LA TRISTESSE DU DIABLE | ϐοα ℓєιτυяα

𔘓 ‧₊˚ Capítulo XXIV

     SEOKJIN ENTROU NO BANHEIRO ABOTOANDO a camisa. Ele parou ao ver o namorado na frente do espelho, arrumando o cabelo antes de ir trabalhar.

— TaeTae, hoje é o aniversário do Yoongi. — ele disse suavemente. — Você vai ao clube... ou ainda vai mandar uma mensagem parabenizando ele?

Seu namorado não respondeu.

Taehyung cumpriu sua palavra, não teve nenhum contato com Jungkook desde que ele saiu de casa e também evitou Yoongi pelo mesmo motivo.

Ele se sentia irritado com os dois, principalmente com o irmão, mas Yoongi também sabia tudo o que estava em jogo se eles ficassem perto um do outro, e mesmo assim ainda estava com ele. Assim, parte da culpa também foi atribuída ao menor.

Eles tiveram sorte de não terem nenhum compromisso com a banda ultimamente, caso contrário tudo ficaria muito mais estranho.

Seokjin por sua vez, não teve restrições, ele conversou tanto com Yoongi quanto com Jungkook. E sendo honesto consigo mesmo, ele não gostou do drama que aqueles três estavam fazendo.

Ele se aproximou de seu namorado, abraçando-o por trás.

— Há quanto tempo você não vê seu irmão?

— Não venha com esse assunto de novo. — ele reclamou.

— Estou fazendo isso porque não quero que o relacionamento de vocês seja arruinado.

— Nosso relacionamento se desfez séculos antes de você nascer.

Seokjin riu baixo, apertando ainda mais seus braços no dorso do outro.

— Você não acha que é por alguma coisa que você o reencontrou depois de tanto tempo? Talvez a vida esteja lhe dizendo para se dar outra chance.

— Não, é apenas uma trama do destino. — ele deixou escapar, em parte brincando e em parte realmente acreditando.

— Mm… — ele fez um pequeno beicinho enquanto apoiava o queixo no ombro direito de Taehyung. Seu olhar focou no reflexo de ambos por alguns segundos. — Quer saber? Eu sei que você não gosta da ideia deles serem muito próximos, e você tem bons motivos para isso, mas mesmo assim não posso deixar de dizer que os entendo... Quer saber por quê?

Taehyung se apoiou nos móveis que cercavam a pia, e soltou um suspiro suave, vendo o reflexo de seu namorado.

— Diga-me porquê. — ele falou resignado.

— Porque eles me lembram de nós. — ele sorriu ao ver a carranca do outro. — No começo... quando eu carregava todos os meus problemas do passado, você era minha fuga da realidade... e assim como você era a minha, Jungkook provavelmente é a de Yoongi. — ele beijou seu ombro. — Não se preocupe, tente entender um pouco mais. Porque se não fosse por você, eu já estaria perdido.

Ele deixou um último beijo na bochecha do parceiro antes de sair. Taehyung suspirou novamente, mas desta vez mais pesado.

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Uma chamada recebida em seu celular foi o que acordou Yoongi. Ele pegou o aparelho enquanto fazia um esforço para sair da cama, pois não queria que Namjoon acordasse por causa dele e da pessoa que insistira em ligar naquele horário.

Ele não viu o nome do contato, só atendeu a ligação quando chegou à sala de seu apartamento.

— Alô? — ele falou praticamente no meio de um bocejo, enquanto apoiava o ombro esquerdo na parede e esfregava um dos olhos.

— Parabéns 'pra você...

Yoongi ergueu os cantos dos lábios em um sorriso. Ele não tinha visto quem era, mas só de ouvir já sabia. Jungkook estava cantando para ele do outro lado da linha.

Sua voz era suave e harmoniosa, e a música estava longe de ser animada como as pessoas tradicionalmente a cantavam, o moreno a havia transformado em uma melodia lenta e bonita que Yoongi tinha certeza que conseguiria ouvir por horas.

— Feliz aniversário, querido Yoonie... parabéns 'pra você… — ele ficou em silêncio por alguns segundos. — O que achou? — ele perguntou sorrindo, embora o mais novo não pudesse vê-lo. — Não foi difícil aprender a letra, mas tive medo que seus ouvidos sangrassem ao me ouvir cantar.

— O que você está dizendo? — ele negou para si mesmo. — Você canta como um anjo. — a risada emitida pelo moreno trouxe calor ao peito de Yoongi. — Obrigado. — ele sussurrou. — Foi um gesto muito bonito... mesmo que você tenha interrompido meu sono.

— Bem, se eu não fizesse isso, certamente o alarme faria. Agradeça por ter sido eu. — finalizou ele, fingindo arrogância.

— Claro… — ele bufou. — Ei... Nos veremos esta noite, certo? — ele resolveu mudar de assunto.

— Claro que sim, meus planos ainda não mudaram, a menos que você tenha desistido e não queira que eu vá.

— Não foi isso que eu quis dizer, bobo. — ele suspirou. — Eu realmente quero que você vá. — disse calmamente.

— Então assim será.

— Muito bom. — ele concordou. — Porque se você me deixar plantado eu não vou te perdoar.

— Acredite em mim, quando eu menti para você?

Yoongi sorriu, sem entender porquê se sentia tão encorajado toda vez que conversava com o moreno.

— Bom. Então... até mais.

— Até mais tarde.

No momento em que a ligação terminou, Yoongi lentamente afastou o aparelho da orelha enquanto mordia o lábio inferior, suprimindo outro grande sorriso.

Em qualquer outra ocasião, ele não teria se sentido de bom humor ao ser acordado muito antes de seu despertador tocar, considerando que ele nem dormiu as horas que deveria, mas por ser Jungkook, ele não teve queixas, muito menos se fosse para ouvi-lo cantar com aquela voz doce.

Ao contrário do que sentia antes quando Jungkook se aproximava dele, agora ele apenas lhe dava paz, aconchego e segurança.

Bem, na verdade era um pouco mais do que isso, mas ele sempre tentava ignorar. Ele ignorou o fato de que seu coração batia mais rápido só de ver o mais velho sorrir, que ele se sentia mais completo quando estava por perto, e que ultimamente seu estômago revirava toda vez que ele olhava em seus olhos e se perdia neles por mais tempo do que deveria.

Yoongi já havia experimentado tudo isso antes, mas já fazia tantos anos que agora ele não tinha certeza se era a mesma coisa.

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— Então, você disse feliz aniversário para Yoongi? — Jackson perguntou em um tom sugestivo.

— Não. — Namjoon revirou os olhos. — Acabei deixando um bilhete para ele antes de vir para o trabalho. — ele apoiou os cotovelos no balcão.

— Uau, você é definitivamente o namorado do ano. — disse ele sarcasticamente antes de tomar um gole de sua bebida.

Felizmente para Jackson e infelizmente para Namjoon, não havia muitos clientes naquele dia, então eles estavam perdendo tempo conversando sobre assuntos pessoais.

Embora não fosse a primeira vez, Jackson frequentava o local no horário em que sabia que seu amigo estava trabalhando, para, segundo ele, lhe fazer companhia e diminuir o estresse que carregava quando aquele local estava cheio de pessoas.

— Não se preocupe. — ele suspirou. — Ele queria que saíssemos, mas não posso. Toda vez que um nós falta ao trabalho, nossa renda fica desequilibrada e, surpresa, não temos como pagar as contas.

— Você sempre usa isso como desculpa?

— Não é desculpa, é a verdade.

— Sério? Desde que te conheci, testemunhei o quão ruim é o seu relacionamento. Então... por que você não termina de vez?

— Não diga coisas estúpidas. — ele se afastou para atender um cliente que estava pedindo mais algumas cervejas. Depois de atendê-lo, ele voltou para o amigo e bagunçou um pouco seus cabelos, pensativo. — Eu ainda o amo. — ele terminou dizendo.

— Nós dois sabemos que isso não é verdade, você só gosta de tê-lo amarrado a você e saber que pode subjugá-lo quando quiser.

— Não é por isso, eu realmente ainda sinto algo por ele.

— Com certeza. — ele bufou. — É por isso que no minuto em que ele parou de te satisfazer, você me ligou e transamos no meu carro e depois no seu apartamento, certo?

— Foi um deslize.

— Um deslize que aconteceu mais oito vezes.

— Bem, você também não recusou todas as vezes que fizemos isso. Na verdade, até parece que você gostou mais do que eu. — defendeu-se.

— Não finja que não gostou. Você passou tanto tempo com um garoto inexperiente, que te garanto que quando você veio até mim, eu fiz você tocar o céu mais vezes do que seu namorado fez em um relacionamento tão longo. — ele sorriu com orgulho. — E... — ele levantou o dedo indicador, como se quisesse enfatizar o que diria a seguir. — Não tente fazer eu me sentir culpado, não fui eu quem traiu o meu namorado.

— Eu estava com raiva. — ele admitiu. — É culpa dele. Yoongi está muito estranho há algum tempo, ele nem quer que eu o toque, somos como dois estranhos que moram na mesma casa e dormem na mesma cama.

— Então ele provavelmente está te traindo também. — ele encolheu os ombros. — Ele gosta mais do jeito que a outra pessoa o toca. — ele sorriu, divertido com a expressão de aborrecimento do amigo.

— Jackson, se você não vai consumir mais nada, é melhor sair daqui.

— Eu já não aguento mais nada mesmo. — ele revirou os olhos antes de tomar o último gole de sua bebida.

E não, Namjoon não suportava a ideia de outra pessoa colocar as mãos em Yoongi. Namjoon foi seu primeiro homem e ele planejava continuar assim.

Como um tesouro que ele havia encontrado e, portanto, pertencia apenas a ele.

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— Feliz aniversário, Yoonie. — Seokjin disse a ele, bagunçando seu cabelo em uma demonstração de carinho.

Yoongi apenas sorriu, surpreso ao entrar no clube onde seus amigos haviam feito a reserva.

— Esse lugar é incrível. — seu olhar ficava vagando por todo o lugar. As luzes, a música, a decoração, a amplitude do estabelecimento, as elegantes poltronas revestidas de couro branco. Só de ver como as outras pessoas ao seu redor estavam vestidas ele percebeu que não era um lugar tão barato, o que o fez se sentir mal. Ele não queria que seus amigos gastassem tanto dinheiro com ele.

Porém, antes que ele quisesse dizer algo sobre isso, Jimin veio até ele, colocando o braço direito sobre seus ombros.

— Olha só, o aniversariante chegou!

— Jimin. — ele sorriu para o loiro. — Tão pontual como sempre.

— Venha aqui. — ele o guiou em direção à mesa, onde estavam Eunwoo e Hoseok. Seokjin estava bem atrás deles.

Yoongi ficou envergonhado ao ver várias sacolas de presentes e um mini bolo de chocolate. Ele reclamou com eles que não precisavam fazer tudo aquilo, mas só recebeu reclamações em troca, dos amigos dizendo para ele se deixar levar, não aturar problemas pelo menos uma vez na vida e aproveitar a noite.

Depois de ser persuadido por todos eles, ele se sentou em uma poltrona redonda e, segundos depois, Hoseok lhe entregou uma cerveja, dizendo que eles pagariam naquela noite.

Foi tudo muito mais do que Yoongi já recebeu de outras pessoas em sua vida. Não apenas os presentes, fora todas as coisas materiais, ele apreciava muito aquelas pessoas e apreciava sua companhia. Seus amigos, que sempre eram complicados à sua maneira e às vezes discutiam, de alguma forma sempre estavam lá para ajudá-lo, e isso era algo que Yoongi apreciava imensamente.

Ele se deixou levar pela felicidade e gostou de passar aquele tempo com eles. No entanto, ele sabia que era necessário outra pessoa para fazê-lo se sentir completo. Enquanto os meninos conversavam entre si, ele olhou discretamente para os dois lados do estabelecimento, tentando encontrá-lo com os olhos, mas não teve sucesso.

— Ei, Jinnie. — Hoseok chamou, fazendo todos se virarem para olhar para ele. — Taehyung não virá?

— Ah, não. Ele está ocupado. Ele tem muitas revisões de trabalho a fazer.

Yoongi apertou os lábios e abaixou o olhar ao ouvir aquilo. Ele tinha muita consciência de que não se tratava de trabalho, Taehyung só não queria vê-los, nem ele nem Luzbel.

Como não era nada fora do comum Taehyung às vezes ficar ocupado com seus alunos, a conversa continuou tomando rumos diferentes por vários minutos.

— Ei… — Jimin disse, chamando a atenção de Eunwoo, que estava sentado ao lado dele. — Na ausência das garotas... Quer dançar?

— Mm… — ele desviou o olhar do Park, parecendo pensativo por mais tempo do que Jimin pensou que seria suficiente para responder. — Eu aceito... mas apenas pelo mesmo motivo que você.

Hoseok observou os dois rapazes enquanto eles se afastavam da mesa. Ele se virou logo depois para o amigo, agora um pouco mais encorajado a fazer sua pergunta.

— O que você me diz, Seokjin? — ele cutucou o braço dele levemente. — Gostaria de dançar? Como Taehyung não está aqui, contanto que você não conte nada a ele, ele não ficará com ciúmes. — brincou.

Seokjin deu um pequeno sorriso, colocando sua cerveja na mesa antes de focar seu olhar em Yoongi.

— Você quer vir com a gente?

— Não, está tudo bem. — ele balançou a cabeça. — Você pode ir dançar, eu fico aqui.

Yoongi não era muito fã de movimentar o corpo ao ritmo da música, ele não sabia dançar... ou melhor, não tinha confiança para fazer isso em público, preferia evitar fazer papel de bobo de si mesmo, embora soubesse que todas as pessoas naquele lugar estavam muito envolvidas em suas próprias vidas para sequer notá-lo.

Cerca de 8 minutos se passaram e seus amigos ainda curtiam a música. Ele estava sozinho na mesa, mas não era um detalhe que ele prestava muita atenção, ele só estava se perguntando onde estava Jungkook. Ele havia lhe dito que eles se encontrariam no clube, mas não havia sinal dele.

Ele pegou o celular para ligar para o mais velho. Mas quando ele estava prestes a tocar no ícone de contatos, sua pele arrepiou quando um "Yoonie" foi sussurrado perto de seu ouvido.

O pequeno salto que ele deu em sua cadeira não passou despercebido pelo moreno, que sorriu divertido ao sentar-se ao lado dele.

— Não faça isso de novo. — Yoongi disse entre o choque e, em grande parte, a vergonha.

Deus, por que Jungkook sussurrando em seu ouvido causou aquele formigamento em seu estômago de novo?... e talvez um pouco mais abaixo também.

— Você está atrasado. — ele falou novamente, tentando esquecer tudo o que aquele homem causou nele. Porque, em última análise, não achou que aquilo fosse normal.

— Sinto muito. São poucos os lugares que servem de portal de acesso ao inferno, e nenhum deles está próximo. — exalou. — Além disso, eu queria comprar uma coisa antes de chegar aqui, então feche os olhos.

— O que? — ele sorriu nervosamente. — De verdade?

— Sim, feche-os agora. — insistiu ele, cego pelo seu próprio entusiasmo.

— Tudo bem. — ele se esforçou para conter uma pequena risada ao ver Jungkook daquele jeito e resolveu fazer o que ele lhe pediu.

Ele sentiu a mão do moreno pegar a sua e por alguns segundos seus nervos voltaram. Porém, eles se foram assim que ele sentiu Jungkook deslizar algo por sua mão até que estivesse em volta de seu pulso esquerdo, o que só aumentou sua curiosidade.

— Você pode abri-los agora.

O mais novo assim o fez. Ele olhou para baixo e viu uma pulseira de borracha preta.

— Uma pulseira. — ele sorriu divertido.

— Não é só uma pulseira. — ele pegou parte da borracha entre o polegar e o indicador, depois esticou um pouco e soltou. Atingindo assim a pele do Min, causando uma leve sensação de queimação e fazendo-o chiar.

— Ei… — ele reclamou baixinho.

— Machucou?

— Sim, um pouco. — ele assentiu, acariciando a área machucada.

— Ótimo, porque esse é o ponto. — ele viu Yoongi franzir a testa confuso, então decidiu se explicar melhor. — Como você ainda não decidiu falar com Seokjin, fiz algumas pesquisas e descobri que uma das maneiras de tentar parar de machucar seu corpo é fazendo isso. É apenas o começo, mas quando você sentir uma vontade forte ou precisar sentir dor, faça isso com a pulseira. Você obterá o que procura, mas não se colocará em risco.

— Ah... nossa… — por alguns momentos ele não soube o que dizer, e também não se preocupou em esconder seu espanto.

Ele não conseguia acreditar que Jungkook tinha se dado ao trabalho de pesquisar e procurar opções onde pudesse evitar que Yoongi fizesse aquele tipo de coisa. Quer dizer, nem mesmo ele fez algo assim por si mesmo.

Ele achou lindo a forma como Jungkook demonstrava que se importava com ele, como um detalhe que aos olhos dos outros poderia parecer tão pequeno, mas, que para ele se tornava tão grande, especial e significativo.

Aquela sensação calorosa em seu peito estava presente mais uma vez, fazendo-o sorrir como um bobo.

Parecia uma loucura para ele a maneira como Jungkook o fazia vivenciar as mesmas coisas de quando ele era adolescente e acabara de conhecer Namjoon...

Merda...

Sim... "Merda" foi a única coisa que a sua vozinha interior conseguiu formular ao perceber claramente o que estava acontecendo.