Capítulo 06
Aviso
O capítulo vai conter um pouco de gore.
Gritos ecoaram por todo o castelo, cada vez mais baixas aconteciam para Doyeon, soldados feridos e alguns até mesmo mortos se espalharam pelo jardim e pelos corredores com velocidade. Minho não sabia exatamente para onde ir, queria primeiramente encontrar sua família e se assegurar que estavam todos bem para que pudessem ir para algum lugar seguro. O Lee correu com todas as suas forças até os aposentos de seu irmão mais novo, as batidas altas e frenéticas de seu coração pareciam pulsar em sua garganta, sentiu seu corpo chocar-se contra muitos dos criados do castelo, que corriam na direção contrária, mas não se importou.
Em certo momento, o choque contra seu corpo foi tão forte que quase o levou ao chão, mas conseguiu se firmar novamente com a ajuda da outra pessoa, que descobriu ser o Lorde Han. Sua aparência também estava uma bagunça, ele usava um enorme robe preto por cima de uma roupa de dormir branca, o seu cabelo se encontrava em uma situação deplorável, talvez por ter corrido logo depois de acordar. Minho imaginava como estava sua aparência naquele momento, deveria estar tão deplorável quanto.
— Por que está correndo para cá? O salão principal virou um campo de batalha! — Jisung questionou, sentindo outros corpos se chocando em seus ombros enquanto corriam desesperadamente, até finalmente não restar mais tantas pessoas naquele corredor.
— Preciso encontrar Felix e meus pais! — Respondeu, voltando a correr, mas o lorde puxou seu braço.
— Felix não está no castelo! — Avisou. — E seus pais não estão no salão. Não deve procurá-los, deve se manter protegido.
Minho não parecia querer ouvir e tentou se desvencilhar do Han, que não recuou.
— Você é o herdeiro, pelo menos você tem que estar protegido! Temos que fugir antes que nos encontrem. Drimmoya só ataca diretamente outro castelo se tiver certeza de que pode tomá-lo para si, ele quer matar os reis e seus filhos. Felix está fora do castelo, pode estar seguro, você também tem que estar para manter Doyeon segura das mãos de Changbin.
Doyeon estava fraca, estava sendo derrotada rapidamente e pelo menos os herdeiros do trono tinham que estar à salvo, para evitar que o sangue dos Lee fosse exterminado completamente e para garantir que Doyeon não seria mais um território conquistado por Changbin, evitar que Doyeon virasse mais um reino que desapareceu. Jisung estava certo, Minho tinha que agir pela razão e trancar seus sentimentos temporariamente, tinha que manter-se vivo e à salvo. Mesmo que isso fosse difícil.
— Como está a situação lá fora? — Minho perguntou.
— Terrível, temo que se sairmos do castelo agora seremos alvos mais fáceis de eliminar. Temos que nos esconder por algum tempo e sair quando o caminho estiver mais livre.
— Tem um lugar no calabouço do castelo. — Disse, simplesmente.
Minho deu um longo suspiro, dando uma última olhada para o corredor à sua frente e seguiu na direção que levava para as escadas do calabouço. Jisung o seguiu pelo corredor com passos rápidos mais uma vez. Os gritos lá fora pareciam mais estridentes, Minho não conseguiu se conter e tentou ver a situação lá fora através de uma das janelas entreabertas e soltou uma exclamação horrorizado ao ver tantas pessoas que ele conhecia em um estado sangrento, largados sobre a grama do jardim, que também estava com aquele líquido rubro, tudo estava manchado pelo sangue.
Mais uma vez, fez um pedido silencioso em sua mente para que sua família estivesse protegida, não queria encontrá-los daquela maneira.
Seguiu seu caminho com o Han ao seu lado, finalmente chegando às escadas escuras do calabouço. Desceram cada degrau naquele breu, iluminado somente por algumas tochas. Os passos e as respirações ofegantes dos dois eram o único som presente no momento, o calabouço parecia quase vazio, exceto por um único prisioneiro que já parecia ter idade um pouco avançada em estado caquético em uma das celas, sequer parecia estar vivo. Seguiram, passando por cada cela até finalmente o Lee abrir a última delas, aquele local era ainda menos iluminado do que o restante, seus olhos demoraram para se acostumar àquela escuridão. O mais velho se dirigiu para a parede de pedra escura e fria da cela, empurrando um ponto que afundou, mostrando ser uma porta.
Os dois passaram pela porta de pedra, que foi fechada pelo Lee. Era um cômodo pequeno, tinha um tamanho parecido com o das celas do calabouço, mas na direita havia uma escada.
— A escada leva para os fundos do jardim, quando as coisas ficarem mais tranquilas, podemos sair por lá, ao invés de voltar ao castelo.
Jisung não respondeu nada, sentando em um dos degraus e respirando fundo, tentando recuperar seu fôlego. Ambos estavam muito cansados, então permaneceram quietos, focando em tentar descansar. Estavam atentos aos sons que vinham de fora, com o passar de aproximadamente uma hora e meia, as espadas cortando carne ou chocando em armaduras pararam, gritos eufóricos foram ouvidos em alguns pontos.
Minho ouviu tudo isso segurando suas lágrimas, naquele lugar pequeno e escuro, ele não queria imaginar que aqueles gritos provavelmente eram do reino inimigo, não queria aceitar que nesse momento, o castelo que ele sempre chamou de casa poderia estar tomado.
Permaneceram por mais algumas poucas horas ali, até que finalmente resolveram subir os degraus da escada e encarar os fundos do castelo. Abriram outra porta feita daquela pedra pesada e observaram os arredores com horror. O cheiro de sangue invadiu suas narinas, Minho sentiu uma forte ânsia de vômito ao ver tantos corpos jogados no jardim, marcas de sangue que pintaram a grama verde de carmesim, pessoas que viram o Lee crescer estavam ali, estiradas, com cortes profundos e mortais em seus corpos. Minho achou que suas entranhas tinham feito um nó quando viu o cozinheiro do castelo com uma de suas pernas quase separada de seu corpo, presa por alguns poucos tendões e pele, assim como também tinha um enorme e profundo corte em sua barriga.
Jisung deu mais um passo à frente, garantindo-se que aquela parte dos fundos do jardim real estava seguro, ao se garantir, puxou o Lee consigo, que parecia congelado ao ver todos aqueles seus conhecidos espalhados na grama. Correram juntos para o mesmo local em que haviam fugido na noite anterior, atentos à qualquer passo de alguém se aproximando.
Eles sentiam frio, o clima frio da madrugada castigava os dois, suas peles estavam ficando geladas e sentiam a frieza se espalhar cada vez mais por seus corpos. Os dois se apoiaram para subir no muro de pedra escura, visando sair com segurança mas também sem demora. O Han deixou o príncipe sair primeiro, antes de deixar seu corpo suspenso cair do outro lado, deu uma última olhada no território do jardim dos fundos e viu ao longe alguns guardas que chegaram para recolher aqueles corpos estirados na grama. Eram soldados de Drimmoya, que pareciam muito satisfeitos com sua vitória.
Eles tinham que sair rapidamente, evitar serem encontrados. Não sabiam a exata situação na cidade do Reino, mas não quiseram perder o tempo que tinham, que sabiam ser precioso.
— Será melhor se arranjarmos cavalos, a viagem até Deungjeong será mais rápida, quanto mais rápido chegarmos lá, melhor será. — Jisung disse em tom baixo. — Mesmo que isso tenha acontecido, temos nossa aliança, iremos proteger Doyeon.
Ambos mantiveram seus olhos atentos a qualquer movimento estranho, até que ouviram barulhos altos da cidade. Eram uivos, pareciam gritos de vitória, assim como lamentos que logo eram abafados por gritos de desespero. Os soldados também estavam na cidade naquele momento, estavam em ação para render o povo e conquistar a capital de Doyeon. O som de afastava, parecia ir na direção da grande muralha da capital, a saída que os dois nobres queriam usar para escapar.
— Parece que não poderemos escapar imediatamente. — Minho resmungou.
— Não podemos permanecer aqui, é perigoso demais, estamos expostos.
— Podemos ficar em um lugar por enquanto. — Minho comentou, chamando a atenção do lorde. — Tenho um amigo que mora na cidade, era meu guarda pessoal.
— Ele é confiável?
— Ele é a pessoa mais leal e confiável que conheço. — Afirmou com convicção, Jisung arqueou uma sobrancelha, não parecia convencido. — É a nossa melhor opção, ele tem alguns cavalos, ele normalmente ganha dinheiro alugando eles.
Jisung bufou uma vez, pensando rapidamente naquela opção, também não era como se eles tivessem muitas ao seu dispor. Os soldados de Drimmoya estavam claramente na muralha, obstruindo a passagem para a saída, a silhueta de alguns soldados já era visível no horizonte, jogando muralha abaixo os corpos mortos dos antigos soldados de Doyeon que ficavam no local. Eles não tinham montarias para fugirem, seriam logo pegos se tentassem, estavam com roupas de dormir, que eram finas demais perante o frio. Além de tudo isso, ainda estavam extremamente cansados, se sentindo esgotados e com sede.
Estavam em uma situação péssima.
— Está bem, mostre-me o caminho.
Minho começou a guiar o lorde imediatamente através das ruas, evitando as ruas principais e os lugares em que ouviam vozes ou passos, o que foi muito difícil. O Lee sentiu um calafrio em sua espinha ao ver manchas de sangue ainda fresco em alguns dos becos e ruas fechadas em que passou, imaginando o que os cidadãos da capital estavam passando naquele momento e qual fim sangrento estavam tendo.
Chegaram em frente a uma pequena casa, com cinco baias ao lado com cavalos bem cuidados, dava para ver o reflexo de uma luz fraca de velas de dentro da pequena casa de madeira. Minho deu algumas batidas baixas na porta, mas que pareceu o suficiente, a porta foi aberta devagar alguns segundos depois.
O homem era jovem, parecia ter a mesma idade que Minho, com cabelo com escuro quanto seus olhos. Parecia muito assustado, mas assim que viu o Lee, sua expressão iluminou e deixou que os dois entrassem sem cerimônias em sua casa, fechando a porta logo depois.
— É um alívio saber que você está bem! — Ele exclamou. — Ouvimos todos os gritos e a comoção... Atacaram a cidade ao mesmo tempo em que atacavam o castelo, foi uma bagunça terrível.
Minho deu um sorriso fraco, mas singelo.
— Consegui sair do castelo em segurança, por enquanto. Mas viemos aqui pedir por um favor. — Começou sem rodeios. — Vamos precisar de dois cavalos para sair da cidade, não posso permanecer aqui.
— Claro, posso ceder os dois cavalos que precisam.
— E se não for muito incômodo, poderia ceder algumas roupas para mim e para o Lorde Han?
O homem observou o Han com atenção, era a primeira vez que o via, e talvez não tivesse a oportunidade de vê-lo novamente.
— Com toda certeza, mas preciso avisar que as roupas podem ficar um pouco grandes.
— Não será problema, obrigado, San.
— Não precisa agradecer por isto, Alteza, não podemos deixar nosso reino cair nas mãos daquele... Rei. — San disse com um misto de raiva e nojo em seu tom. — Vão querer descansar um pouco antes de partir? Estamos no meio da madrugada, devem estar com sono.
— Não podemos fazer isso, podemos descansar só por alguns minutos, será melhor fugirmos imediatamente antes que eles se adaptem e fiquem mais fortes aqui. — Jisung respondeu, pela primeira vez. — Só poderemos realmente descansar quando estivermos em um lugar seguro.
— Entendo, é realmente melhor... Irei separar algumas roupas para vocês se trocarem, esperem por um momento.
San entrou em um dos poucos quartos da casinha pequena, enquanto Minho se sentava em uma das poltronas desgastadas da sala. Eles realmente só teriam alguns minutos de descanso antes de terem que partir, rumo à Deungjeong.
Quase esqueci que hoje era o dia da atualização kk não me matem.
Para quem não sabe, semana passada não teve atualização (sinto muito por isso, de verdade) porque eu acabei adoecendo e fiquei sem disposição. Sei que as atualizações já são meio escassas, aí ainda fico sem atualizar no dia... Para quem é leitor eu sei que essa espera toda é bem chatinha.
A partir do próximo capítulo, as coisas podem ficar um pouco... estranhas. Não temos o "sobrenatural" nas tags a toa.
A fic tem uma playlist no spotify também, tem umas músicas muito boas que encontrei com um estilo meio dark royalty. Quem quiser o link pode ir nos meus destaques do insta ou pedir no privado aqui que eu mando.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro