1
- Lembra-se de nós, Caroline. - a voz sádica de uma das bruxas que acidentalmente Caroline matara, ecoou para a Forbes, lhe causando arrepios que nunca, nem mesmo como quando era uma volúvel humana, já lhe surgiu na pele. A bruxa que guiava os passes das outras, na frente, tinha a mão erguida, e um olhar audacioso e pra lá de muito sádico para assustar mais Caroline.
Em um instante, o telefone de Stefan escapara de suas mãos e ele se contorcia de dor na cabeça, com o costume peculiar de bruxas em causar sempre a mesma repetida dor em vampiros. Caroline desejara ter agido mais rápido para ir até o melhor amigo, conferir se tudo estava bem com ele, mas assim que a voz de uma das bruxas que matara ecoou, pronunciando seu nome, ela e Elena, as recém formadas, tornaram a se contorcer de uma dor avassaladora que penetrava seus miolos mentais.
Quando a dor penetrou mais fortemente a mente de Caroline, ela achou que surtaria. A dor era insuportável para ela aguentar. Insuportavelmente forte. Gritou, desesperada por clemência da parte das bruxas vingativas e sadentas por lhe queimar viva, caso possível.
Então, em um flash que Caroline mal reparara, a cabeça da bruxa que tinha a mão erguida, fora violentamente arremessada para fora de seu corpo, deixando ali, de pé em frente as outras sobrenaturais, apenas o pescoço abaixo da líder delas. Fora um instante para se aliviar com a sensação inebriante da dor queimando-lhe mentalmente, deixando de se intensificar. E outro instante para se recompor, respirando fundo, pronta para ver seu salvador.
- E então bruxinhos e bruxinhas. - a ironia humorada deixando a voz de quem Caroline sabia muito bem de quem se tratava. Klaus Mikaelson. Olhando-o nos olhos, depois de se recompor daquela dor que lhe devastara, Caroline não pode evitar que a sensação de gratidão lhe puxasse novamente para Klaus. Não para Klaus, mas para os braços dele, dependente novamente do híbrido que tocara o terror na vida de seus amigos, outrora. - Tem muito mais de onde vem isto. - apontara, indicando a arma cortante. - Só me avisem, quem gostaria de ser o próximo.
Em um tom ameaçador, Caroline observara admirada como Niklaus despertara a ira medrosa dos bruxos que antes eram fatais. Decidida, Caroline determinou que de alguma maneira, Klaus não era o monstro que ela criara em sua mente. De alguma maneira, quando queria, Klaus poderia ser o pior de si mesmo. Mas também poderia fazer jus aos seus mais de mil anos de vivência, para o bem de todos aqueles que um dia, o híbrido tentou matar. Ainda olhando para o vampiro-lobo, Caroline escapou seu típico sorriso maior que seu rosto, capaz de contagiar um milhão e meio de bruxos enraizados, afinal Caroline era Caroline. Se não era impossível para ela amolecer o coração do híbrido lobo mau, não era impossível também contagiar um mundo inteiro com seus sorrisinhos mais bobos que derretia o coração do irmão de Elijah.
O olhar brilhando em alegria, saltando de felicidade, de Klaus, era como o paraíso para Caroline. Nem em seus sonhos mais peculiares, a Forbes sonhou que poderia ser o real motivo para trazer a tona um Klaus que possivelmente, nem os outros irmãos Mikaelson, tinha conhecimento de tal. Não sabia se queria acreditar ser alguém de extremo significado para Klaus, mas se forçava a acreditar que era a única sortuda a conhecer aquele Klaus alegre e vulnerável por felicidade que lhe despertava um lado bobo e sonhador que ela quase não queria relembrar, se não fosse por um motivo que valia a pena. Klaus. Era quase tão chocante quanto o fato de desejar realmente ser importante para ele, reconhecer que o híbrido era alguém que valia a pena para ela. Ela, Caroline Forbes que desde o começo lhe dera cada fora devastador.
Era quase egoísmo desejar ser o único motivo pelo qual o vampiro de mil anos, possuía um motivo para sorrir sem parecer um maníaco prometendo causar caos na vida de todos. Era extremo egoísmo de sua parte, desejar ser algo para Klaus, que a princípio ela se negara a ser, por puro orgulho.
Mas de repente, inebriada por aquele olhar de Klaus como quem dizia que o único motivo a qual enfrentaria todos aqueles bruxos, era por ela, Caroline acreditou que aquilo era de fato real. Era por Caroline. Sempre Caroline, e unicamente a Forbes. E levada por aquele olhar e toda a doçura dele, Caroline não se importou em parecer egoísta em desejar ter toda a parte humana de Klaus, para ela e só para ela.
Ela simplesmente se sentiu honrada por ser a única, ela acreditou que era a única a enxergar aquele lado ameno do híbrido. E sorriu mais ainda diante tal possibilidade que dilacerava seu coração.
***
Mais tarde, depois de instantes do caos com bruxos irados, uma Elena confusa e nada satisfeita, se aproximara lentamente em passes largos, de Caroline, que como o habitual, possuía o sorriso que contagiava no rosto, sorrindo para Stefan.
Stefan continha um sorriso carregado da felicidade que estava por sentir com a loira sorridente, algo da qual Elena se alegrara em presenciar, com o ex amado feliz, perante mesmo a todas as mágoas e tristezas que Gilbert lhe causou. Era quase aliviador ter um Stefan que não sentia ira furiosa do irmão por roubar sua namorada.
Suspirando nervosa, Elena determinou que por alguns instantes poderia parar de pensar nos problemas com os Salvatores, precisava parar de deixar todo o caos do mundo atrapalhar sua vida nos momentos mais inusitados. Afinal, fizera uma escolha e nesta, escolhera Damon. Tinha de haver uma maneira para seguir em frente levando em conta suas escolhas e o coração que partira, de Stefan.
Novamente, retomando seus passes, Elena suspirou.
- Oi, Caro. - cumprimentou a Gilbert, como quem não queria nada. Caroline que antes divertia-se entre risos histéricos e sorrisos bobos com Stefan, tornou a encarar a melhor amiga. - Stefan, oi. - sem jeito, Elena acenou para o irmão de Damon, como se este fosse um estranho.
Um clima tenso ficara no meio deles e percebendo isto, Caroline interferiu.
- Elena, fico mais do que lisonjeada por ter acertado no que falei. - gabou-se a loira, melhor amiga de Elena e Bonnie. - Viu só, o vestido está um arraso em você não é.
Sorrindo, Elena assentiu, conseguindo por um momento pensar em algo que não a arrastasse para problemas e mais problemas.
- Mas qual é a surpresa, não é mesmo. Caroline Forbes tem sempre razão. - alfinetara brincalhona, Elena. Por sua vez, Caroline disparou risadas extrovertidas, abraçando a Gilbert afetuosamente. Não havia palavras no mundo para definir o quanto a irmã de Jeremy significava para Caroline. Amava profundamente a Gilbert, e era sempre muito grata pela tamanha dádiva em ter crescido com a morena, agora uma vampira.
- Bem, acho que vocês tem muitas coisas para conversar, estou indo. - anunciou a voz sôfrega de Stefan. Seria um desperdício da longa eternidade, insistir em forçar aquela relação logo de início. Caroline ficaria entre eles, e Stefan não desejava isso para a melhor amiga. Talvez um dia, ele e Elena poderiam conversar e estar no mesmo ambiente, sem que o clima se tornasse tenso, por causa de suas turbulências.
Sem muitas prolongadas, Stefan virou-se para sair, sua sombra sumindo conforme avançava para longe da Forbes, e Elena.
- Não me parece que Stefan está muito bem com o término. - comentou Caroline, lamentando pela tristeza infeliz do melhor amigo. Sabia como a melhor amiga, estava feliz ao lado do Salvatore que Caroline tanto odiava, uma parte sua não poderia culpá-la por estar feliz com justo o que causava a infelicidade no outro. Mas uma outra parte sua, lamentava tanto o romance que a amiga estava vivendo, pois aquilo significava a ruína na vida de Stefan. Significava que seu coração seria pisoteado mais uma vez. Destroçado, e desgraçadamente, continuaria batendo pela mesma pessoa.
- Ele falou algo? Caroline, se ele disse algo, por favor, saiba que eu não queria as coisas acontecendo desse jeito. - Elena rapidamente tardou de se explicar demasiadamente, uma pontada afiada em seu coração. Era tão ridículo a maneira como tinha destroçado Stefan ao meio, tão cega por Damon, mas o que poderia fazer. O amor por Damon lhe consumia, a paixão, a aventura. E o perigo correndo por sua pele daquela experiência de aspecto amoroso.
Uma paixão que a consuma. Por dentro, por fora, não importa, desde que a consuma inteiramente, é isso o que você quer. - Elena se recordou do amado, a dizendo da primeira vez que o conheceu. A primeira vez que sentiu como se alguém a pudesse ler... Como se alguém a entendesse. E nossa, Damon a entendia tão incrivelmente bem. Uma baita paixão consumidora, aliás.
- Se acalme, Elena. Stefan não falou nada, mas dá de ver nos olhos dele, está escrito praticamente, a tristeza que ele está sentindo. Eu não posso culpá-la por se libertar de algo que a desgastava, mas também preciso pensar em Stefan. Você fez sua escolha, e ele precisa de tempo até se acostumar com ela. - a loira desabafou para a amiga, explicando rapidamente como se sentia pela tristeza do melhor amigo, mas tardando também de explicar como entendia a Gilbert. - Eu não gosto do Damon, sabe disso. Mas percebi que quem tem de gostar, na verdade é você, então me desculpa por tudo o que falei todos esses dias sobre como não estava nada satisfeita com sua escolha. Você é minha melhor amiga, Elena. E se estiver feliz com sua escolha, então também estou.
- Eu agradeço Caroline. Eu sei que Damon fez coisas terríveis para você e para muitos. Mas eu não posso evitar de o amar. Ele é um ser horrível para muitos, mas não para mim. Eu consegui enxergar o bem nele e isso me faz amá-lo, não há nada que eu possa fazer para cessar esse amor. Me desculpe por isso. - Elena se sentiu um poço de desgraça, dizendo o quanto amava o rapaz que tratou de Caroline, como uma bolsa particular, para beber do sangue e apagar suas memórias como se não fosse nada. Mas também se sentiu um fio de tristeza por ser a causa de tantas infelicidades naquele maldito momento.
- Eu não quero pensar nessas coisas, Elena. Você está feliz com o homem, que sim, me fez coisas terríveis, mas que nos últimos tempos, também mostrou uma evolução incrível, e uma pessoa mais suportável. Não guardo rancor de Damon. - Caroline se apressou em dizer, não querendo prolongar aquele assunto. Doía lembrar como fora rudemente usada, de objeto, e depois jogada para um canto a nunca mais ser lembrada. E de repente, perante a dor daquela lembrança, Caroline se recordou de Klaus, o híbrido que a salvou horas antes. - E aliás, eu estou começando a compreender como é impossível deixar de desejar o proibido. De amá-lo. - as palavras escaparam por entre seus lábios, de repente ficando por um fio de tristeza e confusão com seus próprios dizeres, que foram essas tão incoerentes, pensando melhor, concluiu a Forbes. Porque malditamente Klaus lhe viera a mente quando finalizou as palavras involuntárias que nunca deveria ter pronunciado? Porque malditamente, Klaus lhe a instigava de uma maneira que nunca se sentiu com outro cara? Porquê? Porquê?... E porquê?
A expressão confusa, nitidamente instigada de Elena, a puxou de volta para a realidade, juntamente a indagação da amiga.
- Porque eu tenho a impressão de que não está se referindo a Tyler?
Suspirando em decepção consigo mesma, Caroline decidiu que era a hora de encerrar o assunto por ali, sem querer confessar seus reais sentimentos para Elena.
- Damon é uma pessoa difícil, mas que merece uma segunda chance, uma vez que realmente está disposto a mudar. - Caroline, nada mais falou, apenas sorrindo vagamente para Elena, ao ver um sorriso encantador iluminar o rosto da melhor amiga.
- Eu agradeço por isso. Por fornecer o perdão a Damon, quero dizer. - Elena finalizou suas palavras, se sentindo grata verdadeiramente pela amiga, em seguida o demonstrando com um abraço caloroso na mesma.
Em seguida que o aperto de afeto se cessou, as amigas sentiram uma sombra masculina as encurralar por trás. Caroline se assustou com a agilidade dos próprios pés, mas se virou rapidamente, quase desabando no processo.
- Klaus, me assustou. - Caroline reclamou com o híbrido, em forma de sermão, quando se deu por satisfeita em ser ele e não uma daquelas bruxas sadentas por matá-la. - Pensei que já teria de lutar com mais bruxas furiosas.
Um olhar impiedoso e nada condenado por assustá-la, preencheu os olhos claros do híbrido. Era difícil para ele, controlar seus impulsos perto da Forbes. Por mais que negasse, Caroline tinha certa submissão à Klaus, e o híbrido o notava, e sabia que tal submissão ia contra aos princípios da loira, mas não podia evitar simpatizar com a maneira como poderia controlá-la.
- Desculpe-me se sou um vampiro com mais de mil anos, muito habilidoso e que... - Klaus se aproximava vagamente da garota que tanto o instigava. - e que não pode evitar chegadas triunfais.
Caroline tentou agir com bravura sob tanta soberba vinda do híbrido, mas era impossível. Klaus tinha uma maneira de persuadi-la a cair em suas provocações, sem que isso o fizesse passar por um tremendo babaca. E ela era como um rato perdido, caindo nessa armadilha.
- Você tem a pretensão de voltar para Nova Orleans hoje? - Caroline quis saber, escondendo seu enorme sorriso de alegria, mudando o rumo do assunto. Ficou com uma expressão séria, o que a fazia, aos olhos de Klaus, parecer mais encantadora do que sempre foi.
- Não, Mystic Falls é minha moradia até me livrar de certas inconveniências, em Nova Orleans. - Klaus a explicou, se deliciando em ver uma Caroline nada muito animada com a ideia de tê-lo longe outra vez.
- Por favor, lobo-mau, não me diga que você voltou a matar. - o desespero de isso ser de fato real, estava presente em sua voz. Mas depois riu, relaxando, mal se dando a notar como o chamara.
Suas risadas ecoaram por todos os cantos, e contagiado por ela, Klaus caiu em gargalhadas extrovertidas também. Parte de seu divertimento, era como Caroline o chamara. Tinham combinado que ela só o chamaria daquela maneira, quando estivessem a sós, mas se Caroline que era uma figura muito certinha, não se lembrava de mantar a postura, significava que finalmente estava por ceder aos seus reais sentimentos, caindo na tentação que era o híbrido. Klaus se contagiou com esse pensamento o preenchendo. Nem que fosse apenas um desejo, ansiava por uma correspondência aos seus sentimentos, da pequena Forbes.
- Não se preocupe, amor. - de maneira sedutora, a voz de Klaus parecia rouca, ecoando nos ouvidos de Caroline. Céus, praguejou. Como eu amo essa voz. - Seu lobo-mau aqui não está a planejar nenhum ritual que vá prejudicar você ou seus amigos. - com isso, Caroline disparou a rir do flerte descarado de Klaus. Seu lobo-mau. Era engraçado como ele se titulava seu. Mas repentinamente, a recordação do que falara, lhe invadiu a mente, e seus olhos se arregalaram com choque e um constrangimento ao se lembrar. Não o titulara exatamente de seu. Mas o chamara daquela maneira que só chamava quando estavam a sós, em momentos íntimos deles. Só deles. Íntimos como amigos, é claro, mas íntimos.
- É, você realmente não estava a se referir do Tyler. - comentou Elena, o que fora um copo frio quebrando em cima de Caroline, ao se recompor de suas gracinhas com Klaus, e se lembrar de Elena. O olhar cético e preenchido por uma vaga decepção, era um misto batalhando no olhar de Elena. Ela estava por se sentir sobrando diante tantas gracinhas do visível casal, mas não ficava nada feliz por aquilo. Ver, ou imaginar Caroline com o híbrido que tentara lhe sacrificar, lhe enojava mais do que a ideia de sacrificar vidas humanas inocentes, para se alimentar.
- Elena. - tentou dizer Caroline.
- Não Caroline. - a Gilbert não estava para conversas, acenando negativamente com suas mãos, enquanto se preparava para sair, sem dar tempo para explicações da loira.
Após a saída rápida da melhor amiga, Caroline se sentiu um misto de emoções. Estava sozinha com o homem que a tentava, mas com uma parte racional da mente, gritando que o mais breve possível, devia uma explicação contumaz para Elena, uma vez que estar pra lá de muitas gracinhas com o homem que tentou lhe matar, não era nada a ser comemorado ou bem visto. Droga, só era péssimo que Klaus, justamente Niklaus, lhe a tentasse tanto da maneira que a tentava. Sua perdição, completamente.
- Você me perguntou se eu voltaria a Nova Orleans hoje. - a voz do homem tentador, lhe tirou de seu transe. Caroline o fitou curiosa, satisfeita por ele não tocar no assunto que a constrangia, sobre como o titulou de "seu", e bem diante aos olhos de Elena, o que poderia ser mais constrangedor do que aquilo?
- Sim, e você disse que não, o que talvez, me alegre um pouquinho. - a resposta veio contumaz, e automática, juntamente do jeito de Caroline, nunca disposta a ceder para Klaus.
- Claro, só um pouquinho, amor. - e novamente, ele lhe chamou de amor.
Caroline se sentiu bamba com o olhar sedutor que Klaus lançara em sua direção. Se o som da voz daquele homem a tentava, pois então o olhar a transformava em uma submissa total dele, a mercê de todas as suas vontades. Achava que não, mas tinha tamanho controle de Caroline, que se conhecesse o fato, toda a soberba que está sempre presente com ele, não seria nada comparado ao que usaria para se gabar do quanto poderia tê-la na palma das mãos.
- Eu recebi um convite, e na verdade, me surpreendi com ele vindo da bela dama. E nunca poderia perder isso por nada, amor. - Klaus se aproximou vagamente, seus passes mal batucando no chão. - Seria atrevimento meu dizer que teria vindo sem mesmo o convite em mãos?
Caroline rapidamente captou o sarcasmo na voz de Klaus, mal crer da ousadia do outro.
- Bom, seria. Seria sim. - Caroline também aproximou-se do rapaz que ultimamente a despertava sentimentos. - Mas eu não me importo. Não se gabe muito, mas... Você aqui, era tudo o que eu mais queria, ao menos no dia de hoje. - quando confessou aquilo, se sentiu leve e por meros instantes, sentiu também que ter tais sentimentos de se envergonhar, na verdade era suportável. Sentiu que poderia dizer tudo o que seu coração gritava nos últimos tempos, que poderia confessar o quanto sua ausência lhe condenou com uma saudade, talvez muito maior que a saudade que sentia por Tyler. Ali, fitando aquela sua tão viva perdição, Caroline sentiu que poderia por um momento ou outro, se entregar ao desejo de ser corrompida por ele, corrompida por toda a paixão consumidora que Klaus sentia por ela. Que ela desejava que ele sentisse. Sua expressão confusa, e seus lábios curvados em um meio sorriso, era quase uma maneira de condená-la a desejá-lo mais.
- Eu pensei em mil e um presentes para presenteá-la nesse dia tão importante, amor. - Klaus finalmente falou, seu sorriso encantador, nunca deixando seu rosto. Seus rostos estavam próximos, e a proximidade que a alguns meses deveria lhe apavorar, naquele momento, aqueceu seu coração, destroçado por Tyler, mas batendo por Klaus. - E eu cheguei a conclusão de que um convite exclusivo para Nova Orleans, seria o presente imperfeito, para a garota perfeita. - seu humor sarcástico, comentou, adorando como sua expressão mudou para um choque instantâneo diante a possibilidade.
- Klaus... - o sorriso de Caroline, era mínimo. Ele a faria mesmo negá-lo, pois talvez soubesse que ela queria justamente dizer o contrário de um não.
- Mas eu sabia qual seria a sua resposta. Um grande não. - Klaus sorriu francamente, odiando como se entristecia com o visível receio de Caroline, em mantê-lo à sua vida. Porque diabos aquela garota tinha tanto controle dele. Ela era tão submissa de Klaus, e Klaus era um grande submisso dela. - E ainda queria presenteá-la, afinal você merece. E também, o presente é uma maneira de me desculpar por todos os eventos dos últimos dias. - a surpresa visível no rosto de Caroline, era quase um presente muito bem-vindo para Klaus. Tudo o que envolvia aquela garota, era como um presente dos anjos, para um ser tão profano. - Mas não vou precisar me desculpar, pois optei por algo que vai recompensar, muito. E que não há como ser negado.
Curiosa, e muito aquecida com as palavras do híbrido, Caroline esperou que lhe contasse por fim, o que era motivo de tantas palavras.
- Ficar afastado de Mystic Falls todo esse tempo, foi bom, precisei desse tempo. E você também precisou, sei disso. - a voz dele sussurrava com uma sofrência visível em dizer as palavras, perto de seu rosto. - E eu pensei. Pensei e refleti muito como nunca fiz em séculos, Caroline. E pelo inferno congelado, sua loira linda e impossível de odiar... - existia ódio em sua voz, ódio por algo a qual Caroline não estava a par. - Eu tenho sentimentos por você. Sentimentos que sempre pensei ser apenas o desejo de tê-la de maneira obscena. Mas não é. Eu não curto você como o faço com outras mulheres, Caroline. Eu me apaixono por você, cada dia mais, cada instante. E a cada batida do meu coração, eu quero a ter só para mim. Porque estou apaixonado, inteiramente louco por você, amor. E eu não sei o que eu faço.
As palavras de Klaus, fez seu coração bater mais intensamente, mais acelerado ainda, pelo vampiro.
- E eu não sei o que eu faço com essa paixão, Caroline. Porque eu estou apaixonado, estou amando você e sei que nunca serei correspondido. - a dor na voz do vampiro-lobo, doeu o coração de Caroline. Doía vê-lo com aquela terrível dor do amor, mas era muito mais doloroso, a culpa que lhe corroía, em ser a responsável por causar dor no híbrido.
- Klaus... - ela não tinha nada a dizer, percebeu enquanto apenas chamava pelo Mikaelson.
- Não diga nada, Caroline. Não diga nada porque se fosse para dizer, preferia um milhão de centenas vezes ouvir que o sentimento que sinto é correspondido. Que a primeira vez que eu amo novamente uma mulher, a recíproca existe. Mas sei que não vou escutar isso. - Klaus prosseguiu, suas palavras significativas, e sua voz clamando a dor que sentia. Seu coração estava um peso de dor que jamais imaginou sentir outra vez, mas o fazia por Caroline. Tudo em seu coração, era sobre Caroline. Sempre sobre ela. E doía mais ainda, saber que o coração da Forbes, já estava entregue a outro. Não a outro, mas justamente a Tyler que Klaus declarou uma guerra fatal. Mas ali, diante da mulher que amava, o Mikaelson estava disposto a perdoar toda a dívida com Tyler, se isso significava a repleta felicidade daquela mulher fascinante. Estaria disposto a morrer por ela, e a morte não seria nem o terço do que poderia fazer para defender Caroline.
- Não sei o que dizer. - confessou Caroline, realmente confusa com aquelas tais palavras, vindas daquele que também nutria sentimentos. Não era sentimentos amorosos, não amava Klaus, não. Mas seria incrivelmente hipócrita se negasse ter o menor dos sentimentos por aquele homem que achava completamente fascinante.
- Não diga nada, amor. - Klaus falou, um dedo seu passeando pelos lábios da Forbes. Caroline entreabriu os lábios para falar, mas aquela carícia neles, lhe fazia desejar ter sempre um toque, sempre algo que a lembrasse de Klaus. - Só... Agarre esse presente e seja muito feliz. - felicidade. Sim, a felicidade dela, era tudo o que ele queria. - Tyler está livre para retornar a Mystic Falls, sem que eu o persiga pela eternidade. É aqui o lugar dele, em Mystic Falls, ao seu lado.
Aquela voz, lhe dizendo aquelas coisas, resultou em uma Caroline confusa, mas repleta de paz e uma vaga felicidade. Tyler, seu grande amor estava livre. Livre de tudo o que Caroline mais desejava. Livre de Klaus. Liberto do homem que puxava em seu coração, um sentimento a mais.
- Eu realmente não sei o que posso dizer. - Caroline confessou, se sentindo prepotente por sua não reação. - Me sinto tão idiota por estar com um cara, sonho de consumo de qualquer mulher, se declarando para mim... E eu não ter nada a dizer, se não que... - parou por um instante, sua mente um caos, mas seu coração, muito histérico, gritando como se sentia por Klaus. - Também tenho certos sentimentos por você. - finalmente dissera, quebrando a troca de olhares em seguida, envergonhada por o dizer em voz alta. Sentiu o rosto queimar em vergonha, mas Klaus pareceu tampouco se importar com isso. Sentiu os dedos leves do lobo, lhe tocar no queixo, levantando sua cabeça. - Klaus, não são os sentimentos que pensa. Estaria mentindo se dissesse que não sinto. Algo nesses últimos meses, com a ausência de Tyler, mudou. E eu não o amo mais tão intensamente como antes. Uma parte de mim, se apaixonou por você também, lobo-mau. E essa parte... - suas últimas palavras, lhe causaram arrepios, e um coração mais dilacerado. Era quase um alívio ter dos sentimentos expostos, depois de tanto tempo que se esforçara para encarcerá-los. - Essa parte de mim impede que eu ame Tyler, mas não impede que os sentimentos por ele prossigam. Mas uma parte de mim, também tem sentimentos por você. E eu odeio estar com esses sentimentos por você em mim e ao mesmo tempo, sentir também eles por Tyler. Sinto muito. - Caroline cessou suas palavras, quando sentiu a voz vacilar, e os olhos lacrimejar. Se sentiu pressionada, mas Klaus não parecia querer prolongar o assunto.
- Eu entendo, amor. - ele declarou, suspirando. - Eu amo você, Caroline. Mas preciso entender, sei. Tyler é seu primeiro amor. O primeiro que tem seu coração. E se for para acontecer, eu pretendo ser seu último. Seu último amor.
Ser seu último. Seu último amor... Caroline sentiu as lágrimas que segurava, vir a tona, para sensibilizá-la. Estava emotiva com aquela voz de Klaus, se declarando para ela, era emocionante. Chorou por alegria, antes de assentir para aquelas palavras que lhe causaram a sensibilidade batendo no coração. E jogou seus braços ao redor de Klaus, beijando-o no rosto, afetuosamente.
- Obrigada por me entender tão bem. - Caroline o beijou no canto da boca, antes de perceber que quase o beijara nos lábios. A surpresa maior era que desejara ter beijado aqueles lábios. Klaus era um perfeito pecado para sua sanidade.
Decidindo que o assunto estava cessado por ali, Klaus tocou na mão de Caroline, entrelaçando seus braços, retribuindo daquele beijo afetuoso, desgraçadamente no rosto.
- Irá ficar para a festa? - perguntou, apenas para quebrar um possível clima tenso entre eles, mas sabia a resposta. Se não conhecesse o fato de que Caroline era uma grande festeira, já teria a arrastado para casa.
- Bem, você me conhece. Claro que vou. - Caroline sorriu para ele, adorando como ele estava sem graça em prosseguir para uma conversa agradável, depois de todas aquelas declarações. - E eu espero que esse seja o melhor paletó que tenha, porque o meu vestido, será o melhor de todos os tempos. - Caroline saiu, puxando Klaus consigo.
E ali, com a mulher que agora ele sentia alívio em dizer que amava, Klaus sabia que a noite o aguardava para muito caos. Mas ele não ligava para o caos que tivesse de enfrentar. Porque se tivesse que enfrentar o mundo por ela, por Caroline, ele enfrentaria com todas as suas armaduras, e ainda sim, não seria o suficiente para mostrar o quanto amava aquela mulher.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro