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76 - FOI MESMO ASSIM?

Os céus estão chorando
Eu estou assistindo
Pegando as lágrimas em minhas mãos
Somente o silêncio tem seu fim
Demi Lovato - Skyscraper

꧁⸻⸻⸻𝓚𝓜⸻⸻⸻꧂

18 anos

Eles caminharam em silêncio um tempo e ela notou como o ciúme a invadia quando alguma mulher olhava para ele e teve que parar um pouco para tentar se controlar. Ela odiava sentir as coisas quando nem podia lembrar de nada, muito menos do motivo de sentir tais coisas. Sem se contentar, ela invadiu a cabeça da primeira moça que voltava a secar Carlos de cima abaixo e acabou parando bruscamente.

– Tudo bem, Lissa? – Carlos parou e ficou olhando-a ainda com as mãos no bolso.

– Eu não podia fazer isso – Lissa de repente pareceu extremamente desconfortável.

– Não podia fazer o quê? – Carlos perguntou enquanto a moça chegava parecendo arrependida.

– Eu sinto muito capitã – Naomi se curvou em um pedido de desculpas e Lissa ficou sem jeito.

– Não... por favor, não Naomi. Eu sinto muito... por favor, para com isso.

– Senhor Carlos – ela se curvou para ele também – Eu sinto muitíssimo pelo incômodo.

– Naomi, para, por favor – no desespero por ver a jovem se desculpando, Lissa tentou tirar a visão dela, mas tudo de repente pareceu chegar na sua cabeça de maneira vertiginosa. Não importava para quem olhasse, imagens e cenas aleatórias rodavam em sua mente deixando-a tonta. Seus olhos ficaram vidrados e ela precisou se apoiar sentindo o suor escorrer por suas costas – Droga, faz parar.

– Lissa, tudo bem? – Carlos notando o estado de Lissa começou a ficar preocupado.

– Capitã? – Naomi tentou segurar o braço de Lissa.

– Não – Lissa empurrou com violência a mão da moça, mas não parecia ter controle nem mesmo disso – Faz parar – Carlos observou como ela olhava para cada um que estava próximo e parecia ficar mais desesperada. Lissa sentiu como inúmeros pensamentos e imagens vinham a sua cabeça rapidamente. Ela sentiu como a cor fugia do seu rosto e como o enjoo ameaçava instalar em seu estômago. Desesperada ela buscou Carlos e assim que seus olhos cruzaram, ele sentiu alguém remexendo a sua cabeça. Vendo o estado desesperado de Lissa, entendeu que ela simplesmente não estava controlando aquilo.

– Naomi, sai daqui – Carlos falou chegando até Lissa e tapou o olho dela com uma mão e com o outro braço a enlaçou para tentar protegê-la – Lissa, está tudo bem. Só respira. Isso é normal acontecer?

– Não, eu acho que não – ela falou tremendo um pouco – não costuma acontecer, eu acho que nunca aconteceu. Eu sinto muito, acho que eu entrei na sua cabeça também. Emma iria ficar triste comigo, ela me falava que nossos pensamentos são particulares... eu sinto muito. Eu não queria fazer isso.

– Mas o que aconteceu? – ele perguntou assim que ela começou a parar de tremer – foi de repente ou aconteceu alguma coisa?

– Eu... – ela ficou sem graça – desculpa, eu estava incomodada que todos estavam olhando para você.

– Para mim? – ele riu com aquilo – acho que todos estavam olhando para você.

– Não era – ela se soltou dele extremamente envergonhada – eu acabei invadindo a privacidade de outra pessoa, sinto muito.

– E por que você estava incomodada? – ele olhou para ela, tentando fazer com que ela olhasse para ele também.

– Eu estava... – ela olhou para o lado sem conseguir encará-lo – eu estava com ciúmes. Ela não parava de olhar para você.

Ele sorriu, ela ficava linda daquele jeito e era impossível para ele não se sentir honrado por ser objeto de tanta atenção dela.

– Você não precisa ficar com ciúmes de mim, está bem? – ele a fez olhar para ele – Você não precisa disso.

– Eu vi outra coisa – ele notou como seus olhos se enchiam de ansiedade e dor – Eu acho que não eram memórias suas, eram memórias minhas, mas tenho a sensação de que estavam na sua cabeça.

Ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo.

– Eu sinto muito... – ela falou de novo – eu sei que é errado, eu não sei o que aconteceu comigo.

– O que você viu Lissa? – ele perguntou apreensivo, ele conseguia imaginar milhares de lembranças dela e uma pior que a outra.

– Eu não tenho certeza – mas ele soube que ela não estava falando a verdade, ela parecia só querer amenizar – acho que eu fui arrastada de uma boate, eu não vi nada, só escutei as vozes... foi assim? Foi assim mesmo?

Ele viu como os olhos dela enchiam de lágrimas e ele simplesmente não se conteve. Ele a beijou, só para que ela parasse de falar, ele queria que ela parasse de pensar naquilo, queria que aquelas imagens fossem apagadas da cabeça dela.

– Por favor – ele falou ainda com os lábios próximos ao dela – não pensa nisso. Não faz isso com você.

Ela ficou olhando para dentro dos olhos dele, ele sentia como ela tremia, seus olhos brilhavam pelas lágrimas não derramadas e seu olhar era de surpresa. Carlos precisou se lembrar várias vezes que a moça a sua frente era a Lissa de 18 anos e não a Lissa de 21 que conhecia. Tentava desesperadamente lembrar que a Lissa a sua frente não se lembraria desse momento e que ele tinha que forçar os pés para trás para sair de perto dela, mas não funcionava, ele simplesmente não conseguia desgrudar seus braços de seu corpo. Demorou um tempo até ele de fato se decidir, mas quando ele tentou, ela simplesmente o segurou.

– Não – ela sussurrou – tenho medo de que se você soltar, você não volte mais.

– Lissa, eu não posso ficar assim com você – Carlos suspirou e se afastou – você não imagina como é estar próximo a você sem poder fazer nada. Não vou conseguir me segurar se ficar tão próximo.

– Então não se segura – Lissa falou em um misto de vergonha e súplica – eu quero que seja você.

– Não, Lissa – Carlos passou a mão pela cabeça e olhou para os lados na tentativa desesperada de buscar uma fuga – Você nem lembraria disso, não seria tão diferente do que drogar alguém.

Lissa se aproximou dele e ao mesmo tempo que estava vacilante, parecia decidida a não o deixar fugir.

– Carlos, eu queria entender tudo o que eu sinto quando estou com você. Você não respondeu o que somos ainda e isso me deixa confusa.

– Isso é complicado – ele falou se sentindo como um animal encurralado – temos uma vida complicada para saber o que somos.

– Então, você está preocupado com o que? Eu só não quero que aquela seja a lembrança definitiva.

Carlos suava frio e quanto ela chegou com a mão próximo a cabeça dele, ele soube que ela iria querer ver algo, ela parecia desesperada para apagar a realidade dela e ele soube que ela faria qualquer coisa para aquilo.

– Lissa, para! – ele gritou e abaixou com as mãos no joelho – para com isso. Eu sou um capitão Malpha, está bem? É o que eu sou! O Lohan era meu amigo!

Lissa parou em seco, com a mão ainda no ar depois recuou lentamente como se tivesse levado um golpe imenso. Ele levantou os olhos para ela e a dor da perda de Lohan estava estampada nos olhos dela. Carlos se arrependeu do que disse, mas ele realmente achava injusto com a Lissa fazer alguma coisa com ela, sendo que ela não lembraria de nada depois. Ele queria, queria loucamente poder ser alguém especial a esse ponto para ela, queria que ela pudesse apagar as memórias horríveis do que aconteceu com ela na boate, mas como ele poderia fazer isso se ele nem sabia se era certo ou não? Não é que ele fosse um exemplo de conduta, mas ele não era canalha a esse ponto.

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