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37 - A HISTÓRIA DE KAT

Eu sei que está de manhã agora
Nos vejo na luz sobre a colina
Apesar de eu estar destruído
Meu coração ainda é intocado
One Direction - Story of My Life

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⚠️ESTE CAPÍTULO CONTÉM OS SEGUINTES GATILHOS⚠️

⚠️Morte

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Quando recuperou a consciência, Aylin a informou sobre o dia atual, sua idade e os eventos daquele dia. Ela acenou em agradecimento, levantou-se, encarou os Malphas e partiu em silêncio.

– Acho que agora você pode começar a falar, Aylin – Carlos olhou friamente para a garota que seguia olhando a porta já vazia pela qual Lissa havia passado – Vamos começar pela ala 9 – ele cruzou os braços.

– Muito bem, então – Aylin se sentou na cadeira mais próxima, puxou um cigarro do bolso. Yugo aproximou o isqueiro para acender o cigarro dela e ela soltou lentamente a fumaça – A ala 9 não era para existir. Começou apenas como um refúgio. Green foi a primeira paciente de lá. Ela estava com 15 anos na época, mais ou menos a mesma idade que nós tínhamos. Já se passaram quase 6 anos desde esse incidente. Tentamos invadir uma das propriedades do lorde Hasegawa pois havíamos ouvido boatos de uma prisão na casa de veraneio dele. Aquele crápula continua fazendo a mesma coisa, só mudou o lugar – ela forçou os dentes – conseguimos invadir com bastante dificuldade a fortaleza de veraneio dele e em um dos quartos encontramos a Green, a fizemos de refém inicialmente, mas a falta de medo dela nos deixou bastante intrigadas. Ela falou que era indiferente para o lorde Hasegawa se a faziam de refém ou não, que ela não tinha valor para ele e decidiu nos mostrar o que queríamos saber de boa vontade. Lissa invadiu a cabeça dela e descobrimos uma passagem subterrânea, lugar que faziam de prisão. Quando chegamos lá, víamos corpos e mais corpos praticamente sem vida presos a correntes. Várias mulheres morrendo de fome e de sede. Nenhuma poderia ser salva. Já havíamos desistido de tirar alguém dali. Lissa decidiu que mataria todas para acabar de vez com aquilo, afinal, elas iriam morrer de qualquer jeito, mas antes que Lissa desse o primeiro passo, ela escutou um choro de um bebê, um choro desesperado. Buscamos a origem do som e encontramos uma mulher nos seus últimos momentos de vida segurando um pequeno pacote ensanguentado. O único pedido da mulher foi para que salvassem a filha dela. Quando Lissa olhou para a criança, a criança não tinha praticamente membro nenhum no corpo e acreditem, não é que ela tenha nascido sem os membros. Dava para ver com exatidão os cortes limpos feitos. O bebê tinha apenas 9 meses. Essa foi a primeira troca que Lissa fez que não a beneficiaria. Ela trocou a vida da mãe pela vida da filha. Acho que nenhuma de nós tínhamos visto tanta gratidão nos olhos de alguém que havia dado a vida por outra pessoa antes. Lissa tomou as dores do bebê, teve seus membros arrancados e tomou o que faltava da vida da mãe para se curar, mas ela conseguiu recuperar apenas um braço e uma perna para a criança.

– Então, essa é a Kat? – Luc perguntou baixo e Aylin apenas concordou.

– Lissa não aguentou os ferimentos e morreu com a hemorragia – Aylin seguiu a explicação – Ela tomou diversas vidas fracas para poder retornar ao ciclo. O problema é que ela retornou com 3 anos, o que dificultou a nossa fuga. Não poderíamos deixar a Kat lá depois do que Lissa fez e muito menos abandonaríamos a nossa capitã. Senka e Layla ficaram para trás enquanto eu corria com duas crianças no colo. Green ia me mostrando o caminho e quando eu finalmente cheguei em um local seguro, ela voltou, atrasou os guardas e Layla e Senka saíram de lá. Quando o ciclo acabou, Lissa insistiu que deveríamos voltar por Green e fizemos isso, fomos mais bem preparadas e ao invés de entrar na miúda, entramos matando quem entrasse na nossa frente. Quando encontramos Green, ela era apenas um corpo inteiro de pele queimada. Não existia mais sinais da moça que havia nos ajudado. Ela não via, não ouvia e nem reclamava e essa foi a segunda vez que Lissa fez a troca. Uma das criadas que se recusou a sair do quarto da Green implorou para que a salvássemos e disse que faria qualquer coisa para isso. Lissa explicou o que ela podia fazer, a mulher agradeceu e mais uma vida foi trocada nesse processo, com a mesma gratidão que ela havia visto da primeira vez. Lissa não era boa nessas trocas ainda e por isso Green segue tendo inúmeras cicatrizes pelo corpo. Depois desse dia, Lissa descobriu que as pessoas não têm só o medo da morte, mas elas temem também morrerem sem um propósito. A ala 9 não foi criada por ela, foi criada pelas pessoas que ela acolheu no decorrer do caminho. Pessoas que eram abandonas para morrerem sozinhas por serem pobres, ou mulheres que iriam morrer após anos em cativeiro. A ala 9 foi crescendo e ela se recusava a perder uma única vida, até que a Lissa segurou uma das mortes dela. Nesse dia saímos em missão, o irmão dela a atacou... fazia pouco tempo que Lissa havia perdido alguém que amava muito e foi a época em que ela mais tentou se matar, então, após o incidente com o irmão, ao invés dela se entregar, ela segurou a linha de vida para que ninguém morresse no lugar dela. Levamos ela às pressas para um dos quartos que usávamos para tratar os feridos. Nossa base, na época era o templo da deusa Inari, eu era sacerdotisa ali e isso facilitava. O templo era dos meus pais e conseguimos ficar ali até... bom, deixa essa parte para lá. Quando Lissa chegou nesse estado na enfermaria, algumas pessoas com mais condições suplicaram dia após dia no ouvido dela para que deixassem eles trocarem suas vidas pela dela, que ela tinha que sobreviver, mas que eles já estavam felizes por a terem conhecido. Não foi fácil, mas chegou uma hora em que ela simplesmente não aguentou segurar o fio de vida que restava nela e assim, pessoas que ela salvou deram a vida para que ela seguisse com vida. A fama dos heróis que salvaram a Lissa se espalhou pelo setor médico e os próprios pacientes criaram a ala 9. Ninguém está ali forçado, ela não pede para ninguém morrer no lugar dela, ela prefere usar a vida de pessoas como aquele idiota do bar de vocês, mas ela também não consegue negar o pedido deles.

– Green chamou a ala 9 de "estoque particular de alimentos da capitã" – Carlos falou parecendo pensativo – Talvez se ela tivesse explicado um pouco melhor eu não teria puxado a arma para início de conversa.

– Ela tem um jeito brusco de falar, ela repete inúmeras vezes que o sonho dela é morrer por Lissa. As palavras que ela usou podem não ter sido gentis ou amigáveis, mas não deixa de ser verdade.

– Cara, eu não consigo nem definir se isso é certo ou errado – Sam balançou a cabeça e olhou para baixo – Mas pelo menos entendo um pouco melhor o que é aquele lugar.

– Escuta, Aylin. Kat chamou a Lissa de mãe, mas pelo que entendi ela não é a mãe da menina – Yugo falou soltando a fumaça pelos cantos da boca.

– Ela tecnicamente é. Lissa que criou a menina, Lissa que deu um nome para ela, Lissa que alimentou Kat, que trocou as fraldas, que deu os primeiros brinquedos. Foi Lissa que a levou pela primeira vez para um parque diversões e foi Lissa que trocou os próprios órgãos cada vez que um órgão da menina falhava. Kat não está morta porque Lissa não consegue deixá-la morrer. Muitas vidas foram trocadas pela vida da Kat. Lissa a ama com loucura. Kat não a chama de mãe porque sabe a verdade, mas a Kat também sabe que ela nunca vai ter ninguém mais próximo a uma mãe do que Lissa. Por isso a Kat fez isso. Kat quer dar a vida pela Lissa, assim como Green, e assim como todos os que estão na ala 9. Kat é impaciente e parece não saber o que significa morrer, mas no fundo, Kat só quer que Lissa fique bem e não que volte um ciclo cada vez que ela precisa de um órgão novo.

– Qual o objetivo de vocês? – Kai perguntou categoricamente.

– Resgatar a Kitsune Tenko, que foi a kitsune que fez da Lissa um receptáculo para que eu possa reverter isso e para que ela possa ser uma pessoa comum.

– E depois? – ele continuou olhando fixamente para Aylin.

– Ela quer entregar o país para vocês e depois voltamos a viver no mar, à custa de saqueios como sempre.

– E por que nós e não um grupo de caridade qualquer? Não somos boas pessoas.

– Por conta de um único código de ética que vocês têm. Vocês não machucam inocentes.

– Não somos políticos.

– Então não sejam. A decisão é inteira de vocês. Podem simplesmente romper o contrato e irem embora. Só vocês têm o poder para romper o contrato.

– E se formos até o fim?

– Kai, eu não sei – Aylin suspirou – não sei como se rompe uma linha e não sei como se chega nela. Quer saber se a linha atual vai ser rompida se vocês forem? Eu não sei. Talvez quebrar o contrato seja exatamente o que vai nos levar até o fim que ela previu, ou não. Sabe qual o lado mais curioso dessas linhas temporais? É que a maioria das vezes ela consegue seguir para o rumo certo, foi assim que salvamos a maioria das pessoas aqui dentro, mas existem linhas que ela simplesmente não consegue ver uma saída nem para rompê-la e nem para segui-la... e é exatamente isso que está acontecendo agora. A parte mais difícil de conhecer um possível futuro desses, é saber sem ter o poder de sair desse rumo.

– Quando ela passa pelo último ciclo, vocês sempre a lembram de que ano estamos, a idade que ela tem e tudo o que aconteceu no dia – Yugo ofereceu mais um cigarro para Aylin que aceitou enquanto acenava com a cabeça – Pelo que eu entendi, vocês falaram que ela vive a mesma coisa várias vezes. Então, como é possível que ela não saiba o que fazer? Ela já não viveu isso?

– Sei que é confuso, mas ela não pode ter memórias do que ainda não aconteceu. Ela retém pequenos flashes. Por exemplo, quando ela passa por um ciclo, ela não lembra de nada do que ela já tenha feito após a idade que ela está, pelo simples fato de que para ela, aquilo ainda não aconteceu. Por isso que ela simplesmente não pode lembrar de vocês quando tem menos idade. Tecnicamente ela não conheceu vocês.

– E por que ela lembra de vocês? Ela conheceu vocês ela já tinha uns doze anos, não? – Carlos falou lembrando das imagens dela com Senka no beco.

– Existe um talismã – Aylin apontou para o próprio braço indicando a tatuagem das Kitsunes – Isso não é apenas uma tatuagem. É um talismã. Esse talismã não sai do corpo da capitã mesmo que ela volte os ciclos e é esse talismã que retém algumas memórias importantes para ela. Quando ela volta, ela simplesmente sabe que nos conhece, não importa como, ela só sabe disso. Antes de eu conseguir criar isso, tínhamos que convencê-la a cada passagem do ciclo para que ela entrasse na nossa cabeça. As vezes ela ficava incontrolável porque achava que a tínhamos sequestrado do castelo. Esse talismã faz com que ela lembre de nós e lembre dos ciclos. Ela não lembra de muita coisa, mas ela retém as partes mais importantes, como todos os capitães por exemplo e sabe que é só mais um ciclo, e não a linha temporal normal dela e eis o motivo dela saber que ela "tecnicamente era uma adulta e não uma adolescente de 15 anos".

– Como a Tenko foi parar nas mãos da rainha? – Luc falou prendendo o cabelo que já o estava irritando.

– Ela se separou da Lissa para que Lissa não morresse. Lissa fugiu do castelo no dia da morte dos pais e Tenko ficou para que ela fugisse. Após a primeira morte pelas mãos do Rafael, ela vagou pelo jardim com pouca idade. Ninguém sabe como ela fugiu, nem mesmo ela.

– Mas se a Lissa morre quando a Tenko morre ou a Tenko morre quando a Lissa morre – Carlos novamente estava lembrando das visões de Lissa ainda jovem – A rainha só não precisaria matar a Tenko e acabar com o problema?

– Do mesmo jeito que a Lissa não morre longe da Tenko, a Tenko não morre longe da Lissa.

– Isso é muita informação – Carlos suspirou já cansado – E então, Kai? O que vamos fazer?

– Aylin – Kai falou de maneira séria e autoritária – Descubra se Lissa ainda quer nos colocar no topo. Se ela quiser, vamos seguir aqui, mas faremos tudo mais ao nosso estilo. Esse inferno de navio está me cansando e preciso muito sair daqui para ver como andam meus negócios. Se ela não quiser, rompemos o contrato e voltamos para a nossa vida.

– Fazer as coisas do jeito de vocês? – Aylin arqueou uma sobrancelha.

– Sim, porque claramente do jeito de vocês não está dando resultado nenhum. Amanhã decidiremos o nosso rumo.

Kai se levantou dando por encerrado aquele assunto.

– Talvez seja melhor vocês se despedirem das coisas boas do navio rapazes – ele se espreguiçou antes de seguir caminho – Talvez a próxima parada seja a nossa.

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