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Capítulo 12

Soen acordou amarrado a uma cadeira.

Não havia nada além de escuridão ao seu redor, exceto por algumas finas fatias de luz bruxuleante que vinham do teto, como velas ou lamparinas acesas, indicando que o herdeiro do trono estava no porão de algum estabelecimento noturno.

Além disso, o forte odor de poeira e de álcool naquele cômodo abafado deixava claro que se tratava de uma taverna ou algum prostíbulo. As velas acesas acima dele indicavam que ainda era noite, mesmo que não pudesse ouvir nenhum som de bêbados ou de prostitutas. Se ainda não havia amanhecido, ele não poderia ter sido levado para muito longe e ainda deveria estar nos arredores de Valusyr.

Soen duvidava que a bruxa sem rosto responsável por aniquilar um quinto da população de Etheia em poucas semanas o amarraria em uma despensa mofada qualquer. Aquela coisa o levaria direto para o inferno, se tivesse a chance.

Mas também não era provável que Gin, uma gata, o amarrasse a uma cadeira. Talvez se tratasse de outra bruxa? Se a gata preta não era um espírito enviado pela Rainha Peste, era provável que Soen não estivesse enxergando alguma peça importante do tabuleiro.

Ele pensou por um longo momento, mas não conseguiu se lembrar de ninguém que parecesse capaz de enviar um espírito tão poderoso.

O propósito de quem a enviou era claro, no entanto.

Um espírito protetor que o livrou de Garon e da bruxa — que Soen não tinha certeza se era realmente uma bruxa ou um demônio — indicava que o responsável por Gin queria Soen como um aliado. O que era absolutamente estúpido, já que o Príncipe Herdeiro não tinha aliados, e sim súditos que o serviam.

Os braços de Soen estavam amarrados para trás, e ele testou a corda em seus pulsos. Bom. Não estava muito apertada, e ele poderia tentar se libertar deslizando as mãos para fora dos nós usando o suor que se acumulava na pele.

Antes disso, ele testou a cadeira. Seria fácil quebrá-la no chão se fosse muito velha, o que parecia o caso. Mas o assento não se moveu do lugar, o que indicava que ela estava pregada ao piso de algum modo.

Então sem mais delongas, Soen começou a torcer os pulsos dentro das cordas.

— Vejo que já está acordado — uma voz desconhecida entoou atrás dele.

Com o canto do olho, Soen percebeu uma luminária ser acesa. Ele permaneceu em silêncio enquanto um homem arrastava um barril vazio até parar diante dele e se sentar, sem pressa.

O herdeiro do trono não parou de tentar se livrar das cordas, mas se certificou de que seus movimentos fossem mais discretos enquanto esperava, curioso para descobrir qual seria o jogo da vez.

Claro, sequestrar e amarrar Soen não era algo que o príncipe perdoaria, mesmo que ele estivesse mais interessado em respostas do que em vingança naquele momento.

O homem em sua frente parecia grande e loiro como Yen, agora que Soen podia vê-lo com clareza através da iluminação tremeluzente de sua luminária.

Se não fosse pela voz diferente, mais rouca e suave, Soen poderia ter pensado que seu primo de primeiro grau havia retomado sua forma humana e se voltado contra ele para tomar o trono.

A única diferença óbvia entre Yen e o desconhecido sentado no barril eram os olhos dele, tão profundamente escuros naquele cômodo pouco iluminado quanto os próprios olhos de Soen.

Mas seu cabelo era tão claro que quase parecia prateado, apesar da luz amarelada que o iluminava, exatamente como eram os cabelos de Yenned antes que ele fosse amaldiçoado e seus fios ficassem completamente brancos.

Como as pinturas do palácio mostravam que era o cabelo de Élodie Vineyard, a mãe de Soen.

Soen chegou a supor que estava pensando demais. Havia muitos homens grandes e loiros em Etheia, e Yenned era apenas um de muitos. No entanto, aquela postura principesca unida aos movimentos precisos de um aristocrata não deixava espaço para muitas dúvidas a respeito do status de nobreza daquele homem.

O fato era que ele não poderia ser qualquer um, mesmo que não fosse um Vineyard.

— Diga alguma coisa — disse o estranho, em um tom de voz sereno que não indicava uma ordem, mas sim um pedido.

— Inferno — Soen respondeu-lhe.

E não se tratava apenas do cabelo, Soen percebeu. Ele tinha todas as feições da primeira esposa do rei emolduradas naquele rosto que o encarava com um semblante esperançoso. Desde a linha reta das sobrancelhas até a curvatura acentuada dos lábios, tudo era igual. Somente os olhos eram diferentes.

Soen não demorou a perceber que aqueles eram os olhos do rei Othail.

O homem sorriu para Soen, e ele lembrou-se do garoto de 8 anos que sorria daquele jeito junto à sua mãe na maioria dos quadros dela que ainda permaneciam pendurados nas paredes frias do Castelo Blackthorn.

— Alexander? — o nome deslizou, incerto, dos lábios de Soen.

Ele permaneceu em silêncio, mas seu rosto se iluminou em uma onda de alegria que sequer tentou esconder.

— Por que infernos estou amarrado aqui? — Soen prosseguiu, puxando violentamente os braços para demonstrar sua indignação.

— Você não se lembra? — A voz suave dele desceu para um tom melancólico.

E, bem, aquilo irritou Soen.

— Não estaria perguntando se me lembrasse — ele cuspiu. — Diga o que você quer antes que a minha paciência acabe. E acredite, não falta muito.

— Eu quero conversar com meu irmão. Aquele que, assim como eu, é herdeiro do trono de Valusyr.

— Que o inferno me engula agora.

Aquele realmente era Alexander. Alec, para os amigos próximos e família. O irmão morto que Soen nunca conheceu, aquele que todos lamentaram durante uma década quando perdeu a vida em um acidente que nunca fora devidamente explicado.

À primeira vista, ele parecia muito jovem, talvez até mais do que Yen. O que seria impossível, considerando que Alexander era, no mínimo, 4 anos mais velho. Uma segunda olhada mais minuciosa, no entanto, revelava linhas de expressão que seu primo ainda não aparentava.

Soen arrependia-se por nunca ter investigado a respeito do que houve com Alexander Blackthorn, o garoto brilhante e abençoado por Deus que tragicamente perdeu a vida poucos meses antes de seu irmão mais novo nascer.

Mas ele parecia muito vivo, se era mesmo quem dizia ser.

— Você queria conversar comigo, e então sua brilhante ideia foi esperar que eu desmaiasse nas ruas para então me sequestrar?

Alexander parecia intrigado.

— Não fui eu quem quis trazer você aqui — ele disse brevemente, mudando de postura em seguida ao perceber o interesse no semblante de Soen. — Por que está acreditando em mim tão facilmente? Pensei que entraria em negação quando nos conhecêssemos.

— Ah, eu não acredito, não — Soen deu um sorriso torto para ele. — Eu precisarei de provas, para ter certeza. Não entendo, no entanto, por qual razão estaria me olhando com essa cara estúpida de cachorro sem dono. O que você esperava de mim? Um abraço? Devemos dar as mãos e saltitar de volta até o castelo? Sinto muito, meus braços e pernas estão amarrados.

Alexander não parecia surpreso pelas palavras de Soen, mas o lampejo de mágoa que o herdeiro do trono notou em seu semblante foi absolutamente impagável.

— Soen, escute — ele abriu a boca para fazer algum discurso melodramático que possivelmente já ensaiara antes de encontrar seu irmão, mas Soen não estava disposto a ouvir baboseiras fraternais naquela noite, e nunca estaria.

— Você está com aquela mulher? — ele se apressou em dizer antes que Alexander continuasse. — O que ela é, afinal?

— Mulher? Está falando daquela abominação que se aproximou de você no beco? Aquela bruxa não é nada diferente dos demônios que predam os humanos e roubam suas almas. Suponho que ela seja pior, na verdade, pois caminha ao lado da morte, e não há nada mais perigoso do que isso — a repulsa em suas palavras era notória. — Eu jamais ficaria ao lado daquela criatura infernal.

— Você está errado — Soen desistiu de lutar contra as cordas, mais interessado em conhecer melhor aquele homem. Saber prevê-lo seria mais útil do que desatar os nós que o prendiam, afinal, era melhor conhecer seu inimigo antes de se juntar a ele. — Não são os demônios que nos caçam. O homem é o predador natural do homem. Nós ameaçamos a nós mesmos como nenhum outro animal pode fazer, e os demônios, a quem atribuímos a culpa, apenas entregam o que desejamos. Nós escolhemos pagar o preço.

Alexander não parecia concordar. Ele passou a mão no cabelo dourado como quem se perguntava o que fazer com Soen. Como se já estivesse pronto para assumir o papel de irmão mais velho e ainda não tivesse percebido que Soen não era mais uma criança e muito menos alguém que tivesse salvação.

— Demônios não nos dão o que queremos, irmão. Eles trapaceiam, roubam e corrompem. Estão sempre espreitando e nunca perdem uma chance de fazer o mal. As criaturas do inferno servem para nos destruir e nada mais do que isso.

— Me diga, Alexander, o que os homens fazem, senão exatamente tudo isso que você listou? Nós não somos diferentes dos demônios e, se fôssemos, eles não teriam tanta força na Terra quanto podemos ver que têm. Eles não nos destruiriam tão facilmente quanto destroem, se nossa natureza não pendesse para esse lado da balança.

— Essas criaturas são muito ardilosas, Soen. É verdade que elas revelam nosso pior lado e que de tempos em tempos surgem pessoas tão cruéis quanto os demônios são, mas isso não significa que nossa natureza seja má. Deus nos criou à sua imagem e por isso somos bons. São apenas tempos difíceis para a humanidade agora. Por favor, não pense tão mal sobre sua própria espécie.

Soen deu-lhe um olhar pensativo, para depois sorrir como o Diabo.

— São sempre tempos difíceis, eu suponho, pois sempre fomos assim — ele ainda tinha aquele sorriso no rosto. — Mas não se preocupe, não acho que sejamos maus.

Alexander pareceu aliviado.

— Mas — Soen acrescentou, se divertindo com o brilho da esperança se apagando nos olhos de seu suposto irmão. — Também duvido que sejamos bons. É egocentrismo nosso pensar que somos mais do que qualquer outro animal, porque nós não somos. Não passamos de cães famintos, cheios de ganância e soberba, dispostos a usar o que chamamos orgulhosamente de inteligência para abastecer nossos egos e depois devorar uns aos outros.

— Tudo bem. Pense como quiser — Alexander suspirou, exatamente como um Vineyard faria, finalmente desistindo de discutir com seu irmão blasfemador. — Tenho certeza de que o modo como você enxerga o mundo vai melhorar eventualmente. Você só passou muito tempo sozinho e deixou que esses pensamentos pessimistas te consumissem, irmão, e isso é minha culpa. Sinto muito por não ter voltado antes para você. Não vou te deixar sozinho a partir de agora.

Soen engoliu a extensa lista de ofensas que lhe passaram pela cabeça. Uma demonstração intensa de fúria faria aquele idiota ingênuo pensar que tinha razão, e ele não tinha.

Pois bem. Se ele queria bancar o irmão, que fizesse isso concedendo informações úteis.

— O que você quer comigo, afinal? — Soen aproveitou a raiva que já sentia para demonstrá-la do jeito certo. Era melhor que Alexander pensasse nele como um garoto que negava afeto porque temia que fosse um sonho. Seria mais fácil usá-lo desse jeito. — O que aquela bruxa quer comigo?

O irmão de Soen passou a mão grande pelo rosto, exalando o conflito interno que o impedia de responder imediatamente. Soen concluiu que o silêncio seria o bastante para que Alexander decidisse em seu favor, então não disse nada.

— São tantas coisas que preciso te contar. Seria bom se eu pudesse confiar em você e desamarrá-lo, mas eu seria morto no mesmo instante — ele parecia certo disso.

— Céus. Como se eu fosse ignorante a tal ponto — Soen respondeu. Mas ele era.

Para seu azar, Alexander parecia saber disso.

— Eu não sei o que a Rainha Peste quer com você, sendo sincero — ele disse. Soen permaneceu calado, aguardando, então ele prosseguiu. — Existe uma guerra se aproximando, Soen, a Guerra dos Cem Anos.

— Claro. Como se o futuro me interessasse — Soen murmurou para si, e depois voltou a atenção para Alexander. — Prossiga, mas não se incomode se eu tirar um cochilo.

— Nós dois sabemos que interessa — Ele deu um pequeno sorriso. — Não me perguntou o que eu quero com você? Deixe-me explicar.

— Então vá direto ao ponto — o herdeiro do trono jogou a cabeça para trás, a porcaria de cadeira sequer tinha um encosto alto o bastante para que apoiasse sua nuca. — Minha paciência não está nos melhores dias para ouvir histórias mirabolantes de sequestradores que provavelmente estão sob influência de ópio.

Alexander suspirou, seu sorriso desaparecendo dos lábios.

— Será uma longa história, irmão.



♚ Notas da Autora 

Iniciamos a Parte III, meus queridos!!

O que vocês acham que o título dessa parte quer dizer?

Caso alguém tenha ficado confuso sobre a aparição do irmão do Soen, ele é mencionado nos capítulos 1 e 5 (:

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