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Capítulo 3

Alexander

— Perdeu, playboy! — uma voz soa atrás de mim ao mesmo tempo que meu celular é tomado das minhas mãos de forma brusca.

Leona solta um grito assustada, algumas pessoas olham tentando entender o que acabou de acontecer na entrada do refeitório e eu apenas fico parado, olhando o filho da puta do Mateus correr como se a vida dele dependesse disso enquanto olha pra trás e ri feito um doido quase esbarrando em quem atravessa seu caminho.

— Ele conseguiu. — Leona constata o óbvio, os olhos acompanhando Mateus até que ele suma de vista.

Tento me manter o mais tranquilo possível, mas começo a sentir um frio na barriga com medo de que meu amigo faça uma besteira.

— Quais foram as ameaças? — Leona me cutuca com o cotovelo e solto um suspiro, esfregando as mãos no rosto.

— Imprimir minhas conversas e espalhar pelos corredores da faculdade ou marcar um encontro e aparecer no meu lugar.

— Bom, se Klaus for um serial killer, você estará a salvo. — Leona abre um sorriso divertido, quase perverso e me arrasta por entre os alunos até uma das mesas mais afastadas.

Largo minha mochila no chão quando ocupo uma das cadeiras e Leona se senta em minha frente, deixando sua bolsa marrom sobre a mesa.

Há meses Mateus vem tentando roubar meu celular com a desculpa de que resolverá todos os meus problemas. Problemas que não existem de verdade e que podem ser resumidos apenas à sua curiosidade sem sentido.

Isso só deixa claro que eu deveria ter mantido Klaus em segredo até tudo ter um fim. Mas quando o “boa noite, está disponível?” virou um “bom dia, como está?”, não consegui fingir que não estava me importando com um cara que não conheço e toda a merda começou quando ele disse que precisava levar a mãe ao hospital, me deixando, literalmente, com o pau na mão. Eu quis saber mais, então houve alguns momentos em que compartilhamos histórias constrangedoras de quando éramos crianças e em outros falamos superficialmente sobre o que ocupa nosso dia-a-dia, mas agora isso parece pouco. Agora quero conhecer o Klaus que está do outro lado da tela ao mesmo tempo que não quero desfazer a imagem perfeita que criei dele.

— Por que você está tão apreensivo? — Leona pergunta, me puxando de volta para a realidade.

— A ideia de Mateus realmente marcar um encontro está mexendo comigo.

— Quão ruim isso seria?

— Klaus pode não ser nada do que estou esperando.

— E o que você espera, Xander? — ela pergunta, claramente interessada.

Eu hesito, olhando para minhas mãos entrelaçadas sobre a mesa, porque nunca falamos sobre minhas expectativas.

— Não sei... — começo, tentando organizar os pensamentos que venho evitando há algum tempo. — Acho que... eu estou esperando que ele seja diferente. Alguém que não vá me decepcionar, que não vá acabar sendo só mais uma daquelas histórias que começam bem, mas terminam em desastre.

— Como seu último relacionamento? — Leona me observa atentamente, seu tom ficando mais suave, quase compreensivo, assim como seus olhos cor de mel.

Respiro fundo, as memórias me atingindo como um soco no estômago. Foi desgastante, cheio de expectativas que nunca foram cumpridas e decepções que só se acumulavam. Eu saí daquilo jurando que não me envolveria de novo, que não arriscaria me machucar daquela forma.

— Eu nem devia ter baixado aquele app. — admito, passando a mão pelo cabelo. — Foi um erro... Mas então apareceu o Klaus e... foi diferente. Ele não é só mais um cara querendo uma coisa passageira. A gente realmente conversa, entende? Só que... sei lá, e se no final ele não for nada disso? E se eu me decepcionar de novo?

Leona me encara por um momento, o olhar dela suavizando ainda mais. Ela já me viu quebrado antes, sabe o quanto demorei para me reconstruir depois daquele relacionamento.

— Eu sei como foi difícil , mas a decepção faz parte da vida, Xander. — ela começa, com um tom de voz firme, mas carinhoso. — Claro, pode ser que ele não seja nada do que você espera, mas também pode ser que ele seja exatamente o que você precisa.

As palavras dela ficam ecoando na minha mente enquanto o nervosismo cresce. De alguma forma, ouvir isso em voz alta faz tudo parecer mais real, mais assustador.

A ideia de finalmente vê-lo frente a frente, de sentir sua presença real ao invés de apenas ler suas palavras, me provoca uma ansiedade estranha, uma mistura de excitação e medo. Porque eu também posso não ser o que ele espera e a tela do celular parece um escudo seguro, onde eu posso ser exatamente quem sou, sem o risco de mostrar minhas falhas.

— Eu não sei se estou pronto para arriscar de novo. — confesso, minha voz quase um sussurro.

Leona se inclina sobre a mesa, sua franja fazendo uma cortina de cabelos escuros sobre sua testa quando apoia o queixo na mão enquanto me encara.

— Talvez nunca exista um "pronto" perfeito. Talvez você só tenha que pular e ver onde vai cair. E, honestamente, parece que você já está mais envolvido do que gostaria de admitir.

Não respondo, desviando o olhar para um ponto atrás dela, evitando que Leona veja mais do que o que realmente quero mostrar, e uma figura descontraída chama minha atenção.

Mateus se aproxima como se não estivesse prestes a virar minha vida de cabeça para baixo, passando as mãos pelos cabelos escuros como se arrumar os fios que nunca ficam no lugar fosse sua única preocupação, e, a cada passo que ele dá em direção a nossa mesa, meu coração bate mais forte.

— O que você fez? — pergunto quando ele pode me ouvir.

Um sorriso malicioso surge em seus lábios enquanto retira meu celular do bolso da calça. Leona gira o pescoço para ver o que me incomoda e em poucos segundos Mateus desliza o aparelho sobre a mesa.

— Nada demais. — responde despreocupado e puxo meu celular para longe de suas mãos. Desbloqueio a tela, buscando vestígios da total falta de privacidade a que fui submetido. — Mas talvez você queira saber que três mil quilômetros foram reduzidos drasticamente.

Meu coração quase para, o pânico correndo pelo meu corpo deixa minhas mãos trêmulas quando abro a conversa de Klaus no aplicativo e vejo que Mateus enviou uma mensagem.

— Você não tinha o direito. — minha voz arranha e sinto meu estômago revirar com a frustração quando percebo que a mensagem foi vista, mas não foi respondida, assim como as últimas da sexta-feira a noite.

— Tem razão, mas eu te conheço desde quando a gente comia terra juntos e nunca vi você tão empacado. — responde com sua despreocupação típica, enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans rasgada. — Se era de um empurrãozinho que você precisava, eu dei. E não precisa me agradecer!

— O que aconteceu, Xander? — Leona pergunta, mas o misto de raiva, vergonha e insegurança que toma conta de mim, me impede de formar uma resposta coerente.

Olho para Mateus, que sustenta o ar de quem não se arrepende, e decido sair daqui antes que eu faça algo que me arrependa.

Bloqueio meu celular, pego minha mochila e saio sem dizer nada. O refeitório, antes um lugar de conversa e risadas, agora parece abafado, opressor. A cada passo, o medo e a frustração se misturam, criando uma tempestade de emoções que ameaçam me engolir. Eu preciso de ar, de espaço, mas nenhum lugar parece grande o suficiente para escapar do que sinto.

A frustração não é pela falta de resposta – Klaus acredita que voltar a me responder apenas no dia combinado vai nos fazer a ser como antes, onde tudo se resumia a sexo – a frustração que sinto é por não ter sido minha decisão mostrar que a localização não é real e não conferi pra saber quão curta é essa distância.

Criar uma conta nesse aplicativo foi a minha declaração silenciosa de que eu havia desistido de qualquer coisa que se assemelhasse a um compromisso com outra pessoa. Depois do desastre que foi meu último namoro, decidi que era melhor me manter à margem, apenas assistindo à vida amorosa dos outros desmoronar, sem arriscar a minha própria paz novamente.

No início, era apenas uma distração. Um modo de passar o tempo, de afogar o vazio que o término deixou sem precisar encarar a solidão de frente. Conversas triviais, encontros casuais sem promessas de um “depois”, porque não havia espaço para sentimentos, muito menos para expectativas e isso meio que me cansou.

Estava decidido a excluir o aplicativo quando a pandemia surgiu e percebi que poderia alterar minha localização, resumindo meus encontros à distância de uma tela e foi assim até que Klaus apareceu.

Ele era só mais um nome, mais uma voz que eu não esperava que deixasse qualquer marca. Mas as conversas começaram a se prolongar. As mensagens pela manhã não eram mais apenas respostas automáticas, mas sim uma pequena chama de curiosidade que crescia a cada "bom dia" que ele me enviava. Então o aplicativo passou por uma atualização e de uma troca de mensagens surgiu a possibilidade de videochamadas secretas, onde o rosto do usuário é automaticamente borrado para manter a privacidade e, além de suas palavras, seu corpo ficou impregnado na minha mente.

Eu sei que isso parece ridículo, estar cada vez mais envolvido com alguém que pode não ser nada parecido com quem idealizo, mas Klaus parece ter algo a mais – algo na maneira como tenta se conter quando me dá respostas evasivas ou no modo que tenta voltar de onde começamos quando não há mais volta – e isso me chama, me instiga a arrancar qualquer reação.

Quando estou fora das paredes de tijolos, sinto meu celular vibrar entre meus dedos. Confiro sem grandes expectativas, a resposta que espero pode levar dias para chegar, e vejo que é apenas uma solicitação do trabalho.

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