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LA TRISTESSE DU DIABLE | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Capítulo XXII
YOONGI FRANZIU A TESTA ANTES DE ABRIR os olhos. Ele olhou para o despertador, percebendo que eram 4 da manhã e ele havia conseguido dormir apenas duas horas.
Ele não acordou sozinho, mas sim sentiu algo em seu corpo, e só então soube que era seu namorado, que estava o tocando.
— Nam. — ele chamou, sua voz rouca por ter acabado de acordar.
— Eu quero tanto te foder. — ele sussurrou perto de seu ouvido, sua mão arrastando sob a camisa do menor.
— Tenho que ir trabalhar em algumas horas.
— Vamos lá, isso não nos parou antes.
— Estou cansado. — ele tentou rejeitá-lo gentilmente.
No entanto, seu namorado não ouviu. Yoongi permaneceu imóvel e não disse nada enquanto ainda sentia as mãos de Namjoon em seu corpo. Ele fechou os olhos, tentando se soltar e dar o que o outro queria, mas quando outra mão entrou em sua calça de dormir, Yoongi começou a se sentir muito desconfortável.
— Nam… — longe de obter uma resposta verbal, o corpo do namorado se pressionou contra o dele, com a clara intenção de fazê-lo sentir a ereção dele bem em suas nádegas. — Namjoon, espere. — mas todos os seus alarmes dispararam quando o mais velho começou a abaixar as calças. — Pare. Não quero fazer isso! Eu não quero, porra! — ele gritou, se debatendo e empurrando Namjoon para longe dele em desespero.
— O que diabos está errado com você?! — ele levou a mão ao nariz. — Você me acertou no rosto e nas costelas!
— Você pediu, porque não entende que eu não quero transar com você! — ele jogou as cobertas para fora da cama.
— Eu sou seu namorado, pelo menos você poderia fazer isso por mim. — ele se sentou no colchão.
— Eu não sou sua boneca inflável.
— Claro que não, uma boneca inflável seria mais útil do que você. Você sabe há quanto tempo não fazemos sexo? Mais de meio ano! Espero que não reclame quando eu procurar outra pessoa para desabafar.
— Como você já não fez. — ele murmurou.
— O que você disse?
— Que eu vou dormir no sofá. — foi a última coisa que ele disse antes de pegar um travesseiro e um dos lençóis e ir até a sala.
Relutantemente, ela largou suas coisas no grande sofá e se dirigiu à cozinha, onde se serviu de um copo d'água.
Ele estava bem ciente de quanto tempo eles não dormiram juntos, mas Yoongi não conseguia mais ceder. Ele havia parado de fazer aquilo desde que dormiu com Jongin porque a culpa estava o consumindo, ele não queria que Namjoon o tocasse depois que Jongin colocou as mãos em seu corpo.
Mas algum tempo depois as coisas mudaram quando um dia ele foi deixado sozinho no apartamento, depois que o namorado saiu para o trabalho, ele encontrou uma camisinha usada e mal escondida na lata de lixo do banheiro.
Ele não precisava de mais evidências para saber que seu companheiro estava sendo infiel, ele apenas se fazia perguntas que nunca disse em voz alta para Namjoon; Desde quando? Com quem? Quantas vezes eles usaram a cama em que ele dormia? Quantas vezes seu namorado tocou nele depois de tocar em outra pessoa?
Aos poucos ele deixou de se sentir culpado por ter tido relações sexuais com Jongin, pois Namjoon foi infiel por escolha própria e ele não parecia sentir nenhum remorso. Agora o que ele lamentava era ter se ferrado só para Namjoon conseguir um emprego melhor.
E claro, ele não conseguia mais se entregar ao mais velho porque quando ele tentava ou mesmo pensava nisso, a única coisa que vinha a sua mente era o amante de Namjoon e que com certeza ele o tocava da mesma forma.
Yoongi podia ser estupidamente ingênuo às vezes. Por um tempo ele acreditou que se eles melhorassem como casal ou se tentasse dar mais atenção a Namjoon e passar mais tempo com ele sem realmente discutir sobre nada, Namjoon voltaria para seus braços e deixaria quem quer que estivesse vendo pelas costas.
Mas é claro que isso nunca aconteceu. Primeiramente porque não importava o quanto Yoongi tentasse, ele não podia ignorar o fato de que Namjoon estava com outra pessoa. Ele havia sofrido muito em seus anos juntos, mas isso havia passado dos limites.
A cada dia que passava, ele se sentia menos forte o suficiente para continuar.
Ele colocou o copo vazio na pia e voltou para a sala. No entanto, ele parou no meio do caminho para olhar para a porta da frente. Ele se virou para o quarto onde Namjoon estava e então voltou para a porta mais uma vez.
Ele lambeu os lábios, hesitando um pouco, mas acabou saindo de seu apartamento no meio da madrugada.
Ele se abraçou devido ao frio que sempre ocorria naquela época. Mas não deu muita importância ao fato de não estar aquecido, muito menos de estar de pijama. Ele só queria tomar um pouco de ar fresco longe daquele apartamento.
Não sabia quanto havia caminhado, mas quando percebeu, o céu já não estava tão escuro e ele já estava atravessando a ponte do Mapo.
Seus pés pararam no meio da ponte e seu olhar se concentrou no Rio Han. Ele se inclinou sobre a grade, vendo como a água corria calmamente e sentindo como o vento roçava suavemente em seu rosto, agitando um pouco seu cabelo.
Essa ponte era muito famosa por todas as pessoas que haviam tirado a vida naquele lugar.
Teria diferença com mais uma?
Yoongi nem pensou duas vezes antes de começar a escalar o corrimão.
Mas quando ele estava prestes a colocar o primeiro pé na superfície do metal, alguém o segurou firmemente pela cintura e o fez voltar a colocar os pés no chão.
— Mas o que você pensa que está fazendo?!
A voz alterada de Jungkook nem surpreendeu Yoongi, que lutava para se libertar de seus braços.
— Me solte!
— Não até você me dizer o que diabos você está pensando!
— Eu estou farto disso! — ele gritou, conseguindo se libertar de uma vez, virando-se para ver o moreno, o mesmo que ele queria ver há 6 meses, embora naquele momento sua cabeça estivesse quente demais para pensar naquilo. — Estou farto de tudo! Estou farto de fingir que estou bem! — ele empurrou Jungkook no peito. — Estou farto de fingir que não sei que meu namorado transa com outro! — ele o empurrou novamente. — Estou farto de ser tratado como lixo! — outro empurrão. — Estou farto de tentar fazer com que a dor física substitua a dor emocional! Estou farto de ser tão fraco que nunca consigo me defender! Estou farto de ter uma vida tão miserável! Estou farto de esperar que algo aconteça, que algo me salve ou que algo me mate! Estou farto dessa incerteza e se vou morrer de qualquer jeito, então vou morrer de uma vez por todas para acabar com tudo!
Jungkook queria se aproximar, mas toda vez que ele dava um passo à frente, Yoongi o empurrava para trás. O moreno optou por segurar seus braços e puxar seu corpo em direção ao dele. Yoongi lutou para fugir, mas sentindo os braços de Jungkook envolvendo seu corpo em um abraço, ele não pôde deixar de se sentir chocado. Aos poucos, ele se acalmou e suas lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas enquanto ele escondia o rosto no ombro do outro.
Por que esse homem teve tanto efeito sobre ele?
— Estou farto de não conseguir parar de pensar em você. — ele soluçou, sem pensar no que havia dito, mas retribuindo o abraço.
Ele apenas se perguntava internamente por que tinha que se sentir apoiado por ele, por que sentia que seu lugar seguro era com alguém que não podia estar perto dele.
Jungkook ficou surpreso, tanto com as palavras de Yoongi quanto com o salto que seu coração deu ao ouvi-las.
O que foi tudo isso?
Por um segundo ele teve vontade de se afastar, mas imediatamente reconsiderou e não o fez porque Yoongi parecia precisar se agarrar a ele.
— Tirar sua vida não é a solução. — disse ele calmamente após alguns minutos de puro silêncio.
— Então me diga qual é porque eu não posso mais continuar assim.
— Eu te entendo.
— Claro que não. — ele balançou a cabeça. — Não minta, você não consegue entender o que eu sinto.
— As pessoas me odeiam, Yoongi. — ele respondeu, nunca quebrando o abraço. A cidade acordava para um novo dia, notada pelo barulho dos primeiros carros passando pela ponte, mas isso pouco importava para os dois. — Eu sou, de longe, mais velho que você. E você não tem ideia de como é difícil ver as pessoas por quem você arriscou tudo, tratando você como o vilão da história, como se fosse você quem arruinou a existência delas e as condenou à miséria ou a tomar atitudes e cometer atos pecaminosos… Venho a séculos sentindo seu desprezo por mim, séculos sentindo-me sozinho e culpado ao mesmo tempo. Você acha que eu não me cansei disso? — Yoongi se afastou um pouco para encontrar seus olhos. — Não sou humano, minha vida é eterna e devo aprender a conviver com a solidão, a tristeza e o ódio. Mas você tem mais opções, e nenhuma delas é se jogar de uma ponte ou tentar acabar com sua vida de alguma forma.
— Eu sei que existem opções... Mas não sou forte o suficiente para escolher nenhuma delas. — ele tentou enxugar os olhos com as costas da mão.
— Você é, você realmente é. Você só precisa parar de se limitar.
Yoongi não respondeu, apenas olhou Jungkook nos olhos. Inevitavelmente sua visão embaçou devido às novas lágrimas que ameaçavam cair, sentindo uma pressão em seu peito.
Luzbel colocou as mãos nas bochechas molhadas do mais novo.
— Eu sei que não é fácil para você, mas o resultado pode valer a pena. — sua voz suave conseguiu confortar um pouco o coração do Min. — Diga-me, Yoongi... Você estaria disposto a tentar?
— Não volte. — ele sussurrou.
— Yoongi… — tentou recusar, tentou dizer a ele da maneira mais gentil possível que não podia porque eles tinham que manter distância. Mas suas palavras não saíram de sua boca. Um nó se formou em sua garganta e seu coração apertou ao ver aquele olhar tão opaco, tão sem luz e ao mesmo tempo tão suplicante por socorro.
Ver Yoongi tão afetado o afetou também.
— Você não terá que se acostumar com a solidão se me deixar ficar perto de você, e eu não vou cair se você ficar perto de mim.
Luzbel ficou sem palavras por mais de um minuto. Era errado, era muito errado, a luz que ele sentia crescendo dentro dele, a esperança, a saudade, a força e a velocidade de seu coração, o brilho em seus olhos.
Seu maior desejo.
Por que ele estava lhe oferecendo algo assim? Por que tinha que ser Yoongi quem propôs a ele? E, ao mesmo tempo, por que era tão bom ser ele quem fazia isso?
Apesar de ter tido sentimentos mistos como felicidade e culpa, apesar de saber que isso não os guiaria para o que seria moralmente correto, por que ele não foi capaz de recusar?
Sucumbindo pela primeira vez em séculos, ao que seu coração lhe dizia.
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