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49 - O QUE NÓS SOMOS?

Tenha dentro do seu coração
Pureza e verdade
O que você transmitir
Volta com intensidade
Melim - Peça Felicidade

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Lissa se sentou no convés de uma maneira em que conseguia ver toda a costa. O Sol já estava se pondo e a vista de um céu alaranjado deixava tudo magnífico.

Ela se sentia melancólica e para piorar, não lembrava do que tinha acontecido. Ela detestava os ciclos, ficava perdida, era difícil saber o que ela já tinha passado realmente. O que eram memórias reais ou quais eram as memórias do ciclo? Elas se misturavam? Ela achava que não, mas como ela podia ter certeza?

Nesse dia outra pessoa havia morrido para salvá-la, ela se sentia presa em um ciclo vicioso interminável de mortes e dores.

Ela tentou pensar nas suas amigas, Senka, Aylin e Layla... ela nem perguntou para Senka quantos anos elas tinham agora.

Ela lembrava vagamente delas a atacando e de um grupo de homens atirando, mas não sabia dizer se eram memórias reais, se eram memórias de um ciclo ou se era alguma linha que ela já havia passado.

Tentou afastar qualquer pensamento ruim da cabeça. Não adiantava ficar pensando naquilo.

Como será que a Kat estava? Que idade será que tinha? Ela esperou com todas as forças que a garota estivesse bem, mas não se levantou para conferir, seria doloroso demais se ela não estivesse na ala 9 para recebê-la.

– Posso me sentar aqui com você? – ela escutou a voz de um homem atrás dela e se sentiu um pouco tensa.

Quando ela se virou, viu um homem de cabelo loiro escuro, extremamente bonito e sentiu o coração bater forte. Incapaz de pronunciar qualquer palavra, ela apenas acenou.

– Você está bem? – ele perguntou calmamente enquanto se sentava também.

– Eu... eu não sei – o efeito que ele causava nela era extremamente confuso. Era delicioso, mas ao mesmo tempo era muito triste.

Ela se pegou fascinada por ele e quando ele se virou e notou que ela o olhava, ele sorriu e ela tinha certeza de que aquele era o sorriso mais lindo do mundo.

Sentindo o rosto esquentar pela vergonha, tentou voltar a sua atenção para frente.

– Quem é você? – ela perguntou com medo de ofender o rapaz.

– Você tem nos feito essa pergunta o dia inteiro hoje – ele riu um pouco ao falar isso, mas não parecia bravo.

– Eu sinto muito – ela abaixou novamente a cabeça se sentindo envergonhada.

– Quantos anos você tem agora? – Carlos perguntou curioso.

– 18.

Ele a olhou, a estudou um pouco e constatou que ela não parecia ter mudado praticamente nada entre seus 18 e sua idade atual. Ele viu como seu rosto ficava corado ao notar que ele a olhava e achou aquilo lindo.

– Eu fico me perguntando como a menina de 15, se transformou na menina de 18 e como essa mesma menina de 18 se converteu na mulher que eu conheço hoje.

– Você me conheceu com 15 anos? – de repente de um simples rubor, o rosto dela ficou realmente muito vermelho – meu Deus, me perdoa se eu te fiz alguma coisa.

– Está tudo bem – ele falou dando de ombros e virou assustado quando ela deu um pequeno grito.

– Então eu fiz alguma coisa com você? – ela parecia extremamente sem graça.

– Lissa, como você mudou tanto dos seus 15 para os seus 18 anos?

– Eu tenho vergonha de falar, você vai achar bobo – ela abaixou um pouco a cabeça – você vai rir de mim.

– Prometo não rir – ele falou sorrindo.

– Ah – ela suspirou – Eu era a única das minhas amigas que ainda era virgem. Queria não ser. Eu achava que ninguém me queria, então eu acho que forçava um pouco a barra. O mais engraçado é que elas mesmas me seguravam dizendo que não era para eu apressar isso.

– Ah – ele falou no fundo realmente achando um pouco bobo o motivo dela, mas ficou feliz em constatar que era apenas um problema normal de adolescentes e não algo mais grave.

– Chegou uma hora que eu só resolvi escutar elas, mesmo assim tinha a sensação de que ninguém me queria de verdade. Mas depois... depois de um dos ciclos notei que todos passaram a me querer de algum jeito e isso passou a me aterrorizar. Sabe qual a sensação de saber que todos te desejam? Mesmo que seja de um jeito forçado?

Carlos sentiu o estômago revirar um pouco com o rumo que a conversa havia levado, mas não falou nada, apenas esperou para que ela falasse o que ela quisesse.

– Mas eu consegui – ela falou com um sorriso estampado – tenho 18 anos e ainda espero alguém que realmente goste de mim.

– Você é virgem? – de repente Carlos a olhou realmente admirado.

– Eu disse que você ia achar bobo – ela se encolheu um pouco, provavelmente pela vergonha.

-– Não – Carlos de repente se sentiu na necessidade de se explicar – Eu não achei bobo, eu só estou surpreso. Só isso. Estou tentando assimilar a mulher que eu conheço com você.

– Então eu não sou...?

– Nossa... espera – ele passou a mão pela cabeça de maneira nervosa – Talvez seja melhor trocarmos de assunto.

– Quantos anos eu tenho agora? – Lissa perguntou entendendo que o rapaz não queria seguir aquele assunto e ela mesma estava agradecida por isso.

– Eu não sei, eu nunca te perguntei para ser sincero. Acho que você é um pouco mais nova do que eu. Talvez tenha uns 20 ou 21 anos.

– Quantos anos você tem?

– Eu tenho 25.

– Você é bem novo ainda – ela comentou sem saber bem o que dizer a seguir.

O silêncio reinou por alguns minutos, ela suspirou e enfim pareceu tomar coragem para falar o que queria.

– Eu queria te fazer uma pergunta, mas estou com medo de você ficar bravo, ou chateado.

– Acho que não custa nada você tentar. O máximo que vai acontecer é eu não responder.

– Às vezes acho difícil resistir à tentação de não invadir a cabeça de ninguém – ela soltou um riso frouxo e respirou fundo.

– Você pode falar sobre essas coisas comigo? Você nem sabe se sou confiável.

– Eu sinto uma linha que me liga a você – ela falou tranquilamente – então estou quase segura de que fizemos um contrato. Além disso, eu tenho algumas memórias falhas suas, estão embaralhadas na minha mente e eu não sei nem dizer se são reais, mas isso faz com que eu confie em você... enfim... – ela suspirou de novo – o que nós somos?

– Como assim? – ele sentiu como se estivesse caindo a toda velocidade de um precipício.

– Meus sentimentos por você são tão confusos.

– Quer me falar sobre eles?

– Não sei se eu posso, não sei se a verdadeira Lissa vai querer isso.

– Você é a verdadeira Lissa, você só não acredita nisso.

Ela suspirou um pouco e ficou pensativa, Carlos por um momento achou que ela não seguiria falando.

– Eu estou apaixonada por você – ela soltou de uma vez – eu não queria me apaixonar nunca mais, como eu pude deixar isso acontecer?

Ele viu como uma lágrima escorria por seu rosto ainda jovem e teve vontade de abraçá-la. O pior disso tudo era não saber o que fazer a seguir, ele queria estar com ela, mas ele mesmo não sabia dizer se o que sentia era real ou não, ele achava que sim, mas como ter certeza?

– Você já se apaixonou antes? – ele perguntou sem saber realmente o que dizer.

– Sim – ela sorriu tristemente com os olhos ainda banhados em lágrimas – mas... ele está morto, e eu continuo viva... eu tomei a vida dele. Vai embora – ela soluçou a última frase – vai embora, não fica perto de mim. Por favor... eu não sei como sou de verdade agora, talvez eu nem tenha mais sentimentos verdadeiros por ninguém, talvez eu só oculte tudo o que eu sinto..., mas agora, agora eu só quero que você esteja seguro.

– Não existe segurança na minha linha de trabalho.

– Qual é a sua linha de trabalho? – Lissa apertou os olhos ainda molhados enquanto o encarava, a vontade de invadir sua mente era terrivelmente grande.

– Sou um capitão dos Malphas – ele deu de ombros e ela arregalou os olhos claramente apavorada – Eu tenho uma pergunta.

– Qual? – ela falou ainda parecendo extremamente surpresa e para surpresa de Carlos, extremamente assustada – eu tenho milhares para ser sincera.

Ele riu alto por um momento e chegou a se deliciar com a expressão de medo da mulher que mal sabia o quão aterradora ela era.

– Você vai lembrar desse momento quando passar pelo último ciclo? – ele perguntou tranquilamente, mas por dentro ele segurava o tremor do corpo com toda a força que tinha.

– Não – ela olhou para baixo – sinto muito. Não costumo lembrar dos ciclos, provavelmente vou acordar com a minha verdadeira idade e seguir vivendo como se eu apenas tivesse acordado.

– Isso deve ser bastante triste – ele resmungou.

– Você é muito bom esquivando conversas, sabia? – ela riu um pouco e olhou para ele – como eu queria saber o que você está pensando agora.

– Por que diz isso? Por que disse que sou bom em esquivar conversa?

– Quando você chegou, te perguntei quem você era, apesar de saber que é um Malpha, eu sigo sem nem saber o seu nome – ela sorriu para ele e ele precisou desviar o olhar – E até agora eu não sei o que somos. Talvez você só não queira me responder mesmo, mas isso é realmente um convite para ceder à minha vontade de te ver de verdade.

– Você não pode fazer isso – ele falou olhando para baixo – temos um contrato que te proíbe disso.

– Entendo – ela sorriu e se deitou para olhar o céu já praticamente todo escuro – acho que não faz diferença de qualquer jeito. Eu não vou lembrar de nada mesmo.

– Eu também tenho vontade de te ver de verdade para ser sincero – ele falou olhando para ela. Ela estava linda, seus olhos claros ainda molhados pareciam refletir o céu alaranjado do fim de tarde e novamente ele precisou se segurar para não a beijar.

Ela o olhou de maneira curiosa e ele sentiu como seu coração descompassava.

– Você não iria gostar de ver – ela falou dando de ombros.

– Eu já vi alguma coisa – ele seguiu olhando para ela – mas não é essa parte que eu quero ver, quero ver as memórias da mulher que eu conheço. Queria ver suas memórias mais recentes.

Ela ficou olhando para ele, estudando seu rosto perfeito, deixou seus olhos pousarem em uma pequena cicatriz cortando uma de suas sobrancelhas.

– Vem um pouco mais perto – ela pediu e ele ficou tenso fazendo-a rir – eu não vou fazer nada, só quero que você chegue um pouco mais perto.

Ele se aproximou, mesmo que hesitante e ele sentiu o como ela o puxava pela roupa fazendo seus corpos quase se encostarem. Ela levou sua mão para perto do seu rosto fazendo-o recuar um pouco.

– Eu juro que não vou entrar na sua cabeça – ela falou calmamente – você mesmo disse que temos um contrato.

Ele voltou a cabeça para frente deixando-a encostar nele e sentiu como os dedos da moça passavam por sua cicatriz fazendo-a sorrir. Seu sorriso destruiu a barreira que Carlos tentava inutilmente colocar entre os dois.

– Você vai sentir um pequeno calor, mas como eu falei, prometo que não vou entrar na sua cabeça.

Ele apertou os olhos, decidindo se acreditava nela ou não, mas não disse nada. Ele sentiu como um calor gostoso envolvia seu corpo e teve vontade de fechar os olhos para aproveitar melhor aquilo.

As mãos dela percorreu a linha do seu rosto e desceu até seus braços. Ela forçou um pouco sua mão guiando-a até o rosto dela. Ela pacientemente levantou o dedo indicador dele e foi só aí que ele entendeu o que ela estava fazendo e sentiu seu coração quase saindo pela boca.

– Está com medo? – ela sorriu ao perguntar isso.

– Um pouco para ser sincero – ele admitiu.

– Eu não sei o que você vai ver, também estou com um pouco de medo – ela deu de ombros – Não é uma época que eu passei tecnicamente. Sei que essas memórias estão aqui, mas eu não consigo acessá-las sozinha por assim dizer.

Ele notou o quanto ela tremia e fez um esforço para barrar o tremor do próprio corpo. Talvez não fosse certo ele fazer isso com ela, ela nem lembraria que o teria feito, então, era errado ele aceitar?

– Você vai ver também? – ele perguntou apreensivo.

– Sim – ela falou e finalmente colocou seu dedo sob sua testa.

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