parou para pensar se ele não colocou um rastreador no seu celular?
Ele me fez lembrar na hora e peguei o meu celular no bolso da frente da calça jeans, desligado rapidamente. Há muito tempo atrás,Abe tinha instalado esse dispositivo no meu celular,mas só funcionava se estivesse ligado. Meu coração quase saiu no peito pela possibilidade dele me encontrar aqui.
____ Muito obrigado doutor Antônio Gouveia, mandarei os seus honorários a noite. Tudo bem para o senhor? ____ Dante estendeu a mão e o senhor um pouco exitante aceitou o comprimento.
_____ Está tudo bem, será como o senhor quiser. ____ Foi a sua resposta taciturno.
Saímos do seu escritório e ele me levou a um hotel requintado. Ao fazer o chequim, subimos para o quarto,ele não queria me deixar sozinha.
Entramos no quarto e dei graças a Deus em pensamento,ele tinha pedido camas separadas,soltei o ar preso nos pulmões, pensando nessa intimidade de dividir uma cama,era muito radical,mesmo pensando nele para marido.
Dante carregava a minha mala, depositou ela no colchão,veio na minha direção com os braços estendidos,por impulso meus pés se arrastaram para trás, fazendo um barulho no piso de madeira,por causa do meu tênis.
Parou no meio do caminho, analisando o meu rosto.
_____ Está segura comigo,nunca ti faria nenhum mal, têm a minha palavra,Eliza. Não existe lugar mais seguro do que ao meu lado... princesa. ____ Pouco a pouco foi se aproximando até tocar nos meus ombros. Seus olhos não haviam o mesmo desejo que vi dentro dos outros de Abelardo. Isso foi reconfortante e assustador.
Segurei nos seus braços.
____ Dante você quer se casar comigo? ____ Perguntei sem graça, morrendo de vergonha. Parecia que eu perguntava se ele queria transar!
____ Faria de tudo para você ficar bem. ____ Encontrei um companheiro a quem podia contar.
O abraçei fortemente. Ele com os braços ainda abertos, devagar foi me enlaçando entre os seus braços fortes e acoledores. Me senti amada de um jeito que jamais realmente eu fui,poderia ser uma ilusão minha,mas poderia jurar que ele também me amava de alguma forma.
____ Eliza,nosso casamento será de conveniência, disse você não precisa se preocupar... não há vejo com outros olhos,mas lhe ofereço minha amizade, fidelidade e lealdade.
____ Dante não sei nem o que dizer... você é um lorde.
____ Bom. Onde quer se casar?
____ Na minha cidade, não irei me esconder do meu irmão. Você enfretaria ele por mim?! ____ Me afastei dele.
____ Com certeza. ____ Sorri,indo onde minha mala estava, retirei o meu violino e umas peças de roupas,queria tomar um banho relaxante.
____ Belo instrumento musical. ____ Apontou ele. ____ Posso? ____ Eu tinha ciúmes dos meus violinos, principalmente desse em especial,mas assenti.
Ele pegou com cuidado como se fosse uma obra de arte caríssima, admirando cada detalhe dela.
____ Desde quando você toca? ____ Estreitou os olhos me observando com enorme interesse. E me entregando o violino.
____ Quando completei dez anos minha mãe Valentina me deu de presente... ____ Pensei nela com tristeza.
____ Perdão! Não queria ti magoar. ____ Lamentou ele.
____ Não precisa pedir perdão,pensar na minha mãe também me alegra, tivermos momentos incríveis,na verdade,os dois foram incríveis como pais. Sabe eu aprendi a tocar perfeitamente depois de um ano,a dança me ajudou a me concentrar mais nas notas. ____ Eu adorava sentir o que o violino e a dança faziam dentro do meu ser...eu me sentia leve como uma pluma.
____ Vendo esse largo sorriso do seu lindo rostinho,te peço, não ti rogo. Toque e dance para mim. Por favor,Eliza.
Ele era tão inrresistivel,que não podia dizer não a ele. Ainda mais ao pedido desse.
Dante se sentou na beirada da cama de braços cruzados, esperando ancioso,andei uns passos para trás, ganhando espaço. Coloquei o violino no ombro esquerdo e com a mão direita encostei a vareta, toquei uma música que no começo era suave,lenta,se arrastando e derrepente o ritmo ganhava vida,calor e desenvoltura. Desde o início meu corpo acompanhava a melodia. As pernas afastadas e as vezes dobradas, mexendo os pés de um lado para o outro,as pernas mexiam em uma dança envolvente e charmosa. Jogando os meus cabelos para os lados,o corpo ia pra trás e voltava, rebolando os quadris de leve. O corpo em total movimento, tocando o violino. Com um sorriso no rosto tocava e dançava para o meu futuro marido e seus olhos não se desgrudavam de mim, olhando-me sempre nos olhos. Rodopie, sentindo uma alegria no coração. Um conjunto de coisas e sensações. A música era Despacito. O poder da melodia me dominava, não parava de me requebrar toda. Essa sou eu por inteira. Esse momento era somente meu e ninguém poderia tirá-lo de mim.
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