Capítulo 13
Alexander não parecia intimidado pelo olhar inquisidor de Soen enquanto falava, ainda sentado de frente para seu irmão.
— Garon já trabalhava para se apossar do trono naquela época, a mais de dezoito anos atrás. Eu descobri isso quando um anjo veio até mim através de um sonho, poucos meses antes do seu nascimento. Só tive tempo de me despedir de Sebastian Vineyard antes que eu fosse guiado para os céus por Barachiel, o Anjo da Luz. Eu havia acabado de fazer meu oitavo aniversário, era apenas uma criança. Sequer compreendia a dimensão dos planos de Garon.
— Seja mais claro sobre esses planos — Soen solicitou. — Quero saber todas as jogadas de Garon mesmo antes do meu nascimento.
Alexander assentiu com a cabeça, se livrando rapidamente dos vestígios da frustração que sentia por Soen não se dispor a ter uma conversa um pouco mais casual.
O herdeiro do trono não se sentia inclinado a desperdiçar tempo com um possível lunático. Não enquanto duas maldições pesavam sobre seus ombros e a bruxa responsável por uma delas caminhava livre em Etheia.
Mesmo que o homem que se dizia Alexander — e que provavelmente era mesmo ele — não passasse de um insano, estava óbvio que detinha informações das quais Soen não possuía qualquer conhecimento. Caso ele se provasse útil, seria interessante mantê-lo ao seu lado por um tempo.
— Garon fez muitas coisas por baixo dos panos naquela época, Soen. Eu poderia ficar um dia inteiro falando sobre suas ações do passado, e ainda assim teria que descartar alguns detalhes. Devo dizer, em primeiro lugar, que ele nunca deixou pontas soltas. O feiticeiro usou homens nobres como peões para ascender à sua posição atual com mais poder do que qualquer outro Conselheiro do Rei já possuiu, cometeu inúmeros assassinatos através de maldições e até tentou fazer o mesmo com Sebastian, usando-o como bode expiatório para se livrar de mim.
— Suponho que ele não teve sucesso com nosso estimado primo.
Alexander parecia orgulhoso em dizer que a suposição de Soen estava correta.
— Como nós dois éramos muito próximos, sempre nos aventuramos juntos fora do castelo, mas também brigávamos por causa do gênio forte dele — ele analisou Soen atentamente enquanto prosseguia. — Não sei como Sebastian é atualmente, mas durante a infância ele se parecia um pouco com você.
— É tocante saber que eu me assemelho a um pirralho de 8 anos de idade. Estou emocionado — Soen comentou. — Por favor, continue.
Alexander sorriu como se seu irmão tivesse contado a piada mais alegre de todas, aparentemente alheio a acidez nas palavras dele.
— O plano consistia em usar influência demoníaca para incitar Sebastian a me matar durante uma de nossas discussões. Você sabe, garotos nessa idade tendem a brigar até que um adulto os separe. Mas nós dois sempre fugimos dos tutores e muito do nosso tempo livre era gasto sem qualquer supervisão.
— Seria fácil para o feiticeiro acabar com a vida de dois pequenos príncipes e riscar seus nomes da lista de sucessão ao trono de uma só vez, já que Sebastian seria morto quando fosse pego. Seria uma jogada simples, afinal — o herdeiro do trono pensou em voz alta. — Me diga, Alexander, ele também planejava fazer algum príncipe me matar após meu nascimento? Yenned, talvez? Sempre desconfiei dele.
Era verdade que Soen não confiara em seu primo no começo, e que uma pequena parte sua ainda sussurrava que o décimo primeiro na linhagem de sucessão poderia tomar o trono para si quando quisesse.
Apesar disso, Soen podia dizer que conhecia seu primo o suficiente para saber que ele jamais conspiraria contra o herdeiro legítimo do trono. A questão era saber se Yen estava envolvido de alguma forma nos planos do feiticeiro.
Mais de uma vez, o Garon demonstrou um estranho interesse nele, e aquilo poderia ser um indicativo de que algo passava despercebido pelos olhos do herdeiro do trono.
— Não seria necessário, já que Garon sabia que você nasceria amaldiçoado — ele afastou os fios dourados que grudavam em suas têmporas, não parecendo muito inclinado a fofocar sobre os Vineyard. — E por favor, me chame apenas de Alec.
— Como ele faz isso? Como sabe das coisas antes que elas aconteçam?
— Garon serve a Eligor, um demônio que conhece o futuro e pode revelar segredos militares. Como um mestre da guerra, Eligor também é capaz de incitar raiva e violência. Suponho que ele influenciaria Sebastian dessa maneira, para então me matar.
E é claro, Garon sabia que um filho amaldiçoado como Soen seria rejeitado pelo rei, ainda mais uma criança cuja maldição fazia mal à todos que se aproximavam demais.
O próprio Soen se recusaria a ficar perto de uma criança que representava tamanho risco ao seu bem-estar.
Foi por isso que o rei Othail escolheu desprezar seu segundo filho, e depois bolou um plano para eliminá-lo. Ciente da gravidade da maldição, era melhor que Soen desaparecesse antes do ódio que o rei nutria por seu filho também se tornasse um risco.
Alexander tinha a postura rígida de quem não estava disposto a entrar em tais detalhes, possivelmente temendo uma reação ruim de seu irmão, mas ele não precisava dizer mais nada. Soen podia ver as respostas dançando atrás de suas pupilas.
Sobre Eligor, o Príncipe Herdeiro nunca ouvira falar de um demônio com aquele nome antes, mas o único que ele poderia nomear era o Diabo, de qualquer forma, então não estava em posição de questionar.
Claro, ele teria que confirmar aquela história com Sebastian Vineyard mais tarde, e estava curioso para descobrir o quanto o irmão mais velho de Yen sabia sobre isso.
— Há propósito — disse Soen, com aqueles pensamentos ainda pairando em sua mente —, por que se despedir de Sebastian, e não de outra pessoa? Você poderia ter contado tudo ao rei e à rainha, isso acabaria com os planos de Garon no mesmo instante.
Supondo que Othail não tivesse qualquer envolvimento com bruxaria antes do nascimento de seu segundo filho, Soen duvidava que um homem cético como ele acreditasse facilmente em um garotinho que supostamente sonhou com um anjo.
E a mãe deles talvez não fosse tão gentil quanto os rumores diziam, levando em conta a maldição que ela lançou sobre seu filho recém-nascido. Ele sabia que, muito provavelmente, seus pais não acreditariam em Alexander mesmo que ele lhes dissesse a verdade.
O que Soen queria mesmo era calcular o quanto Sebastian estava ciente daquele jogo e como estava se movendo.
— Eu tentei, na verdade. Mas eles já haviam se retirado para seus aposentos e os guardas não permitiram minha entrada, apesar de minha insistência. Como eu seria levado naquela mesma noite e não tinha muito tempo, procurei pela pessoa em que mais confiava — ele fez uma breve pausa, se recordando. — Após saber de tudo, Sebastian decidiu ficar ao meu lado quando os anjos desceram do céu para me guiar, e então recebeu a missão de ajudar Barachiel a forjar minha morte.
— O pirralho fez um bom trabalho — Soen comentou. — Hoje em dia, ninguém fala da sua morte ou de como morreu. Nem mesmo eu sabia ao certo o que aconteceu com você.
— Barachiel se certificou de que fosse assim. Sebastian era muito jovem para participar ativamente dos planos de Deus, ele ainda não estava pronto — Alec, como preferia ser chamado, explicou. — Tudo o que precisou fazer foi rolar em um barranco lamacento e depois dizer que nos acidentamos durante uma cavalgada noturna. O anjo fez o resto.
— Simples assim? Como resolveram a questão do corpo?
— Influência Divina. Garon não era poderoso o suficiente para competir com Barachiel, e seus protestos sobre a clara falta de um corpo ou de qualquer explicação plausível sobre minha morte foram completamente ignorados. Essa é a maior intervenção que os anjos já fizeram entre nós, pelo que fiquei sabendo — ele parecia muito feliz em mencionar aquilo. — Mas eles não podem intervir mais, e por isso Sebastian permanece em silêncio, tomando cuidado para escapar dos olhos perigosos do feiticeiro até que eu retorne.
O que explicava porque Sebastian ainda não havia aparecido no castelo para procurar por Yen desde que as notícias do estado de saúde dele se espalharam.
— E onde a gata preta se encaixa nisso?
— Quando soube que Garon convenceu nosso pai a se livrar de você, conversei com Barachiel e enviamos um espírito guardião para te proteger. A gata está constantemente ao seu lado, mas sua manifestação física só se torna visível quando a noite cai e a força dos espíritos se intensifica, assim como o poder dos demônios.
— E onde ela está agora? Sei que ainda não amanheceu. Ela não deveria aparecer?
— Suponho que ela esteja presente agora mesmo, mas gastou muita energia te protegendo da bruxa mais cedo e quase desapareceu. Imagino que você não poderá vê-la por algum tempo.
Soen não gostava da ideia de ser vigiado por uma entidade que não conseguia ver durante a maior parte do tempo, mas Gin se provou bastante útil, então não reclamou.
— Espero que você não pense que acreditarei em tanta maluquice sem provas — ele mostrou as cordas, indicando que Alexander o desamarrasse.
— Então terei de provar a você — ele disse enquanto se aproximava e desatava os nós com dedos hábeis.
— Se conseguir fazer isso, bem, eu não terei mais objeções.
Finalmente livre, Soen observou seu irmão se afastar até o lado oposto da pequena dispensa.
— Pois bem — a firmeza no olhar de Alexander dizia que ele estava certo de que faria seu irmão acreditar nele, o que fez Soen observá-lo atentamente.
Ou ao menos tentar, já que o herdeiro do trono foi repentinamente acometido por uma vertigem atordoante.
Era uma sensação semelhante ao que sentiu quando encontrou a Rainha Peste naquele beco, mas o arrepio que se espalhou em sua pele não era de frio, o silêncio que dava a impressão do tempo ter parado não provinha da sensação de ser observado e não havia qualquer vestígio de miasma impregnando o ar.
Ainda assim, o sentimento de alteração no ambiente era inegável. Como se algo estivesse errado, mas fosse impossível identificar a causa.
No canto oposto do porão, Alexander se encontrava imóvel, e Soen percebeu uma estranha distorção nas prateleiras atrás dele, que pensou ser causada por sua vertigem.
Foi então que Soen reparou na expressão de dor no rosto de seu irmão, que se intensificou na medida em que manchas pretas brotaram na visão enevoada dele.
Quando Alexander se virou de costas e tirou a camisa em movimentos rígidos, revelou dois tumores que aumentavam de tamanho, lado a lado, entre suas omoplatas.
Se esticando e ficando cada vez maiores conforme estrias se formavam ao seu redor, as proeminências grotescas nas costas de Alexander finalmente rasgaram a pele, vazando um amontoado de sangue infeccioso ao mesmo tempo em que penas brancas despontavam para fora. Ou deveriam ser brancas, se não fosse por todo aquele sangue derramado enquanto forçavam seu caminho para fora.
Soen fez uma careta de nojo quando mais penas manchadas foram expelidas, retalhando cada vez mais as costas de Alec, que se curvou de joelhos enquanto espasmos de dor percorriam todos os músculos expostos.
Apesar da visível agonia, Alexander Blackthorn permaneceu em silêncio até que o par de asas saísse por inteiro.
Por falta de espaço, as pontas carmesim das asas brancas se enrolaram no teto e nas prateleiras das paredes mofadas, quebrando barris, derrubando garrafas de álcool e enchendo as narinas de Soen com cheiro de licor.
— Um desperdício de boa bebida — Soen comentou enquanto seu irmão se virava desajeitadamente para encará-lo de frente, suas asas limitando seus movimentos naquele cubículo escuro.
Ele ignorou o comentário, mas parecia ter se recuperado rápido de seu sofrimento angelical e não demonstrava mais dor.
— Você acredita agora?
— Sempre acreditei. Só estava confirmando que suas palavras continham peso.
Uma meia-verdade, ao menos.
Alexander apenas sorriu, e então começou a recolher suas asas.
Pareceu um processo doloroso, quase o mesmo que colocá-las para fora: a dor era o suficiente para mantê-lo de joelhos, sua pele se rasgava e as penas se tingiam de vermelho. Mas em vez de saírem do corpo, elas se atrofiavam e se escondiam dentro da coluna
Tudo o que sobrou foram duas longas cicatrizes recentes no lugar onde elas estiveram. Até mesmo os tumores desapareceram.
— Então você é um deles agora? — Soen perguntou, ainda sentado na cadeira.
— Dos anjos, você diz? — ele fez que não com a cabeça, um semblante sério no rosto anguloso. — Não, eu apenas fui presenteado com asas por partilhar da morada deles.
Para Soen, aquilo parecia mais um castigo do que um presente. Talvez até uma punição, que o obrigava a ficar de joelhos e demonstrar inferioridade. Um lembrete de que Alexander não era como os anjos, e nunca seria.
— Claro, e o que seus amigos anjos estão fazendo com suas bundas douradas enquanto as pessoas morrem e entram em desespero por aqui?
— Eles não podem mais interferir diretamente no mundo humano, irmão. Já fizeram demais por nós. Devemos lutar pela salvação, se desejamos ela.
— E por isso querem me usar para limpar essa imundície, eu suponho.
Sem responder, Alexander deu as costas para seu irmão e vestiu novamente sua camisa.
Soen esperava que ele voltaria ao assunto quando terminasse, mas seu irmão apenas começou a subir silenciosamente a pequena escada que dava acesso ao interior da taverna.
As tábuas rangeram sob seus pés enquanto Soen se levantava e o acompanhava de má vontade.
Quando passaram pela cozinha e saíram atrás do balcão, ele percebeu que estava no salão da taverna que visitou com Balthazar, cujo nome não prestou atenção.
— Deus está fazendo o que pode, Soen — ele finalmente disse. — Você entenderá melhor eventualmente.
— Você fala como Yen — Soen soava enojado. — Deveria ser o irmão dele.
— Lembro-me vagamente de quando Yenned era um bebê — Alexander sorriu. — Ele também tem um papel importante lá em cima.
— Hum — disse Soen, deixando claro seu desinteresse.
— Você sabe por que Yenned é tão diferente de seus irmãos? — ele perguntou, tentando fisgar a atenção de Soen.
— Não sei. Não acho diferente. Yen e qualquer cão Vineyard, dá no mesmo — o herdeiro do trono comentou, se dirigindo às bebidas posicionadas em barris atrás do balcão da taverna.
O estabelecimento estava totalmente vazio, apesar da noite morna e convidativa lá fora, e Soen se perguntou se foi esvaziado por seu irmão.
Ou talvez as pessoas estivessem com muito medo da morte negra para se embebedar em lugares tão apertados.
— Não seja tão rude — Alexander censurou, exatamente como Yen faria. — Pense um pouco. Em ordem, os filhos da família Vineyard são Sebastian, Marcel, Salles, Yenned e o pequeno Jules. Todos eles têm cabelos escuros e olhos no tom mais sombrio de azul, menos Yenned, que tem os cabelos loiro-gelo e os olhos cristalinos. Comparado aos seus irmãos, em nome e aparência, ele parece estrangeiro.
— Parece — Soen encontrou um barrio de gim e começou a abri-lo. — Desconfio que a mãe dele tenha pulado a cerca com algum comerciante loiro das Terras Baixas.
Yen era, de fato, diferente de seus irmãos. Não somente em questões triviais como a cor de seus cabelos, mas sim em muitos dos seus traços físicos.
Ele exibia músculos robustos que seus irmãos não conseguiriam nem mesmo se treinassem até a morte, e seu rosto era firme e uniforme, como um guerreiro experiente. Enquanto os outros pareciam apenas homens ricos e comuns. Nobres de cabelo castanho escuro e olhares entediados, estatura mediana e porte físico medíocre. Nada que o fizesse olhar duas vezes.
Mas Elódie, a mãe de Soen, também era uma Vineyard. Seus traços eram muito semelhantes aos de Yen, por mais que as feições retratadas nas pinturas fossem um pouco mais delicadas, como o rosto de seu filho mais velho.
Poucos Vineyard nasciam com tais características, mas ainda assim era esperado que surgissem alguns. Provavelmente remanescentes de algum antepassado loiro.
Se Soen não estava enganado, o pequeno Jules Vineyard também havia nascido com aquele cabelo e par de olhos, mas o recém-chegado Alexander ainda não parecia saber disso.
— Na verdade, ele é como eu.
— Como você? Nossa mãe também pulou a cerca?
— Escolhido pelos anjos — Alec resmungou. — Não ofenda nossa mãe.
Pelo tom de sua voz, era perceptível que seu senso de humor era péssimo. Yen teria pego a piada, e Balthazar retrucaria com uma pior.
— Não me bastavam feiticeiros, agora tenho que me preocupar com anjos e demônios — Soen reclamou. — E ainda há escolhidos pelos anjos? O que é isso? Bruxos, só que ao contrário?
— Feiticeiros servem ao demônio em troca de magia, é claro que você teria de se preocupar com eles — Alexander advertiu. Soen estava começando a perceber que, surpreendentemente, havia companhias piores do que Yen. — Desde o ventre de sua mãe, Yenned era preparado pelos céus para grandes feitos.
— Bom para ele — Soen disse, servindo um copo de sua bebida e virando goela abaixo.
— Na verdade, isso pode não ser tão bom — ele parecia mesmo não entender sarcasmo. — Os anjos estão em guerra com os demônios desde a criação de Adão e Eva. As legiões do inferno tentam especialmente contra aqueles que possuem a benção do Senhor.
Que ótimo. Soen queria mesmo aulas de teologia enquanto bebia gim até esquecer o próprio nome.
— Então Yen também foi, ou será, seduzido e corrompido? — ele perguntou após encher novamente seu copo.
— Ele sofrerá muitas tentações, mas Barachiel o preparou para isso desde seu nascimento. Yenned tem a força divina dos anjos dentro de si, com sangue dourado correndo em suas veias, apesar de toda a escuridão e a malícia pairando sobre ele. Dependerá dele qual caminho seguirá.
— Para mim já está óbvio. Yen não seguirá os anjos e nem os demônios. Ele seguirá somente a mim como seu rei — ele encheu o copo outra vez. — E mesmo assim, nem mesmo eu seria capaz de obrigá-lo a deixar de ser bom e trair os seus príncipios.
Alexander riu.
— Então Yen é um bom homem.
— O melhor que eu conheço. Mas mudando o rumo da conversa, quais são seus planos agora que retornou?
— Por hora, vou aguardar ordens de Barachiel.
Soen arqueou uma sobrancelha. Não esperava que seu irmão mais velho, alguém que nasceu para ser rei, fosse diminuído a um soldadinho fiel.
Talvez estivesse na hora de testá-lo um pouco. Colocar aquela lealdade à prova.
— Por que não fica e governa Etheia? O trono é seu por direito — ele jogou as palavras no ar, sua expressão imutável em um rosto sereno, quase inofensivo, atrás do copo cheio de gim.
Alec o encarou com um semblante neutro, e Soen aguardou a resposta dando mais um gole em sua bebida.
Dependendo do que respondesse, Alexander não sairia daquela taverna com vida.
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