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44 - SORVETE

Sorvete com banana.
Com batata ou guaraná
Milkshake, com biscoito vale a pena inventar
Se você está por fora
Vem com a gente, vem provar oooh
Xuxa - Sorvete

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Todos olharam apreensivos para a luz e para o pequeno montinho de roupa que se formou ao redor de uma criança muito pequena.

A pequena Lissa olhou ao redor e saltou deixando todo o vestido cair. Carlos, se sentindo incomodado com aquilo, tirou a blusa e passou pelo corpo da criança que o olhava com os olhos curiosos.

– Tio, quem é você? – seus olhos grandes e cinzas praticamente o transpassava – Por que você está triste?

Ele suspirou ao constatar o quanto aquilo doía.

– Ei, capitã – Aylin a chamou logo atrás.

– Aylin! – a pequena Lissa gritou e correu para os braços da amiga – Quero sorvete!

– Você sempre quer sorvete. Mas me fala uma coisa, quantos anos você tem agora?

– Eu tenho isso – ela mostrou uma mão inteira aberta – Eu já sou grande.

– 5 anos, né? – Aylin olhou com um sorriso estranho para Kai – Realmente você já é uma moça.

– Já não consigo definir se esse seu dom para acertar números é sorte ou um puta azar – Luc sussurrou para Kai que parecia impressionado – primeiro a aposta e agora a idade. Deveríamos ter jogado na loteria alguma vez.

– Nem me fale, até eu estou ficando com medo de dar algum número depois dessa – Kai falou admirado com a situação.

– Sorvete! – Lissa gritou ainda mais alto.

– Quanto a isso, capitã – Aylin suspirou – Você precisa pedir para aquele homem ali, porque eu acho que não vai dar tempo de tomarmos sorvete.

Lissa colocou o dedo indicador na boca e olhou na direção que Aylin apontava. Ela rapidamente se soltou dos braços da Aylin e correu quase tropeçando na blusa de Carlos. Chegou na frente do Kai, que a encarava como se já houvesse se acostumado com aquilo. Lissa ficou um tempo olhando para ele e Senka rapidamente fechou os olhos dela.

– Capitã, saiba que se você invadir a cabeça dele, terá de ser escrava para o resto da sua maldita vida. Então, se você não quiser ficar lambendo a bota deles para sempre, melhor você não fazer o que está pensando.

– Mas eu só queria pedir para tomar sorvete – Lissa falou tentando se soltar do braço forte da Senka.

– Eu não sou seu pai – Kai falou suspirando – vamos esperar esses ciclos acabarem. Não resolve levar ela para terra firme assim.

– Não, meu papai é mais velho que você – Lissa riu e continuou tentando se soltar de Senka – Então, quem é você? Me solta Senka. Você é uma chata!

– É, lá vamos nós de novo – Maia deu de ombros – Acho que eu vou beber alguma coisa enquanto isso então.

– Acho que nós deveríamos fazer o mesmo – Sam falou dando de ombros – Vamos, Roy. Vai ser bom para você relaxar. Não esquenta, nós vamos nos vingar e trazer seu irmão de volta.

– Com certeza vamos – Roy praticamente rosnou – nem que eu mate todos dessa cidade.

– Por que ele ta bravo? – Lissa perguntou e quando Roy olhou para ela, ao invés de sentir raiva, ele teve vontade de chorar. Lissa havia feito aquilo por sua sobrinha e ele jamais esqueceria disso.

Por que ela se recusou a fazer como sempre fazia? Por que ela decidiu que seguiria sentindo a dor da menina até que deixassem ela se curar? Sua cabeça estava confusa e a raiva mal cabia dentro dele. Talvez ela tivesse feito isso por conta de algum instinto maternal, afinal, ela havia criado a Kat. Ele suspirou e tentou sorrir.

– Ei, Lissa. Quer vir tomar sorvete comigo? – ele perguntou deixando todos mais ou menos estáticos. Roy não era conhecido por sua gigante paciência com outras crianças que não fosse sua sobrinha e ninguém esperava isso dele após todo o ocorrido.

– Quero! – os olhos da menina brilharam assim que Senka finalmente a soltou.

– Mas eu prefiro Milkshake, posso tomar milkshake ao invés de sorvete?

– Então eu quero milkshake também. De chocolate! – Lissa pulava de felicidade e conseguiu até arrancar um sorriso fraco, mas verdadeiro de Roy – Vamos agora!

Lissa pegou na mão de Roy e começou a puxar ele em direção a porta.

– Não senhorita – Green a puxou de volta – você primeiro vai tomar banho. Você está coberta de sangue.

– Não quero! – Lissa gritou – eu quero tomar milkshake com o moço do sino de gato!

– Mas ele falou que vai te esperar, não é Roy? – Green olhou para ele e ele acenou com a cabeça.

– Sim, eu vou te esperar, ta bom? – Roy passou a mão na cabeça da pequena Lissa – Eu te encontro no restaurante daqui a 20 minutos, pode ser?

– Promete? – Lissa perguntou com um pouco de lágrimas nos olhos.

– Prometo.

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