OO8
LA TRISTESSE DU DIABLE | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Capítulo VIII
ERA VERDADE, YOONGI SE SENTIU muito chateado, indignado. Havia vários sentimentos dentro dele, mas todos eram negativos.
Quem diria? O céu e o inferno realmente existiam. Era isso que o incomodava. Porquê agora que ele sabia que havia um ser divino, ele não podia deixar de se perguntar, por que eu?
Yoongi não se considerava um homem mau. Ele não roubou, ele trabalhou para ter o que precisava. Na maioria das vezes era sincero, às vezes talvez demais. Namjoon tinha sido seu primeiro e único namorado até agora, e nunca tinha sido infiel a ele. Nunca tinha batido em ninguém. Então porque? Por que ele teve uma infância de merda? Por que sua vida tinha sido tão difícil até então? Por que foi que quando ele esperava que algum milagre viesse até ele para salvá-lo, nada apareceu? O todo poderoso já o ouviu? Ele não sabia, mas sentia que sua vida estava sendo muito injusta.
Tudo isso era um castigo apenas por ser homossexual? Foi a única resposta possível que ele encontrou. Mas não, Jungkook havia lhe assegurado que não era nem pecado. Até certo ponto, os humanos confundiam a ideia de amor correto ou normal com o instinto reprodutivo... ou pelo menos algo assim que Luzbel lhe contará.
E por causa disso Yoongi teve outro dilema: ele deveria mesmo acreditar em Luzbel? Quer dizer, foi o diabo que lhe disse todas aquelas coisas, como poderia ter certeza que o outro não estava mentindo para ele?
No entanto, ele teve que admitir que Jungkook não era nada como as pessoas o descreviam. Sem falar que, mesmo querendo questionar, havia algo nele, Yoongi não sabia o quê, mas isso o fez querer confiar. Era algo estranho que ele nunca havia sentido antes.
E nem Jungkook, ele nunca sentiu algo assim por qualquer humano. Era como se houvesse algo muito familiar nele, mas isso era impossível. Até então eles nunca haviam se visto antes. Então, por que essa sensação estranha?
O moreno queria saber, queria entender isso. Porque esse algo foi uma das coisas que mais o motivou a ajudar Min.
Depois disso, a perspectiva do ruivo em relação a Jungkook mudou um pouco. Ainda assim, aos olhos dos outros, ele ainda era o mesmo Yoongi de sempre. E talvez fosse assim, quero dizer, o que poderia mudar com essa informação? Jungkook havia dito isso, ele já parecia estar vivendo no inferno, e mesmo que quisesse e soubesse como, estava fraco demais para sair dele.
Então, talvez ele simplesmente deixasse sua vida continuar como está agora. Se ele fosse para o inferno depois de morrer, talvez não fosse muito diferente de agora.
Eram 7 da noite. Yoongi já havia terminado o trabalho e voltou para casa. Seu namorado tinha que se arrumar para trabalhar, mas antes disso eles decidiram que seria uma boa ideia fazer uma rodada de sexo. Por isso Yoongi estava suado, ofegante e ainda pulando no membro de Namjoon, que estava sentado no sofá, com os braços estendidos no mesmo encosto, e curtindo o trabalho do parceiro.
Finalmente Namjoon se desmanchou na camisinha e Yoongi fez o mesmo em seu próprio abdômen. Ambos estavam suados e um pouco cansados depois disso, mas assim como Yoongi esperava, Namjoon o empurrou para longe dele. Sem dizer absolutamente nada, levantou-se para ir ao banheiro, retirando a camisinha no caminho.
Yoongi sentou no sofá, olhando para nada.
Ele costumava odiar quando Namjoon fazia isso, porque sentia que ele o estava tratando como uma espécie de boneca inflável. Porque sentia que o Kim não o queria, mas sim apenas um lugar para desabafar. Sentia que estava sendo usado e odiava isso.
Não achava que estava pedindo muito, apenas queria que ele ficasse por mais alguns minutos, que houvesse pequenas carícias enquanto eles se recompunham, mesmo com um único beijo ele se sentiria satisfeito. Mas ele não estava recebendo nada disso.
Uma vez reclamou disso, mas a única resposta de Namjoon foi que para tais queixas ele preferia ter ficado com uma mulher desde o início.
Desde então Yoongi não disse nada sobre isso novamente, mesmo que ele ainda não gostasse que Namjoon o tratasse de maneira tão fria depois de fazer sexo. No entanto, agora... Agora parecia que ele não se importava mais.
Ele foi para o quarto, sentou-se na cama e tirou os cigarros do criado-mudo. Começou a fumar enquanto esperava o namorado sair do banheiro para que ele pudesse entrar e se limpar.
Olhando para o cigarro com cuidado, ele se lembrou da pergunta de Jungkook.
"Que outros ferimentos você tem?"
Ele sorriu enquanto olhava para a parte interna de suas coxas. Havia várias marcas de cortes ali, todas já cicatrizadas.
Não fazia muito, tentava não fazer, a não ser que se sentisse muito mal, a ponto de fazer por simples impulso. Claro que Namjoon sabia disso, porque era impossível não notar se ele o tinha visto nu inúmeras vezes. Ainda assim, ele nunca disse nada sobre isso, ele agia como se não estivesse ciente disso.
Aquele que era o dono de seus pensamentos naquele momento, aproximou-se dele, tirando-lhe o cigarro e colocando-o em um copo de água quase vazio que estava sobre a mesa.
Yoongi olhou para Namjoon, que agora estava usando uma toalha na cintura. Ele olhou para o namorado sem expressão.
— Eu disse que não gosto que você fume. Vá tomar banho. — ordenou.
Yoongi apenas suspirou e acenou com a cabeça. Ele se levantou da cama e foi até o banheiro. Talvez isso fosse melhor, talvez se ele não abrisse a boca de vez em quando e apenas seguisse ordens, seu relacionamento com Namjoon não seria tão ruim.
⸸⸸
Seokjin fechou a porta da frente depois de entrar em sua casa. Ele jogou as chaves em um móvel próximo, e depois de um longo suspiro, caminhou até onde Taehyung estava no quarto.
Seokjin sabia muito bem que o namorado chegou do trabalho muito antes dele, então quando se aproximou e o viu sentado no sofá com um olhar perdido e ainda vestindo suas roupas de trabalho, pareceu estranho para ele.
— Hoje foi um dia cansativo. — ele se aproximou do moreno por trás do sofá, se inclinando um pouco na direção dele e colocando os braços em volta do pescoço do outro. — Como foi para você? — deu um pequeno beijo na bochecha dele. No entanto, com o passar dos segundos, Seokjin franziu a testa quando viu que Taehyung não respondeu. Na verdade, parecia que ele nem estava prestando atenção nele. — Tae?... Taehyung.
O nomeado pareceu colocar os pés de volta no chão ao ouvir a voz do namorado.
— Desculpe, eu não ouvi você.
Seokjin se separou dele apenas para dar a volta no sofá e se sentar ao seu lado.
— O que está acontecendo? — ele finalmente perguntou. — Desde ontem você está estranho.
Seokjin, claro, percebeu, mas ele não disse nada porque achava que Taehyung não estava de bom humor, o que era normal para todos de vez em quando. Seokjin pensou que no dia seguinte seu namorado se sentiria melhor, mas não.
Essa atitude estranha estava durando mais do que Seokjin pensava, e isso era algo incomum para Taehyung.
— Não é nada. É só o estresse do trabalho, a banda… — ele bagunçou um pouco o cabelo, mostrando sua frustração.
— Você precisa de uma massagem? — ele perguntou suavemente, acariciando a nuca de seu parceiro.
— Não se preocupe. — ele negou.
Na verdade, ele se sentiu muito frustrado, embora não fosse exatamente por causa do que ele havia dito a Seokjin.
Era verdade que ele sabia que estar com um humano era proibido. Mas ele havia passado tanto tempo na terra, cercado por mortais... Ele havia se adaptado tanto que estava começando a acreditar que também era um deles. Além disso, foi a primeira vez que sentiu esse tipo de amor por alguém.
No entanto, Luzbel estava certo. Ele não era humano.
Taehyung se sentiu entre a cruz e a espada com seu relacionamento. Ele amava Seokjin, eles praticamente fizeram uma vida juntos, ele se sentia confortável e feliz ao seu lado, então não queria se separar dele. Mas sabendo da punição que seu namorado receberia em troca... Não, ele definitivamente não podia permitir isso.
Taehyung também estava muito ciente de que Seokjin era emocionalmente dependente dele, então não sabia o que fazer. Se ficasse com ele, eles o puniriam, e se fosse embora, Seokjin também ficaria muito mal.
E por mais que odiasse isso, parecia que só lhe restava pensar qual opção seria menos pior.
Na verdade, ele nem queria pensar nisso porque já sabia qual era a resposta correta. Ele simplesmente não podia aceitar isso ainda.
— Vou caminhar.
— Quer que eu te acompanhe?
— Não, quero estar sozinho.
Taehyung se levantou do sofá, indo direto para a saída da casa. Quando Seokjin estava totalmente sozinho, seu rosto assumiu um semblante mais sério.
Ele achava que conhecia Taehyung muito bem, e sabia que ele não era assim, algo devia estar acontecendo. Ele começou a morder a unha do polegar, sentindo alguma ansiedade.
⸸⸸
Quando Namjoon saiu, Yoongi aproveitou a oportunidade para ir à cozinha e fazer um ramen instantâneo para o jantar.
Ele ficou na sala de jantar por vários minutos, comendo muito devagar sem pensar em nada específico.
Quando terminou de comer, jogou a tigela de papel no lixo e depois voltou para o quarto, querendo pelo menos descansar um pouco.
No entanto, seu coração quase saiu do peito quando viu Luzbel sentado no seu lado da cama, lendo as páginas de um caderno preto.
— Mas o que...? — ele desabafou assustado. — Como você entrou? — ele franziu a testa, logo se virou para olhar para a varanda quando o homem de cabelos escuros apontou para ela. Depois disso, seu olhar voltou para ele. — A quanto tempo você está aqui?
— Hum, não muito. — ele respondeu, sem tirar os olhos do papel por um segundo.
Yoongi ficou em silêncio por vários segundos, tentando entender porque Jungkook parecia tão entretido com aquele caderno. E assim que ele percebeu que esse caderno era onde ele escrevia suas músicas, ele caminhou em direção ao outro para pegá-lo.
— Ei. — Jungkook reclamou. — Não seja rude, eu estava lendo.
— Rude? — ele exaltou indignado. — Para começar, não entre na casa de outra pessoa sem permissão e também não toque em coisas tão pessoais. — ele colocou o caderno de volta na gaveta maior da mesa de cabeceira. — O que faz aqui?
— Eu queria ver você. — ele descansou as mãos na beirada da cama. — Eu queria... você sabe, queria saber se você estava bem. Noite passada...
— Eu estou bem. — ele o cortou.
— Tem certeza?
— Sim. Eu não fiquei louco ou um extremista religioso. Estou bem.
— Talvez seja isso que me preocupe. — ele murmurou.
— Do que você está falando? — ele também se sentou na cama.
— Eu não sei. — ele deu de ombros. — Quando uma pessoa descobre coisas assim, sua perspectiva em relação a tudo pode mudar. — explicou. — Eu estava preocupado que isso acontecesse com você e você enlouquecesse, mas em vez disso, agora... não sei se devo me preocupar porque você parece ser o mesmo.
— O que você espera que eu faça? Que crie uma seita? Grite por toda a cidade como um louco? — ele negou. — Eu não vou fazer nada disso. As pessoas acreditam no que querem acreditar, por isso não me interessa.
— Você está com medo de mim, Yoongi? — ele perguntou curioso.
— Parece que eu estou?
Eles olharam nos olhos um do outro por um longo tempo, momento em que Jungkook sabia que Yoongi estava dizendo a verdade. Ele não parecia ter medo dele, o que o deixou mais curioso. Quem diabos é você, Min? Se perguntou.
— A propósito, agora devo te chamar de Luzbel ou Jungkook?
— Jungkook está bom.
— Tudo bem. — ele assentiu.
— Eu gostei do que você escreveu. — ele comentou, referindo-se ao caderno de Yoongi. — Cada verso é muito profundo, mas também muito triste.
— A tristeza é o único sentimento que consigo expressar bem.
— É porque você sempre se sente triste? — ele perguntou.
— Eu nem sempre me sinto triste, eu só… — ele suspirou sem querer continuar com sua frase.
— Suas letras são boas, você poderia se tornar um compositor profissional... você poderia vender suas músicas, sabe, por um bom preço. — Jungkook falou depois de saber que Yoongi não iria continuar falando.
O de cabelo ruivo deu um sorriso zombeteiro com o que Jungkook havia dito.
— Claro que não. São letras simples, ruins, ninguém iria querer algo assim. Com muita sorte, os meninos gostaram de cantá-las em bares.
— É nisso que você realmente acredita... Ou no que alguém o levou a acreditar? — Yoongi olhou para baixo, e com apenas esse ato, Jungkook sabia a resposta. — Seu namorado não quer ver você ter sucesso, sabia disso? Ele te quer amarrado a ele.
— Não traga meu namorado para isso. — ele deixou escapar apático.
— Yoongi, você sabe que é verdade.
— Não! — ele se levantou por impulso, isso devido à fúria que percorria todo o seu corpo. — Isso não é culpa dele, é culpa do seu pai divino. — ele apontou para o outro. — Você sabe o que minha mãe me dava para comer quando ela sentia que eu não estava fazendo as coisas direito? Ela me dava comida vencida, legumes podres, sobras que já cheiravam mal. Eu estudava porque a escola era gratuita. Não houve um dia em que ela não bebesse e me lembrasse que me odiava, que amaldiçoava o dia do meu nascimento. Ela deixava seus namorados me baterem. — seus olhos ficaram mais brilhantes com as lágrimas acumuladas. — Um deles estava prestes a me estuprar. — ele soltou. — Namjoon chegou na hora e não deixou isso acontecer, foi nesse dia que decidimos fugir. — ele lambeu os lábios. — Meu inferno não começou com Namjoon, começou com minha mãe. Eu era apenas uma criança. Diga-me, onde estava seu pai que tudo vê? — ele questionou. — Quer saber por que deixei de acreditar nele? Pelo número de vezes que implorei para minha mãe ou qualquer um de seus namorados nojentos pararem. E o que você acha que aconteceu? — ele nem o deixou falar. — Nada, nada aconteceu. Continuaram a me maltratar.
— Yoongi, eu... me desculpe. — ele também se levantou. Ele não sabia exatamente o que dizer, o menor o havia deixado sem palavras.
— Meus amigos podem ver Namjoon como o vilão agora... Mas ele me salvou.
— Não. — ele balançou a cabeça. — Isso não é verdade.
— Ele me salvou. — repetiu. — Ele me tirou de lá.
— E começou a maltratar você também.
— Nós discutimos. — ele tentou defendê-lo. — É o que os casais fazem.
— Os casais não se batem e não impedem o outro de querer ter sucesso com algo que obviamente é sua paixão. — ela se aproximou de Yoongi. — Você ama a pessoa que era seu namorado no começo, não a de agora. Você fica com ele porque sente que lhe deve algo e porque tem alguma esperança de que ele será o mesmo de antes.
— Você deve ir embora.
— Yoongi...
— Vá embora. — ele apontou para a porta do quarto. — Caso Namjoon volte por algum motivo, não quero que ele te veja aqui.
— Tudo bem. — concordou. Não adiantava insistir se ele não ia ouvir. — Então acho que nos veremos amanhã. — ele começou a caminhar em direção à porta.
— Você não precisa mais trabalhar naquela loja. — comentou Yoongi. — Eu sei quem você é, não faz mais sentido.
— Talvez... Mas eu realmente gosto.
Jungkook sorriu levemente para ele antes de sair do quarto.
Yoongi se recostou na cama, sentindo-se um tanto estranho e irritado ao mesmo tempo. Estranho porque foi a primeira vez que ele disse todas aquelas coisas em voz alta e na frente de outra pessoa. Aborrecido porque não queria aceitar que Luzbel provavelmente tinha razão.
Jungkook saiu do apartamento de Yoongi, e por estar imerso em seus pensamentos, ele caminhou pelo corredor sem prestar atenção na pessoa que estava passando por ele e indo na direção oposta. No entanto, essa outra pessoa o notou, especialmente de onde ele veio.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro