Capítulo Vinte
Joseph Mull:
Na manhã seguinte, levantei da cama no horário habitual e fui atraído pelo som de risadas vindas da cozinha. Ao me aproximar, encontrei Agatha conversando animadamente com meu pai, que fazia carinho na cabeça de Coco, nosso adorável cãozinho, enquanto Matilde comia seu cereal em silêncio.
— Jonathan, você realmente já espalhou a notícia por toda parte — Agatha comentou, lançando-me um olhar divertido. — Bom dia, maninho.
— Bom dia — Respondi, me sentando ao lado de Matilde. — Bom dia, filhota.
— Bom dia, papai — Matilde respondeu, toda animada. — Viu só, vovô Jonathan veio nos visitar e queria saber como foi o seu encontro com o papai Rogério ontem.
Meu pai soltou uma risadinha, tranquilo, mas com um brilho travesso nos olhos.
— Essa me entregou — Ele disse, com um sorriso divertido brincando em seus lábios.
Olhei para ele calmamente, deixando escapar uma risada. Era reconfortante ter um pai que se importava tanto comigo e queria saber tudo sobre minha vida.
— Foi bom — Respondi, indicando com um gesto que meu pai deveria tirar Matilde da cozinha, quando percebi o olhar desconfiado de Agatha em minha direção. Meu pai prontamente seguiu minha sugestão, levando Matilde consigo, seguida por Coco.
— Querida, que tal me mostrar alguns dos seus desenhos para que eu possa incluí-los na exposição do meu ateliê? — Ele sugeriu, e Matilde imediatamente pulou do lugar e saiu, puxando-o consigo, enquanto Coco os seguia animado.
Com eles fora da cozinha, respirei aliviado, sabendo que teria um momento a sós com Agatha para explicar o que realmente tinha acontecido no encontro com Rogério.
— Então, imagino que se divertiram bastante ontem à noite? — Agatha perguntou, estalando a língua.
— Sim, foi incrível — Respondi, sentindo-me um pouco tenso sob seu olhar atento. — Eu... beijei ele.
Minha irmã me encarou calmamente.
— Eu meio que já esperava que isso acontecesse — Agatha comentou. — Mas foi só um beijo. No entanto, acho que a Matilde está esperando por um irmãozinho ou irmãzinha. — Sua observação me pegou de surpresa, fazendo-me engasgar. — Calma, eu já disse que isso vai demorar a acontecer.
Depois de me recuperar do susto, dei uma risada nervosa.
— Você e suas teorias mirabolantes, Agatha. Não precisa se preocupar com isso tão cedo — Tentei amenizar, mas havia um leve rubor em minhas bochechas, revelando minha própria ansiedade sobre o assunto.
Agatha apenas sorriu, parecendo satisfeita por ter me deixado sem jeito.
— Eu sei, eu sei. Mas é sempre bom se preparar para o futuro, não é mesmo? — Ela respondeu, com um brilho travesso nos olhos.
Concordei com a cabeça, reconhecendo a sabedoria em suas palavras, mesmo que eu estivesse longe de pensar em paternidade naquele momento.
— Eu não estou pensando em ter outro bebê nessa situação — Falei, e ela me olhou com calma.
— Não estou dizendo isso, especialmente agora que vocês estão começando a se aproximar — Agatha disse. — Também não estou pronta para ser tia novamente. Quero aproveitar minha juventude e ainda sair por aí com a Debi.
Assenti compreensivamente. Era reconfortante saber que Agatha estava do meu lado, compartilhando preocupações e desejos semelhantes.
— Entendo perfeitamente, Agatha. Vamos aproveitar o momento presente e deixar o futuro cuidar de si mesmo — Sugeri, com um sorriso reconfortante.
Ela assentiu, parecendo aliviada com minha compreensão.
— Exatamente. A vida é para ser vivida agora, não é mesmo? — Ela concordou, com um brilho de animação em seus olhos.
Com essa conversa franca, senti uma sensação de união e confiança ainda mais forte entre nós. Sabíamos que podíamos contar um com o outro para enfrentar o que viesse pela frente, e isso era reconfortante.
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Ao encontrar Matilde e meu pai, deparei-me com uma cena incrivelmente adorável.
— Esse desenho eu fiz para o papai Rogério — Matilde disse, como se estivesse compartilhando um segredo especial. Ela segurava um desenho perfeitamente detalhado de Rogério, com ela ao seu lado, beijando suas bochechas. Em seguida, virou a folha, revelando uma imagem de toda a nossa família, com meu pai no centro. Seus olhos estavam marejados de lágrimas.
Fiquei parado por um momento, emocionado com a ternura do gesto de Matilde. Era incrível ver como ela já considerava meu pai parte de nossa família.
— É simplesmente maravilhoso, Matilde — Eu disse, com um sorriso surgindo em meus lábios. Meu pai apenas assentiu, incapaz de articular suas palavras diante da comoção que sentia.
— Posso ficar com o desenho? — Meu pai pediu, com os olhos brilhando de emoção.
— Claro que pode, Vovô Jonathan — Matilde respondeu, com uma expressão adorável no rosto, que fez meu pai parecer como se tivesse sido atingido por uma onda de ternura, chegando até a colocar a mão no peito. Percebi então o quanto ele se parecia com Rogério.
Aquilo me fez rir, enquanto refletia sobre como eu e minha mãe parecíamos ter um tipo específico de homem em nossas vidas.
Com um sorriso nos lábios, abracei meu pai.
— Pai, você é realmente o melhor — Falei, deixando meu coração transbordar de gratidão e amor por ele.
Meu pai retribuiu o abraço com ternura, e por um momento, o tempo pareceu parar enquanto nos perdíamos naquele gesto simples, mas cheio de significado.
— Obrigado, meu filho. Você também é o melhor que poderia ter acontecido na minha vida — Ele respondeu, sua voz embargada pela emoção.
Fiquei emocionado com suas palavras sinceras, sabendo que éramos uma família unida pelo amor e pela conexão profunda que compartilhávamos.
Matilde olhou para nós com um sorriso radiante, seu coraçãozinho transbordando de felicidade ao ver o amor entre seu avô e eu.
— Vocês são os melhores pais do mundo — Ela disse com doçura, fazendo com que meu coração se enchesse de gratidão por ter uma filha tão especial.
Naquele momento, cercados pelo amor e pela harmonia da nossa família, percebi que não importava o que o futuro reservasse, enquanto estivéssemos juntos, poderíamos enfrentar qualquer desafio que viesse em nosso caminho. E com Rogério ao meu lado, sabia que o futuro seria brilhante e repleto de amor.
Matilde se jogou entre nós, soltando risadinhas contagiantes, e logo ouvimos a voz de Agatha rindo da nossa cena.
— Eu também quero um abraço dessas pessoas fofas da minha família — Agatha disse, nos puxando para um abraço conjunto, com Coco pulando ao nosso redor.
Caímos todos na gargalhada, envolvidos pelo calor e pela alegria daquele momento de união e carinho compartilhado. Era uma cena simples, mas cheia de amor e felicidade, que eu guardaria em meu coração para sempre.
Enquanto estávamos abraçados, senti uma profunda gratidão por ter uma família tão incrível ao meu lado. Agatha, com seu espírito animado e perspicaz, sempre trazia alegria aos nossos dias. Matilde, com sua inocência e amor incondicional, era o raio de sol que iluminava nossas vidas. E meu pai, com seu apoio inabalável e amor incondicional, era o pilar sobre o qual nossa família se sustentava.
Entre risadas e brincadeiras, compartilhamos momentos preciosos juntos, fortalecendo ainda mais os laços que nos uniam. Coco, nosso fiel companheiro peludo, também fazia parte desse vínculo especial, trazendo ainda mais alegria e amor ao nosso lar.
Enquanto nos abraçávamos, senti-me completo, cercado pelo amor e apoio daqueles que mais importavam para mim. Sabia que, acontecesse o que acontecesse, enquanto tivéssemos uns aos outros, seríamos capazes de enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresentasse.
Com o coração cheio de gratidão e felicidade, sorri para minha família, sabendo que estávamos unidos para sempre, independentemente do que o futuro nos reservasse.
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Na hora do almoço, meu pai se juntou a nós, mas logo depois houve uma batida na porta e para minha surpresa, era Rogério, com Sky logo atrás.
— Pensei que poderíamos almoçar juntos — Rogério sugeriu, coçando a nuca visivelmente constrangido.
Cruzei os braços, sentindo-me um pouco desconfortável com a situação.
— Você acabou estragando o almoço de vocês — Falei, deixando-o ainda mais envergonhado.
— Eu... foi exatamente isso que aconteceu — Rogério admitiu, com lágrimas nos olhos.
Sky interveio, falando num sussurro.
— Ele estava ao telefone enquanto cozinhava. Recebeu uma mensagem que o deixou ansioso e acabou estragando a comida.
Meu pai, que observava a cena, pareceu ficar culpado com a situação.
— Acho que sei o que aconteceu — Falei, abrindo espaço para que ambos entrassem. — Sinto que meu pai queria conversar com você, Rogério, mas não sabia como abordar o assunto.
Dentro de casa, sentamos juntos à mesa, e eu percebi a tensão no ar. Meu pai parecia preocupado com o mal-entendido, enquanto Rogério ainda estava visivelmente abalado pelo incidente na cozinha.
Decidi quebrar o gelo.
— Rogério, sei que você se esforçou para preparar o almoço, e realmente aprecio o gesto — comecei, olhando diretamente nos olhos dele. — E pai, tenho certeza de que sua intenção era apenas passar um tempo juntos e conversar, não é?
Meu pai assentiu, aliviado por eu ter abordado o assunto.
— Exatamente, Joseph. Sinto muito se isso causou algum problema — ele respondeu sinceramente.
Rogério olhou para mim com gratidão, parecendo mais tranquilo.
— Eu que devo desculpas por ter estragado tudo — ele murmurou, visivelmente arrependido.
— Está tudo bem, Rogério. Apenas um pequeno contratempo. O importante é que estamos todos juntos agora, não é mesmo? — Sky interveio, trazendo um pouco de leveza à situação.
Com um sorriso, concordamos, deixando para trás qualquer mal-entendido. Juntos, desfrutamos do almoço e da companhia uns dos outros, fortalecendo os laços de amizade e família que nos uniam. E naquele momento, percebi que não importava quantos obstáculos surgissem em nosso caminho, enquanto tivéssemos amor e compreensão, poderíamos superar qualquer desafio juntos.
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Até a Próximo 😘
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