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88 - POR QUE SÓ COM ELE?

Oh você não vê
Que você pertence a mim?
Como meu pobre coração dói
A cada passo seu
A cada movimento que você fizer
A cada promessa que você quebrar
A cada sorriso que você fingir
A cada pedido que você fizer
Eu estarei te observando
The Police - Every Breath You Take

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Quando Lissa entrou na sala de reuniões no dia seguinte, ela mal reconhecia todos. O humor de cada um parecia extremamente discrepante com o do outro, alguns pareciam tranquilos, outros estavam mais sérios. Lissa parou seus olhos em Layla que tinham os olhos vermelhos e inchados, mas apesar do estado dela, ela parecia tranquila enquanto estava concentrada em um desenho.

– Os dois estão atrasados – a senhora Kendra resmungou de um canto quando Lissa e Carlos passaram pela porta.

– Eu nunca estou atrasada – Lissa sorriu ao falar isso e a senhora Kendra bufou um pouco mais.

Layla nem notou a presença dela e Lissa foi movida pela curiosidade até perto dela, quando ela bateu os olhos no desenho, viu modelos de blusas e sobretudos com o símbolo dos Malphas.

– Que lindos, Layla – Lissa falou sorridente e Layla abraçou rapidamente os esboços parecendo constrangida.

– Eu... – Layla se recompôs e se levantou – sinto muito, capitã. Não a vi chegando.

– Tudo bem – Lissa falou tranquilizando-a – acho um ótimo projeto. Podia aderir isso, o que você acha?

Layla instintivamente buscou ajuda nos olhos de Sam, que apenas sorriu e a encorajou.

– Eu... – Lissa estranhou o nervosismo de Layla, ela nunca estava daquela maneira, mas isso não deixou Lissa triste, ela gostou de ver a mudança no comportamento da amiga. Layla respirou fundo antes de seguir – eu queria fazer para todos.

– Eu acho uma ideia excelente – Lissa pareceu extremamente animada para Layla e Layla sorriu de volta – acha que consegue terminar até desembarcarmos?

– Consigo – o sorriso de Layla foi tão sincero que fez com que Lissa se segurasse para não a abraçar e para não correr esse risco ela se virou para olhar todos na sala – Onde está o Kai e a Green?

– Acho que a Green foi a última vítima do Kai – Niely falou sem humor nenhum – Daqui a pouco os dois aparecem juntos.

– Está com ciúmes Niely? – Maia a provocou – acho que o Kai não se importa se você for a próxima da lista.

– Se quiser continuar respirando Maia, aconselho que guarde seus comentários inúteis para você – Niely respondeu friamente.

– Maia, você sabe que a Niely não gosta dessas brincadeiras – Lissa falou defendendo a jovem assassina do grupo.

– Mas eu não estava brincando, capitã – Maia sorriu com malícia – Você já notou o como ela olha para ele?

– Eu vou te matar – Niely avançou em Maia e Lissa suspirou ao grudar uma de cada lado da sala com seus vetores.

– Por favor, não acabem com o meu humor – Lissa suspirou.

– Parece fácil não é, capitã? – Star falou com o mau humor nítido – não se preocupe. Se o seu humor acabar, você pode carregar o capitão Carlos para a cama de novo.

– Tem alguma coisa para me falar Star? – todo o humor de Lissa estava indo por água abaixo.

– Tem várias coisas que eu gostaria de falar. Por que só ele agora?

– Para ser sincero, eu concordo com ela – Lissa suspirou ao ouvir o senhor Kendra atrás dela.

– Até você? – sua voz saiu quase um sussurro – eu já entendi.

– O que aconteceu aqui – Green estranhou o clima pesado ao entrar com Kai e Lissa notou a mancha de batom na boca dele.

– Viu só? É isso que fazem para aguentar o tranco aqui – Niely deu de ombros ao falar isso.

Lissa soltou as duas lentamente.

– Lissa, espera – Senka tentou segurar a amiga que começava a refazer o seu caminho para a saída.

– Tudo bem, Senka – Lissa suspirou – eles têm razão. Kai, limpa a boca que continua suja de batom e boa sorte. Você é o líder, lidere. Senka, estou ausente no momento, boa sorte com as Kitsunes.

– Lissa... – Senka a chamou de novo sentindo uma raiva crescente de todos os capitães que haviam feito aquilo e na hora que Lissa passou pela porta Senka se virou furiosa – Satisfeitos? Vocês são idiotas ou o quê?

Carlos suspirou e não sabia se iria atrás de Lissa para acalmá-la ou se isso só pioraria a situação.

– O que foi, Senka? Só porque agora você não dá a mínima para com quem ela dorme, não significa que todos compartilham isso – Maia resmungou.

– Tem certeza de que você quer começar com isso, Maia? – Senka colocou as mãos no quadril e abaixou a cabeça.

– Mas eu concordo com ela – a senhora Kendra falou irritada – A Lissa sempre foi de todos, por que agora isso precisa mudar?

– Cansei, eu irei atrás dela... ela precisa saber que não pode nos descartar assim – Star bufou e foi em direção a porta, mas foi interceptada por Layla que a segurou pelo pescoço.

– Você não irá fazer isso – Layla falou de maneira afiada – acha que eu vou deixar você falar um absurdo desses para a Lissa?

– Por que você se importa, Layla? – Maia a cutucou – ontem mesmo você estava se embebedando na barra do bar por conta disso.

– Maia, você não acha que está na hora de fechar a boca? – Aylin falou irritada – ou prefere que eu a cale por você?

– Ah, que medo – Maia a provocou – Falou a mulher que também tem alguém entre as pernas agora. Quer vir tentar fechar a minha boca?

Aylin pacientemente virou uma cadeira, segurou o pé da cadeira e pisou com força em uma das dobras para que a cadeira quebrasse. Ela ajeitou o pé da cadeira na mão e voltou a encarar Maia.

– Eu calo a sua boca miserável com muito prazer.

– Nossa... a falta de pais realmente fez a diferença em vocês – todos escutaram o engatilhar de uma arma enquanto Kai falava firme – Que tal vocês todos ficarem calmos?

Carlos calmamente foi até a porta e a fechou, Senka já havia visto essa cena antes, parece que Kai tomaria conta da situação à maneira deles. Ela deu de ombros e relaxou o corpo.

– Aylin, solta isso – ela falou pacientemente e encostou em uma parede.

– Acha mesmo que eles vão escutar alguém que nem pertence as Kitsunes? – Yan falou em um suspiro.

– Ah, eles vão – Kai falou de maneira confiante e puxou uma cadeira qualquer para se sentar, mas sem tirar o dedo do gatilho – Que tal se todos vocês se sentarem?

Ninguém se moveu, Yugo parecendo perder a paciência resolveu tirar a sua própria arma do coldre.

– Que inferno, será que dá para vocês se sentarem? Nós só vamos conversar aqui, ou pelo menos isso pretendemos.

– Acha que isso nos dá medo? – Niely bufou.

– Acho sim, Niely – Kai sorriu – principalmente porque nenhum de vocês notou que Roy já desarmou todos vocês, inclusive você.

– O quê? – Niely abriu um pouco mais os olhos ao notar que ela de fato estava sem as suas facas e sem a sua arma.

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