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04

~•••~ esse símbolo significa um flashback.

*****

Piper desceu as escadas silenciosamente. Degrau após degrau, tomando cuidado com os que rangiam e olhando por cima do corrimão da escada para ter certeza de que Henry ainda estava dormindo. Os roncos altos que vinham do andar de baixo a fizeram sorrir. A mula teimosa de seu irmão estava dormindo na sala desde que ela voltou do hospital, iria fazer uma semana que o Hart mais velho se certificava de que ela não fosse sair para lugar algum sem companhia.

Piper se sentia uma prisioneira de guerra, como se na hora que ela fosse sair o mundo fosse acabar. Revirou os olhos entediada, chegando vitoriosa ao último degrau. Com todo o cuidado que possuía, caminhou em direção à porta, olhando por cima do ombro e constatando a massa de panos enrolada no sofá que ainda roncava. Envolveu a maçaneta, girando lentamente e ouvindo um clique vindo da porta. Iria abrir, mas uma mão pesada contra seu ombro a fez pular para longe enquanto um grito alto saía de sua boca.

- Que porra, cara! - socou Henry no braço, o rosto vermelho pelo susto e irritação. - Por acaso você quer me matar?

- Não. Aparentemente, esse trabalho já é seu. - rebateu irônico, cruzando os braços ao dar passos largos em direção à porta.

Piper contorceu o rosto em uma expressão zangada, tudo o que menos precisava era que Henry a lembrasse novamente de sua "tentativa" de sair desse mundo. Era irritante e uma mentira completa, ela nunca tentou dar um fim na própria vida, foram somente circunstâncias inocentes que a levaram a uma quase tragédia. Não era nada muito grande e queria tanto que todos ao seu redor parassem de agir como se ela fosse um perigo para si mesma!

- Essa piada já saturou. - abriu um sorriso falsamente triste para ele, dando leves tapinhas em seu ombro ao tentar contorna-lo. - Você precisa de um novo repertório de piadas, irmãozinho, ou de uma vida mais agitada.

- E o que você precisa, irmãzinha, é tentar poupar a sua. - a puxou pelo braço para longe da porta.

Piper se permitiu ser arrastada, batendo os pés em desagrado enquanto era guiada para o sofá. Sentou-se com um bufo impaciente, cruzando os braços para reiterar o quão irritada estava pelas ações de Henry. Ela só queria sair sozinha, encontrar alguns amigos e esquecer os próprios pensamentos por um segundo. Um mísero segundo que fosse.

- Olha, Piper.

Revirou os olhos para o tom já conhecido. Não se intimidou pela expressão cansada de Henry e sentou de costas para ele. Se a estavam tratando como uma criança então ela iria se comportar como uma.

- Piper Penélope Hart.

Deu de ombros despreocupada, sabia que Henry não iria fazer mais nada além de declamar o mesmo sermão de sempre. "Olha, Piper. Eu só quero o melhor para você..."

- Só quero o melhor pra você, Pipes. Não me trate como um inimigo.

- Você está agindo como um pai. Não preciso de outro, Henry. - deixou claro, sorrindo satisfeita quando o escutou resmungar baixinho.

- Eu sou seu irmão mais velho...

"E é meu dever cuidar de você." Completou mentalmente, enrrugando o nariz em desagrado.

- E é meu dever cuidar de você. - garantiu como o esperado, o som de seu corpo se jogando contra o encosto foi mais uma prova do quão exausto ele estava. - Você precisa...

- ... começar a levar a vida mais a sério. - completou sua fala, o olhando por cima do ombro com um sorriso brilhante. - Já sei disso e o que você precisa é começar a viver a sua.

A carranca que adornava o rosto de Prudence não diminuiu seu sorriso. Só queria que Henry soubesse que ela não levaria aquela conversa a sério, só queria que ele desistisse. Era o melhor para todos. Eles paravam de se intrometer e insistir que ela não estava bem e Piper poderia continuar com a vida que estava levando e não ser obrigada a pensar em tudo o que deu errado ao longo do caminho. Sua família fez isso por anos. Passou a parte final de sua infância e adolescência toda lutando sozinha e se saiu muito bem, naquele momento não seria diferente.

Sustentou o olhar firme de seu irmão, revirando os olhos teatralmente quando o viu abrir a boca. O olhar afiado dele não a intimidou, arqueou uma sobrancelha em indagação, estava curiosa para saber o seu próximo passo. Apostava que Henry havia conversado com Charlotte para saber como abordar outra conversa com ela, mas, sendo sincera, Piper não ligava. Não poderia ligar ou se sentiria péssima e não adicionaria mais aquele sentimento ao turbilhão que tomava seu corpo. Henry tentou novamente, abrindo a boca para falar, porém, Piper soltou o ar pelo nariz de maneira ruidosa e claramente entediada. Foi a gota d'água, ela sabia.

- Vejo que com você não há como ter uma conversa madura. - declarou com dificuldade para manter a voz calma, levantando-se rapidamente. - Parece que tudo pelo o que você passa perde a importância depois de um dia.

- Não tenho culpa se minha memória é seletiva.

- Igual suas escolhas de vida.

- Touché. - apontou o dedo indicador de maneira divertida na direção dele, sendo recebida por um menear de cabeça decepcionado.

- Eu não sei mais o que fazer com você. - afirmou, seguindo em direção à escada.

- Esse não é seu trabalho, Henry. - o lembrou, apoiando-se no encosto do sofá para encará-lo. - Nunca foi seu trabalho.

- Mas isso não me impede de querer o melhor pra você.

Por um momento o sorriso de Piper caiu. A preocupação nos olhos de seu irmão foi de mais para ela. Piscou rapidamente, abrindo novamente um grande sorriso despreocupado. Henry inspirou fundo, desviando a atenção para a porta e depois para ela novamente, o leve dar de ombros era a indicação de que ela poderia fazer o que quisesse. Em poucos segundos ele sumiu escada acima.

Ele deixou de ligar por aquele momento. Não importava se ela iria sair ou não e era tudo o que Piper tinha esperado, mas doía mais do que ela planejara. Puxou as pernas contra o peito, apoiando o queixo no topo dos joelhos. Encolhida em si, não sentiu raiva, somente a sensação viscosa de estar só. Era sufocante e assustador em uma medida que ela só sentiu uma vez e jurou que nunca iria sentir novamente. Bom, parece que suas promessas também eram seletivas.

~•••~

Piper Hart tinha quinze anos, uma grande força de vontade e um futuro muito bem planejado. Era seu primeiro dia na Newberry College. A Universidade estava localizada em uma cidade chamada Newberry no estado da Carolina do Sul. A Hart nunca pensou que iria morar em uma cidadezinha que parecia ter sido usada para filmar It: a coisa, mas ali estava ela, com uma caixa fechada em mãos, contendo partes de seus pertences, e uma mala ao lado possuindo um terço de suas roupas.

Estava pronta para dominar todo o local assim como em Swellview. Um sorriso brilhante enfeitava seu rosto enquanto olhava ao redor, sabia que as pessoas que estavam ali seriam um pouco mais velhas que ela, mas era algo tão insignificante que não faria diferença. E, afinal, ela não parecia ter a idade que tinha. Já havia escutado muito isso desde que começou a dirigir e principalmente toda vez que usava sua carteira falsa. Ela poderia parecer somente uma adolescente sonhadora, mas sabia a força que possuía e não iria deixar ninguém atrapalhar seu caminho.

- Preparada, meu amor?

Voltou a atenção para Siren. Ela possuía um sorriso orgulhoso no rosto, claramente feliz por Piper ter decidido se formar, mas as lágrimas que desciam pelo canto de seus olhos eram a prova da dificuldade que ela estava tendo em ver sua filha mais nova partir. Piper deu três passos apressados até sua mãe, a abraçando com um braço enquanto mantinha a caixa em segurança apoiada em seu quadril.

Siren fungou alto, escondendo o rosto no cabelo da filha, a leve diferença de altura, por conta da calçada onde Piper estava, a permitia ser envolvida pela loira mais nova. Piper sorriu aliviada quando sua mãe a soltou, mais alguns segundos e seriam as duas a se derramarem em lágrimas e ela não queria passar uma primeira impressão errada.

- Também vou sentir sua falta, mãe. - garantiu, dando um passo para trás.

Siren revirou os olhos quando a viu se distanciar lentamente, fechou o porta-malas e retirou a chave do bolso.

- Não é vergonha ter uma mãe que te ama. - garantiu, apontando a chave para ela. Piper somente riu ao mandar um beijo em sua direção. - No mínimo duas vezes por semana, Piper.

- Prometo. - garantiu, sabia que Siren poderia voltar caso ela não ligasse e acampar em seu dormitório.

- É bom mesmo. - com um último abraço apertado e um beijo no rosto, Siren se despediu.

Piper a observou partir com um estranho aperto no coração. Perto de sua mãe se sentia protegida, por mais clichê que parecesse, mas ao vê-la partir, parecia que o manto que a cobria a revelou para um mundo novo e... crescido. Empurrando o desconforto para longe, sorriu para a estudante que começava a se aproximar. A Universidade tinha designado um estudante veterano para cada calouro, eles seriam responsáveis por ajudá-los a se adaptarem e sanar quaisquer dúvidas que poderiam vir a ter.

Após uma rápida apresentação, Piper foi dirigida ao seu dormitório onde encontraria sua colega de quarto e quem sabe fazer uma nova amiga. Sua guia não pareceria muito disposta a formar qualquer vínculo de amizade, o olhar vazio e sorriso educado eram um claro sinal. Notou que era a primeira a chegar no quarto, foi deixada sozinha após trocar números de celular com sua guia, a quem não lembrava o nome, e começou a desempactoar seus pertences após escolher o lado direito para ficar.

Suspirando ansiosa, parou no meio do quarto quase vazio. As paredes cor creme combinavam com os móveis marrom escuro, mas eram igualmente tristes. Tudo tinha um ar vazio, sem sentimento, e deduziu que quem entraria ali deveria ser responsável por dar vida àquele ambiente. Olhou pela janela para os jardins amplos e grupos animados de alunos, no dia seguinte deveria ser ela a correr por aquela grama verde sorrindo de qualquer bobagem falada por seu novo grupo de amigos.

Iria sentir tanta falta de Charlotte, já estava sentindo na verdade. Ela era a sua primeira e melhor amiga verdadeira. Marla não contava. Por mais que considerasse a Caverna man parte de sua família, uma parte um pouco estranha, eles eram o gurpo de Henry e ela chegou de penetra. Nunca teve um grupo de amigos tão unidos quanto o seu irmão. Charlotte poderia ser sua família também, mas a ligação que ela possuía com Henry e Jasper era única e sempre faria Piper se sentir de fora mesmo que ela tentasse não se sentir.

Ela queria algo assim. Poder contar com pessoas que fariam tudo por ela, desde enfrentar um vilão maluco a passar tardes jogando jogos estúpidos e potencialmente perigosos. Uniu as mãos em um aperto firme, sentia que aquele era o primeiro dia de sua vida, um caminho que iria trilhar sozinha e se encontrava tão animada que não conseguia parar o sorriso e tão assustada que tentava se distanciar. Tentou praticar novamente sua cara de desinteresse, a que sempre possuía e aperfeiçoou durante anos. Se parecesse estar nervosa iria aparentar não saber de nada, uma ovelhinha perdida em um mar de monstros.

Escutou a porta ser aberta, girou para encarar sua nova colega de quarto. Ela era um pouco mais baixa que a Hart, possuía cabelos longos e lisos, usava uma calça justa cor caramelo e um blusão jeans. Piper torceu ligeiramente o nariz para a escolha de sapatos dela, uma sapatilha preta sem graça, mas logo sorriu educada para causar uma boa primeira impressão.

- Oi.

A garota franziu o cenho, a encarando como se ela não devesse estar ali. Então recuou um pouco, olhando o número do quarto e voltando a encarar Piper. A Hart ergueu o queixo quando sentiu os olhos analíticos sobre si, cruzou as mãos atrás do corpo enquanto tentava não se mexer desconfortável pelo claro julgamento no olhar de sua colega de quarto. Por fim, a outra soltou o ar em uma lufada audível e declarou séria:

- Estou atrás do meu diploma, realmente preciso dele e não vou ser atrapalhada por uma loirinha que veio procurar algo minimamente substancial para fazer.

Endureceu sua postura, um olhar afiado sendo direcionado à outra. Já havia escutado comentários assim, a olhavam e logo deduziam que ela não queria nada além de passar uma tarde fazendo compras. Ela amava fazer compras, logicamente, mas também gostava de comandar, organizar eventos, ver uma criação sua ganhar destaque e ter o resultado de seu trabalho duro se materializando. Aquela garota mal tinha chegado e já conquistara sua total antipatia.

- Pois somos duas. Enquanto você permanecer do seu lado acredito que não teremos problemas. - declarou em um tom frio, afastando-se da janela para voltar a arrumar suas coisas.

Colocou seus fones antes que a outra pensasse em abrir a boca. Estava tão irritada, nem tinha chegado direito e já encontrara uma idiota prepotente. Inspirou fundo. Não deixaria sua raiva ganhar, passou anos lutando por um controle e não iria perdê-lo por conta de alguém que não valia a pena. Aliviou o aperto na blusa que segurava, seus dedos doloridos por conta da força. Soltando o ar devagar, adotou uma expressão indiferente. Iria viver sua vida, encontrar seu grupo e esquecer da existência de sua colega de quarto ignorante. Sim, era isso que iria fazer.

~•••~

Piper respirou fundo. Cinq... quatre... trois... deux... Un... Se a contagem funcionava para quando ela estava com raiva, talvez funcionasse para quando ela se encontrava triste. Fechou os olhos, lutando para se livrar da vontade imensa que estava de chorar. Se começasse a chorar naquele instante não iria conseguir parar tão cedo. Precisava de algo para ocupar sua mente e rápido.

Em um pulo saiu do sofá, correu em direção à porta da frente, mas assim que sentiu o metal gelado da maçaneta, seu corpo se encheu de calafrios e sua cabeça girou automaticamente em direção às escadas. Henry já esperava por isso, ele sabia que ela iria sair mesmo ele não gostando nada da ideia. Piper choramingou, batendo os pés levemente, se encontrava com a consciência pesada e sabia que não conseguiria sair.

Mesmo a contragosto, tomou a direção de seu quarto, passos pesados subindo as escadas e murmuros irritados saindo por seus lábios. Talvez ela pudesse ligar para alguém e discutir um pouco. Discutir sempre limpava sua mente. Menos com as pessoas cuja opinião importava, igual o idiota do seu irmão. Fazendo questão de bater a porta bem alto, adentrou seu quarto e logo se jogou contra sua cama. Provavelmente dormir seria a melhor solução e quando acordasse iria acabar com o sossego de Henry e ele não teria outra escolha a não ser viajar direto para Chicago.

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