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Capítulo 23 - 𝕷𝖆ç𝖔𝖘 𝖉𝖊 𝕱𝖆𝖒í𝖑𝖎𝖆

Você é a página mais linda que o destino escreveu em minha vida.


Felipe olhava impacientemente para o relógio no Aeroporto Internacional Chicago. Estava muito elegante, de terno escuro. Temia perder Paola de vista, ela poderia passar por ele despercebida em meio à multidão. A cidade está fervendo de turistas por causa de shows, e diversos festivais de música internacional.

Mas, será que viria mesmo? Poderia ter mudado de ideia na última hora. Nem queria imaginar a reação do avô se o visse nervoso daquele jeito apenas por causa de uma mulher. Ele estava ficando exausto de lutar contra os pesadelos e agora os sonhos que tinha com Paola. Afinal, o velho o colocara no negócio por sua natureza impassível.

Finalmente ele a avistou, carregando uma enorme mala, grande demais para seu tamanho. E usava coque e os óculos terríveis, mas pelo menos estava lá.

Porque ela insistia em se esconder detrás de roupas que não revelavam a sua verdadeira beleza?

Será que tudo era por causa do pai de Isabela?

Felipe se sentia terrivelmente culpado por sentir ciúmes de um homem que talvez estivesse morto.

Paola sentiu contrair o estômago ao vê-lo sorrir num modo jovial e amigo.

— Deixe-me ajudá-la. — Disse, ao pegar a mala de sua mão. — Estou feliz por ter vindo, Paola.

Durante o caminho, falaram sobre coisas banais. Logo, ela se deu conta de que ele não mencionara o lugar onde ficaria hospedada. Talvez nem tivesse de passar a noite lá e trouxera aquela mala enorme. Seria um vexame se isso acontecesse! E se ele a convidasse para ficar em sua casa?

— Nessa época do ano os hotéis ficam repletos. Cibelly insistiu para que se hospedasse em casa dela.

— Foi muita gentileza!... — Paola agradeceu, aliviada.

— É muito bom que fique lá. Teremos privacidade suficiente para falar de negócios.

A casa de Cibelly era exatamente como Paola imaginava: sofisticada, elegante e moderníssima. Tudo decorado com extremo bom gosto, desde os tapetes até os quadros que cobriam as paredes. As cores vivas davam um tom alegre ao ambiente.

— Você falou com Marcus antes de sair? — Perguntou ao entrarem na sala.

— Eu tentei, mas ele não estava no apartamento. Deixei um recado na secretária eletrônica.

Paola percebeu que Cibelly não estava em casa e, assim que se sentaram no sofá, Felipe começou a falar de negócios.

— Pode me mostrar o que trouxe? — E apontou para a pasta com os desenhos.

— Alguns são resultados do trabalho meu e de Marcus e outros são só meus.

Felipe observou os projetos cuidadosamente, sem que nenhuma reação se esboçasse em seu rosto. Quando ergueu os olhos e percebeu a ansiedade de Paola, sorriu formalmente.

— São perfeitos; especialmente estes aqui. — Indicou os desenhos de roupas esportivas. — Você os criou sozinha, não?

— Sim, mas você gostou?

— Muito.

Paola sorriu, sentindo que um peso enorme saía de suas costas.

— Precisamos mostrá-los a Cibelly e Allan.

De repente, o sorriso desapareceu de seu rosto: ela se esquecera por completo de que ainda havia todo o staff da corporação Turner, preocupado apenas com a opinião de Felipe; mas, enfim, era muito importante saber que ele aprovava seu trabalho, embora Allan fosse o principal encarregado do projeto. A palavra final seria dele.

— Não precisa ficar tão assustada. Não vou atirá-la aos leões.

Paola sorriu timidamente. Como poderia lhe explicar que a opinião dos outros não importava?

Não podia lhe contar que trabalhara arduamente durante dias e dias, apenas para lhe provar que era uma excelente desenhista.

— Não estou muito preparada para o mundo dos negócios. — Admitiu, tentando justificar-se. Até agora tem sido muito fácil sentar em minha mesa e desenhar, seguir as instruções de Marcus e não ter que lidar com problemas.

— O Atêlie lhe deu um emprego pela sua capacidade. Está certo que Marcus é um grande desenhista, mas na verdade ele utiliza muitas ideias suas — Felipe a alertou. — Bem, agora eu vou levá-la até a loja, e você vai conhecer os progressos que fizemos na boutique. Antes, deixe suas coisas no quarto de hóspedes.

Ele a levou até o quarto e esperou na sala de visitas até que ela tomasse um banho rápido e trocasse de roupa.

Logo, Paola sentia-se contagiada pelo entusiasmo de Felipe, durante o trajeto, quando se referia à boutique a ser montada com as roupas do Ateliê e à celebração do aniversário da corporação Turner.

Ao chegarem à loja, houve uma rápida reunião, onde todo o staff examinou os desenhos de Paola. Depois, Felipe a deixou com Cibelly, e juntas foram ao encontro do diretor de propaganda. Pouco depois, era também apresentada ao fotógrafo encarregado da parte visual da promoção, e, sem nenhum rodeio, sugeriu que Paola visitasse o salão de cabeleireiros da corporação Turner. Cibelly não perdeu tempo e praticamente a arrastou até lá, onde conheceu Crotilde, mas conhecido por Crô, o melhor cabeleireiro da casa.

Crô confirmou o diagnóstico do fotógrafo: Paola tinha os cabelos lindos demais para escondê-los num coque. Com o cuidado e agilidade de um profissional competente, Crotilde movia a tesoura entre os fios brilhantes e loiros, dando-lhes uma forma toda especial. Quando terminou, a imagem que Paola viu refletida no espelho era absolutamente outra! O corte ficara maravilhoso! Crô havia repicado a frente e os lados, fazendo com que os cabelos ficassem jogados para trás, caindo naturalmente em longas ondas douradas. Seus traços se realçaram e Paola parecia mais jovem ainda! Cibelly olhava-a, cheia de admiração.

Em seguida, foram até seu escritório, e, enquanto Cibelly recebia o diretor de uma firma fornecedora, Paola ficou à sua espera numa ante-sala.

De repente, o telefone tocou e, para surpresa de Paola, uma sorridente secretária dirigiu-se a ela.

— Srta. Mello, pode atender?

— Sim, claro... Obrigada.

Ao atender, a voz quente de Felipe do outro lado da linha fez com que seu corpo todo tremesse.

— Cibelly não está aqui. — Paola foi logo avisando.

— É com você que eu quero falar. Ouvi dizer que vão fazer algumas fotos promocionais amanhã, é verdade?

— Sim. Acho que vai levar apenas uma tarde. — Ela tentava desesperadamente manter a voz firme e calma.

— Está ansiosa para voltar a CampbellTown?

— Bem, tenho bastante trabalho por lá.

— Eu esperava que ficasse em casa de Cibelly durante mais alguns dias. Gostaria de lhe mostrar como se comemora a chegada do verão em Chicago.

— É muita gentileza sua, mas...

— Paola, acredite-me, não estou convidando você por gentileza. — Ele a interrompeu. — Quero sair com você e esta seria uma ótima oportunidade. E então?

— Não acho que seja uma boa ideia. — Na verdade, Paola não sabia o que dizer.

— Por que não? Isabela está com sua madrinha, não?

— Sim, mas não é esse o problema.

— Qual é, então?

Como poderia lhe explicar que ela, uma mulher adulta, morria de medo das sensações que a acometiam em sua presença? Emoções que pareciam erradas quando pensava que sua própria filha estava fascinada por ele.

Diante do silêncio de Paola, Felipe sugeriu rapidamente.

— O que acha de começarmos indo a um concerto ao ar livre, esta noite?

— Mas, não trouxe nenhuma roupa apropriada para isso.

— Você sabe que isso não é desculpa. Você tem uma loja de departamentos à sua disposição.

— A que horas tenho que estar pronta? — Perguntou, já bastante animada com a ideia,

— Pego você às sete na casa de minha irmã. — Sem dar oportunidade para que ela mudasse de ideia, Felipe desligou.

Acabara de marcar um encontro com Felipe Braxton Turner, um dos herdeiros mais cobiçados do país. Isso certamente modificaria a relação entre eles. Mas Paola não tinha muito tempo para pensar nisso; precisava encontrar um vestido o mais rápido possível. Deixou um recado com a secretária de Cibelly e desceu rapidamente em direção à loja.

No caminho para a seção de roupas, o balcão de maquilagem chamou a atenção de Paola. A vendedora estava devidamente maquilada para mostrar às clientes o efeito que os produtos eram capazes de provocar. Ao vê-la, Paola imaginou como ficaria usando aquela maquilagem diferente e sofisticada. A vendedora logo se dirigiu a ela com um sorriso amigável.

— Pois não, senhorita.

— Estou só dando uma olhada. Acho que não adiantaria comprar; não sei como usá-los. — Paola confessou, olhando para todos aqueles estojos de sombra, blush e batom.

— Ora, isso não é problema. Nós fazemos aqui uma amostra de como usar os produtos. Posso lhe fazer uma boa maquilagem agora mesmo. Olhe, aquela cadeira ali é própria para isso. — A vendedora apontou um pequeno compartimento muito iluminado.

Quando se deu conta, Paola já estava sentada na cadeira aveludada, e a garota que se chamava Debora espalhava agilmente os produtos sobre sua pele alva. Combinando os tons para que não parecessem muito artificiais, a vendedora escolheu uma sombra levemente rosada, assim como o blush. Os olhos foram cuidadosamente delineados com lápis escuros e os cílios maquilados com uma leve camada de rimei. Ao se olhar no espelho, Paola mal pôde se reconhecer: o novo penteado, a maquilagem faziam seu rosto lembrar fotos que via em revistas famosas.

Depois de pronta, Paola comprou alguns produtos e continuou andando até a seção dos vestidos. Sentia-se mais bonita e autoconfiante do que nunca. Deu uma olhada em alguns modelos e, com a ajuda de outra vendedora, encontrou um vestido roxo e rendado, próprio para a noite, muito elegante e charmoso; tinha mangas longas e coladas na pele, a renda transparente lhe dava um ar mais sexy e corte do vestido era moderno realçando as suas curvas. Enfim, era feminino, delicado e romântico; exatamente o que ela procurava.

— Vou ficar com esse. — Declarou, decidida, depois de experimentá-lo.

Antes de voltar ao escritório de Cibelly, Paola parou na seção de calcados para comprar um sapato de salto alto preto que combinaria perfeitamente com o vestido.

Finalmente, subiu para encontrar Cibelly. A irmã de Felipe ficou boquiaberta com o efeito maravilhoso que um pouco de maquilagem havia causado no rosto de Paola.

Entusiasmada, ela abriu a caixa do vestido e mostrou-o a Cibellly.

— O que você acha? É próprio para um concerto?

— É para onde meu irmão vai levá-la?

— Sim. E então, o que acha?

— É perfeito, vai ficar linda! — Cibelly olhou para o relógio, preocupada. — Querida, é melhor nos apressarmos, senão vai se atrasar. Oh, mal posso esperar para vê-la nesse vestido! Meu irmão vai ficar completamente louco!

A roupa ficou perfeita em Paola, fazéndo-a mais elegante e sensual. Quando a campainha tocou, ela sentiu um arrepio na espinha, como sempre acontecia ao saber que ele estava por perto. Era a primeira vez que ele a veria depois que se transformara numa nova mulher, muito mais bonita e sedutora do que a antiga.

— Olá, Paola.

O som da voz de Felipe fez com que suas mãos tremessem incontrolavelmente.

Mas estava de costas para a porta, e não viu nos olhos dele o impacto que sua roupa lhe causava.

— Oi, Felipe. — Virou-se para ele, tentando controlar a respiração ofegante.

Felipe parecia paralisado, os olhos arregalados de surpresa. Paola também olhava para ele e notou que um brilho de desejo faiscou no rosto de Felipe.

— Vocês querem um drinque antes de sair? — Cibelly perguntou, alheia ao que se passava entre os dois.

— Não, Cibelly. Se demorarmos muito chegaremos atrasados. — O irmão respondeu numa voz rouca, que Cibelly desconhecia.

Tocando levemente em seus ombros, Felipe guiou Paola para fora da sala.

— Divirtam-se! — Cibelly exclamou, feliz.

Felipe sentiu-se como se tivesse dezesseis anos e aquele fosse seu primeiro encontro com uma mulher. Como pudera duvidar da capacidade de Paola para representar as lojas de sua família justamente por sua aparência? Ela era linda, provavelmente uma das mulheres mais bonitas que já havia conhecido. Então, por que, pela primeira vez em sua vida, estava encontrando dificuldade em elogiar uma mulher maravilhosa como aquela?

Queria muito dizer-lhe o quanto estava maravilhado, mas, inexplicavelmente, só conseguia comentar sobre a Orchestra de Chicago e o espetáculo de música clássica que iriam ouvir.

Ao chegarem, Felipe tomou a mão de Paola, guiando-a até a praça iluminada e enfeitada onde aconteceria a apresentação. Ouviram todo o programa de mãos dadas, Felipe não a soltara por um só instante.

Depois, ele a levou até onde os casais dançavam ao som de uma música suave e lenta.

— Venha, vamos dançar.

— Felipe, não posso!

— Por que não? Está cansada?

— Não, é que eu nunca dancei em toda minha vida. — Paola declarou, envergonhada. Pois ela sabia que ambos vinham de classes diferentes, Felipe com certeza desde de muito jovem havia frequentado festas e apreendido tudo sobre etiquetas. Ao contrário dela, que viveu praticamente para cuidar de sua filha Isabela.

Mas ele não se deu por vencido. Por nada deste mundo perderia tal oportunidade de envolvê-la nos braços e de sentir aquele corpo junto ao seu. Nunca poderia imaginar que ela não soubesse dançar.

— Vou lhe mostrar como se faz. É fácil, tudo o que tem a fazer é seguir meus movimentos.

— Não, eu não conseguiria. Pelo menos, não em frente a todas essas pessoas.

— Tenho uma ideia melhor. Venha.

Voltaram ao carro e Felipe deu a partida. Paola perguntava-se o que ele teria em mente, mas limitava-se a observá-lo em silêncio. Ele parou num estacionamento deserto próximo a um pequeno lago. Ao ver a lua refletida na água e o céu coberto de estrelas, Paola sentiu uma onda de romantismo invadi-la, como se fosse uma adolescente. Ele desceu do carro, contornou-o e abriu a porta para ela.

— Venha... — Ofereceu sua mão. — Aqui posso lhe ensinar a dançar sem que ninguém nos observe. Começaremos com uma música lenta. — Ele debruçou-se para dentro do carro e ligou o som.

Uma melodia suave e envolvente quebrou o silêncio e ele se aproximou dela, abraçando-a carinhosamente.

— Agora, preste atenção nos meus pés. — Ele se movia lentamente ao som da música.

Paola queria poder prestar atenção em seus movimentos mas a proximidade do corpo másculo de Felipe a desconcertava totalmente.

— Relaxe e siga-me. É simples, além disso não vai me machucar se pisar nos meus pés algumas vezes. — Ele a fitou, com um sorriso charmoso enfeitando-lhe o rosto. — Você tem apenas que ouvir a música e acompanhar o ritmo.

Hesitante, ela começou a seguir os passos de Felipe, sentindo-se como se flutuasse nas nuvens.

— Isso mesmo, está indo muito bem! Não lhe disse que era fácil?

Quando a música terminou, Felipe a manteve entre seus braços.

— Você está linda esta noite, Paola.

— Obrigada, mas o mérito não é meu. Se não fossem o cabeleireiro e uma maquiladora da sua loja eu não estaria assim.

— Eles apenas realçaram a beleza que você sempre teve e que tentava esconder. No entanto, você é bonita de qualquer jeito, mesmo sem um pingo de maquilagem.

Ele se aproximou mais e pressionou seus lábios contra os dela com sofreguidão.

Quase sem poder respirar, Paola entreabriu os lábios e entregou-se àquele beijo, entrelaçando os braços atrás do pescoço de Felipe. As mãos dele passeavam sobre seu corpo, ansiosas; uma delas deteve-se na curva generosa do seio. Quando sentiu aquele toque, o desejo tornou conta dela de um modo quase incontrolável.

Naquele momento o barulho do motor de um carro fez com que se separassem.

— Vocês vão ter que ir para outro lugar. É muito perigoso ficar por aqui a esta hora da noite. — Um policial falou em voz alta e clara pela janela do carro.

Uma expressão admirada tomou conta do rosto do homem quando ele percebeu que não era um casal de adolescentes que estava diante dele.

— Nós estávamos apenas admirando o lago. — Felipe disse sorrindo, enquanto mantinha a mão sobre o ombro de Paola.

— Realmente é uma bela noite para passeios ao ar livre. — O homem deu a partida no carro. — Boa noite e tomem cuidado.

Felipe olhou para Paola e os dois riram, divertidos.

— Ele provavelmente pensou que éramos dois adolescentes. — Paola concluiu, ainda rindo.

— Nesse momento, é exatamente como me sinto. Eu não me recordo de ter feito isso antes, — Felipe confessou, enquanto sua face tomava um ar sério e leal.

— Eu também. — Paola baixou os olhos, encabulada.

— Bem, é melhor seguirmos o conselho do policial. Pode ser perigoso ficarmos aqui. Infelizmente algumas coisas mudam para pior.

Entraram no carro e tomaram o caminho da casa de Cibelly.

— Como nunca aprendeu a dançar, Paola? — Felipe perguntou, curioso.

— Meu pai nunca permitiu. Ele era um pastor muito rígido em seus princípios morais. A dança era a entrada para muitos pecados.

— E depois que você saiu de casa?

— Eu tinha que cuidar de Isabela. Além disso, depois que Lipe desapareceu, não me interessei mais por festas. Na verdade, acho que nunca tive uma oportunidade para aprender a dançar.

— Você vê seus pais frequentemente?

— Minha mãe morreu quando Isabela tinha apenas 6 anos e meu pai nunca me perdoou por ter ficado grávida. Ele queria que morasse com a avó Nancy até que Isabela nascesse e depois que a entregasse à agência de adoção. Desse modo não haveria escândalos e tudo seria esquecido rapidamente. Ele nunca quis conhecer a minha filha e odiou o Lipe por acreditar que no final acabei sendo enganada. Mas ele estava errado, o Lipe jamais nos abandonaria!

— Mas, certamente, depois de ter percebido como as coisas aconteceram de verdade, ele tenha visto a neta e de saber o que acontecera com Lipe, ele mudou de ideia, não?

— Não foi bem assim. Quando Lipe desapareceu, fiquei totalmente descontrolada, fora de mim. Papai pregava na igreja todos os domingos e ele sempre dizia em seus sermões que Deus estaria protegendo os americanos que lutavam no Vietnã. Um domingo, logo que soube do que acontecera a Lipe, levantei-me do banco no meio da igreja e gritei com meu pai na frente de todos. Eu o chamei de mentiroso; disse que Deus não havia protegido o pai de meu bebê, que Ele o havia esquecido por completo no meio dos inimigos. Eu o humilhei publicamente, anunciei a todos que estava grávida. A filha do Reverendo Mello, uma mãe solteira! Já imaginou como ele se sentiu? Então, fui para a casa da avó Nancy nos dia seguinte e até hoje nunca voltei para casa.

— E sua mãe?

— Ela foi forçada a escolher entre o marido e a filha; acabou se decidindo pelo marido. Tentei lhe explicar tudo, mas ela não quis me ouvir. Finalmente, desisti. É por isso que minha relação com Isabela é tão importante para mim. Enfrentei tudo e todos por amor a ela; por amor ao fruto que Lipe me deixou. Eu nunca me afastaria dela, por ninguém.

Felipe incomodou-se com a última frase, mas não queria que nada perturbasse aquela noite.

Logo chegaram à casa de Cibelly e o assunto pareceu esquecido. Ele a levou até a porta e roçou seus lábios nos dela suavemente.

— Muito obrigado por essa noite maravilhosa, Paola. Bem, é melhor dizermos boa-noite ou nenhum de nós conseguirá participar da reunião de marketing amanhã cedo.

Ele se foi e Paola dirigiu-se ao quarto de hóspedes extremamente feliz. Há muito tempo não sentia aquelas tremedeiras na frente de um homem, não corava diante de elogios e não sentia o coração disparar como louco. É, realmente Felipe Braxton Turner conseguia bulir com suas emoções. Demorou a pegar no sono, estava agitada demais para dormir.

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