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Capítulo 30

2108 palavras

"Algo entre nós se rompeu naquele instante, sob o céu nublado, enquanto a neve silenciosa enterrava todos os nossos segredos."

Eu caminhava pelos corredores, o eco dos meus passos ressoando na pedra fria, cada batida um lembrete do peso que carregava. O lenço ao redor do meu pescoço escondia mais do que as marcas de Zeke — era uma barreira frágil, uma tentativa vã de ocultar o que eu havia me tornado. Traidora. Covarde.

Cada toque no tecido apertava o nó no meu estômago. O ódio queimava sob a pele, alimentado pelo medo que eu tentava controlar, mas que me consumia. Não havia como escapar. As palavras de Zeke ecoavam em minha mente, um veneno amargo: "Boa menina." O sarcasmo, o desprezo... Eu me odiava por ter cedido, por ter permitido que ele me dominasse.

O corredor parecia se estender infinitamente, e a cada passo, eu afundava mais em meus próprios pensamentos. A culpa e o medo entrelaçavam-se como raízes sombrias, impossíveis de arrancar. O medo do que Zeke faria, e o ódio — por mim mesma, por ser fraca.

Quando cheguei ao laboratório de Hange, a neblina da manhã ainda pairava no ar, as sombras se arrastavam pelos corredores. Bati suavemente na porta, meu coração acelerado. Eu precisava de respostas. Precisava de uma cura.

Hange abriu a porta, o sorriso sempre presente em seu rosto. — Ah, Amelie! — exclamou, examinando-me rapidamente. — Esse lenço te caiu bem.

Engoli o desconforto, forçando um sorriso. — É só uma proteção — murmurei. Mas o lenço era mais que isso. Era uma lembrança da prisão em que me encontrava.

— Descobriu algo? — perguntei, tentando conter o desespero que subia à tona.

Hange suspirou, tirando os óculos. — Ainda não. O vírus é complexo, mas estamos chegando lá.

As palavras dela foram como um golpe. O chão parecia sumir sob meus pés. — Hange, eu preciso de um antídoto! — Minha voz saiu mais alta do que o planejado, quase um grito. — Eu preciso me livrar desse... desse vírus!

Ela ergueu as mãos para me acalmar. — Amelie, respira. Gritar não vai ajudar.

— Já sentiu algum... impulso incontrolável? — Ela hesitou antes de perguntar. — Algo como desejo de carne humana?

A pergunta me atingiu como um soco. Meu estômago revirou. Carne humana? — Não! — exclamei, a voz rouca. — Eu não sou um monstro!

De repente, uma risada suave e cruel ecoou pela sala. Faye. Sempre à espreita, sempre pronta para me lembrar do que eu estava me tornando.

— Vai se foder, Faye! — gritei, minha raiva explodindo.

Hange me olhou com preocupação. — Amelie, sei que está difícil, mas precisamos de tempo para entender o vírus.


O refeitório estava cheio, o som de talheres e conversas abafado como se viesse de muito longe. Meus amigos riam e brincavam, alheios à tempestade dentro de mim. Forcei-me a pegar o garfo, mas a comida parecia pedra na minha boca.

Senti uma presença ao meu lado antes de vê-lo. Levi se sentou em silêncio, sua proximidade me fez estremecer. — Hoje à tarde começaremos o treinamento para o Distrito Maria — disse, firme.

Apenas assenti, mantendo os olhos no prato. A ideia de treinamento deveria me motivar, mas tudo parecia distante.

— Amelie... — Ele hesitou. — Você...

— Estou bem, Levi. Não sou de vidro.

Levantei-me antes que ele pudesse responder, minhas pernas movendo-se rápido, como se estivesse fugindo. Lá fora, o ar estava pesado, o cheiro de carne queimada enchia meus pulmões. Eu queria gritar, destruir algo, qualquer coisa para extravasar a dor, mas continuei caminhando. Porque, no fundo, sabia que não havia saída. O campo de batalha era o único destino, e talvez, apenas lá, eu encontrasse o fim.


O campo de treinamento fervilhava com uma energia elétrica. Soldados de todas as divisões se espalhavam pelo terreno, revezando-se em turnos enquanto a alvorada mal tingia o céu. A atmosfera estava carregada de expectativa e tensão. Keith Shadis e Dot Pixis comandavam um grupo com olhares implacáveis, enquanto Levi e eu estávamos responsáveis pelo restante. O tempo estava contra nós; o medo dos monstros do Distrito Maria, nos consumia. Cada soldado sentia o peso dessa iminente guerra.

— Começaremos com técnicas de combate corpo a corpo — anunciou Levi, sua voz cortante como uma lâmina. — Sem hesitações. Sem piedade.

O nó no meu estômago se apertava. A pressão era palpável, misturada com uma preocupação pessoal que eu tentava ignorar. Antes que pudesse reorganizar meus pensamentos, Levi me chamou com um gesto autoritário. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor.

— Moreau — sua voz rasgou o ar. — Venha. Demonstre.

Hesitei por um instante, notando o olhar atento de Hange ao longe. Ela estava ali para observar as alterações do vírus em mim. Mas, sem tempo para recusar, avancei para o centro do campo. Levi estava diferente, seus olhos carregados de raiva e algo mais.

— Lute — ordenou Levi, sua voz carregada de ameaça. — Os monstros não terão piedade. Nem eu.

A tensão no ar era quase palpável. Levi assumiu a postura de combate, e eu o imitei, embora cada fibra do meu corpo gritasse para ser cautelosa. O medo rastejava pela minha pele.

Quando a luta começou, Levi não poupou esforços. Seus ataques eram brutais, cada golpe um testemunho de força e precisão. Minha mente estava dividida: uma parte de mim queria provar sua capacidade, enquanto a outra temia os riscos. Mesmo assim, lutei de volta, forçando-me a não mostrar hesitação.

Levi avançava com a fúria de uma tempestade. Seus socos e chutes eram calculados, e meus bloqueios pareciam fracos diante de sua intensidade. A raiva e o medo se misturavam dentro de mim, e a necessidade de proteger o que estava dentro de mim competia com o desejo de provar minha força. Meus golpes tornaram-se mais agressivos, mas Levi era implacável. Com precisão aterrorizante, ele me imobilizou, me lançou contra o chão. Seus braços eram uma prisão de ferro, e seu joelho pressionava minha coluna.

A dor irrompeu pelo meu corpo, e eu quase perdi o controle. A luta estava longe demais, a pressão sobre minha barriga era insuportável. Hange se aproximou, sua voz cheia de preocupação cortou o ar.

— Levi! — gritou Hange. — Pare! Ela...

A hesitação dela apenas inflamou minha raiva. Algo primal dentro de mim despertou. Com uma força que parecia sobrenatural, me desvencilhei dos braços de Levi, lançando-o para trás com surpresa e raiva estampadas no rosto.

Hange correu até mim, seus olhos arregalados de preocupação, mas eu me afastei. Não podia demonstrar fraqueza. Não aqui. Não agora.

— Amelie... — Hange começou, mas levantei a mão, sinalizando para que se calasse.

— Estou bem — respondi com firmeza, limpando o sangue do canto da boca. Meus músculos ainda tremiam, mas o controle estava retornando.

Levi me observava com uma raiva fervente, e eu sentia o mesmo dentro de mim. Algo entre nós havia se rompido.

— Duplas! — gritou Levi, tentando recuperar a compostura. — Continuem!

As duplas se formaram, soldados avançando para demonstrar suas técnicas. Mas eu não conseguia desviar os olhos de Levi, nem esquecer a tensão que havia se intensificado entre nós. O dia seria longo.


O laboratório de Hange estava impregnado com o cheiro de substâncias químicas, misturando-se com a fragrância de papéis velhos e notas rabiscadas espalhadas por toda parte. As luzes brancas faziam tudo parecer mais clínico e impessoal, contrastando com a desordem organizada de Hange. Ela estava em constante movimento, ajustando instrumentos, murmurando para si mesma, os olhos brilhando de excitação. Ao contrário de mim, que observava com uma sensação pesada de apreensão, sentada na mesa de metal gelada, como uma peça a ser dissecada.

Ela finalmente parou diante de mim, ajustando os óculos e franzindo a testa levemente, a empolgação dando lugar a um ar de preocupação.

— Você terá que ser mais cuidadosa, Amelie — disse ela, me olhando com seriedade. — Entrar em confrontos assim, ainda mais com Levi... Se quiser manter essa gestação, precisará se poupar mais.

Seu tom me atingiu como uma repreensão, mas havia mais do que isso: preocupação genuína.

— E você precisa controlar mais a língua — retruquei, tentando manter a calma. — Quase revelou meu estado lá no campo... e então, Hange? Acha que está tudo bem com o bebê?

Ela suspirou profundamente, tirando os óculos e esfregando os olhos, cansada.

— Não tenho como te dar certeza ainda, Amelie. É muito cedo para um ultrassom que mostre algo concreto. — Sua voz era suave, mas firme. — Mas, pelo que posso ver, está tudo bem... Contanto que você comece a ser mais cuidadosa. Principalmente agora, nesse primeiro trimestre.

Assenti, absorvendo suas palavras. O peso da minha condição se misturava ao caos que meu corpo já estava enfrentando com o vírus. A tensão era palpável.

— Vamos começar com algo simples — disse Hange, em seu tom de cientista de volta. Ela pegou o medidor de pressão e o prendeu ao meu braço, focada nos resultados. — Precisamos monitorar sua resistência básica e ver como seu corpo está lidando com as mudanças.

O ar no laboratório estava denso, a expectativa pairava entre nós. O silêncio era quebrado apenas pelos estalos dos instrumentos e pela respiração controlada de Hange enquanto ela verificava os primeiros dados. Eu, por outro lado, tentava controlar meu próprio nervosismo.

— Isso é interessante — ela comentou enquanto retirava o medidor. — Sua pressão está mais alta do que o normal, mas você não parece sentir os efeitos. É como se seu corpo estivesse se adaptando a um estresse constante, mas ignorando as reações físicas típicas.

Ela me observava com uma mistura de fascínio e cautela. Era difícil dizer o que Hange achava mais fascinante: o vírus em mim ou o fato de eu ainda estar funcional, mesmo carregando um fardo tão pesado.

— Eu... não sinto nada — respondi. Minha voz saiu vazia, como se a ansiedade estivesse enterrada sob uma camada de indiferença. Era a verdade. A pressão, a dor, o cansaço... tudo parecia distante. Como se o meu corpo estivesse se transformando em algo que eu mal reconhecia.

Hange não perdeu tempo e começou a me submeter a testes de reflexos. Quando ela atingiu meu joelho com o pequeno martelo de borracha, algo inesperado aconteceu. Minha perna reagiu com uma força muito maior do que o esperado, quase derrubando o instrumento e arrancando um sorriso largo de Hange.

— Uau! — Ela quase pulou de empolgação. — Seus reflexos estão significativamente mais rápidos e fortes. Isso... isso é incrível!

Olhei para minhas mãos, sentindo o estranho peso do meu próprio corpo. Cada movimento parecia carregado de uma nova energia, algo que não vinha de mim, mas do vírus dentro de mim. Aquilo me assustava, mas também me deixava... intrigada. Eu sabia que algo em mim estava sendo alterado, moldado pelo vírus, mas até onde isso iria?

Hange trouxe uma barra de metal, mais pesada do que eu poderia normalmente levantar. Ela me observava com olhos inquisidores enquanto eu a segurava.

— Quero testar sua força física — ela explicou, posicionando a barra diante de mim.

Eu segurei a barra com as duas mãos, respirando fundo. Quando levantei, a sensação de resistência que eu esperava não veio. A barra, que deveria ser difícil de erguer, parecia quase leve. Minhas mãos a seguravam com firmeza, e eu a levantei com facilidade.

— Isso é... fora do comum. — A expressão de Hange mostrava que ela já não estava apenas curiosa, mas também um pouco alarmada.

Larguei a barra de metal no chão com um baque pesado. Meu corpo não estava apenas resistindo, ele estava se adaptando, se transformando de uma maneira que me deixava atordoada. Eu não sabia o que viria a seguir. As dores que eu costumava sentir após longas caminhadas, as fadigas após batalhas exaustivas, tudo isso estava se dissipando como se fosse um eco distante.

— E a resistência à dor? — Hange perguntou, já preparando outro teste. Ela segurava uma pequena agulha na mão, a mesma que usava para verificar reações nervosas.

— Isso eu já sei — murmurei. — A dor quase não é mais perceptível.

Ela olhou para mim por um longo momento antes de continuar. Testes após testes, era como se meu corpo estivesse reescrevendo suas próprias regras, ignorando os sinais de esgotamento e dor. Eu me sentia invulnerável em alguns aspectos, mas havia uma parte de mim que sabia que isso não poderia ser bom a longo prazo. Essa força não era natural.

O último teste do dia foi o mais perturbador. Hange trouxe uma lâmina, e com cuidado, cortou uma pequena parte da minha pele, apenas o suficiente para ver a reação. O corte, que deveria levar dias para cicatrizar, começou a fechar em questão de minutos.

— Regeneração acelerada — sussurrou Hange, incrédula. — Amelie, você está... se tornando algo completamente novo.

Seu olhar estava cravado em mim, fascinada, mas eu sabia que havia algo de errado nisso tudo.

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