Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Chapter One.

Boa Noite pessoas lindas, tudo bem com vocês?
Estou trazendo para vocês mais uma nova história, sei que eu devia está atualizando Bad Guy 2.0, mas essa ideia surgiu depois que eu reli a história Coroas e Destino da @Alli_br, por sinal obrigada chuchu por escrever uma história tão boa e inspiradora como essa, e ficou na minha cabeça até eu finalmente escreve-la, a história também é levemente baseada no universo de Game Of Thrones, então vocês verão muitas referências a essa série aqui.
Inicialmente era para ser uma one-shot, porém quando eu acabei tudo a história estava comprida demais para ser apenas uma one, então agora é uma Shortfic.
Esse primeiro capítulo é um presente de aniversário para @Alli_br, espero do fundo do coração que você goste chuchu. 🧡🧡🧡

Swellview, Reino do Sul, 1670.

Henry olha para fora da janela de seus aposentos pelo que parece ser a decima quinta vez, porém ao contrário das outras vezes, nesta ele consegue enxergar a pequena comitiva se aproximando pela estrada de terra batida, até os portões do seu castelo.

Os guardas que estão de vigília se aproximam da pequena e modéstia carruagem e fazem uma breve inspeção, quando identificam todos os presentes e que eles não são uma ameaça aos seus regentes, eles autorizam a entrada deles, as dobradiças de ferros rangem alto e bom som, que mesmo distante o loiro consegue escutar o barulho aterrorizante que elas fazem, e os portões se abrem para a entrada da comitiva da sua futura noiva.

O Hart solta um bufo de raiva alto, se afasta da janela e a contragosto começa a caminhar em direção a sala do trono, onde provavelmente seus convidados estariam esperando por eles.

Quando o loiro coloca os pés no amplo salão com piso de mármore e enormes janelas de vidraçaria de dragão, sua mãe, a atual Rainha regente e sua irmã mais novas já o esperam sentadas cada uma em seu respectivo trono.

Ele caminha lentamente até o seu trono, uma cadeira alta, feita quase toda de ouro e com uma enorme cabeça de leão entalhada nas costas, antes de sentar o jovem bagunça os cabelos da irmã de forma brincalhona o que lhe rende um tapa em sua mão e em seguida beija a mão de sua progenitora em forma de respeito e carinho.

No momento em que ele finalmente se senta é o momento que as portas do salão são abertas e o comandante de suas tropas, Ray Manchester o bravo guerreiro que não só lutou inúmeras guerras por aquele reino, como também foi o homem que lhe ensinou tudo que ele sabe sobre batalhar, anuncia com a voz firme a chegada dos seus convidados.

-Vossa alteza, gostaria de anunciar a entrada da Milady Chloe Jade Hartman, filha única do clã Hartman e a entrada da Milady Charlotte Page Bolton, a primogênita do Clã Bolton.

Henry franze o cenho em confusão, não esperava pela presença de Chloe, sua mãe não havia o informado que a princesa dos Hartmans estaria acompanhando os Boltons naquela visita infernal.

Ele não deveria estar surpreso, afinal sua mãe não lhe informou quase nada, há duas semanas atrás ela apenas entrou apressadamente em seu gabinete e anunciou decidida que ele se casaria com a filha mais velha dos Boltons.

Após o anuncio ela sumiu porta a fora gritando ordens para que os quartos de hospedes fossem arrumados, que os números de guardas nos portões fossem aumentados e principalmente para que Bianca, a principal dama da companhia de sua irmã mais nova, fosse mandada para o reino dos Tetrazini.

O Hart não sabe qual noticia o pegou mais de surpresa, o fato de da noite para o dia sua mãe está o obrigando a se casar com uma mulher que ele nunca sequer ouviu falar, coisa que Siren havia prometido, jurado até que nunca obrigaria seus filhos a fazerem, ela sempre defendeu que seus filhos deveriam se casar por amor, ou o fato da sua mãe repentinamente ter mandando para longe, especificamente para o "pior clã do mundo" palavras de Piper não dele, a melhor dama de companhia/melhor amiga da sua irmã e principalmente o amor da vida de Henry.

Ele sabia que a mãe não acreditava que Bianca era o amor da sua vida, mas nunca havia interferido em seu romance com a jovem, na verdade ela até fingia que não via as escapadas dos dois a noite, entretanto do nado ela mudou da água para o vinho e afastou os dois para sempre.

A lembrança da sua amada distante aumentou sua raiva pela mulher desconhecida que daqui a poucos dias se tornaria sua esposa, ele não sabia nada além do seu nome, mas já a odiava tanto, faria da vida dela um inferno a ponto que dela desistir desse casamento.

As portas foram abertas novamente e quatro jovens entraram, andaram calmamente até próximo ao trono e fizeram uma referência cordial.

O único rosto conhecido era o de Chloe , ela não havia mudado nada desde da última vez que Henry havia visto, ela vivia em um reino muito próximo, três semanas de viagem se você parar para descansar, então eles se encontraram inúmeras vezes em bailes e eventos organizados por seus pais quando eram mais novos, eles chegaram até terem um "romance secreto", seus pais até se animaram com a possibilidade de um casamento, mas tudo não passou de um amor juvenil que logo foi esquecido.

A única filha dos Hartmans apresentava um rosto tão cansado e sofrido que por um segundo o loiro esqueceu da raiva que sentia e deixou a preocupação tomar conta do seu corpo, será que seu reino havia sido atacado? Ou será que ela estava sendo mantida como refém pelos Boltons? Como Rei era seu dever prezar pelo bem de todos, principalmente da filha de um dos seus principais aliados.

Antes que ele pudesse abrir a boca para a cumprimentar ou até mesmo perguntar o que havia de errado, sua mãe levantou-se do seu lugar e correu até as jovens, abraçou primeiramente Chloe e acariciou o seu rosto com carinho e ternura, em seguida ela abraçou a jovem ao lado, uma morena baixa, que trajava um vestido vermelho escuro, que combinava perfeitamente com o moreno da pele dela, de veludo simples, com mangas compridas que ficam mais largas na ponta escondendo as mãos da jovem, ela também tinha um rosto cansado, mas disfarçava melhor do que todas ali.

-Minha cara Charlotte você está tão grande. -Siren comenta saudosa. -Está linda, me lembra muito sua querida mãe.

Charlotte.

Então aquela era sua futura esposa, o loiro passou os olhos sobre a pequena figura novamente, dessa vez focando em cada detalhe, os cabelos dela eram escuros feito a noite e estavam presos e uma grossa e longa trança, mas alguns cachos rebeldes caiam para fora, estranhamente ele percebeu que queria enroscar o dedo por aqueles cachos rebeldes para saber se eles eram tão macios quanto aparentavam ser, ela tinha um pequeno rosto, lindos olhos castanhos escuros, lábios cheio e tentadores, que fariam um homem perde a razão.

-Obrigada vossa alteza, meu coração se enche de alegria sempre que escuto que pareço com minha mãe.

A voz doce e melodiosa dela o tirou do transe que havia entrado quando começou a analisa-la, sacudindo a cabeça para afastar os pensamentos confusos que surgiram em sua mente, ele se levantou e caminhou até elas.

Estava na sua melhor pose de Rei regente, tinha o peito estufado e o queixo erguido, tentando a todo custo intimida-la, parou a pouco centímetros de distância e a encarou friamente, quase com desprezo.

-É por causa dela que a B teve que ir embora? -A voz de Piper soa incrédula atrás de si. -Ela nem é grande coisa assim.

-Piper. -Siren grita repreendendo a filha casula. -Não é assim que falamos com as convidadas, para o seu quarto agora.

A casula dos Harts deu de ombros e saiu em direção ao seu quarto, mas antes de sumir totalmente corredor a fora ela gritou.

-Não se acomode tanto, porque eu não gosto nem um pouco de você.

A matriarca da família levou as mãos as têmporas e as massageou, já podia sentir uma dor de cabeça chegando, rezou silenciosamente aos céus para que os Deuses lhe dessem paciência.

-Por favor Charlotte não leve a minha filha a mal ela....

-Tudo bem. -A morena interrompeu. -Eu não levei a mal.

A Page abre um sorriso indulgente e aperta suavemente a mão da loira a sua frente.

-Vocês devem estar cansadas dessa viagem tão comprida e agitada, por favor me deixe leva-las até seus respectivos quartos. -Siren oferece docemente.

A Hart mais velha sorri e começa a caminhar em direção a porta lateral que tem na sala, ela para e acena para que as jovens a acompanhem, uma a uma elas vão seguindo em direção a loira, porém Charlotte permanece em pé no meio do salão.

-Eu gostaria de esperar meu irmão chegar aqui para que possamos esclarecer tudo logo. -Ela explica calmamente.

-Claro, fique à vontade minha querida, eu retorno em instantes para me juntar a vocês.

Siren espera que Chloe e suas duas damas de companhia passem pela porta antes de aponta o dedo em direção ao filho e falar autoritariamente.

-Henry Prudence Hart eu espero que você lembre a educação que eu te dei e não trate a Char mal.

Henry ergue as duas mãos como se rendesse, mas não fala nada e assim que sua mãe some do seu campo de visão e ele tem a certeza absoluta que ela não irá escutar nenhuma palavra do que ele disser, ele se vira em direção a morena e fala com desprezo.

-Escute-me bem , porque só irei dizer uma vez, eu não quero esse casamento, eu não quero você, e...

Charlotte ergue solenemente a mão interrompendo seu discurso pela metade.

-Poupe suas palavras vossa alteza, eu fico até agradecida por você não me querer. -Ela sorrir sarcasticamente. -Porque esse casamento não passará de um acordo político, a única coisa que eu quero sua é o seu exército.

A voz dela é tão gélida que o frio chega até os seus ossos, os rumores sobre a frieza das mulheres do Norte parecem que são verdadeiros afinal, elas são frias e calculista e o homem que se casar com elas terá apenas um leito frio, o Hart olha boquiaberto para a morena a sua frente e trinca o maxilar com força, ele pode escutar Ray segurando a risada no fundo da sala e isso só faz com que sua raiva aumente, está a ponto de abrir a boca para responder insubordinação dela quando a porta é aberta mais uma vez e um jovem rapaz moreno entra por ela.

-Vossa alteza. -Ele o cumprimentar com uma reverencia desajeita.

A semelhança que ele tem com a cacheada parada a sua frente é tão grande que ele deduz logo que o recém-chegado é o irmão mais novo de Charlotte, o Rei regente do Norte.

Geralmente os filhos mais velhos que assumem o trono após a morte do pai, foi isso que aconteceu com Henry, seu amado e querido pai faleceu por um ferimento de caça quando o loiro tinha dezenove anos e ele assumiu o trono, o rei Robert Bolton havia falecido já um tempo, mas quem assumiu não foi sua filha mais velha, mulheres só se tornam Rainhas quando se casam com Reis e tudo não passa de um título, no fim elas não tem poder nenhum, por isso que quem assumiu o trono do Norte logo após a morte do seu Rei foi o irmão mais novo, apesar de ser apenas um ano mais novo, da jovem.

Charlie Page Bolton de todos que entraram naquele salão, era o que mais parecia abatido, seu rosto parecia de um homem que havia lutado uma guerra de trinta dias, parecia que ele não sabia o que era dormir direito a anos, suas roupas estavam amassadas e empoeiradas.

-Char. -Ele chama calmamente pela irmã. -Onde estão Chloe e suas damas?

-Elas se retiraram para seus aposentos para descasarem. -Ela responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Por que você não foi junto? -A voz dele começa a soar um pouco irritada.

-Porque eu queria admirar a beleza do meu futuro marido. -A morena responde ironicamente. -Porque você acha que eu fiquei cabeção, para te ajudar a explicar essa história toda.

Ray solta uma risada alta do fundo do salão, ele não tinha a intenção de rir tão abertamente, mas a formar que aqueles dois irmãos se tratavam lembrava muito a dinâmica dos irmãos Hart e isso o deixava tranquilo, pois já dizia muito sobre o caráter dos dois estrangeiros, mas a o real motivo da sua risada era cara de espanto que Henry tinha olhando para sua futura esposa, aquela garotinha daria muito trabalho para o seu pupilo e ele iria adorar assistir tudo isso de camarote.

-Você tem alguma coisa a dizer Ray? - O Hart perguntou com arrogância.

-Não vossa alteza.

Henry não tinha a intenção de chamar a atenção do Manchester, mas o que o seu comandante, braço direito, quase pai havia feito era considerado um desrespeito muito grande, alguns monarcas já haviam enviado homens para forca por menos, ele não era desse tipo, mas os irmãos a sua frente não precisavam saber disso, eles eram desconhecidos e quando o Hart estava na presença de desconhecidos ele gostava de ser temido.

E no fim ele tinha a certeza que Ray saberia que tudo não passava de encenação.

Charlie olhou o loiro a sua frente de cima a baixo, a pose de arrogância dele era grande, tudo nele gritava arrogância, desde da grossa casaca azul escura bem alinhada, aos fios loiros bem penteados e enfeitados com uma coroa, a promessa que havia feito ao seu pai invadiu a sua mente e ele agarrou o braço da irmã de forma protetora, não entregaria ela a esse idiota presunçoso nunca, nem que isso significasse ter que morrer pelas mãos de Drex.

-Isso não vai funcionar. -Ele sussurra alto para a cacheada ao seu lado.

-Não seja tolo meu irmão.

-Não seja tola você. -O loiro se mete na conversa deles. -Seu irmão está certo, isso não vai funcionar, então descanse e partam amanhã, esse casamento não acontecerá.

-CINCO MINUTOS. -A voz de Siren soa estridente. -Eu deixo você sozinho por cinco minutos e você falar dessa maneira como nossos convidados, eu deveria te colocar sobre meus joelhos e te ensinar uma lição.

O Manchester rir alto mais uma vez chamando atenção da Rainha regente sobre si e quando ela o fuzila com olhar ele sabe que estar em maus lençóis.

-E você Ray, porque não controlou ele? -Sem esperar uma reposta ela se vira em direção ao filho e fala determinada. -Escute aqui mocinho você vai parar agora mesmo com essa atitude, Charlotte também não queria esse casamento, mas por acaso você está vendo ela o tratando mal? Não, agora se aquiete e preste atenção, porque esse casamento vai sim acontecer, pois há inúmeras vidas em jogo.

....

Guerra.

Os ventos do Oeste haviam trazido consigo inúmeras folhas secas, os irmãos Bolton e juntamente com eles uma inevitável guerra.

Sua mãe finalmente havia explicado o motivo do casamento para ele, Charlotte estava certa aquilo seria um casamento político e nada mais, ela e seu irmão precisavam de um abrigo rápido e seguro, seu reino era o mais próximo e como a sua mãe era muito amiga da rainha Siren, eles mandaram um corvo para a Hart mais velha pedindo asilo.

O grande motivo deles estarem fugindo? Chloe Jade Hartman, na verdade o motivo era o pai da jovem.

A Hartman havia se apaixonado por Charlie em uma das visitas recentes que havia feito ao Norte, seus pais então a prometeram em casamento para o rapaz e tudo foi combinado para que quando a jovem completasse dezoito anos eles se casassem.

Porém quando chegou a tão esperada data, no baile que deveria ser de noivado entre a castanha e o moreno, seus pais anunciaram que ela se casaria com Drex Stinklebaum, o tirano rei do Leste.

Charlie Bolton então fez o que qualquer homem em sua posição faria, pegou sua comitiva, sua irmã e na madrugada sequestrou sua amada. Ele tinha claras intenções de ir diretamente para seu reino, entretanto Drex não ficou nada feliz em ser feito de tolo e iniciou uma caçada sangrenta por eles.

Foi então que sua mãe recebeu o pedido de socorro e como era muito amiga da mãe dos jovens não pode negar, sabia que estava colocando seu reino em uma guerra que não era sua e infelizmente sabia que teria que cobrar um preço para isso, foi então que sugeriu o casamento entre Charlotte e Henry.

Charlie quase recusou, havia prometido a seu pai que nunca obrigaria sua irmã a casar com alguém que ela não amasse, mas com Stinklebaum a cada dia mais perto de seus rastros e o bafo frio da morte em sua nuca, ele aceitou.

Foi assim que Henry terminou noivo de Charlotte.

O Hart encostou a cabeça para trás na cadeira e colocou os pés sobre a mesa de madeira maciça do seu gabinete, passou os olhos pelos inúmeros livros que ali enfeitavam, não havia chegado a ler nenhum deles, não era um homem de leitura, nem seu pai, nem sua irmã e nem sua mãe eram, ele não entendia bem o porquê deles terem uma biblioteca tão grande abaixo do seu gabinete.

A porta principal rangeu alto e ele se levantou para ver quem havia entrado no lugar, se encaminhou até a beirada do segundo andar da biblioteca, o lugar que servia como seu gabinete, e observou a Page entrar calmamente no local.

Fazia dois dias que ela havia chegado no castelo e ele não a via desde da conversa que tiveram no salão do trono.

Ela parece mais bonita ainda, ele não podia negar que em quesito de beleza ela venceria todas as garotas do seu reino, até mesmo o seu grande amor, Bianca, perderia para ela.

A morena estar com ao cabelos soltos dessa vez, seus cachos caem como cascata em suas costas, ela usa um vestido simples, de um tom verde musgo, ele deixa os ombros dela a amostra e tem um pequeno decote e alguns "rasgos" nos cotovelos, o que deixava aparecer o vestido de linho que ela usa por baixo daquele, a cacheada passeia livremente pela biblioteca, alisando a lomba dos livros, desejosa para tirar algum da estante, por um minuto o loiro pensou que ela não iria pegar nenhum, porém ela para em frente uma estante e de lá retira um livro de capa dura, ler o título e sorrir.

O sorriso que ela abre é tão lindo que parece iluminar toda biblioteca, o coração do Hart erra uma batida e ele imediatamente invoca em sua mente imagens de Bianca para combater aquela, começa a pensar no sorriso de Bianca quando ele entregava algum presente para ela, na formar como o corpo dela se encaixa no dele, como o cabelo longo e sedoso dela parecia brilhar sobre a luz do sol.

Ele não sabe quanto tempo ficou imerso em seus pensamentos, mas sabe que foi tempo demais, pois quando percebe a cacheada está sentada em uma das poltronas vermelhas que enfeitam a biblioteca e ela já tem lido uma quantidade significativa de páginas do livro.

Henry estreita os olhos em direção a ela e está a ponto de voltar para seus afazeres quando a porta range pela segunda vez e sua irmã mais nova entrar autoritária e mal-humorada.

Piper caminha com passos determinados até a morena, e por um segundo ele quase sente pena pela futura esposa, quase.

-Eu não gosto de você. -A Hart menor declara. -Por sua culpa minha melhor amiga agora é dama de companhia da Jana Tretazine.

Charlotte pausa a leitura, coloca a mão sobre a página que está lendo fecha o livro e olha em direção a futura cunhada.

-Se eu fosse você também me odiaria. -Ela concorda. - Mas não se preocupe, assim que eu me casar com seu irmão a primeira coisa que irei fazer como rainha é trazer de volta sua dama, Bianca,, não é?

A Hart casula abre a boca para responder, mas a fecha novamente, estreita os olhos como se duvidasse do que a morena acabou de falar.

-Você sabe que se a trouxer o meu irmão a manterá como amante dele, eles estão apaixonados e se casariam se não fosse por você.

Henry tem que fechar a mão em punho para evitar jogar um grosso livro na cabeça da irmã mais nova, o que ela disse não era mentira, se Charlotte realmente fizesse isso que disse, ele com toda certeza manteria seu namoro com Bianca, mas isso não quer dizer que ele queria a Page soubesse disso.

-Sim, eu sei disso. -Ela responde tranquilamente.

-E você vai traze-la mesmo assim? -Piper pergunta incrédula.

-Sim.

-Por que?

-Se trazer ela fará você e ele feliz, então eu a trarei de volta.

-Mas, mas , mas -A Hart gagueja. -Isso não irá te deixar feliz, então o que você irá fazer? Arrumar um amante também?

O Hart aumenta a pressão sobre seu punho, suas unhas começam a corta a palma da sua mão, ele não sabe o porquê mais a ideia de Charlotte ter um amante o irrita tanto que ele tem vontade de socar o rosto invisível desse homem que só existe em sua imaginação.

-Claro que não. -Charlotte responde escandalizada.

-Então quem te fará feliz? -Piper pergunta.

-Os livros. -Ela responde simplesmente antes de voltar a sua leitura.

A casula olha incrédula para a mulher sentada, lendo pacificamente o livro como ele se tivesse todas as soluções para seus problemas e uma curiosidade imensa a invade, será que um livro pode realmente fazer uma pessoa feliz? Ela nunca foi uma pessoa de ler, mas de repente ela queria saber qual era a sensação de ler um livro completo.

Como se não quisesse nada a loira se aproxima da poltrona e encosta no braço da cadeira tentando ler o que tinha escrito nas páginas amareladas.

-Sobre o que é o livro que você está lendo?

-Sobre uma rainha guerreira, que fazia de tudo pelo seu reino e aqueles que amava. -A morena levanta a vista do livro e olha para a pequena loira ao seu lado. -Quer que eu leia em voz alta para você?

Piper dar de ombros desinteressada, mas assim que a Page sorrir para ela, ela corre e arrasta uma das pequenas escadas que tem próxima a estande e se senta sobre ela olhando ansiosamente para a cacheada.

Charlotte abre um sorriso maior ainda e volta para o início do livro, começando a leitura agora em voz alta.

Henry quase sente raiva pela irmã ter cedido tão facilmente aos encantos da morena, mas assim que ele escuta a doce voz dela lendo o livro, a raiva cede espaço para um sentimento novo, um sentimento de paz, ele volta para a sua cadeira, ainda sem ser notado pelas garotas, e se senta aproveitando a leitura também.

E isso se torna uma rotina para os três nos próximos dois dias seguintes.

Charlotte chega na biblioteca no mesmo horário de sempre, pega o livro que está lendo para futura cunhada, puxa uma pequena cadeira e coloca ao lado da imensa poltrona vermelha que ela costuma se acomodar e se senta confortavelmente entre as almofadas.

Cinco minutos depois desse pequeno ritual Piper invade a biblioteca e se senta na cadeira designada para si e escuta ansiosamente a história que a Page ler.

Henry fica bem acomodado nas sombras do seu gabinete e desfrutando do doce som da voz da cacheada, a voz dela é suave e delicada, ela entra por seus ouvidos e aquece seu coração, tão diferente do tom gélido que ela lhe dirigiu em seu primeiro encontro, que por um segundo ele se perguntam se essa mulher sentada em sua biblioteca é a mesma que ele encontrou na sala do trono.

Porém esse dia há algo de diferente no ritual deles, ao contrário dos dias passados Piper não entrou animadamente pela biblioteca, a cacheada continua sentada olhando para porta, mas a maçaneta não se mexe nenhum segundo e nenhum passo ecoa pelo corredor.

O Hart sabe que a irmã não aparecerá, aquela tarde sua mãe havia tirado para arrumar os preparativos do grande jantar de noivado dele com a morena, então sua irmã deveria estar agora em alguma prova de vestido ou ajudando em alguma coisa na cozinha, ele rezava internamente para que ela não tivesse responsável pela escolha dos pratos, pois a pequena loira tinha um gosto peculiar para comida e a última coisa que ele queria era ter que comer algum prato exótico escolhido pela irmã.

A Page não parece ter recebido esse memorando, pois ela ainda espera ansiosamente pela entrada da casula, ele admira o semblante dela por mais um tempo antes de finalmente se pronunciar.

-Ela não irá vim hoje.

-É uma pena. -Ela declara ainda olhando para porta. -Estávamos na melhor parte do livro.

Por um minuto inteiro ele fica tentado a dizer para ela que sua irmã não irá vim porque enjoou da sua companhia e que novamente ela não é mais bem-vinda, mas quando a cacheada suspira tristemente e pega o livro que repousa em seu colo e o leva de volta para o seu local na estante, ele se sente estranhamente solidário a ela.

-Ela deve estar ocupada com algum preparativo do nosso jantar de noivado, por isso não irá aparecer.

A morena olha para ele, faz um leve bico e acena com a cabeça indicando que compreendeu o motivo, dando de ombros ela começa a caminhar em direção a saída da biblioteca.

Repentinamente ele precisa que ela fique, nem que seja por apenas alguns minutos, então ele se ver falando.

-Se tivemos sorte ela deve está arrumando os últimos detalhes do vestido dela e não escolhendo os pratos para o jantar.

Charlotte para no meio do caminho e olha como se o viesse pela primeira vez, dar uma risada baixa e contida, sacode a cabeça de um lado para o outro como se entendesse algo que ele não entendia.

-Por que está rindo? -Ele a questiona rudemente.

-Porque ela escolhe os piores pratos para vocês comerem de propósito, é a única forma de rebeldia que ela tem, se ela não pode fazer as coisas que ela mais quer, ela estraga as refeições para vocês, para que vocês sintam o que ela sente.

De repente é como uma venda fosse tirada dos seus olhos e ele nunca se sentiu tão estúpido em toda sua vida, Piper só escolhia os pratos para as refeições deles quando ele negava alguma coisa a ela.

-Garotinha demoníaca. -Ele sussurra alto.

A Page leva a mão até a boca na tentativa de esconder o sorriso que se forma em seus lábios, sabia que alguns homens não gostavam que rissem deles e devido a primeira impressão que teve do loiro, ele parecia ser esse tipo de homem.

-Você tem uma risada bonita. -O loiro comenta com um sorriso de canto.

-Desculpe, o que vossa alteza disse?

O loiro franze o cenho como se ele próprio não acreditasse no que havia dito, novamente ele obriga seu cérebro a pensar em Bianca, na voz meiga dela quando ela chama por seu nome quando eles fazem amor, na textura da sua pele macia, nos seus cabelos longos e lisos.

Isso parece ser efetivo, pois ele já não achava mais a morena a sua frente tão atraente, ao contrário ele sente a raiva por ela voltar.

-Eu disse porque você não fica e continua a leitura. -Ele fala arrogante.

-Eu poderia mentir e falar que não quero atrapalhar vossa alteza, mas acho que já passamos disso, não é? Eu não fico porque não suporto sua presença. -Ela responde no mesmo tom que o do loiro.

Ambos se encaram intensamente, a morena parece ter levantado a guarda novamente e loiro parece estar disposto a começar a uma briga.

-Azar o seu.

A cacheada revira os olhos e volta a caminhar em direção a porta, porém antes que possa sair a pesada porta da biblioteca é aberta e uma Piper extremamente cansada entra por ela.

-Desculpe-me o atraso, tive que fazer a prova do vestido que irei usar no grande jantar de noivado. -A loira explica enquanto tenta recuperar o folego.

-Não tem problema, mas creio que nossa presença aqui poderá incomodar seu irmão.

-Besteira, ele tampa os ouvidos.

Sem esperar por uma reposta a casula agarra a morena a sua frente e a senta na poltrona vermelha, corre rapidamente até estante pega o livro que está sendo lido e entrega ansiosamente para cacheada, senta-se na cadeira e balanças as pernas como uma criança de cinco anos.

Charlotte olha em direção ao loiro como se esperasse que ele reclamasse ou as expulsassem do cômodo, mas ele apenas virar de costas e se encaminha para as sombras que envolvem sua mesa.

Piper faz uma careta para o irmão e volta sua atenção novamente a Page, com cuidado a morena abre o livro e começa a ler do exato momento em que parou.

Henry tenta a todo custa escutar a voz da morena, mas não consegue, tudo que ele escuta são suaves sussurros, que são tão baixos que ele não consegue entender o que está acontecendo na história, o que o deixa extremamente chateado, porque ele quer muito saber o que está acontecendo com a corajosa Rainha do livro.

Sem perceber ele começa a descer a pequena escada em direção as duas garotas, ele sempre se perguntou o motivo de terem uma biblioteca tão grande se ninguém da sua família era tão apegado a livros, mas vendo a cacheada ali sentada confortavelmente na poltrona com um livro sobre o colo, ele soube a reposta, aquela biblioteca estava esperando por ela, sua verdadeira dona, ela parecia tão à vontade no lugar que parecia que havia nascido e sido criada lá.

-Se você veio reclamar, eu juro pelos sete Deuses que eu vou te bater. -A voz estridente de Piper o tira do seus pensamentos.

-O que? -Ele soa confuso. -Eu não vim....

-Ótimo. -A casula o interrompe. -Agora senta aqui e cala a boca, está na melhor parte do livro, a rainha roubou a armadura do amado para ir no duelo no lugar dele.

Em um movimento rápido a loira agarra o braço do irmão e o puxa em direção ao chão, o fazendo senta de forma desajeitada ao seu lado.

Charlotte não esboça nenhuma reação, nenhum sorriso, nada, apenas sacode a cabeça e retorna a leitura, dessa vez com a voz um pouco mais alta.

A história estava no clímax, a rainha duelava bravamente em nome do seu amado, mas infelizmente estava perdendo, o grande vilão estava pronto para acertar um golpe fatal na protagonista quando a leitura foi abruptamente interrompida por um gemido de dor da cacheada.

-Droga me cortei com papel. -Ela reclama.

A Page larga o livro no colo e levanta o dedo indicador, com a outra mão pressiona o dedo fazendo gordas gotículas de sangue surgirem de um corte invisível aos olhos.

Henry gentilmente segura a mão que tinha o machucado, um delicioso choque passou pelo seu corpo e por um segundo ele se perguntou se a garota a sua frente não era uma bruxa, ele nunca havia sentindo uma sensação tão boa quanto aquela, nem mesmo com Bianca, balançando a cabeça para afastar esses pensamentos ele leva o dedo da jovem até seus lábios e suga a ponta dele.

Era um gesto simples, ele havia visto sua mãe fazer inúmeras vezes quando se furava com a agulha, mas quando ele levantou a vista e seus olhos encontraram os dela, a sala ficou mais quente e o simples gesto nunca lhe pareceu tão erótico, ele podia sentir seu sangue começar a correr em direção ao meio de suas pernas, ele sabe que ela sente alguma coisa também, porque a respiração dela fica levemente ofegante e ele pode ver que as pupilas dela dilataram.

-Nojento. -Piper comenta enjoada.

Foi como se um feitiço tivesse sido quebrado, ele se afasta rapidamente da morena, sua mente estar confusa e seu coração bate acelerado no peito, ele não sabe o que fazer ou como reagir, então sua mente se volta a única resposta para esses momentos, ele se agarra a raiva.

-Você está me atrapalhando, vá embora. -Ele ordena rudemente.

A ordem é tão brusca e rude que até Piper se assusta, a loira olha com nojo em direção ao irmão, agarra a mão da futura cunhada, pega o livro e puxa a morena em direção a saída.

-Vamos Char, você pode terminar de ler a história para mim no meu quarto ou no seu. -Antes da mais nova fechar a porta ela estira o dedo para o irmão e então finalmente fecha a porta com força.

Então por hoje é só pessoal.
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.

Obrigada por todo carinho de vocês em Bad Guy 2.0, espero que essa história ajude a confortar um pouco vocês depois daquele capítulo triste.

Desculpem qualquer erro, revisei várias vezes, mas algo sempre pode ter escapado.

Como sempre eu preciso tietar a história das minhas autoras e chuchus favoritos, por favor vão ler essas autoras incríveis , vocês não irão se arrepender, obrigada por todo apoio meninas, @gi-linsky, @AutoraMediana, @AdharaGoldstein, @Alli_br , @lyralion e @Nadia-Norman 🧡💚💛❤️💜💙

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro