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Capítulo 27

2861 palavras

"O dilema de salvar o que parece perdido, lutando para encontrar um fio de esperança que justifique a minha luta interna."

Sentei-me no chão do quarto, os joelhos dobrados contra o peito, tentando desesperadamente acalmar minha respiração. Mas era impossível. Cada pensamento que passava pela minha mente era como uma onda de escuridão, arrastando-me mais e mais para baixo. O peso do que eu estava carregando dentro de mim parecia insuportável, tanto física quanto emocionalmente. Eu estava infectada, mas talvez não fosse como os outros. Talvez essa coisa dentro de mim estivesse me mantendo viva de alguma forma, me segurando no limiar entre a vida e a morte.

Mas e se não fosse isso? E se eu estivesse me enganando? O que seria desse... desse ser que crescia dentro de mim? Um monstro, nascido de minha própria miséria e desespero? Ou, pior, uma criança condenada desde o início, trazendo ao mundo nada além de sofrimento?

Esses pensamentos me despedaçavam por dentro. Trazer alguém a este mundo, especialmente um mundo como este, parecia a coisa mais egoísta que eu poderia fazer. Como eu poderia condenar uma vida inocente a essa existência? O medo de dar à luz um monstro, ou pior, perder o controle e machucar essa vida indefesa, me aterrorizava. E, no entanto, havia uma parte de mim que não conseguia abandonar completamente a esperança. E se... E se houvesse uma chance? E se isso fosse algo diferente, algo que eu pudesse proteger, algo que ainda pudesse ser salvo?

Mas como eu poderia fazer isso sozinha? A dúvida e o desespero me consumiam, me levando cada vez mais para um abismo do qual eu não conseguia escapar. Eu não sabia o que fazer, e o terror de errar, de tomar a decisão errada, me paralisava.

Eu precisava de ajuda. Precisava de alguém que pudesse entender, alguém que pudesse me dizer o que fazer, alguém que pudesse me guiar nesse pesadelo. E havia apenas uma pessoa em quem eu confiava para isso: Hange. Mas o que ela diria? O que ela pensaria de mim? Será que ela também me veria como uma ameaça? Uma aberração?

Não. Eu precisava confiar. Eu precisava acreditar que Hange, com toda a sua compreensão e conhecimento, poderia me ajudar a encontrar um caminho, qualquer caminho, que não terminasse em destruição.

Levantando-me com dificuldade, as pernas trêmulas, caminhei até a porta. Cada passo parecia um esforço monumental, mas eu precisava fazer isso. Abri a porta e saí do quarto, sentindo o peso do medo e da incerteza em cada movimento.

Quando cheguei ao laboratório, Hange, Petra e Moblit estavam terminando de limpar a bagunça que eu havia causado. O cheiro de sangue ainda estava no ar, misturado ao odor metálico dos instrumentos. Faye estava amarrada novamente, mas agora seu corpo estava imóvel, sem vida aparente, como se o que havia restado dela fosse apenas uma casca vazia.

— Hange... — minha voz saiu baixa, quase um sussurro, enquanto eu me aproximava. — Eu... eu preciso falar com você. Em particular.

Hange levantou a cabeça e me olhou, seus olhos brilhando com aquela curiosidade intensa e inabalável que sempre tinha. Ela assentiu, deixando Petra e Moblit terminarem o trabalho.

Caminhamos em silêncio pelo corredor, cada passo ecoando nas paredes. A cada passo que dava, o medo parecia crescer dentro de mim, se enroscando no meu estômago e apertando meu peito. Mas eu continuei, sabendo que precisava seguir em frente, que precisava encontrar uma saída, por mais difícil que fosse.

Quando chegamos ao campo de treinamento, o sol já estava se pondo, tingindo o céu de laranja e vermelho. As arquibancadas estavam vazias, a área tranquila, mas eu ainda podia sentir o peso das memórias, das lutas e batalhas que haviam acontecido ali. Sentamo-nos nas arquibancadas, o silêncio se estendendo entre nós, quebrado apenas pelo som distante do vento.

Eu não sabia por onde começar, como explicar o que estava acontecendo, mas as palavras começaram a sair, hesitantes, cheias de dor e confusão.

— Hange, eu... eu não sei o que fazer — admiti, a voz tremendo, lutando para controlar o nó de terror e desespero que me apertava o peito. — Eu estou... estou com medo. Mais do que nunca. E não é só por mim... — Minhas mãos tremiam, e eu as apoiei nos joelhos, sentindo o peso esmagador do medo me rasgar por dentro.

Hange me observou com uma expressão preocupada, sua postura rígida, mas ela permaneceu em silêncio, permitindo que eu continuasse. Respirei fundo, tentando acalmar o caos que se alastrava em meu interior.

— Eu não sei o que isso significa. Não sei o que está crescendo dentro de mim, se é um monstro ou... ou algo que ainda pode ser salvo. Mas estou com medo. De mim mesma. De machucar essa vida, de... de trazer alguém para este mundo só para sofrer. Mas, ao mesmo tempo, não consigo simplesmente desistir... E eu preciso da sua ajuda, Hange. Eu preciso que você me diga o que fazer.

O sol estava se pondo, tingindo o céu de um vermelho profundo, quase ameaçador, e o crepúsculo parecia refletir a escuridão que pairava sobre nós. Hange olhou para o horizonte por um momento, os olhos carregados de uma mistura de preocupação e determinação, antes de retornar seu olhar para mim.

— Amelie... isso é muito complicado. Meu conselho talvez não seja o que você quer ouvir — ela começou, sua voz carregada de um peso que parecia corresponder ao ambiente ao nosso redor.

Hange suspirou, seus olhos fixos no sol que se escondia no horizonte. — Eu tenho o que é necessário, e sei como realizar um aborto.

Aquelas palavras atingiram-me como um golpe no estômago. — Não, não vou fazer isso — recusei, o desespero tingindo minha voz.

— Amelie, pense bem. Tente ver a situação com clareza. Nada está a seu favor.

— Hange, eu não posso. Não posso fazer isso. — A dor nas palavras era visível, uma resposta desesperada para o dilema que enfrentava. Hange assentiu lentamente, mas ainda havia uma sombra de desaprovação em seus olhos.

— Posso saber de quem é? — Ela perguntou, o tom de sua voz revelando uma curiosidade compreensiva.

Baixei a cabeça, mexendo nervosamente com minhas mãos, cutucando a pele da minha cutícula. — Levi.

Levantei a cabeça e a olhei com um pedido silencioso. — Por favor, não diga nada a ele. Por favor, Hange.

Ela assentiu, seus braços cruzados sobre o peito, e permaneceu em silêncio por um longo tempo, o olhar distante. Finalmente, ela falou, com uma nota de resignação em sua voz.

— Eu farei mais estudos, tentarei encontrar algo que funcione, um antídoto que mantenha o vírus controlado. Mas em relação a isso — ela gesticulou para minha barriga com um movimento que misturava preocupação e pesar —, minha opinião não mudará. Sua atitude é egoísta e irresponsável. Não sabemos o que nascerá.

As palavras de Hange me cortaram como lâminas afiadas, e eu senti um aperto doloroso no peito. — Você descobriu algo novo? — perguntei, tentando me agarrar a qualquer fio de esperança.

— Sim — respondeu ela, os olhos agora focados no horizonte com uma determinação renovada. — O vírus não é transmitido pelo ar. O que eu suspeito é que esse vírus foi injetado nas pessoas, possivelmente usadas como cobaias no laboratório do Distrito Maria. Você, por exemplo, foi infectada ao beber o chá. Deve haver um antídoto, uma fórmula, alguma coisa naquele laboratório.

— Teremos que voltar lá, não é? — a certeza nas minhas palavras era uma tentativa de encontrar um propósito em meio ao desespero.

— Sinto muito, Amelie, mas não há outro jeito. Tentarei estudar isso e adiar a ida. Vá amanhã ao meu laboratório. Preciso de mais amostras do seu sangue.

Assenti com um movimento lento, sentindo o peso da decisão e das palavras de Hange. Ela se afastou, e eu permaneci ali nas arquibancadas, o céu agora mergulhado em um tom de azul escuro, enquanto o crepúsculo dava lugar à noite. A sensação de solidão era esmagadora, e o medo e a incerteza pareciam se aninhar ao meu redor, como sombras persistentes na escuridão crescente.

O amanhecer trouxe pouca luz e nenhum alívio. Passei a noite em claro, enredada em pensamentos sombrios que se recusavam a me soltar. Cada vez que fechava os olhos, eles retornavam com mais força, atormentando-me, como se estivessem aguardando pacientemente na escuridão para me devorar. O quarto, que deveria ser meu refúgio, parecia uma cela, suas sombras longas e sinuosas eram uma extensão dos meus próprios medos, projetadas nas paredes.

Minha mente era um campo de batalha. As dúvidas, como fantasmas, flutuavam por todo lado, sussurrando palavras de incerteza. "E se?" Essas palavras ecoavam na minha cabeça, cada uma mais cortante que a anterior. Eu não sabia o que era mais aterrorizante: o futuro, tão incerto e ameaçador, ou o presente, que escapava de minhas mãos como areia.

O controle que eu achava que tinha sobre mim mesma, sobre meus pensamentos e emoções, estava se esvaindo. Sentia como se estivesse à beira de um precipício, prestes a cair em um abismo sem fim. A sensação era opressiva, como se algo dentro de mim estivesse se soltando, quebrando lentamente cada corrente que me mantinha ancorada na realidade.

Era a raiva que mais me assustava. A raiva que queimava sob minha pele, crescendo a cada instante, pulsando com uma força selvagem. Parecia um fogo incontrolável, devorando-me por dentro. Eu podia senti-la se espalhando, começando nas profundezas do meu ser e subindo até a superfície, como lava prestes a explodir. Eu queria gritar, rasgar tudo ao meu redor, destruir algo, qualquer coisa, apenas para aliviar a pressão que estava me esmagando.

Meu olhar se fixou no espelho à minha frente. A imagem refletida era quase irreconhecível: olhos vermelhos e cansados, pele pálida e esticada sobre ossos que pareciam mais salientes do que antes. Eu estava mudando. Algo dentro de mim estava mudando. Podia sentir meu próprio corpo se rebelando, meus pensamentos se distorcendo. O medo de perder o controle, de perder a mim mesma, era quase insuportável. Era como se eu estivesse à beira de um colapso, e a cada segundo que passava, sentia que estava um passo mais perto do caos absoluto.

Meus punhos se fecharam involuntariamente, as unhas cravando nas palmas das mãos, tentando ancorar-me em algo real, algo tangível. Mas até isso parecia inútil. A realidade se desvanecia, e eu não sabia mais se o que sentia era real ou apenas uma criação da minha mente atormentada.

As paredes do quarto pareciam se fechar ao meu redor, como se estivessem conspirando com meus próprios pensamentos para me aprisionar ainda mais. A respiração se tornou difícil, cada inspiração rasgando minha garganta como se eu estivesse engolindo cacos de vidro. Meu peito subia e descia de forma irregular, enquanto uma onda de calor me invadia, seguida por um frio cortante. Eu estava à deriva, perdida em um mar de emoções que não conseguia controlar.

Eu me sentia uma estranha em meu próprio corpo, em minha própria mente. A pessoa que eu havia sido estava desaparecendo, desintegrando-se a cada pensamento de ódio, de raiva e de medo. Eu queria me agarrar a algo, a qualquer coisa que pudesse me trazer de volta, que pudesse me salvar de mim mesma, mas não havia nada. Apenas o vazio, que se alastrava, devorando tudo ao seu redor.

Por um momento, a ideia de simplesmente desistir, de me entregar ao caos, pareceu tentadora. Deixar que o fogo da raiva me consumisse por completo, acabar com a luta e deixar que ele me dominasse. Mas logo essa ideia se dissipou, substituída por um medo ainda mais profundo. Eu sabia que, se perdesse o controle agora, jamais conseguiria recuperá-lo. Eu estava em uma corda bamba, e um passo em falso me levaria direto ao abismo.

Eu precisava encontrar uma maneira de me controlar, de não deixar que essa raiva, essa escuridão, me dominasse. Mas como? Tudo dentro de mim estava em guerra, e eu não sabia se tinha forças para vencer essa batalha.

O sol começava a subir, mas a luz que entrava pela janela parecia fria, sem vida. Eu sabia que precisava sair desse quarto, desse ciclo vicioso de pensamentos que me aprisionava, mas a força para fazer isso me faltava. Tudo o que eu conseguia fazer era permanecer ali, imóvel, tentando, desesperadamente, encontrar uma saída desse labirinto de medo e raiva em que eu mesma me havia perdido.

O quarto parecia apertar-se ao meu redor, sufocante, e a sensação de perder o controle sobre mim mesma era insuportável. Decidi que precisava sair, fazer algo para afastar os pensamentos sombrios que me consumiam. A ideia de ir até o laboratório de Hange surgiu como uma tentativa desesperada de encontrar algum alívio, uma explicação para o que estava acontecendo comigo.

Caminhei até lá como se estivesse em uma névoa, meus passos automáticos, enquanto minha mente vagava por terrenos obscuros e traiçoeiros. Quando finalmente cheguei, Hange estava imersa em seu trabalho, rodeada por frascos e anotações, mas a concentração em seu rosto parecia perturbada por uma preocupação silenciosa.

Ela ergueu o olhar quando entrei, seus olhos me estudando por um momento, como se tentasse decifrar algo em mim que não estava visível. Sem dizer uma palavra, ela indicou uma cadeira próxima, e eu me sentei, sentindo o peso do silêncio entre nós.

Hange começou a preparar os instrumentos para coletar mais amostras do meu sangue. O som dos frascos de vidro se tocando era estranhamente reconfortante, uma pausa momentânea na tempestade que assolava minha mente. Quando ela se aproximou com a seringa, suas mãos estavam firmes, mas havia algo em seus olhos que me fez perguntar:

— Você tem medo que eu surte de repente? — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, refletindo a dúvida que me corroía por dentro.

Ela hesitou por um segundo antes de inserir a agulha em minha pele. Observei o líquido escuro fluindo para o frasco, cada gota me tornando mais consciente da minha própria fragilidade.

— Não. — Sua voz era calma, quase otimista. — Acredito que o vírus em você está agindo de maneira diferente. Suspeito que tenha sofrido uma nova mutação.

Fiquei em silêncio, absorvendo suas palavras. Se Hange estava certa, então havia algo em mim que eu não podia controlar, algo que me transformava, e a incerteza sobre o que eu poderia me tornar era aterrorizante.

— Erwin já sabe? — Perguntei, tentando manter a voz firme.

Hange assentiu, evitando meu olhar enquanto guardava a amostra de sangue. O silêncio entre nós se tornava cada vez mais pesado, até que eu rompi o véu de inquietação que pairava sobre nós.

— Então, por que eu não estou presa? — A incredulidade e o temor tingiam minhas palavras. — Eu posso ser um risco para todos vocês.

Ela parou, virando-se para mim com um suspiro pesado. Seus ombros pareciam carregar um fardo invisível. Aproximou-se e segurou meus ombros com firmeza, seus olhos fixos nos meus, carregados de uma determinação inabalável.

— Se eu perceber que você é perigosa para todos aqui, eu mesma mandarei prender você. — As palavras de Hange eram firmes, mas havia um tom protetor em sua postura, como se estivesse tentando me acalmar enquanto deixava claro o que estava em jogo.

Um nó se formou em minha garganta, mas eu forcei a pergunta que pairava no fundo da minha mente:

— E se for tarde demais quando você perceber?

Hange não respondeu de imediato. Seu olhar suavizou, e ela me soltou, deixando suas mãos caírem ao lado do corpo. Quando finalmente falou, sua voz era mais suave, quase um sussurro:

— Acreditamos que ainda há tempo, Amelie. Tempo para entender o que está acontecendo com você e, talvez, para reverter isso.

Suas palavras pairaram no ar entre nós, carregadas de esperança e medo. Eu queria acreditar nela, queria desesperadamente agarrar-me a essa esperança. Mas algo dentro de mim, algo sombrio e profundo, me dizia que o tempo estava se esgotando, e que a batalha que eu travava contra mim mesma estava apenas começando.

Hange me observou por mais um instante, como se esperasse que eu dissesse algo, mas não havia mais nada a ser dito. A partir daqui, tudo o que me restava era enfrentar o que estava por vir, esperando que eu conseguisse manter o controle, pelo menos o suficiente para não colocar todos em risco.

Ela se afastou e pegou um pequeno frasco com cápsulas que repousava sobre a mesa, entregando-o a mim.

— São vitaminas — disse ela, quase sem conseguir me encarar. — Seu corpo está passando por mudanças por conta da gestação.

Aceitei as cápsulas, sentindo a tensão entre nós aumentar. A palavra "gestação" parecia queimar na boca de Hange, como se fosse ácida.

— Hange. — Eu a chamei, e ela me olhou. — Pode guardar segredo sobre minha gravidez?

Seu cenho se franziu.

— Sabe que daqui a alguns meses será impossível esconder. A barriga cresce.

— Eu sei, só preciso me acostumar com isso.

Hange assentiu, sua boca se abriu como se fosse dizer algo mais, mas ela desistiu.

Antes de sair do laboratório, dei uma última olhada em Hange. Ela havia voltado à sua mesa de trabalho, mas a rigidez em seus ombros e a maneira como segurava a caneta com força revelavam o que ela realmente sentia. Eu sabia que, por trás de sua determinação, havia o mesmo medo que eu carregava: a incerteza de quem ou o que eu estava me tornando.

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