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Te quedes con mi hijo

OI, MEUS DENGUINHOS! 😭💗💕 VOLTEI!!! Como estão? Se cuidando? Se alimentando direitinho? Bebendo água? Espero que sim, nenéns. Bem, estou de volta com outra fific pra vocês! Dessa vez, é uma short-fic muito fofinha e cheia de doçura.

OS YEONBIN SÃO TÃO LINDINHOS AQUI 😭😭😭 JURO

Créditos da capa e banner: sunivers13 / torizss. Muito obrigada ao blog mais lindo do mundo, e ao designer mais ARTÍSTICO do mundo! EU AMEI MUITOOO! 💕💗

⚠️ AVISOS: Classificação 18+. Muita glicose e arco-íris. Casal protagonista YEONBIN, ou seja, Choi Yeonjun e Choi Soobin. Casal secundário TYUNNING, ou seja, Kang Taehyun e Hueningkai. Há leves menções de dependência emocional e comportamentos preconceituosos.

Como podem ver, essa fific é só love, então não tem muito o que temer, nenéns. Leiam com o paninho do lado, só isso. 💕

Por fim, boa leitura e até mais, doçuras! 💗

"Meu bem, eu quero ser seu namorado"

Era uma tarde de sexta-feira, com um clima suave, árido e um ambiente harmonioso nas ruas, não irritando a ninguém e muito menos sabotando aqueles que estavam tendo um dia estressante. Em meio a tantas pessoas, estava Choi Yeonjun, um ômega de vinte e cinco anos, formado em dança e trabalhando com crianças em uma academia — ensinando-as os passos e coreografias como um excelente professor —, caminhando tranquilamente em direção a sua casa, mas de repente sendo impedido de continuar seu percurso pela vibração do celular em seu bolso da calça. O de fios rosas claros achou estranho aquilo, já que quase ninguém o ligava, a não ser sua mãe e seu melhor amigo. Mas logo entendeu perfeitamente ao acender a tela do celular e visualizar o nome de contato "Sra. Dulce", a melhor amiga da sua mãe e uma das pessoas mais incríveis e pacientes que ele já conheceu. Sendo assim, não demorou muito para Yeonjun atender a chamada, de início não começando nenhum diálogo, apenas esperando a outra ômega falar.

"— Yeonjun-ah?"

A voz de Dulce ecoou do aparelho eletrônico, sobressaltando o ômega por um momento, que levou alguns segundos para responder com um singelo "sim, senhora Choi?".

"— Podemos nos encontrar naquele café que íamos? Já estou chegando lá. É urgente."

Seu tom não era familiar para Yeonjun, que sempre escutou a mulher falar com uma tranquilidade surpreendente. Contudo, naquele instante, aparentava nervosismo.

Isso o intrigou.

— Sim, podemos, senhora Choi. Estou indo para aí.

E a chamada foi finalizada pela mais velha, fazendo o ômega soltar um longo suspiro, desprendendo de si aquela incômoda sensação no peito, como se algo estivesse prestes a acontecer... algo nada bom. Yeonjun odiava esses momentos em que sua intuição apontava alguma coisa que não conseguia enxergar, muito menos ouvir, assim não tendo outra alternativa a não ser encarar e descobrir o que lhe esperava. Então, com um pouco de cansaço, mas coragem, respirou fundo e deu meia volta, seguindo até o local que se encontrariam, esse sendo a cafeteria "La Dulzura", um café que ambos iam de forma frequente na adolescência do de fios rosados.

Dulce sempre foi sua cuidadora, a pessoa que mais lhe ajudou e apoiou quando sua mãe adoeceu. Aqueles foram momentos difíceis, mas Dulce estava ali para ele, e isso melhorava um pouco mais a situação, ainda que, bem lá no fundo, ambos sabiam que o estado de Choi Yura lhes afetava muito.

Teve que virar apenas algumas ruas, já que estava próximo do lugar, para se deparar com a fachada dali. Sorriu nostálgico, já que nunca mais tinha voltado ali desde sua maioridade. Enfim, caminhou apressadamente, adentrando em poucos minutos a cafeteria, sendo recebido com o cheiro bom dos diversos tipos de cafés sendo preparados, ou entregues aos clientes, e apreciando algumas pequenas mudanças que fizeram dentro do local. Não eram tantas, pois ele conseguia lembrar facilmente todos os detalhes das tantas vezes que visitou ali. Mas existiam e Yeonjun estava feliz em estar outra vez no lugar, por mais que não por lazer.

De qualquer forma, sua bolha de pensamentos foi quebrada quando percebeu já estar muito tempo parado na porta de entrada, recebendo alguns olhares estranhos por parte dos funcionários. Então, se desculpou envergonhado, curvando levemente o corpo e juntando as mãos, logo se posicionando novamente e observando ao redor, rapidamente notando aquela mulher de fios castanhos escuros, sorrindo levemente para si. Era Dulce. Ela estava em uma mesa mais afastada, mais ao fundo especificamente, de costas para uma grande janela. Eles sempre sentavam-se ali no passado.

Yeonjun seguiu até ela, respirando fundo. Nunca mais havia falado com a mais velha e, obviamente, estava um tanto ansioso, só não sabia se por saudade ou outro sentimento.

— Senhora Choi? Estou aqui — exclamou o ômega, parando ao lado da mesa de Dulce e fazendo uma reverência em respeito à mais velha. A ômega acastanhada sorriu docemente, cumprimentando-o de volta.

— Obrigada por vir, Yeonjun. Faz tempo que não nos vemos e já chego te pedindo favores. Me desculpe. — Suspirou, seus olhos mirando um ponto fixo na mesa, decaídos. — Bem, sente-se. Acredito que não temos muito tempo.

Yeonjun a obedeceu, sentando na cadeira de frente para a da maior. Ainda que repleto de perguntas em sua mente, permaneceu neutro, aguardando o que sua nana tinha a lhe dizer.

— Yeonjun, de verdade, me perdoe. Sinto muito pelo que teve de passar quando... bem... eu fui embora. Nunca fue mi intención. Você é uma pessoa especial para mim, mi corazón. Estou feliz que se encontre bem — Dulce falou, sorrindo pequeno, por mais que, nos cantos de seus olhos, pequenas lágrimas surgissem. — Queria poder te falar mais coisas, mas realmente não tenho tanto tempo...

— Está tudo bem, senhora Choi. — O de fios rosáceos rapidamente tentou acalmá-la, emitindo tranquilidade através de seu cheiro e palavras. — Não precisa se preocupar com coisas passadas. Também fico feliz em lhe ver bem. — Yeonjun sorriu, tranquilo, fazendo a mais velha sorrir diante do jovem, limpando as lágrimas antes que caíssem e voltando a falar, dessa vez, sentindo-se melhor:

— Obrigada novamente, cariño. Você sabe que, recentemente, eu voltei e junto comigo, vieram meus dois filhos, não é? — Yeonjun negou com a cabeça. Na realidade, ele nem sabia que a mais velha havia voltado, muito menos com seus filhos, os quais o ômega não teve contato, apenas conhecendo de longe. — Certo. Bem, Yeonjun-ah, Soobin e Soojung são seus nomes, como já deve saber, se você ainda lembra deles. O primeiro é o mais velho e o segundo, o mais novo. Ambos são alfas e, infelizmente, uns alfas bastante estúpidos quando o assunto é amor.

Yeonjun riu com a expressão de desagrado da ômega. Ele sabia que o que Dulce mais odiava era a competitividade de seus filhos alfas em relação às pessoas que gostavam. Mesmo os dois sendo apenas crianças, competiam por quem a professora da escolinha mais dava atenção, por quem a garota do caixa no supermercado achava mais fofo, por quem seus pais compravam mais brinquedos e entre tantas outras situações, que deixavam os cabelos castanhos da mais velha em pé. E mesmo que, naquele momento, já fossem adultos, continuavam competindo entre si.

— Sinto muito — disse o ômega, sorrindo reconfortante para a maior. — Eles não mudaram nada, pelo visto.

— Sim, não mesmo. — Riu Dulce, balançando a cabeça em negação. — Mas é por isso que eu vim até aqui, Yeonjun-ah.

O mais novo franziu o cenho, confuso.

— Como?

— Meus filhos estão apaixonados pelo mesmo ômega, que afirma gostar de Soojung, só que Soobin é teimoso e continua persistindo, mesmo se magoando com isso... — O de fios rosas sentiu um estranho aperto no peito. Algo não estava nada bem com aquela situação. — Por isso venho pedir sua ajuda, cariño. Eu preciso que Soobin se apaixone por você. Preciso que faça isso acontecer.

Yeonjun soltou ar pela boca, surpreso e afobado. Ele? Apaixonar? Um alfa? Nunca! Ele não era igual aos ômegas da universidade, que sabiam como cortejar alguém. Ele era cheio de defeitos, incomum. Não chegava aos pés da família Choi. Não tinha como aquilo acontecer, nem em seus mais profundos sonhos.

— Senhora Choi, como que eu poderia fazer seu filho se apaixonar por mim? Eu não sou como os outros ômegas... — exclamou, constrangido, sentindo uma estranha pontada no peito.

Seu lado ômega não estava nada feliz com sua reação, mas seu lado humano, obviamente racional, não dava tanta importância para isso, uma vez que era a realidade. Yeonjun, desde pequeno, sabia que era diferente dos demais, sempre com uma personalidade mais afoita e determinada, não submissa e quieta, como a maioria dos ômegas que o rodeavam. O jovem de cabelos rosados não gostava de seguir as regras que a sociedade impunha sobre si e odiava com todas suas forças os estereótipos que o perseguiam, mesmo quando ainda era um filhote, até sua adolescência, chegando então a sua maioridade.

Yeonjun já havia tido muitos alfas lhe pedindo uma oportunidade, mas ao conhecê-lo de verdade, se aprofundar em quem o ômega realmente era, seus pensamentos, seus quereres, suas crenças e suas experiências de vida, todos marchavam para longe, como se o ômega fosse algum tipo de besta, a qual não podiam "aturar".

E aquilo ardia em seu peito.

Era sempre uma decepção tentar algo com algum alfa — tanto que já havia tentado com betas e ômegas, mas todos eram idiotas na mesma proporção, ou piores, que os alfas —, então o jovem estava cansado, muito cansado, e sabia que não conseguiria fazer Soobin gostar de si, pelo menos, não romanticamente.

— Você é diferente, Yeonjun, porque é único. Eu tenho certeza que meu filho irá se apaixonar por você pela pessoa incrível que é, cariño. — Respirou fundo, antes de continuar: — Não falo isso apenas porque gosto de você, mas porque conheço seu caráter e convivi com você por muitos anos. Sei que, agora, não é mais aquele adolescente, mas... por favor, Yeonjun-ah, tente.

Oh, não, Dulce não estava pensando bem quando lhe chamou. Yeonjun sabia que a mais velha tinha um carinho especial por ele, mas era praticamente impossível conseguir que um alfa, muito menos um como Soobin, se apaixonasse por si.

Contudo, as palavras de Dulce ecoaram como ondas de som em sua mente, refletindo e refletindo. O ômega raciocinou por alguns minutos, os quais a Choi esperou pacientemente, já que ela sabia que ele precisava do seu tempo para pensar e o deixaria.

Mas o pior de tudo para o rosado era que, naquele momento, estava dividido entre aceitar ou não. Merda, ele não queria isso! No entanto, era Dulce lhe pedindo, com aquele olhar maternal e compassivo que confortou-o durante tempos. O ômega tinha um apego e carinho gigantescos por sua nana, então precisava, por ela, pensar com calma, e não apenas recusar sem antes analisar as possibilidades.

De qualquer forma, durante meses, vinha refletindo que deveria se dar uma nova oportunidade, por mais que fosse um ômega defeituoso.

E, bem, os prós eram: conhecer uma pessoa, viver uma nova experiência e reaproximar-se de Dulce. Os contras eram: seus próprios sentimentos, conseguir fazer o alfa apaixonar-se e se machucar. Logo, haviam tantos prós quanto contras, mas o motivo maior para Yeonjun tomar sua decisão foi ela, Dulce. Yeonjun era agradecido por tudo o que a Choi havia feito por si. A mais velha sempre esteve lá para ele, por mais que, no fim, tivesse ido embora como areia sendo levada pela água da praia.

Porém, ela estava ali quando precisou, cuidou de si e o ajudou, e, naquele momento, aquela mulher estava precisando de sua ajuda, então a ajudaria.

Eu aceito, senhora Choi. — Sorriu minimamente, vendo como a acastanhada batia palmas, alegre. — Mas como faremos isso? — indagou em seguida, receoso.

Sabia que sua nana tinha boas intenções, contudo, ainda assim, eram os sentimentos de outra pessoa, não poderia simplesmente mudá-los de um dia para o outro, principalmente por não nutrir nenhuma paixão por Soobin e, muito menos, conhecê-lo adequadamente.

— Yeonjun, a mágica do amor não é algo que podemos montar. Mas você irá se tornar uma presença frequente na minha casa, certo? Irá se aproximar do Soobin e tornar-se amigo dele. Contudo, você deve fazer isso de coração. No final, ambos devem estar apaixonados. Então, desde agora, não tema o amor, Yeonjun-ah. Soobin pode cuidar bem de você, e você pode cuidar bem dele. — Piscou um dos olhos. — Confie em mim.

Enfim, continuaram conversando por mais algum tempo — mesmo que não necessariamente o que tinham de, realmente, conversar —, tomaram seus cafés, os quais pediram após a conversa, e se foram para suas casas.

O ômega de fios rosas estava pensativo em todo o caminho. A realidade de sua vida era trabalhar e cuidar de sua mãe. Não havia passado por sua cabeça relacionar-se naquele momento, tanto pelos traumas de relacionamentos passados, quanto pela sua falta de segurança consigo mesmo. No entanto, naquele instante, algo dentro de si dizia que tinha tomado a decisão correta e precisava se preparar para seu futuro, porque além de tentar encantar Soobin, necessitava cuidar de seu coração machucado.

Pois, de qualquer forma, Soobin ainda estava apaixonado por outra pessoa.

[...]

A família Choi, não a sua, mas a de Dulce, era rica e famosa, bastante conhecida pela sua empresa de exportações e eletrônicos. O senhor Choi, Choi Seongju, era um homem alfa, de setenta e dois anos, casado com a estrangeira de descendência coreana Dulce Kang — virando Choi Dulce após o casamento de ambos —, de sessenta e sete. O casal teve dois filhos: Choi Soobin, vinte e cinco anos, e Choi Soojung, vinte e três anos. Ambos alfas de uma beleza surpreendente e muito aclamados por onde passavam.

O senhor e senhora Choi estavam muito felizes, até notarem, com preocupação, uma certa competitividade surgir entre os irmãos, quando os dois tinham apenas sete e cinco anos. Os pais tentaram intervir, mas isso cresceu com eles, até o tempo atual, onde um ômega de cabelos rosados tocava a campainha da grande casa dos Choi. Ele estava nervoso, já que seria sua primeira vez interagindo com toda a família de Dulce, ainda que conhecesse um pouco o marido dela e, por meio de fotos, os filhos.

Então, de repente, a porta abriu, dando visão para um homem alto, de fios loiros e sorridente, mas um sorriso tão amplo que chegava a ser irritante para o menor. Seu torso era coberto por uma regata branca e, na parte de baixo, vestia um short esportivo de cor cinza. Pelo cheiro de banana com chocolate amargo — não tão bom, de acordo com o ômega — era um alfa.

— Oh, o que temos aqui... — Olhou Yeonjun de cima a baixo, totalmente mal intencionado. — Quem é você, docinho? — perguntou, ainda com um sorriso descarado no rosto. O ômega sentiu-se levemente incômodo com o apelido e ainda mais com o olhar sombrio do outro, mas não reagiu.

— Eu sou Choi Yeonjun. A senhora Dulce está? — Forçou uma expressão simpática para o maior, observando os lábios do cujo se transformarem em uma linha, ou melhor, um sorriso malicioso.

"Que irritante", pensou o ômega, revirando internamente os olhos. Ele conhecia muito bem o tipo daquele alfa.

— Não vai perguntar quem eu sou, gatinho? — insistiu o loiro, começando a se aproximar do ômega, que já estava impaciente pelo descaramento alheio e pronto para lhe dar um belo fora.

— Deixe-o em paz, Soojung.

Uma voz soou do outro lado da porta, atrás daquele alfa descarado, surpreendendo Yeonjun por um momento, principalmente ao perceber o quanto o afetou, arrepiando-o dos pés à cabeça. Aos poucos, outra presença se fazia presente. Era ele, com certeza era ele. Aquele alfa, de fios escuros como a noite, olhos castanhos, bastante alto e com uma feição séria só poderia ser uma pessoa...

— Prazer, Yeonjun. Sou Choi Soobin — apresentou-se educadamente, sorrindo levemente para aquele terno e de uma beleza encantadora ômega. — Minha mãe está na cozinha. Pode entrar. Seja bem-vindo.

Yeonjun já esteve ali outras vezes, mas apenas com Dulce, então surpreendeu-se internamente ao notar que, aparentemente, o mais alto parecia saber que ele conhecia a casa.

— Prazer em te conhecer, Soobin. O-Obrigado. — Reverenciou o alfa. — Com sua permissão. — O de fios rosas rapidamente se esquivou do corpo a sua frente, fazendo com que Soojung quase caísse, dando de cara com o chão, provocando uma boa gargalhada por parte de seu irmão mais velho.

— Você atrapalhou meu momento, imbencil... — resmungou o loiro, olhando irritado para Soobin, que apenas revirou os olhos e sorriu irônico.

— Qual? Aquele onde você é chato, desnecessário e deixa o ômega desconfortável? Porque se for esse, acho que atrapalhei mesmo. — E simplesmente saiu dali, voltando-se para dentro da casa, seguindo até a cozinha, onde sabia que estaria aquele lindo jovem de cabelos rosados e cheiro peculiar.

Aquele ômega, Yeonjun, cheirava a pêssegos, com um toque suave de biscoitos, mas não qualquer sabor, eram de chocolate, um dos seus sabores preferidos. Soobin, ao sentir tal aroma desprender do mais baixo, quase entregou-se aos braços do outro, querendo aspirar cada vez mais daquela fragrância tão deliciosa. Seu lobo? Inquieto. O que lhe surpreendeu, pois poucas vezes sentiu-se assim ao simplesmente se deparar com o cheiro de alguém, nem mesmo pelo homem o qual era apaixonado. Era levemente estranho, contudo, Soobin não queria e não iria averiguar naquele momento, já que precisava encontrar o dono de seus batimentos descompassados.

E lá estava ele, radiante e belo, cheio de esplendor. Parecia até ter uma aura cobrindo-o, uma rosada, combinada com pequenos brilhinhos, aquele... Como se chamavam mesmo?

Gli, gli... glitter! Isso, glitter! — sussurrou para si mesmo, acabando por aumentar um pouco mais o tom de voz pela animação de conseguir sua resposta e chamando a atenção dos dois ômegas presentes no lugar; a mais velha entre eles sorrindo, enquanto o mais novo, ruborizando-se até às orelhas.

Dulce tossiu falsamente com a garganta, antes de perguntar: — Há algo que procura, hijo?

Soobin piscou algumas vezes, com a boca aberta, mas sem ecoar nenhuma palavra, tentando entender o que sua mãe queria dizer, até perceber o sorriso ladino dessa, fazendo-o corar, ficando igual, ou pior, que Yeonjun. Ambos vermelhos como duas pimentas.

— N-Não, mãe. E-Eu só queria saber como está o nosso convidado de hoje... — tartamudeou, tentando soar o mais possível convincente, mas sabia que a mais velha não acreditava em sequer uma palavra saída de sua boca, e seu sorriso curvado mostrava isso.

Às vezes o alfa gostaria de não ser tão próximo de sua mãe, uma vez que era mais fácil para ela lhe desmontar em situações como aquela conhecendo-o bem.

— Hum, certo. Então por que não leva Yeonjun para um passeio pela casa? — propôs, aparentando ter boas intenções, pelo menos, diante do ômega, mas não para o alfa, que conhecia os motivos ocultos da mais velha.

Mas de qualquer forma, aceitaria, pois poderia passar mais algum tempo com aquele encantador jovem de fios rosas, assim como suas bochechas e lábios. E não, não perguntem porque Soobin sabia que a boca do outro era rosada, ou, um tantinho mais para avermelhada. Ele não saberia responder.

— Certo, por mim tudo bem. O que acha, Yeonjun? — indagou o de cabelo castanho escuro, sorrindo gentil. Seu olhar era estranho, era diferente, principalmente daquele que o tal Soojung lhe deu.

Aquele alfa era todo diferente, disso Yeonjun poderia ter toda a certeza do mundo, uma vez que, ao passar por ele quando entrou na casa, sentiu seu aroma, uma mistura entre melão e maçã, tão cítrica e gostosa para suas narinas quanto para seu paladar. Ele ficou encantado e mesmo ao chegar em seu destino, encontrando Dulce, não conseguiu focar cem por cento no que a maior falava, já que sua mente continuava a viajar por entre aqueles olhos penetrantes e cheiro excêntrico. Yeonjun estava enlouquecendo, especialmente ao ter a presença de Soobin tão próxima de si, assim que aceitou o convite "espontâneo" do mais alto.

Ambos seguiram pelos corredores da grande casa — mais para casarão —, onde caminharam lado a lado, inicialmente em silêncio. Por um instante, Yeonjun quis anunciar para o maior que já conhecia todos os cômodos dali, mas algo dentro de si não concordava com essa decisão, então preferiu manter-se calado e deixar o outro lhe conduzir, e assim foram.

Primeiro, Soobin levou-o até a sala, pela qual já tinha passado para ir até a cozinha, depois, ao andar de cima, onde ficavam os quartos, banheiro e uma grande biblioteca, que, ao chegarem lá, fez os olhos do ômega brilharem admirados. Sentia falta de estudar ali, enquanto Dulce cantarolava baixinho ao seu lado, lendo uma novela clichê em alguma de suas revistas, esperando pacientemente para que ele finalizasse seus estudos e atividades. Ali era realmente um lugar nostálgico para si e Soobin, parecendo notar isso — ainda que Yeonjun não tenha percebido —, sorriu docemente, adentrando mais o lugar, instintivamente puxando a mão do mais baixo para ir consigo e nem vendo quando todo o rosto desse adquiriu tons entre o rosa e o vermelho claro.

— Aqui é um dos meus lugares preferidos. Passa um ar de tranquilidade, não acha? — exclamou o castanho, voltando-se e observando o rosto corado do de fios rosas, ainda sustentando aquele agarre de mãos.

E por mais que a mente de Yeonjun dissesse que precisava quebrar o contato, seu coração implorava para prosseguir segurando a mão do outro, um pouco maior que a sua.

E Yeonjun era fraco com seu coração.

— Acho, Soobin-ssi. É muito lindo e calmo.

Após, caíram em mais um silêncio, não incômodo, apenas silencioso demais para Soobin, que gostava muito de falar e se expressar, e tranquilo para Yeonjun, que necessitava acalmar as batidas frenéticas em seu peito.

Depois da biblioteca, desceram novamente e foram para o jardim. Ali não era o lugar mais visitado pelos moradores da residência, dava para perceber por algumas plantas que estavam morrendo ou extremamente murchinhas. Yeonjun sentiu dó e empatia pelas bichinhas, rapidamente soltando-se do alfa, os dois sentindo um choque e uma falta instantânea do calor, e do contato um do outro. Contudo, o ômega tinha uma coisa mais importante para fazer.

Pegou o regador, que captou com o olhar ao observar todo o lugar, e encheu com água da torneira, não demorando muito para começar a regar as plantinhas. Todas eram lindas, desde as mais pequenas até as maiores, isso era um fato.

Soobin apenas seguia com os olhos cada movimento realizado pelo mais baixo, permitindo desabrochar um sorriso em seu rosto ao notar a delicadeza com a qual regava as flores e plantas. O de fios castanhos sentiu seu interior aquecer com aquela adorável visão, também percebendo o quão empático o outro podia ser em, de um primeiro contato, já se importar com aquelas vidas, porque toda planta também é um ser vivo e merece cuidados, coisa que Soobin se arrependia de não ter dado ao ver o belo ômega cuidá-las com tanto carinho.

Entretanto, entretido em admirar o mais baixo, só voltou a si quando sentiu uma vibração no seu bolso da calça. Logo tirou o celular dali e olhou o nome em letras de forma aparecendo na tela:

Cha Hun.

O alfa mordeu o lábio inferior, duvidoso entre atender a chamada daquela pessoa, da pessoa pela qual estava apaixonado, ou não. E, sem perceber, acabou atendendo, mas se arrependendo logo em seguida — pela primeira vez em sua vida, já que sempre se entusiasmava ao receber uma chamada do Hun.

Ele realmente gostava do ômega.

"— Soobin, o Soojung 'tá aí?"

O de fios castanhos bufou, revirando os olhos em irritação. Era "Soojung aquilo", "Soojung isso", "Soojung pra lá", "Soojung pra cá". Quando o Cha perceberia que o idiota do seu irmão não queria nada sério consigo, mas ele sim?!

O único que realmente gostava do Hun ali era ele, Soobin. Mas o ômega, infelizmente, e como sempre, havia caído aos encantos do mais novo.

E como queimava, ardia, doía saber disso. Doía muito e o de fios castanhos estava pronto para responder o ômega como sempre, com seu coração feito em pedaços e voz baixa, até sentir seu celular ser arrebatado de sua mão sem nenhuma delicadeza.

— Oi! Aqui quem fala é um amigo do Soobin e, se você quer saber sobre o irmão dele, a partir de agora, ligue diretamente para ele, ok? Gracias — falou Yeonjun, com um tom sério e, ao mesmo tempo sarcástico, em seguida desligando a chamada tranquilamente, como se não tivesse acontecido nada.

— V-Você... — O alfa não conseguia nem ter reação diante de tamanha ousadia do mais baixo a sua frente. Não que ele estivesse chateado com o outro, tampouco enojado. Na verdade, no fundo, bem no fundo, ele tinha se sentido protegido e agradecido, por mais que nem intimidade tivessem para tal atitude por parte do de cabelos rosados.

— Soobin, me escuta com atenção, que eu não vou repetir — pediu Yeonjun, esperando um gesto positivo por parte do maior antes de prosseguir, e assim que teve, continuou: — Eu estou aqui por mais um motivo, além de vir visitar Dulce. Na verdade, ela conversou comigo e eu quero ser sincero com você, para que, no futuro, não haja problemas ou você pense que eu estava te enganando. — Respirou fundo, criando coragem de não sabia onde. — Soobin, Dulce estava preocupada com você por conta desse ômega e me procurou, pedindo para tentar te conquistar, então eu estou aqui para isso. A partir de agora, eu estarei aqui para você, te fazendo companhia e tentando ter o seu coração. — Sorriu, aproximando-se mais do alfa e ficando nas pontas dos pés, bem próximo a orelha do outro, sussurrando provocativo:

— Eu quero ser o seu namorado, Soobin.

Soobin? Estava em choque, sentindo uma explosão de sentimentos dentro de si, tanto que, sem saber como controlar suas emoções, agarrou com uma mão a nuca do ômega, e com a outra sua cintura, trazendo-o para perto e colando suas bocas num beijo lento, travesso e impulsivo. Um beijo marcante. Para ele. Para ambos.

A partir dali, o alfa também estava disposto a ser conquistado.

[...]

Yeonjun estava saindo do trabalho, caminhando vagarosamente de volta para seu conforto, quando escutou passos atrás de si, mesmo a rua estando praticamente vazia. De canto de olho, conseguiu ver o contorno de uma pessoa e assustou-se, pensando que poderia ser algum ladrão, então começou a andar cada vez mais rápido, até que, ao virar uma esquina, sentiu seu ombro ser agarrado com força, mas sem brutalidade, e foi ali que viu sua vida passar diante dos seus olhos. Mas no final, era apenas exagero por sua parte, ao que, quando concentrou sua visão na pessoa em questão, deparou-se com um sorriso de covinhas tão acolhedor que, por um instante, parecia que não existia mais nada ao seu redor.

Cinco dias antes, tinha beijado Soobin, mas pelo repentino que tudo ocorreu, não conversaram a respeito e, claro, Yeonjun pensou que o alfa já não queria nada e nem deixaria que ele se aproximasse, pois havia confessado suas reais intenções ao ir para a casa desse. Contudo, ao chegar em sua própria casa, exausto, mas ainda com aqueles lábios rondando sua mente como um maldito perseguidor, apenas tomou um banho e comeu algumas besteiras que encontrou pela cozinha. Sua mãe tinha ido dormir mais cedo naquela noite e ele estava pronto para ir também, quando chegou uma notificação em seu celular, o qual estava em cima da cama, enquanto o rosado vestia uma camisa para deitar. Não demorou para pegar o telefone em mãos e abrir um grande sorriso ao visualizar a mensagem deixada por um certo alfa:

"Oi, Yeonjun! Aqui é o Soobin. Desculpa se eu estiver sendo inconveniente, mas pedi seu número para minha mãe e... queria saber se a gente pode se encontrar amanhã?"

Claro que quase gritou em felicidade ao ver que Soobin não o odiava e nem parecia disposto a lhe ignorar, mas o que mais o deixou emocionado foi o pedido para ambos saírem e, sem pestanejar, Yeonjun respondeu:

"Claro, Soobin-ssi! Você não está sendo inconveniente. Fico feliz com o seu convite. Qual horário e qual lugar podemos nos encontrar?"

O ômega esperou pacientemente pela resposta alheia, que não foi tão rápida, tampouco demorada, mas veio e ele não podia estar mais satisfeito. O primeiro "encontro" dos dois seria num parque temático, às 14h, ou seja, assim que saísse do trabalho. Era perfeito, já que seu emprego realmente não o cansava tanto ao ponto de impedi-lo de sair com o alfa e se arrumar antecipadamente, e adorava parques temáticos.

E, como esperado, o "encontro" foi amistoso, com algumas piadinhas ali, alguns mimos aqui e eles se conhecendo um pouquinho mais. Os dois se divertiram e voltaram para casa empolgados por se verem outra vez.

Soobin ainda não sabia ao certo o porquê de estar fazendo aquilo, já que nutria uma paixão por Cha Hun, mas a presença daquele ômega bonito, de belos olhos castanhos e que ficava uma graça com um bico em seus lábios macios — e beijáveis, diga-se de passagem — lhe trazia uma emoção nova, essa que desejava ter por um longo período de tempo, mas não podia ser com outra pessoa, tinha que ser com ele.

E também era por isso que o alfa se encontrava ali, abraçando o ômega pelos ombros, enquanto o levava até seu carro, para irem até sua casa. Naquele dia havia esperado o mais baixo sair do trabalho para convidá-lo para jantar em sua casa e, finalmente, com seu pai presente, coisa que o menor não teve oportunidade na última vez que foi lá.

— Soobin-ssi! Você me assustou! Não faça isso de novo, seu besta. — Deu um soquinho no peito do mais alto, que riu com o beicinho que o ômega fazia, controlando-se muito para não desfazê-lo com uma mordida.

— Desculpa, Junnie. É que eu 'tava te esperando fora da academia, mas você saiu andando tão rápido que eu quase não consigo te acompanhar — explicou, rindo da carranca do rosado.

A realidade era que os dois já pareciam se conhecer há anos. Mas não, não tinham nem uma semana de proximidade, apenas uma conexão única e forte, que desde o início juntou seus sentimentos e fez arte de presença em seus corações, como quando aquela criança olha para a vitrine de uma loja e vê o brinquedo que tanto desejou e, finalmente, pode comprá-lo, ou quando você passa de ano e seus pais te parabenizam orgulhosos. É um sentimento especial, que surge algumas vezes, das mais variadas formas, e que, felizmente, alguns sabem como aproveitá-lo.

— Então quer dizer que hoje seu pai está em casa, hum? — perguntou o ômega, adentrando o banco do passageiro do carro enquanto Soobin fazia o mesmo, só que do outro lado.

— Sim. — Sorriu sugestivo, levantando as sobrancelhas sinuosamente. — Quer conhecer seu sogro, é?

Yeonjun ruborizou-se, dirigindo um olhar de reprovação para o mais alto.

— Ele não é meu sogro e pare de me deixar envergonhado, bobo — murmurou, colocando o cinto de segurança, ao que Soobin dava a partida, seguindo por um caminho bem iluminado da cidade, dando visão dos prédios, das pessoas e do que mais houvesse àquela hora ali. — E eu já conheço ele, mesmo que pouco.

— Hum, então não é necessário tanto nervosismo. Mas por que está exalando isso, Junnie? — perguntou, preocupado com o menor, tirando sua atenção da pista por um minuto, quando pararam no sinal vermelho, e focando em seu acompanhante.

— Não se preocupe por mim, é normal, já que faz bastante tempo que não o vejo... É diferente agora. — Mordeu o lábio inferior, contendo suas últimas palavras.

— Por quê? — Franziu o cenho em interrogação, observando-o detalhadamente.

Yeonjun suspirou. Ainda que, de alguma maneira, estivessem entrando em alguma espécie de relacionamento, tinha consciência que não era fácil superar certos sentimentos ou começar a tê-los, então não podia permitir que escapasse de sua boca que a diferença era justamente por estar indo jantar com seu — talvez — futuro sogro.

— Esqueça, não é nada de mais.

O alfa torceu o nariz, não muito satisfeito.

Já o ômega, sabia perfeitamente que Soobin não ficou convencido com sua resposta, porém não queria pensar tanto nisso, ou acabaria contando para o maior coisas que precisava pensar um pouco mais e com calma.

Entretanto, o restante do transcurso seguiu tranquilo. Soobin era aquele tipo de pessoa que não permanecia calada, fosse em qualquer ambiente que estivesse, então não demorou a lhe perguntar sobre seus alunos e sua mãe — já que tinha comentado sobre eles no "encontro" —, e o ômega sorriu ao recordá-los. Dali, continuaram a dialogar, entrando em diversos assuntos e Soobin fazendo o mais baixo rir com suas piadas. Era incrível o quão bem ficavam quando estavam juntos.

Contudo, logo chegaram ao destino final e, enquanto o mais alto estacionava o carro na garagem, Yeonjun informava à sua mãe que voltaria mais tarde por via de uma mensagem.

— Vamos? — Ouviu a voz atrás de si do castanho e assentiu com a cabeça, guardando o eletrônico novamente. Em seguida, ambos entraram na residência onde, naquele horário, se encontrava apenas Soojung, o qual estava sentado no sofá, assistindo alguma série na televisão.

O casal de "amigos" ignorou o mais novo e continuaram a andar, dessa vez, em direção ao quarto de Soobin, no primeiro andar do local. Mas uma pessoinha estava determinada a provocá-los e impedi-los de prosseguir, tanto pelo entretenimento quanto pela raiva, já que uns dias antes foi ignorado pelo ômega presente ali e vê-lo com seu irmão mais velho não lhe deixou nada feliz.

— Vejo que temos a presença desse ilustre ômega mais uma vez em nossa moradia... — falou Soojung, suficientemente alto para ambos, Yeonjun e Soobin, escutarem, fazendo o menor entre eles revirar os olhos e o maior grunhir em desaprovação.

Soobin odiava as brincadeiras de Soojung. Yeonjun odiava alfas como Soojung.

— E ainda mais com você, irmãozinho. O que pretendem fazer num quarto e sozinhos? — continuou, agora com um sorriso de mau gosto nos lábios parecidos com os do alfa mais velho.

Soobin trincou o maxilar, começando a se irritar.

— Isso não é da tua incumbência, Soojung! — gritou após uns segundos de silêncio, exaltado, tentando manter o autocontrole para não acabar pulando em cima de seu próprio irmão. — E esse "ômega" tem nome e sobrenome, e acredito que você já saiba, então cresça e pare de tratar os ômegas como um pedaço de carne!

O Choi maior tinha a respiração desregulada e Yeonjun percebeu, se aproximando rapidamente do outro e abraçando sua cintura com força, rezando para que conseguisse acalmá-lo com sua essência. E pareceu funcionar, ao que Soobin abaixou um pouco a cabeça, fechando os olhos e afundando-se no colo do ômega, inspirando aquele odor suave.

— Você se irrita fácil demais, maninho — resmungou Soojung, em tom sarcástico.

Mas nenhum dos outros dois realmente deram importância, simplesmente ignorando-o e voltando a subir os degraus. Logo estavam dentro do quarto do maior, sentados na cama desse em silêncio, repassando todo o acontecimento anterior. Soobin sentia culpa, enquanto Yeonjun, repúdio.

— Me desculpe pelo meu irmão... Ele é um idiota. — Bufou, passando as mãos pelos fios escuros, captando então a atenção do mais baixo, que engoliu em seco ao contemplar como Soobin conseguia ficar lindo apenas mexendo no cabelo.

— T-Tudo bem, estou acostumado a lidar com pessoas como ele todos os dias — respondeu Yeonjun, se praguejando mentalmente por deixar sua voz falhar. Soobin riu baixinho, voltando sua visão para o ômega.

"Ele é adorável", pensou, segurando um suspiro abobado em sua garganta.

— De qualquer forma, peço desculpas. Sei que quem deveria fazer isso é ele, mas eu podia ter evitado o meu descontrole. Você não merece passar por coisas como essas, Yeonjun. Ninguém merece, na verdade — exclamou, olhando diretamente nos olhos do mais baixo, quase se perdendo naquelas orbes castanhas. Mas logo voltou a falar: — Soojung sempre é assim, infelizmente. Ele não tem limites e fala o que der na telha. Desde muito novos, provocações como essas, por parte dele, ocorrem.

Yeonjun não falou, mas sim, tinha conhecimento sobre isso, uma vez que Dulce comentava com ele sobre seus filhos e o quão cansada estava das atitudes de ambos, nunca chegando a terem um minuto de paz ou ficarem num mesmo ambiente sem piadinhas, provocações ou até mesmo discussões. O de cabelo rosa não sabia se eles já haviam brigado mais gravemente, chegando a trocar golpes, mas esperava profundamente que não.

— A-Ah, tem um porquê dele fazer isso? — indagou, curioso. Soobin sorriu apenado, negando com a cabeça. — Certeza? Já tentaram conversar?

— Já, Junnie. Mas ele nunca revela o que realmente é, então não sei se é apenas a personalidade dele... O que realmente é triste, porque Soojung não é uma má pessoa, só tem alguma rixa comigo que eu não estou ciente sobre o que é. — Suspirou.

— Bem... é melhor não nos aprofundarmos nesse assunto. Que tal falarmos sobre outra coisa? — Sorriu acolhedor, acariciando as costas do acastanhado, o confortando.

— Certo — Soobin concordou, acenando positivamente, com um sorriso em seu rosto expressivo. — Então eu posso te perguntar algo?

— Claro que pode, Binnie.

Após a confirmação do menor, o castanho permaneceu por alguns segundos calado, parecendo refletir sobre quais palavras usar, o que deixou Yeonjun levemente nervoso.

— Você gosta de mim? — perguntou de repente, sério, totalmente focado na reação do outro.

Yeonjun engoliu em seco, esquecendo até de como respirar, por pouco não engasgando com sua própria saliva.

— Binnie, e-eu... Eu gosto, mas não dessa forma. — Abaixou o olhar, mirando o chão e sentindo-se incômodo pela situação. — Eu nem te conhecia muito bem antes de vir aqui, só que quando tive mais contato com você... eu não sei explicar, foi automático me encantar pelo seu jeito, seu cheiro, sua personalidade. Você é encantador, Binnie, e eu estou tentando ser para você, porque quero ter algo sério contigo futuramente.

Era até engraçado como, em poucos dias, o ômega havia mudado da água para o vinho, agora tendo o objetivo fixo de conquistar o maior, ansiar cortejá-lo e conhecê-lo mais. Yeonjun era determinado, forte e independente, se conhecia suficientemente bem para ter noção sobre seus sentimentos, e não, não estava apaixonado pelo acastanhado, mas ficou mexido por ele, e como ficou.

Já o alfa, processava as palavras alheias, sorrindo abertamente, contudo, controlando ao máximo seu impulso de rodeá-lo em um abraço e acolhê-lo em seu torso. Mas... eles já tinham se beijado mesmo, então o que custava?

E foi com essa lógica que Soobin abraçou o menor, rodeando seus braços em volta do corpo alheio, inspirando com apreciação o aroma magnífico do rosado.

— Obrigado por ser sincero comigo, Junnie. Eu prometo tentar te corresponder, e que nossa relação cresça mais e mais.

Nem em um ano, o maior foi tão sincero quanto estava sendo naquele momento.

Enquanto Yeonjun, sentia um peso sair de seus ombros, como se ouvir o castanho fosse algum tipo de calmante. Ele sentia-se seguro e acalmado entre os braços de Soobin. Era quase um lar estar ali.

Os dois realmente não sabiam o que esperar daquele início confuso e rápido de relacionamento — indefinido —, mas não precisavam se preocupar muito, não quando podiam estar juntos, apoiando-se mutuamente. Naquele instante, existia apenas eles, nada de Soojung, nada de Hun, só eles.

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