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Capítulo 9


— Que preço?

— Não tenho certeza, Vossa Alteza — ele fez um gesto casual com os ombros agudos.

— Descubra — Soen ordenou. — E o que você sabe sobre a gata preta?

— Não sei muito, Vossa Alteza. Alguma bruxa ou bruxo poderoso enviou tal criatura para lhe proteger ou vigiar. Me parece algum tipo de espírito, mas é praticamente um simples gato — Garon parecia sincero, apesar do falso tom servil em sua voz. — Geralmente, espíritos femininos são ótimos patronos, mas eu não sabia que se tratava de uma gata e supus que fosse um demônio de olho em você. Suponho que seja a própria Rainha Peste quem a enviou, assim ela lhe entregou a Marca e pronto, você está imune. Tudo se encaixa assim.

— Não se prove um inútil, Garon. Tenho pouca tolerância com aqueles que não me servem bem — Soen advertiu. — E por que a Rainha Peste iria me querer imune?

— Talvez ela precise de um novo rei no controle. Alguém que queira se livrar do Papa. E de mim. Todos sabem que nós não temos controle sobre você. Ninguém tem.

Soen deu a ele um sorriso afiado.

— Me pergunto o que aconteceria se eu fizesse o que ela quer. Nós nos tornaríamos aliados? — Ele não se moveu, mas o Conselheiro do Rei podia sentir a intenção assassina transbordando em seus olhos escuros.

— Se você me matar, seu primo morre — disse ele.

— E você acha que eu me importo? — Soen se ergueu e levou a mão à espada. A verdade era que, para ele, seria um preço baixo a se pagar. Mas ele devia um favor a Yenned, afinal, e matar o Papa não seria tão fácil quanto matar Garon parecia ser.

Soen refletiu por um momento. O polegar deslizando lentamente pelo pomo dourado de sua velha amiga de infância.

— Certo — ele soltou o cabo da espada e apoiou as mãos na mesa do conselheiro, encarando-o bem de perto e mergulhando no azul leitoso de seus olhos. — Eu vou te dar uma chance. Desfaça o quanto antes a maldição que lançou sobre Yenned. Caso se prove útil, posso permitir que seu coração continue batendo.

— Acho melhor não — ele começou, e então se explicou rapidamente quando viu a expressão no semblante de Soen. — Em primeiro lugar, em momento algum admiti que a maldição era culpa minha, mas devo dizer que o príncipe Yenned está mais seguro assim, Vossa Alteza, já que sua metade gato esteve mantendo-o vivo enquanto o ferimento que ele sofreu não recebe um tratamento.

Soen remoeu as palavras dele por um momento lento e frio.

Garon sabia que Yen estava gravemente ferido, e o herdeiro do trono tinha uma suspeita quase irracional de que o feiticeiro também tinha visto o guarda morto em sua porta, antes mesmo de o sujeito provar da espada do príncipe. Soen se perguntava o quanto aquele homem podia saber de verdade. Que tipo de armadilhas ele tinha planejado para um futuro que ninguém mais conhecia.

Reconhecendo silenciosamente que Garon talvez fosse mais perigoso do que ele supôs, Soen 

decidiu que o levaria um pouco mais a sério.

— Se não você, quem mais lançaria uma maldição em Yenned enquanto tentava acertar a mim? 

— ele disse.

Garon sequer pensou. Era nítido que ele conhecia a identidade do culpado.

— Há cerca de dois meses — ele começou, olhos fixos em Soen enquanto falava em voz baixa. — Vossa Majestade, o seu pai, pediu minha ajuda para contatar um demônio extremamente poderoso, e eu dei a ele tudo o que era preciso para realizar uma invocação. Eu não sei o que ele fez, muito menos qual demônio invocou, mas, pouco tempo depois, havia algo de errado com o príncipe Yenned.

— Está me dizendo que o rei Othail fez tudo sozinho e que você não sabe de mais nada? — Soen lançou um olhar para sua lâmina manchada de vermelho, ainda cravada entre os papéis da escrivaninha do feiticeiro. — Não seja tolo ou arrogante, Garon. Eu posso arrancar a verdade de você.

— Há demônios que podem cegar até mesmo aqueles que servem a outros senhores, Vossa Alteza. Mesmo alguém como eu tem seus limites. Algumas criaturas do céu e do inferno podem me afastar facilmente — ele murmurou, como se temesse ser ouvido, mas mantendo uma expressão calma no rosto enrugado. — Mas eu vou garantir que os efeitos da Perdere Hominem sejam retardados o quanto possível.

Fazia sentido que Othail tivesse lançado a maldição por conta própria. Soen sabia que o rei não queria dividir o crédito pela morte de seu filho com ninguém, e se a ideia de matar o herdeiro do trono com uma maldição daquelas fosse mesmo de seu pai, bem, talvez ele não fosse tão manipulado pelo Conselheiro do Rei quanto Soen pensava.

Ou era nisso que Garon queria que Soen acreditasse.

Não importava, Soen simplesmente se livraria dos dois, e o culpado, quem quer que fosse, pagaria.

— Perdere Hominem — o príncipe testou as palavras na boca. — É o nome da maldição?

— Sim, Vossa Alteza — Garon afirmou com a cabeça. — É uma das raras maldições de perdição que não estão ligadas à luxúria ou algum outro pecado capital. Mas saiba que enquanto o príncipe Yenned estiver com ela, ninguém poderá usá-lo contra você.

Ele dizia a verdade, mas não toda. Era fato que não existia outro cidadão em toda Sacra disposto a se envolver com alguém que estava sendo consumido por bruxaria. Nem para o bem ou mesmo para o mal. Até mesmo os irmãos dele virariam as costas em tal situação, e nem mesmo aqueles que guardam rancor contra Soen ousariam usá-lo como refém.

Portanto, ninguém seria capaz de usar Yen contra o herdeiro do trono. Ninguém, exceto Garon, que poderia cobrar um preço alto em troca de salvá-lo.

— E por que você se importaria com isso? — o herdeiro do trono perguntou, só para ver o que o conselheiro responderia.

— Eu também estou jogando um jogo, príncipe Soen. Também tenho peças no tabuleiro. Algumas são descartáveis, outras não.

Ele estava tentando dizer que não queria Yen morto, mas era preferível para Soen que Garon almejasse o fim de seu primo. Se ele não queria matá-lo, afinal, talvez houvesse algo sobre o príncipe Yenned que Soen estava deixando passar.

Quão valioso o décimo primeiro na linha de sucessão do trono poderia ser, para que o feiticeiro por trás do rei de Etheia quisesse tê-lo entre suas peças?

Com um puxão, Soen removeu sua espada da mesa de madeira maciça e a embainhou novamente. De alguma forma, estava com mais perguntas na cabeça do que as respostas que conseguiu de Garon poderiam saciar.

— Felizmente, eu posso sacrificar qualquer peça se isso significar a vitória — Soen disse, deixando seu aviso claro. — E essa maldição da minha mãe, você vai removê-la também.

— Como quiser, Vossa Alteza. Começarei os preparativos imediatamente. Também posso ajudar o príncipe Yenned em sua recuperação, enviando um médico de confiança para que não 

descubram sobre a aparência atual dele, além de desfazer a maldição.

Lá estava de novo. O interesse do feiticeiro em manter Yen vivo não cheirava bem para Soen.

— Espero resultados, Garon — ele disse, sem mais delongas. — E não demore. Não faça seu príncipe se cansar.

Então Soen se virou e saiu. Não havia sido uma conversa difícil, no fim das contas. Garon parecia bem disposto a cooperar.

— Você não sabe onde está se metendo, Vossa Alteza — ele ouviu o feiticeiro murmurar enquanto batia a porta atrás de si, e a sombra de um sorriso cresceu nos lábios do príncipe. Diante dele, a poça de sangue brilhante ainda estava fresca no chão.

Era uma pena, no entanto, que não fosse o sangue do feiticeiro.

Ele era muito insolente para alguém que valorizava tanto a própria vida. Teve até mesmo a audácia de dar um sermão sobre a natureza inapropriada de Soen. Um bruxo, servo do Diabo, julgando sua moralidade. As pessoas estavam ficando cada vez mais atrevidas com a família real nos últimos anos. Claro, Soen sabia que ele agia de forma tão descuidada porque era muito poderoso, embora não parecesse. Apesar disso, nada nele parecia realmente diabólico, como o príncipe achava que os bruxos deveriam ser.

Nada, excetuando seus olhos. Turvos demais, em um tom de azul pálido e leitoso, apesar de Garon estar longe de parecer velho o bastante para começar a ficar cego.

Com a sua cabeça raspada e corpo magro, sempre coberto por uma longa túnica verde como as florestas, ele poderia fingir que era muito mais velho do que realmente aparentava. Mas Soen podia ver que o feiticeiro não passava dos 35 anos. Talvez nem chegasse aos 30.

Enquanto caminhava pelos corredores abafados do palácio e refletia sobre a idade do Conselheiro do Rei, a cabeça de Soen voltava progressivamente a doer. Tanto que seu cérebro parecia prestes a escorrer através de todos os orifícios de sua cabeça.

Soen estava satisfeito pela ressaca não ter afetado sua conversa com Garon. Ele estivera tão concentrado na tarefa de tentar não cortar a garganta do feiticeiro que só voltou a sentir os efeitos da bebida quando já estava na metade do caminho para os arbustos onde havia escondido Yen.

Foi quando ele pensou melhor, voltou até o seu quarto e pegou uma capa longa de inverno e um elmo empoeirado que só servia como enfeite acima da lareira.

Apesar de ser meados de verão, ninguém o questionou enquanto refazia sua trajetória rumo ao lado de fora do castelo, com o imenso casaco de pele de urso nas mãos e a bainha de sua espada manchada de sangue no quadril.


— Lamento a demora, Yen, fico aliviado que ninguém tenha te encontrado e lançado seu corpo felino no rio enquanto eu estava fora — Ele disse enquanto abria caminho entre os espinhos até encontrar seu primo, nu e semi-inconsciente entre os arbustos.

— Soen — Yen murmurou com a voz rouca. — Seja rápido, tem formigas aqui.

— Nunca vi um homem à beira da morte reclamar de formigas — Soen comentou distraidamente enquanto entregava o casaco a Yen. — Isso deve significar que você está bem de saúde, primo. Talvez eu deva cuidar dos meus assuntos mais urgentes e voltar outra hora, já que você tem tudo sob controle. Prefere que eu venha na hora do chá?

— Por Deus, apenas cale a boca — Yen disse entre um gemido e outro enquanto vestia lenta e dolorosamente o casaco.

— Como quiser — Soen enfiou o elmo na cabeça dele.

Soen não queria ser pego andando com um meio-gato moribundo nos arredores do Castelo Blackthorn. Ele poderia argumentar que estava apenas fazendo a sua parte na caçada aos malditos bruxos e que aquela era sua mais nova vítima, mas então teria que sacrificar seu primo depois de tanto trabalho ameaçando Garon para salvá-lo.

Portanto, ele se certificou de que Yen estava completamente escondido sob seu elmo e aquela pilha de pele de urso enquanto voltava aos seus aposentos, os dois agindo como se o fato de Yenned estar vestindo nada mais do que um imenso casaco enquanto seu sangue pingava no chão fosse uma mera inconveniência que o Príncipe Herdeiro se dispôs a guiar pelo amplo jardim e depois para dentro das paredes da imponente estrutura do castelo, que se erguia em torres sinuosas de blocos de pedra manchados de fuligem.

Talvez porque estivesse muito debilitado ou simplesmente porque seu cérebro ainda funcionava racionalmente apesar da situação em que se encontrava, Yen não tentou lutar para sair de dentro do casaco extremamente quente em nenhum momento ao longo do trajeto.

Soen chegou a pensar que ele cairia morto durante a caminhada, mas apesar de precisar de apoio para andar, Yen conseguiu manter os pés no chão enquanto seguia com passos trôpegos até os aposentos do príncipe.

E quando Soen fechou as portas atrás de si, tudo o que ele queria fazer era se jogar nos lençóis de seda e dormir por dias. Mas seu primo não parecia bem — não parecia vivo — e por isso não poderia ser ignorado.

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