LA TRISTESSE DU DIABLE | ϐοα ℓєιτυяα

𔘓 ‧₊˚ Capítulo X

     — VOCÊ ESTÁ BEM?

Jungkook notou Yoongi muito distraído o dia todo, e embora quisesse se aproximar dele e perguntar sobre sua condição, ele sempre encontrava uma maneira de fugir. No entanto, quando chegou o fim de seu turno, ele não teve muita sorte.

— Sim, eu estou bem. — respondeu.

— Não queira mentir para o diabo, Yoongi.

— Então não pergunte. — ele respondeu um pouco na defensiva enquanto se certificava de trancar a porta da loja.

— Se algo acontecer, você pode me dizer, sabe? — ele insistiu.

— Eu não vou te dizer nada, esses são meus problemas. Não preciso do conselho de ninguém, muito menos se vier de você.

— De mim? — ele perguntou um pouco desorientado.

— Sem ofensa. — ele direcionou seu olhar para o mais alto. — Mas como um anjo que não pode nem voltar para onde ele pertence devido ao castigo eterno, eu não acho que você seja capaz de tomar boas decisões.

Yoongi engoliu em seco depois de dizer isso, ele não sabia o quanto o moreno poderia suportar aquele tratamento dele. Não que ele quisesse desprezar tanto Jungkook, de jeito nenhum. Na verdade, por alguma estranha razão, ele gostava mais dele agora que sabia que era o diabo, do que antes, quando pensava que era um psicopata.

Mas ele também não era um idiota. Yoongi já era alvo de Jongin, ele só precisaria coletar evidências se ainda não as tivesse, para mostrá-las a Namjoon. Por isso não podia permitir-se ficar tão perto dele.

Jungkook, por sua vez, ficou um pouco atordoado com o que Yoongi havia dito. No entanto, quanto mais olhava nos olhos do ruivo, mais percebia que aquelas palavras não passavam de um mecanismo de defesa.

Naquela tarde, Luzbel definitivamente descobriu algo muito interessante sobre Min Yoongi.

— Ah… — foi a única coisa que conseguiu sair de sua boca alguns segundos depois. — É isso que você pensa de mim?

— Caso contrário, por que você estaria neste lugar trabalhando em uma loja de conveniência e querendo "ajudar" um cara que nem pediu nada de você? — ele encolheu os ombros. — Se eu fosse você, isso seria um pouco humilhante para mim. — não ouvindo uma resposta, Yoongi decidiu falar novamente. — Eu já vou. Não quero que você me siga. — ele avisou. — E Jungkook, eu não quero ver você perto de onde eu moro novamente.

Yoongi foi embora depois dessas palavras, mais uma vez deixando Jungkook sem a chance de dizer nada.

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Jimin estava conversando com Hoseok dentro de um restaurante no centro da cidade.

Não era segredo para ninguém que os dois eram melhores amigos. Jimin gostava de todos na banda, mas Hoseok sabia quase tudo sobre ele e ele sabia quase tudo sobre Hoseok. Eles eram confidentes um do outro.

Por isso, o ruivo não escondeu o interesse quando, enquanto falava sobre vários assuntos, Jimin recebeu uma mensagem em seu celular que o fez parecer mais animado do que antes.

— Boas notícias? — ele decidiu perguntar.

Jimin guardou o celular, encolhendo os ombros com a pergunta do amigo. Ele tomou um pouco do refrigerante antes de começar a falar.

— É a Wheeln, ela quer que eu vá ao apartamento dela. — comentou, acenando para o garçom para indicar que queria a conta.

Hoseok soube então que Jimin estava muito disposto a ir para aquele lugar, o que ele certamente não gostaria de saber.

— Ei… — ele chamou vários minutos depois, assim que o garçom saiu após entregar a conta para seu amigo. — Eu sei que você não pediu minha opinião, mas acho que o que você está fazendo não é certo.

— Você tem razão Hoseok. Eu não pedi sua opinião. — ele sorriu levemente.

— Estou falando sério. — ele suspirou. — Como você tem coragem de olhar para o rosto de Eunwoo depois de estar com sua namorada? Honestamente eu não conseguiria, a culpa me comeria vivo.

— Não quero que pense que sou o único hipócrita. — reclamou. — Você também é amigo dele, lembra? E tenho certeza que você não lhe disse que estou dormindo com a namorada dele.

— Isso é diferente. — ele se defendeu.

— Claro que não. — ele balançou a cabeça. — Diga-me uma coisa, por que você não nos entrega?

— Porque você é meu melhor amigo. — ele deixou escapar sem rodeios. — Estou tentando conscientizá-lo do que está fazendo, para que veja que está errado e que o deixe por conta própria.

— Ok. — ele balançou a cabeça ligeiramente antes de se levantar. — Vou pensar sobre isso no apartamento de Wheeln.

Hoseok suspirou cansado quando Jimin colocou sua parte do dinheiro na mesa e saiu.

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Yoongi não podia ir direto para onde Jongin o havia mandado. Ele decidiu ir primeiro a um bar para tomar uns drinques para não pensar tanto no que estava prestes a fazer.

O que funcionou e ao mesmo tempo não funcionou. Isso lhe deu coragem para ir ao lugar onde eles se encontrariam, mas ele continuou pensando em como estava se sentindo uma merda e como a situação em si era uma merda.

Como não seria? Era a primeira vez que ele estaria com outro homem além de Namjoon. E para piorar estava fazendo isso sob chantagem de um dos amigos mais próximos do Kim.

Ele só esperava que Jongin realmente fizesse sua parte, porque senão seria muito pior.

Ele chegou ao hotel barato que o cara havia mencionado e foi direto para o quarto número nove. Ele se virou para os lados, notando o corredor completamente vazio. Yoongi suspirou pesadamente e depois de ganhar um pouco mais de coragem, acabou batendo na porta que abriu apenas alguns segundos depois.

Jongin não pôde conter seu sorriso ao ver Yoongi ali.

— Eu pensei que você tinha se arrependido e não viria. — ele comentou enquanto o deixava passar.

— Eu não tenho essa opção, tenho?

— Você é inteligente. — ele sorriu ainda mais. — Vá tomar banho.

Yoongi assentiu, indo em direção à porta do banheiro. No entanto, Jongin agarrou seu pulso para detê-lo.

— Mas primeiro me dê seu celular. — ele mandou. — Você sabe, para evitar qualquer inconveniente.

O menor relutantemente lhe entregou seu celular antes de acabar se trancando no banheiro.

Em todo o tempo que levou para tomar banho, ele estava se convencendo de que o que faria era para o bem de seu namorado e dele. Era isso, ele não estava fazendo isso por prazer, estava fazendo isso pelo relacionamento deles. Ele queria se convencer de que não era uma pessoa ruim por tal ação. Por que não era, certo?

Saindo do chuveiro, ele vestiu um roupão de banho. Olhou para seu reflexo no espelho por vários segundos antes de descansar a testa nele e fechar os olhos. Ele orou internamente e com todas as suas forças para que nada realmente acontecesse e que Jongin parasse. Não achava que estava pedindo algo impossível, apenas que ele fosse embora.

A vida o tinha feito passar por muita coisa, e embora ele pudesse estar disposto a aturar isso, a verdade era que ele não queria mais nada daquilo.

Saindo do banheiro, ele encontrou Jongin sentado em um dos dois sofás do quarto. Ele parecia muito sereno e isso só deixou Yoongi mais inquieto.

— Jongin. — ele começou a dizer.

— Tire o roupão.

— Você não tem que fazer isso.

Jongin se levantou quando viu que o menor não o obedecia. Caminhou até ele e puxou o cinto do manto. Yoongi baixou o olhar e inclinou a cabeça ligeiramente devido à proximidade repentina. Ele podia sentir a respiração daquele cara batendo em seu rosto.

— Diga-me uma coisa, com quantos você dormiu enquanto Namjoon está trabalhando. — ele sussurrou enquanto desfazia o nó. — Estou curioso para saber qual número sou da lista. — não ouvindo o menor dizer algo, ele o pegou pelo queixo e o fez virar-se para ele. — Eu quero que você me responda quando eu estiver perguntando algo.

— Com ninguém. — ele empurrou a mão do outro para longe. — Agora você me responda uma coisa, você se sente tão fodido ao ponto de chantagear alguém para fazer sexo?

— Engraçado. — ele sorriu e se inclinou um pouco mais perto de Min. — Se você continuar falando assim comigo, isso vai se tornar muito mais divertido para mim e menos para você, eu te garanto. — ele sussurrou em seu ouvido, deslizando o roupão dos ombros de Yoongi, deixando-o completamente nu. Seu olhar viajou sobre ele por um longo tempo, de alguma forma realmente parecia que ele estava ansioso por este momento, e isso só fez Yoongi se sentir mais enojado. — Agora deite-se na cama.

A respiração de Yoongi ficou um pouco mais pesada. Ele soube imediatamente que o que ele desejava que não acontecesse inevitavelmente aconteceria.

Ele olhou de Jongin para a cama, hesitando um pouco. Mas ele não podia se enganar, mesmo desejando que isso não acontecesse, sabia de antemão o que aconteceria se entrasse naquele quarto. Então, no final, acabou cedendo ao olhar atento do mais alto.

— Eu quero que você se toque. — ele voltou para o sofá. — Mostre-me como você faz isso.

— Eu só quero esclarecer. — ele fez uma pausa por alguns segundos. — Se eu fizer tudo o que você me pede...

— Nada sairá deste quarto. — assegurou.

Yoongi lambeu os lábios e assentiu levemente antes de se deitar no colchão para começar o show que o amigo desagradável de seu namorado estava esperando.

O mais alto permaneceu em silêncio durante todo aquele tempo. Ele mordeu o lábio enquanto se deleitava com o que estava à sua frente. Yoongi, por outro lado, manteve os olhos focados no teto ou apenas os fechava. Até certo ponto ele estava grato que eram suas próprias mãos que o estavam acariciando, mas evidentemente as coisas ainda eram desconfortáveis para ele.

A pouca sorte que o menor tinha, não ia durar tanto. Jongin verificou se seu celular ainda estava no mesmo lugar que ele havia arrumado, antes de se levantar e ir em direção à cama.

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Wheeln sorriu ao abrir a porta, vendo Park ali.

— Você chegou aqui rápido. — ela comentou divertida, deixando-o entrar em seu apartamento.

— Esse era o ponto, eu não queria fazê-los esperar muito.

— Muito atencioso. — ela deu uma risada suave.

Quando a garota fechou a porta, ela se aproximou dele, envolvendo os braços em volta do pescoço do loiro.

— Que bom que você veio.

— Estou feliz em ver você também.

Jimin deu-lhe um pequeno sorriso, antes de finalmente acabar com a pouca distância que restava e beijar seus lábios, sendo totalmente correspondido.

Ele estava se deliciando com os lábios de Wheeln por vários segundos, até que um pigarro os separou.

— Você decidiu começar sem mim?

Eunwoo inclinou-se preguiçosamente contra a parede mais próxima. Jimin sabia com certeza que o rapaz estava saindo da cozinha.

Wheeln por sua vez, com um largo sorriso pegou o loiro pela mão e caminhou até onde seu namorado estava.

— Você sabe que nunca fariamos isso. — ela deu um beijo suave em seus lábios.

Quando Eunwoo se afastou, ele se virou para ver Jimin, que estava sorrindo tão largo quanto sua namorada.

— Você não vai dizer olá? — ele comentou em um tom brincalhão.

Jimin não disse nada, apenas se aproximou para beijá-lo também. WheeIn apenas os observou em silêncio. Por alguma razão, ver o namorado beijando outro rapaz chamou sua atenção. Apesar de não ser qualquer garoto, Jimin foi o único homem com quem Eunwoo aceitou esse tipo de acordo.

E sim, Jimin realmente não se importava se Hoseok dissesse algo para Eunwoo no final, porque a verdade da situação era que Eunwoo também estava muito envolvido.

Não que o loiro tivesse planejado contar ao seu melhor amigo. Ele confiava muito nele, mas essa era uma das poucas coisas que ele queria guardar para si mesmo. No entanto, Hoseok o conhecia muito bem, além do fato de que alguns dias atrás uma mensagem indecente de Wheeln havia caído justamente no momento em que Jimin havia emprestado seu celular para seu amigo para que ele pudesse mudar a música que estavam ouvindo.

Jimin não teve escolha a não ser confessar que tinha algum tipo de relacionamento com a garota, acrescentando a pequena mentira de que era pelas costas de Eunwoo, e isso se devia ao próprio garoto.

Eunwoo não queria que ninguém descobrisse sobre esse relacionamento, não porque eram três pessoas, mas porque essa outra pessoa era um homem. Admitir que estava com alguém do mesmo sexo, considerando-se completamente heterossexual, era humilhante para ele.

Jimin o respeitava exatamente pela mesma coisa. Foi a primeira vez que ambos tentaram algo assim, e mesmo gostando, ambos estavam convencidos de que Wheeln era quem mantinha seu relacionamento juntos.

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Eram quase 3 da manhã, Yoongi ainda estava naquele mesmo quarto de hotel, com a diferença de que agora ele estava sozinho.

Jongin havia saído há muito tempo, e embora Yoongi não quisesse estar lá, ele teve que aguentar um pouco mais antes de chegar ao seu apartamento. Ele queria chegar no final do turno da noite para não levantar suspeitas, além disso, ele não achava que poderia olhar Namjoon no rosto depois do que ele havia feito.

Seu olhar permaneceu no preservativo usado que o cara nem se deu ao trabalho de jogar fora, apenas o deixou no chão.

— Merda. — ele sussurrou para si mesmo, esfregando o rosto com as duas mãos. — Merda, merda.

Ver isso só aumentou seu desconforto, como ele se sentia nojento. Ele saiu da cama para ir ao banheiro e tomar um banho pela terceira vez.

Sentia-se cansado, zangado, farto, mas acima de tudo, sentia-se sujo. Ele definitivamente queria tirar toda aquela sujeira dele, e era por isso que ele estava esfregando os braços tão fortemente.

Mas naquele momento Yoongi não percebeu que a sujeira que ele queria se livrar não era de fora, mas sim de dentro

Ele engasgou sentindo-se mais irritado e com lágrimas prestes a escapar de seus olhos.

Aquela sujeira da qual ele queria se livrar vinha de todas as lembranças em que a vida o tratava pior do que lixo. De todas as vezes que ele pedia algo e sempre acabava acontecendo exatamente o contrário.

Sem perceber, suas unhas começaram a cravar em sua pele, fazendo vários arranhões.

Ele se lembrou de tantas coisas que não queria, como quando sua mãe o obrigou a fazer coisas desagradáveis, quando os parceiros de sua mãe o agrediram verbal e fisicamente, quando ele foi importunado na escola, quando seu namorado o bateu e agora isso. As vozes e memórias de todas aquelas pessoas se misturavam em sua cabeça.

Era tanto peso sobre ele, que ele estava começando a chegar ao seu limite.

Ele não sabia quanto tempo havia passado, pois havia deixado de estar ciente de tudo ao seu redor e do que estava fazendo.

Quando voltou a si, estava sentado em um dos cantos do chuveiro, suas lágrimas já corriam por suas bochechas há muito tempo, e seus braços sangravam de tantas vezes que ele cravou as unhas na pele.