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03

Seus olhos se recusavam a abrir, algo colava suas pálpebras a fazendo grunhir irritada. Tentou mover o braço, mas uma queimação se espalhou rapidamente por todo o seu corpo. Quis chorar com a dor que sentia, sua pele parecia se soltar e sua cabeça latejava como se um peso invisível estivesse apoiado em seu cérebro. Lágrimas quentes desciam por seu rosto, aliviando a queimação que sentia em sua face mmomentaneamente. Não podia se mexer, estava presa dentro de seu próprio corpo e a sensação a aterrorizava.

- Mas que porra, garota?!

Escutou o grito ao longe, porém, não tinha forças nenhuma para responder. Se sentiu sendo arrastada para algum lugar, o objeto em que estava deitada se movimentou de forma instável. Gemeu de dor quando sentiu alguém pegar em seu pulso.

- Pelo amor de Deus, sua idiota!

Não sabia quem poderia xingar e chamar por uma divindade na mesma frase, só esperava que essa pessoa a ajudasse porque ela não poderia se mover nem se quisesse. Sentia sua consciência oscilar, pois no segundo seguinte já se sentia em movimento. E a voz irritada continuava a ressoar perto dela.

- Nunca pensei que você seria tão irresponsável desse jeito. Caramba, Piper, até eu fiquei assustada.

Não escutou mais nada a partir daquele momento. Fora acordar tempos depois, caindo em si aos poucos. Um zumbido distante foi o primeiro som a recepciona-lá, moveu a cabeça sentindo seu pescoço dolorido. Soltou o ar devagar se preparando para abrir os olhos, dessa vez conseguiu, sendo saudada por uma claridade incômoda. Apertou os olhos fortemente, levando uma mão pesada para cobri-los, mas foi impedida quando sentiu uma picada na mesma.

Seus olhos abriram relutantes, piscou diversas vezes até se acostumar com a claridade, direcionou sua atenção para a mão onde uma agulha estava presa sob a pele. Seguiu pelo acesso até encontrar uma bolsa contendo um líquido incolor ao seu lado. Olhou ao redor percebendo que se encontrava em um quarto de hospital, tudo era tão branco e impessoal que sentiu um calafrio descer por sua espinha.

A porta do quarto foi aberta devagar, mal havia assimilado a situação quando os olhos decepcionados de Henry a encontraram. Seu irmão fechou a porta atrás de si, se recostando contra ela enquanto a observava. Piper sentiu seu coração apertar, nunca havia visto aquele olhar no rosto de Henry, uma batalha de emoções claramente o atormentava, uma mistura de preocupação, decepção e raiva. Um nó se formou em sua garganta, sua respiração se tornando falha quando seus olhos começaram a arder em anúncio às lágrimas ainda não derramadas.

- Você. - Henry parou, sua voz apenas um sussurro no quarto silencioso. Fechando os olhos como se se impedisse de dizer algo e soltando a respiração audivelmente em seguida. - Como você pôde chegar nesse ponto, Piper? Você tem vinte anos e age como se fosse uma adolescente rebelde em busca de algo que nem você sabe. Você poderia ter morrido. Eu. - parou novamente, sua voz saindo ainda mais embargada. - Eu poderia ter te perdido.

Abriu a boca para se defender ou até minimizar a situação, mas não sabia o que dizer, não lembrava de nada do que tinha acontecido. Olhou para seus braços brilhantes por algo que diminuía a ardência e um pouco da dor, bolhas espalhadas por sua pele provocando uma sensação de pânico. Encarou perdida a extensão de seus braços, seus olhos inquietos enquanto se forçava a lembrar de algo, Henry interpretou errado o seu silêncio e comentou um tanto sarcástico.

- Claro que você não vai falar nada.

A risada cansada que ele soltou a fez se encolher visivelmente, o Hart mais velho suavisou o olhar quando viu sua reação. Dando passos largos, parou ao lado de sua cama, sentando-se em um espaço ao lado de suas pernas cobertas por um manto azul-triste.

- Henry. - o chamou em um sussurro áspero, estendendo ao máximo a mão aberta e a tendo coberta pela dele em um aperto gentil. Piper tentou desfazer o nó em sua garganta, se começasse a chorar não iria conseguir se controlar. - Eu... Eu s-sinto muito.

Não sabia pelo o que pedia desculpas, se por causar tanta preocupação, por ignorá-lo em vários momentos ou pôr ter acordado em uma cama de hospital. Tudo o que ela sabia era que sentia tanto por tudo e quando as lágrimas começaram a descer, silenciosas como a sua dor, na presença de seu irmão mais velho era o único lugar em que ela se sentia momentaneamente segura.

◇•◇•◇•◇•◇

Olhou para a sopa rala, o pão solitário e a maçã vermelha que se encontravam na bandeja ao lado de sua cama. Suspirou, o ar saindo de seu corpo e provocando outra onda de dor. Bateu as mãos suavemente contra a colcha que cobria suas pernas, olhando para a porta receosa. Não queria outra visita de seus pais, sua mãe havia saído a pouco menos de dez minutos e deixou uma atmosfera de culpa e irritação para trás.

Se pudessem abraça-la, tinha a certeza de que iriam esmagá-la em um grande abraço em grupo e nunca mais deixá-la sair. Quis revirar os olhos quando sua mãe afirmou que a sua experiência de quase morte por pouco não a matou também. Mas quando lágrimas grossas começaram a cair pelo rosto de Siren, Piper tinha sentido como se uma mão invisível e impiedosa tivesse apertado seu coração ao ponto de querer transformá-lo em pó.

"Nunca mais me faça pensar que vou perder um de vocês novamente."

A súplica foi o ponto de ruptura e quando perceber, já chorava agarrada à mão da Hart mais velha. Era o máximo que podia, se prendendo ao máximo à ela, como se estivesse à deriva e sua mãe fosse o único porto seguro contra a tempestade que a atormentava. E era, se fosse sincera consigo mesma. Cinq... quatre... trois... deux... Un. Cinq... quatre... trois... deux... Un. Inspirou fundo o perfume adocicado de Siren que ainda permanecia no ambiente. Cinq... quatre... trois... deux... Un. Sentiu a presença quente e amorosa a envolver como um manto. Cinq... quatre... trois.. deux... Un.

Piper retornou ao presente, já sentindo saudade da presença de sua mãe. Sempre tiveram uma ligação especial. Por mais distante que ela tenha estado em momentos importantes de sua vida, Siren em algum momento, mais cedo ou mais tarde, estaria lá e nos últimos anos nunca a tinha deixado sozinha. Sempre estivera lá. Sempre. O que por vezes a sufocava e confortava na mesma proporção.

Duas batidas rápidas na porta a chamaram a atenção. Franziu o cenho quando viu que eram quase oito horas da noite, o horário de visitas tinha chegado ao fim há horas atrás e Siren havia saído para tomar um banho antes de retornar para ficar com ela. Não precisou abrir a boca para perguntar quem era, em poucos segundos a porta foi aberta minimamente, somente um vão para uma mulher entrar de costas para ela.

- Claro.

Murmurou rabugenta quando a mulher se virou. Olhos claros nebulosos a encaravam, as mãos postas atrás das costas enquanto o queixo sempre erguido se movia observando o quarto desprovido de cores quentes. Era tudo tão frio e impessoal que a Hart sentia seu corpo estremecer novamente, o que provocava outra onda de dor que era amortecida somente pela pomada que tinham passado após as bolhas terem sido drenadas.

- Então você vive.

A afirmação quase humorada teve como resposta somente um grunhido por parte da loira. A jovem mulher sorriu, andando até uma poltrona no canto do quarto e sentando-se como se aquela visita fosse algo corriqueiro. Um saco de papel branco em seu colo chamou a atenção de Piper.

- O que você quer?

Perguntou direta, não estava com disposição para iniciar outra discussão. Só queria que ela fosse embora para poder dormir em paz. Se Siren chegasse antes dela cair na inconsciência, iria tentar força-la a se alimentar e tudo o que Piper menos queria era colocar aquela coisa ranhosa na boca. Urgh. A cor amarelada era detestável.

- Parece que essa sopa matou seu peixinho dourado. - a outra comentou impressionada, arqueando uma sobrancelha bem feita quando recebeu um olhar duro em resposta. - Não seja assim, só vim conferir se você está realmente bem.

- O horário de visitas acabou. - declarou o óbvio, tentando cruzar os braços, mas desistindo quando sentiu a dor irradiar por sua pele.

- Você vai descamar igual uma cobra. - observou, estreitando os olhos enquanto observava as bolhas murchas na pele avermelhada da Hart . - Se bem que você só estará voltando ao seu eu original.

- Se você veio aqui para me insultar, faça o favor de ir para o...

- Quanta hostilidade. - a interrompeu, balançando a cabeça em exagerada decepção. - Não é assim que se trata quem salvou a sua vida.

Quis rir da ironia merda do destino. Claro que tinha que ser Jana a salvá-la, não poderia ter sido qualquer outra pessoa na face da terra além daquela cria do demônio.

- Ótimo, agora devo minha alma ao mensageiro do diabo. - praticamente cuspiu, apoiando a cabeça no travesseiro e fechando os olhos. - O que devo fazer para ter a minha libertação?

- Matar treze homens virgens e oferecer o sangue deles em oferenda à mim.

Se impediu de sorrir, ela não merecia um mínimo sinal de reconhecimento vindo de sua parte. Certo, ela havia salvado sua vida, mas em relação à isso Piper pensaria em um meio de recompensá-la depois. Agora Jana deveria sair antes de sua mãe chegar e fazer com que ela prometesse gratidão eterna à Tetrazine.

- Você não tem mais nada para fazer além de invadir um hospital e me incomodar?

Abriu os olhos para vê-la torcendo o nariz em desgosto.

- Não se sinta especial. - disse, quase entediada. - Estou acompanhando a minha prima que acabou de ter um bebê, só passei para saber se você tinha voltado realmente ao mundo dos vivos ou tinha ido passar uma temporada eterna contemplando o frio do submundo.

- Agradeço a sua palpável preocupação. - abriu um sorriso falso, acenando para a porta em seguida. - Agora saia daqui.

Jana supreendentemente se levantou, alisando as rugas invisíveis de sua blusa roxa e caminhando para perto dela. O som do salto clicando no piso branco lembrou a Hart de uma contagem regressiva, cada passos menos um segundo de vida. Jana parecia caminhar em câmera lenta, a tratando com a cautela de um animal enjaulado e irradiando uma confiança de que estava certa de suas ações. Ela sempre possuiu essa aura de estar sempre com a razão, mas agora havia algo a mais que deixou Piper desconfortável. Pegando a bandeja que se encontrava na mesa ao lado, a Tetrazine a colocou no colo de Piper.

- Vê se age menos como uma idiota mimada e come um pouco. - praticamente ordenou, ignorando a clara expressão zangada da Hart. - Quanto menos você se esforçar mais tempo você vai passar aqui. Mas é você quem sabe até onde aguenta.

- Acredito que já tenha dito para você parar de se intrometer na minha vida. - relembrou, murmurando impaciente.

Jana somente deu de ombros, afastando-se em direção à porta.

- Se eu não me intrometesse você poderia estar no fundo de uma piscina até hoje.

Piper se viu sem argumentos, então somente revirou os olhos e a ignorou ao olhar para a janela fechada ao seu lado esquerdo. Escutou o som dos saltos da bota que Jana usava se afastarem e sumirem ao abrir e fechar da porta. Soltou o ar lentamente. Cinq... quatre... trois... deux... Un...

A bandeja ainda pesava sobre suas pernas, sorte que tinha ido de calça para a festa ou sua parte inferior também sofreria as mesmas dores que seus braços e ombros. Sabia que precisava se alimentar, estava levemente desidratada e ter ficado exposta tanto tempo ao sol a deixara fraca e sonolenta.

Mexeu na sopa com a colher, pegando um pouco e derramando o líquido amarelo de volta para o recipiente. Torceu o nariz quando sentiu o cheiro, mas o ser do mal tinha razão, ela precisava se alimentar para sair logo dali. Teria que esperar por Siren, não conseguia levantar o braço o suficiente para levar a colher à boca.

- Tetrazine idiota. - resmungou antes de desistir de comer sozinha e esperar impaciente pelo retorno de sua mãe.

Cheirou o ar quando um suave aroma conhecido se espalhou pelo quarto. Virou o rosto para encontrar a sacola de papel branca em cima da mesa ao lado da cama. Piscou confusa quando reconheceu o cheiro de faux-fu, um tofu falso feito de carne. Ainda estava na dúvida dele estar envenenando ou não, teria que esperar Siren voltar para descobrir. Mas enquanto ela não retornava, não conseguia pensar em mais nada além da pergunta que rondava sua mente.

- Mas que diabos, Jana?

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