29 - O FUTURO
Ouço os rótulos, ouço o homem
Tento manter uma noção de saber quem eu sou
Eu tento ser um anjo, mas não acho que consigo
Acho que estou atingindo meus limites, sim
Sabrina Carpenter - Exhale
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Carlos, que já não sabia quanto tempo havia passado desde que havia entrado nessas visões, até agora tinha visto o que ele julgou ser o início das Kitsunes e esperava que houvesse acabado, se surpreendeu ao descobrir que não era o caso.
Rafael estava na frente de Lissa, eles estavam em um campo aberto na frente do castelo. Todos lutavam com outras pessoas, inclusive ele.
– Ah, que interessante – Rafael falou sorrindo e Lissa estava paralisada – Então você se apaixonou? Eu não esperava isso de você, pensei que não tinha coração. Deixe-me ver, é esse aqui?
De repente Carlos viu a si mesmo sendo levantado por algo invisível enquanto segurava o pescoço.
– Não! – Lissa gritou tentando fazer o seu irmão parar – Solte-o.
– Se você der mais um passo, eu atravesso o coração do rapaz – Rafael falou e Lissa parou.
Carlos sentiu o suor escorrendo pelo rosto.
– Soube que você prometeu não usar seus poderes através de um contrato quando tivesse inocentes envolvidos. Isso é bem conveniente já que aqui existe inúmeros inocentes que ficaram presos na batalha, então você não irá se curar.
Lissa olhou para onde Carlos estava, tremendo e viu uma pequena linha de sangue surgir no rosto do rapaz.
– Para, Rafael, por favor. O que você quer? Sou eu que você quer, então deixe-o, por favor – Lissa falou desesperada.
– Isso não teria graça. Apenas te matar não será o suficiente... deixe-me pensar no que eu quero – Rafael colocou uma mão no queixo enquanto pensava e sorriu de maneira maníaca – Corte uma das suas pernas.
– Lissa, não faz isso! – Carlos que estava suspenso falou tentando se livrar das garras invisíveis que o envolvia.
– Está tudo bem, Carlos – Lissa falou com lágrimas nos olhos – vai ficar tudo bem.
Tanto o Carlos da visão como o próprio Carlos viram como a moça amputava uma de suas pernas e forçava o maxilar para segurar a dor.
O jogo doentio de Rafael não parou só na perna, e Carlos agoniado via como Lissa se desfazia de partes do seu corpo na intenção de salvá-lo.
– Bom, foi bom ver você assim. É bom saber que existe um contrato te segurando – Rafael falou e Carlos viu como ele decapitava o seu eu futuro.
Lissa não gritou, ela apenas ficou olhando o corpo de Carlos caindo de um lado e sua cabeça de outro. Seus olhos se estreitaram e seus vetores apareceram aos montes, afiados como a navalha mais afiada.
– Lissa, não faz isso! – Niely tentou correr até Lissa, mas um dos vetores a jogou para longe sem a cortar.
Qualquer um que tentava chegar perto dela era jogado para longe antes de conseguirem. Pouco a pouco inúmeras pessoas foram levantadas e mortas por foices de luz. Lissa não estava fazendo distinção, ela apenas não atacava os seus. Se a pessoa que estava ali era algum inocente preso em fogo cruzado ela também pagava o preço. Parte a parte do corpo de Lissa voltou enquanto Malphas e Kitsunes tentavam impedi-la inutilmente.
– Você cometeu um erro grave – Lissa falou com ódio contido.
– Pensei que você tinha um contrato – Rafael falou tentando ocultar o nervosismo da voz.
– Sim, mas você acabou de matar a pessoa que retinha o contrato – Lissa falou e atacou seu irmão.
Ela se feria e outra pessoa morria para curá-la, ele se feria e novamente outra pessoa morria para curá-lo. Era uma luta interminável e o único resultado era as inúmeras mortes ao redor deles. Kai, Luc, Senka, Niely... pouco a pouco eles também caíam ao terem a vida tomada por Rafael.
Aylin, que persistia em se aproximar de Lissa, retirou dois papéis e começou a murmurar algo. Com as mãos trêmulas, ela chorou ao ver os papéis queimarem junto aos corpos de Lissa e Rafael.
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