Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 14

2527 palavras

"Em meio ao aconchego ilusório, o verdadeiro horror se esconde nas sombras, onde o silêncio é um prenúncio do caos que se aproxima."

Às 7:00 da manhã seguinte, eu estava à espera de Hange e Moblit no portão do quartel. Meu estômago roncava, implorando por um pouco de comida, mas o apetite parecia distante.

— Bom dia! — Hange exclamou com uma energia inusitada para aquele horário, fazendo-me dar um salto. Moblit estava logo atrás dela.

— Bom dia, Hange, Moblit. — Respondi, tentando esconder meu susto. Hange sorria, e eu me perguntava como ela podia parecer tão animada logo cedo.

— Você tomou café? Não te vi no refeitório. — Perguntou Hange.

— Não estou com fome. — Respondi, e ela assentiu.

— Então vamos. — Disse Hange, começando a caminhar à frente.

Caminhamos pelas ruas do distrito, que começavam a se encher de vida. Os comerciantes abriam suas lojas, e o cenário, com a neve caindo suave e graciosa, cobrindo tudo com um manto branco, era como um quadro em movimento. As crianças brincavam na neve, adicionando um toque de cor e vida à paisagem. Eu observava, refletindo que essas pessoas dependiam de nós para sua segurança, mesmo enquanto carregávamos o peso de decisões difíceis.

— Como está seu ferimento? — Hange perguntou, tirando-me dos meus pensamentos.

— Está melhor, não dói mais, e as marcas no meu pescoço estão melhorando. — Respondi.

Hange assentiu e, em seguida, mudou de assunto.

— Presumo que o comandante já te informou sobre o propósito da nossa visita?

— Sim, o comandante me explicou a situação. — Respondi.

— Vocês são bem próximos, não é? — Hange perguntou, fazendo meu corpo enrijecer.

— O quê? Não, não é nada disso. É apenas profissional. — Gaguejei, percebendo que precisava melhorar minhas habilidades de mentira com Hange. Ela soltou uma gargalhada alta.

— Tudo bem, Melinha, eu acredito em você. — Sua expressão se tornou séria de repente. — Mas tome cuidado com sua relação profissional. — Ela me advertiu com um tom maternal inesperado. Assenti.

— Bom, precisamos nos apressar. O Sr. Egner está nos esperando. — Disse Hange, apressando o passo.

Enquanto seguíamos, a manhã fria e a energia de Hange faziam a jornada parecer mais leve, mesmo com o peso das responsabilidades que carregávamos.

Chegamos às fazendas, que se estendiam por vastos campos. Havia três delas, cada uma dedicada a uma fonte diferente de proteína: gado, porcos e aves. Além disso, cultivavam diversos tipos de legumes e tubérculos. Os campos eram imensos e bem cuidados, com trabalhadores que se dividiam entre viver aqui e se deslocar para o centro do distrito.

O celeiro, com suas paredes envelhecidas e desgastadas pelo tempo, emanava um cheiro forte de estrume que se misturava ao ar frio e úmido. Dentro, a iluminação era precária; algumas lâmpadas piscavam intermitentemente, enquanto outras estavam apagadas, deixando o ambiente em um semi-escuridão que fazia as sombras dançarem nas paredes. O ar estava carregado de umidade.

No interior do celeiro onde o gado era mantido, o Sr. Egner já nos esperava. Ele era um homem na casa dos 50 anos, com um casaco de frio preto que contrastava com a blusa xadrez vermelha que usava por baixo. Suas galochas brancas, aparentemente feitas para suportar o lamaçal, faziam um som de estalos abafados a cada passo que dava. A expressão em seu rosto era uma mistura de preocupação e cansaço, refletindo a seriedade da situação que estávamos prestes a enfrentar.

— Como estão as coisas, Sr. Egner? — Hange perguntou, posicionando-se ao lado dele. Eu e Moblit a acompanhamos.

— Nada bom, doutora Zoe. — O homem balançou a cabeça, olhando com pesar para o cenário diante de nós.

Dentro do celeiro, o gado se encontrava em estado deplorável. Alguns animais estavam mortos, enquanto outros lutavam para respirar, seus corpos estendidos no chão coberto de palha e excrementos. O cheiro de putrefação era avassalador, uma mistura de carne em decomposição e fezes que fazia meu estômago se revirar. Respirei fundo, lutando contra a ânsia de vomitar.

— Isolou os doentes dos saudáveis? — Perguntei, tentando manter a compostura.

— Isolar o gado saudável? — Ele riu sem humor. — Capitã, semana passada eu tinha pelo menos 150 cabeças de gado adultas e uns 50 bezerros. Agora, olhe isso. — Ele fez um gesto amplo, indicando o celeiro. Havia talvez uns 30 animais ali, e apenas cerca de 15 ainda respiravam de forma débil.

— Ninguém tem permissão para entrar neste celeiro sem as roupas de proteção adequadas. Receio que possa ser contagioso para humanos. — Disse Hange, sua voz implacável. — Moblit, prepare o equipamento. Precisamos de amostras de sangue dos que ainda estão vivos e dos mortos.

Moblit começou a preparar o equipamento, abrindo a bolsa com uma expressão concentrada. Ele nos entregou trajes de proteção idênticos aos que ele usou quando testou Jean. Coloquei o traje sobre meu uniforme, ajustando-o com dificuldade, e coloquei os óculos de proteção, luvas, máscaras e botas, garantindo que não houvesse nenhuma área exposta.

Completamente equipada, entrei no celeiro, deixando o Sr. Egner do lado de fora. A atmosfera era ainda mais opressiva dentro. O cheiro pútrido se intensificava, penetrando nas camadas da máscara e tornando o ar quase impossível de respirar. O aroma metálico e nauseante da morte fazia meu estômago se contorcer ainda mais.

— Amelie, o bezerro perto da parede, ele ainda respira. — Hange indicou, e me aproximei com um nó na garganta.

O bezerro estava em estado horrível. Seus olhos estavam inchados e cobertos de secreção, e o corpo em decomposição estava cheio de vermes que se moviam lentamente. O animal estava apodrecendo vivo, sua pele estava pálida e esticada sobre os ossos. Ao me agachar perto dele, o cheiro foi quase insuportável. Tentei me concentrar, forçando-me a não vomitar enquanto me preparava para ajudar.

— Onde? — Falei com dificuldade, a voz carregada de repulsa.

— Veia jugular. Preciso encher quatro cilindros de 20 ml. — Hange respondeu, mantendo uma expressão neutra apesar da cena.

Segurei o bezerro, que estava imóvel e em agonia. Hange inseriu a agulha na veia pulsante com uma precisão clínica, o sangue escorrendo lentamente para os cilindros. O bezerro não fez nenhum movimento; sua vida estava se esvaindo. Quando Hange retirou a agulha, gotas de sangue caíram no chão, e Moblit rapidamente as transferiu para os recipientes de conservação.

— Vamos deixá-lo descansar — Hange disse com uma tristeza sutil na voz.

Enquanto Hange e Moblit foram para o centro do celeiro, onde encontraram um animal em estado avançado de decomposição, eu decidi agir com rapidez. Puxei minha adaga e, sem hesitação, cortei a garganta do animal quase totalmente desfeito. O sangue jorrou da ferida, misturando-se com os fluidos já presentes. O som do líquido sendo derramado e o cheiro acre de sangue fresco foram intensamente desconfortáveis. Era um ato de misericórdia, mas também de brutalidade, e eu não podia evitar que o sangue respingasse em minha roupa de proteção.

Enquanto terminava de matar cada gado ainda vivo, o processo se tornou uma repetição dolorosa. O sangue e os fluidos foram se acumulando, manchando-me completamente. Ao final da tarefa, minha roupa estava encharcada e o cheiro de morte era quase insuportável. Havia um incinerador na fazenda para onde levamos nossas roupas de proteção, e eu não podia esperar para me livrar daquela cena macabra.

O trabalho foi extenuante e desolador, mas era necessário. Eu me sentia suja.

O Sr. Egner nos esperava na parte externa do celeiro. Seu semblante estava cansado e carregado de preocupação.

— Porra, Jesus — Hange exclamou, apoiando as mãos nos joelhos e inclinando-se ligeiramente para frente. — Parecia que... quase não consegui segurar o café da manhã no estômago. Ela inalou o ar frio e limpo, tentando se recuperar.

Moblit, agora sem a máscara, parecia prestes a desmaiar a qualquer momento. Seu rosto estava uma carranca, e eu sabia que o cheiro no celeiro ainda estava muito presente em sua mente. Eu, por outro lado, me sentia um pouco tonta, mas era evidente que eu havia respirado a maior parte do fedor. A sensação de náusea estava mais controlada para mim, embora a experiência tivesse sido igualmente horrível.

— Obrigada por nos receber, Sr. Egner. — Hange se dirigiu ao fazendeiro, sua voz ainda carregada de cansaço. — Nos mantenha atualizados se algum dos outros animais apresentar sinais de doença.

— Sim, doutora Zoe, obrigado — respondeu Egner com um aceno de cabeça.

— Hange, vou ficar aqui para fazer algumas perguntas ao Sr. Egner — disse Moblit.

Hange olhou para Moblit, que balançou a cabeça em sinal de concordância. Hange então assentiu e virou-se para mim.

— Preciso levar essas amostras diretamente para o laboratório. Moblit também não pode ficar porque vou precisar dele comigo.

Hange parecia preocupada, mas havia uma determinação em seus olhos.

— Tudo bem, eu sei o caminho de volta — assegurei, sabendo que conseguiria me orientar sem problemas.

Hange e Moblit se afastaram, desaparecendo à medida que se distanciavam.

— Vamos até minha casa. Gostaria de uma xícara de chá? — ofereceu o Sr. Egner, sua voz gentil contrastando com o ambiente pesado do celeiro.

— Sim, obrigada, Sr. Egner — aceitei

A casa do Sr. Egner ficava um pouco mais afastada do celeiro, isolada em meio à paisagem coberta de neve. Era uma construção simples, uma casinha de madeira branca com uma varanda que parecia ter visto melhores dias. A lembrança da casa onde eu e meu pai ficamos invadiu minha mente: aquela sensação de abandono e simplicidade que a casa transmitia.

Ao entrar, fui recebida por um ambiente que contrastava com o caos do celeiro. A sala era espaçosa, mas despojada. Um sofá surrado estava encostado em uma das paredes, e uma mesa de madeira desgastada ocupava o centro do cômodo, acompanhada por duas cadeiras simples. A cozinha, logo ao lado, era igualmente básica, com um fogão antigo, uma geladeira enferrujada e um armário encostado na parede. A pia estava cheia de louça suja, e não havia paredes para dividir os cômodos, criando uma sensação de total exposição. O chão de madeira rangia a cada passo, mas o que mais marcava o ambiente era o forte cheiro de desinfetante que tentava mascarar o odor de umidade, poeira e algo mais que não conseguia identificar.

— Sinto muito, mas acho que será melhor fazer suas perguntas aqui do que naquele frio — disse o Sr. Egner, tentando aliviar o clima tenso enquanto me acomodava em uma das cadeiras.

Ele soltou uma risada nervosa e se dirigiu para a cozinha, onde comecei a notar o cheiro do chá sendo preparado, que misturava com o aroma do desinfetante.

— Sua casa é aconchegante, senhor — falei, mesmo sabendo que a palavra "aconchegante" não descrevia com precisão a sensação que a casa transmitia. Estava limpa, pelo menos.

— Obrigado, minha esposa, Florencia, é sempre muito zelosa — respondeu Egner, virando as costas e indo em direção à cozinha.

— Você pode fazer suas perguntas enquanto preparo o chá — ofereceu ele, com um tom que tentava ser cordial.

— O que aconteceu na semana em que o gado ficou doente? — perguntei, tentando manter a objetividade.

Ao ouvir minha pergunta, Egner ficou tenso, seus ombros enrijecidos e seus dedos batendo nervosamente na madeira do armário.

— Estava tudo bem. Eles estavam todos saudáveis e comendo bem — começou, sua voz falhando um pouco.

— E então? — insisti, tentando extrair mais informações.

— Um dos bezerros adoeceu, mas era difícil monitorar todos os animais no celeiro. Não percebi o bezerro doente até encontrá-lo morto na manhã de domingo. À tarde, outro bezerro morreu. No final do dia, mais três bezerros tinham morrido.

Enquanto anotava, Egner continuou, visivelmente angustiado.

— No dia seguinte, o número de mortes aumentou. Pensei que fosse apenas com os filhotes, mas os adultos começaram a morrer também. Agora não resta nenhum.

— O senhor teve algum contato direto com o gado doente, especialmente se tinha feridas abertas? — perguntei, apenas para garantir.

— Não — respondeu, com um tom definitivo.

— Você tem filhos? — mudei de assunto, tentando obter mais informações pessoais.

Ele riu, o som da colher batendo na xícara enquanto mexia o chá interrompeu a conversa. Ele sentou-se na cadeira em frente a mim e colocou a xícara quente sobre a mesa. Eu a peguei com um gesto agradecido.

— Não, somos apenas eu e Florencia — disse, enquanto eu tomava um gole do chá. O gosto era amargo e estranho, diferente de qualquer chá que eu já havia experimentado, e me lembrou das poucas vezes em que vi Levi beber erva-doce.

— E sua esposa, onde está? — perguntei, enquanto tentava disfarçar a estranheza do gosto.

Egner parecia desconfortável com a pergunta, evitando o contato visual.

— Ela não está aqui agora. Deve ter ido à cidade — respondeu com um olhar evasivo.

Um barulho vindo da lateral da sala interrompeu a conversa. Uma porta fechada em frente ao sofá chamou minha atenção. Olhei para Egner, esperando que ele explicasse, mas seus olhos se desviaram, evitando o contato.

— O que foi isso? — perguntei, meu tom exigente.

— Deve ter sido o gato. Ele gosta de dormir no chão do banheiro — disse ele, com uma hesitação perceptível.

Sua voz estava nervosa e seu coração parecia bater descompassado. Sem esperar mais, levantei-me para verificar, mas Egner foi mais rápido, segurando meu braço com uma força que me fez sentir dor.

— Não, está sujo — disse ele, com um tom de súplica.

— Eu preciso ver — respondi, minha voz firme e sem margem para negociações.

— Por favor, espere a Florencia voltar. Ela limpará tudo para você. — Ele estava visivelmente desesperado.

O toque do fone de ouvido cortou o clima tenso. Engoli em seco, o Sr. Egner ainda segurando meu braço com força. Com um suspiro frustrado, toquei o botão do fone.

— Aqui é Amelie, fale.

— Amelie, é Hange. — A voz dela estava tensa e urgente. — Precisamos que você volte imediatamente. Houve um ataque, um soldado foi morto e Levi... ele foi atacado.

Meu coração quase parou. Levi? Atacado? A urgência na voz de Hange foi suficiente para dissipar qualquer dúvida que eu tivesse sobre o Sr. Egner.

— Estou a caminho — respondi, desligando o fone e olhando para o Sr. Egner, que parecia aliviado e ainda nervoso, seus olhos evitando os meus enquanto ele soltava meu braço lentamente.

— Sr. Egner, preciso ir. — Minha voz era firme, apesar do nervosismo e da preocupação.

Ele assentiu rapidamente, claramente aliviado. Peguei minha bolsa e saí da casa, sentindo o olhar dele nas minhas costas. Algo estava profundamente errado ali, algo que ele estava desesperadamente tentando esconder.

Caminhei rapidamente de volta pela neve, minha mente tumultuada entre a preocupação com Levi e as perguntas sem resposta sobre a fazenda. O que poderia ter acontecido com ele? Como ele foi atacado?

Ao chegar ao portão do quartel, Hange e Moblit já estavam lá, com expressões sérias e carregadas de tensão.

— O que aconteceu com Levi? — perguntei, ofegante e preocupada.

— Ele foi atacado por uma mulher dentro do quartel. Não sabemos como ela entrou. Ela é uma civil — explicou Hange rapidamente, começando a andar. — Ele está ferido, mas está estável. Conseguimos prender a mulher, mas ela matou um dos soldados, Amelie.

Hange me segurou pelo braço, obrigando-me a parar.

— Amelie, não foi só isso. Ela não apenas matou, ela arrancou o braço dele e se deliciou com ele como se fosse um banquete.

Meu corpo congelou diante daquela revelação. Que porra estava acontecendo?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro