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I

Todo mundo deveria saber que as vacas vampiras não dão leite.



Com muita dificuldade, a fina haste de prata penetrou a pele da junta em seu braço esquerdo. Mesmo após tanto tempo tendo aquilo como parte da rotina diária, Kindred ainda não havia se acostumado.

O metal queimou a carne por dentro, provocando uma dorzinha muito incômoda. A sensação só não era pior que o ardor provocado pelo líquido transparente que o vampiro injetou na veia. Era uma mistura bizarra de substâncias psicotrópicas, dopamina, sibutramina e água benta. Aquilo o enfraquecia parcialmente e o impedia de sentir o desejo compulsivo pelo sangue de qualquer coisa que possuísse um coração batendo.

— Todo dia essa merda — rosnou o vampiro. Seus caninos protuberantes estavam trincados e expostos, denotando o desconforto que sentia. — Preciso começar a colocar analgésicos nessa gororoba nojenta, uma dose tão forte que verei macacos subindo nos postes.

— Sinceramente, Kin... — murmurou Adahy. A jovem loba se inclinou sobre o mais velho, apoiando o antebraço esquerdo no topo da cabeça dele por pura implicância. — No seu lugar, eu já teria parado de sofrer tanto só para evitar uma mordidinha inocente no pescoço alheio.

Kindred soltou um rosnado rouco e meio animalesco quando puxou a seringa e a sacudiu dentro de uma caixinha preta, largada ao seu lado direito. Vou limpar esse troço depois, pensou. Em seguida, flexionou os dedos da mão canhota três vezes, para se certificar de que não perdera os movimentos do membro. Acontecia, às vezes.

— No dia que a minha memória falhar e eu te enfiar os dentes por acidente, aí você vai saber o que é uma "mordidinha inocente", sua pentelha — refutou o vampiro, torcendo o nariz numa careta e tombando o corpo para frente. O movimento resultou numa mestiça de lobisomem perdendo o equilíbrio e quase caindo com a cara no chão. O gritinho de Adahy lhe arrancou uma risada. — A propósito, Ada, vira esse bracinho pro papai aqui. A próxima furadinha é a sua.

Após se recompor e bater as mãos nas calças, a fim de tirar a poeira que ficou em seus dedos quando buscou apoio emergencial no tronco seco onde Kindred estava sentado, Adahy revirou os olhos e cruzou os braços.

— Não 'tô afim. — A adolescente de dezesseis anos virou o rosto. A pele escura de Adahy adquiria um brilho muito bonito sob o sol fraco das 16h30min. — Diferente de você, eu sou controlada.

— Minha linda, você sabe que, com criaturas como a gente, não existe essa história de controle...

O sorriso do vampiro desapareceu de imediato e ele fitou o chão arenoso, seco e infértil. O rosto de Kindred adquiriu um semblante quase tão sombrio quanto os tons negros de suas roupas pesadas.

— Hoje tem lua cheia, Ada — alertou-a. — Os do seu tipo não têm domínio total sobre a transformação. Se acontecer, trará problemas para nós. Precisamos de mais dinheiro e a cidade para onde vamos tem uma população cem por cento humana.

— E eu com isso? — A jovem deu de ombros. — São os seus dentes e os seus olhos de psicopata assassino do inferno que te deduram. Já eu, no meio dos humanos, passo totalmente despercebida.

Kindred respirou fundo e levantou. Quando deu por si, estava bancando o pai daquela jovem outra vez. Não era à toa que, quando algum corajoso — ou atrevido — perguntava o porquê de duas criaturas tão diferentes andarem sempre juntas, sua resposta era sempre a mesma: "Ela é minha filha", Kindred dizia. "Eu achei, então é minha."

O vampiro botou a mão canhota, pesada e enluvada em couro preto, no topo da cabeça da mais nova. Depois cutucou as grossas tranças castanhas que mantinham os cabelos dela comportados, e disse:

— Você sabe muito bem que os cidadãos não irão gostar nem um pouco quando me virem perambulando por lá. É sempre assim. Além disso, conheço aqueles cretinos. Eles só me aceitam porque têm medo de mim e porque faço o trabalho sujo deles quando me pagam bem. Se a noite cair e você acabar explodindo em lobo, é bom já ir se preparando para as tochas, foices e enxadas. — Encheu os pulmões de ar. — No meu tempo...

Adahy bateu o pé direito no chão, aborrecida, e fechou as mãos em forma de punho ao lado do corpo. Aquela foi uma atitude bem infantil, mas Kindred adorava esses pequenos surtinhos da loba.

— Tá, tá! Já entendi! — exclamou ela. — Não vem com essas velharias de vampiros em castelos de novo!

Kindred sorriu e botou o dedo indicador na ponta do nariz de Adahy.

Aaaaaah! Como eu adooooroooo! Nunca falha. — Ele deu um pulo, se virou e praticamente saltitou até a bolsa de couro pendurada na sela de sua égua malhada. O vampiro fez um carinho no pescoço do animal e depois enfiou a mão no objeto marrom. De dentro dele, puxou uma caixinha preta, idêntica àquela onde guardava sua própria seringa.

Há três tipos de lobisomem nessas terras sem leis, assim como também há três tipos de vampiros. Falarei sobre os sanguessugas quando o momento apropriado surgir. Por enquanto, falemos dos mais peludos.

No topo da hierarquia dos lobisomens, os autodenominados "caninos brancos" — aqueles que possuem sangue puro — preferem manter a maioria das alcateias no interior das matas fechadas, bem longe dos lordes e barões vampirescos em seus casarões chiques. Eles são os únicos que podem alternar entre as formas humanoide e lupina livremente, sem dor durante o processo.

Abaixo deles estão os "caninos cinzentos", os humanos que foram mordidos ou feridos de alguma forma por um lobisomem, de qualquer uma das outras hierarquias, inclusive a sua própria.

Geralmente, os caninos brancos só têm dois objetivos em mente quando saem de suas florestas impenetráveis: ou estão procurando comida, ou querem aumentar os números. Se de maneira consentida ou forçada, depende do humor de cada um. É assim que a maioria dos caninos cinzentos nascem e, embora seja um processo bem dolorido, eles também possuem total controle sobre as transformações.

Por último, há os que são iguais à Adahy.

Chamados de "garras quebradas", esses pobres coitados são mestiços acidentais, que nascem das relações ocasionais entre lobisomens e humanos, independentemente da cor simbólica atribuída aos caninos de seu pai ou mãe lupino.

A transformação de um garra quebrada como Adahy, além de ser tão dolorosa quanto a de um canino cinzento, pode acontecer a qualquer momento, e por qualquer motivo, desde uma mudança repentina de humor a uma situação de tensão ou ameaça. Eles são como dinamites ambulantes, basta acender o pavio. Quando a lua se mostra inteira no céu... Bem, a coisa fica muito, muito feia para esses desafortunados.

Fazia cinco meses desde a primeira transformação de Adahy. Na maioria das vezes, é entre os doze e vinte anos de idade que um garra quebrada apresenta os primeiros sinais da licantropia, e Kindred carregava as marcas deixadas pelo ocorrido em seu antebraço direito. Quem visse as cicatrizes pensaria que o vampiro tivera uma briga qualquer com um gato de rua, pois não passavam de três linhas finas e esbranquiçadas, que começavam na junta do membro e terminavam no pulso. A diferença era que, se tivesse sido, de fato, uma briga com um gato, a pele do vampiro não ficaria marcada para sempre, motivo pelo qual ele abandonara o antigo costume de dobrar as mangas da camisa e do sobretudo.

Kindred vinha fazendo um ótimo trabalho em esconder as cicatrizes. Ele não queria ver a menina se culpando por algo que não poderia evitar na época.

— Senta lá, Ada — falou o vampiro. — Vou preparar o seu soro.

— Eu odeio esse treco — sussurrou a jovem, mas obedeceu e se acomodou sobre o tronco caído.

— Como você foi boazinha e aceitou tão rápido que nem precisei contar as histórias chatas da minha juventude, vou te poupar da água benta desta vez. — Kindred olhou-a por cima do ombro direito e deu uma breve piscadela.

Embora as substâncias necessárias para o preparo do soro que ele usava em Adahy fossem as mesmas do seu — apesar do jeitão debochado e maluco, Kindred era um morcego muito inteligente —, a quantidade necessária para a jovem loba era bem menor. Não por ela ser jovem, mas sim por ser apenas uma mestiça.

O vampiro guardava de tudo naquela bolsa de couro. Contudo, diferente do que você pode estar imaginando, as coisas não ficavam simplesmente soltas lá dentro, balançando e se misturando numa algazarra medonha a cada passo ou pinote da égua. Havia bolsos e mais bolsos naquele buraco sem fundo, cada um destinado a um nicho diferente — bolsos para os ingredientes das misturas, dois maiores onde ele guardava cereais e alguns tira-gostos, uma parte separada para as caixas das seringas e hastes reservas, e por aí segue a linha do trem das 8h.

Usando a sela de sua amada montaria como mesa, Kindred preparou o soro de Adahy, dispensando a água benta, assim como prometido. Quando terminou, deu um peteleco na seringa e empurrou o êmbolo só um pouquinho, querendo se certificar de que o líquido não entupiu a haste. Ao ver uma gotinha sair na ponta, virou-se e caminhou para junto da mais nova.

— Você deveria agradecer por ter a sorte de não precisar levar isso na veia todos os dias — disse ao agachar-se ao lado de Adahy, estendendo a mão esquerda para que ela lhe entregasse o braço. — E tem mais sorte ainda porque é mestiça, então ainda existem chances de que, algum dia, isso te ajude a ganhar algum controle sobre a sua transformação.

Encarando o vampiro de soslaio, a jovem loba parecia um tanto entristecida.

A verdade era que, em cinco meses, nas poucas vezes que explodira numa criatura lupina movida por instintos homicidas, Adahy nunca lembrava das possíveis atrocidades por ela cometidas durante seus momentos de loucura desenfreada. As únicas memórias da garota eram as dos míseros segundos que precediam a perda total da capacidade de raciocinar e as de quando ela acordava depois do frenesi, toda desorientada, no colo do excêntrico vampiro que a acolheu como se fosse uma filha de sua própria linhagem.

— Acha que é possível? — perguntou ela, entregando o braço esquerdo para receber a injeção.

— Não posso dizer que tenho certeza absoluta — Kindred respondeu sincero, segurando o pulso da mais nova e não tardando em fazer o que precisava ser feito. — Mas, como quem teve a ideia maluca de misturar essas gororobas para criar o soro, acredito que seja.

Adahy trincou os dentes ao sentir a prata encostando em sua pele e rosnou baixinho quando a fina haste penetrou a carne. Entretanto, por não conter a água benta em sua composição — daquela vez —, o líquido não causou nenhum incômodo quando o vampiro injetou-o em sua veia.

Assim que o cilindro ficou vazio, Kindred puxou a seringa e pediu que a loba pressionasse o local por um tempo, pois ela ainda tinha sua parte humana e o corpo de Adahy demorava um pouco mais para se recuperar de determinadas coisas, principalmente se havia prata envolvida.

Uma vez "vacinados", como o vampiro costumava dizer sempre que os dois eram imunizados contra seus próprios instintos, Kindred pôs-se a arrumar os pertences da dupla, para eles poderem prosseguir com a viagem.

Ainda restavam alguns quilômetros de estrada seca para a dupla pôr os pés em Gasconne. Era uma cidadezinha que sobrevivia da agricultura e da criação de uma raça de bois com mesmo nome — animais fáceis de reproduzir e de alimentar com pouco, dotados de pelos cinzentos e duros, que lhes proporcionavam maior resistência ao frio. Não queira nem saber como aquelas bandas ficam quando o inverno impiedoso chega.

Faltava cerca de quinze minutos para as 17h quando cada um montou em seu cavalo e tomou o rumo que os levaria ao seu próximo destino temporário.

Kindred e Adahy formavam uma dupla estranha e muito improvável. Não apenas por serem um vampiro e uma cria mestiça de lobisomem viajando juntos, mas também pela diferença gritante de idade entre eles e a falta de quaisquer semelhanças físicas, para justificar as afirmações de Kindred quanto à paternidade da mais nova.

Enquanto Adahy era uma adolescente de dezesseis anos, com rosto afilado, olhos castanhos, pele negra e longos cabelos encaracolados sempre presos em tranças (uma mocinha adepta às roupas que lhe dessem conforto para passar horas montada em seu tordilho negro chamado Eclipse), Kindred tinha pele oliva-escura e parecia um galã de teatro que abandonou os palcos para viver como um desgarrado da sociedade.

A maioria dos vampiros como ele possui uma beleza quase surreal. No caso daquele sanguessuga metido a melhor atirador da atualidade, além de ser muito bonito, ele tinha um porte físico bem robusto, que ganhava volume devido às roupas. Sempre usava chapéu preto, um sobretudo pesado sobre a camisa de mangas longas, calças grossas e muitos cintos afivelados, onde podia acomodar as principais armas de seu arsenal pessoal: as facas com lâmina de prata, pistolas, rifle, munição (também de prata) e a espingarda presas às costas.

Kindred também gostava de deixar uma barba razoável e bastante charmosa, que denotava os traços simétricos de seu maxilar. Entretanto, a morceguisse de sua exótica figura era denunciada por presas vampirescas e pelas íris amarelas de seus olhos — com bordas vermelhas, dando-lhe um aspecto ameaçador e misterioso. Esses eram os elementos que ele jamais poderia disfarçar, nem usando magia sinistra ou fazendo um novo pacto com o Acusador.

Eu disse novo? Mil perdões. Esqueça que falei isso, por favor. Ainda é cedo para botar o Diabo na nossa história. Onde parei mesmo? Ah, sim. Eu estava descrevendo meu velho amigo sanguessuga. A propósito, temos aqui uma boa oportunidade para te explicar sobre as diferenças entre as três hierarquias vampirescas.

Ao contrário dos lobisomens, que usam nomes engraçados para dividir os indivíduos de sua sociedade lupina, os morceguinhos raivosos podem ser facilmente distinguidos uns dos outros através das cores de seus olhos e da aparência.

Na rabeira da cadeia alimentar, ficam as acidentais — ou propositais — crias amaldiçoadas, mestiços como Adahy. Porém, as caras deles não são nem um pouco agradáveis.

Imagine um morcego monstro, de aproximadamente dois metros de altura, voando na sua direção com a bocarra escancarada e cheia de dentes pontiagudos, prontos para arrancar um pedaço da sua cabeça. Pronto, não preciso dizer mais nada. E, não, eles não possuem nada parecido com uma forma humana. São assim o tempo todo, sem exceção. Horríveis. Horrorosos. Me faz mal. Eu já disse que são muito feios?

Pouco tempo após o nascimento, esses pobres coitados sempre vão atrás de seus pais não-humanos. Na maioria das vezes, se tornam meros servos dos mesmos; os mais apropriados para se tornarem os principais peões de seus genitores. Os olhos? Laranja, como as chamas de uma fogueira.

No meio da cadeia alimentar estão os que levaram mordidas não-amigáveis, ou que receberam sangue de outro vampiro e, assim, foram transformados em morceguinhos nada fofos. Eles logo se esquecem da própria humanidade e ficam iguais a seus mestres: criaturas irritantemente belas, arrogantes e assassinas. Em três dias após a transformação, as íris deles adquirem uma tonalidade de azul translúcido, quase cinza.

Por último, no topo da cadeia alimentar, os riquinhos mimados, que sentam em seus adorados divãs de veludo e desfrutam das vantagens que possuem pelo simples fato de estarem acima de todos. Eles são os nobres da alta aristocracia, com poderes e títulos a favor deles. Os olhos desses nojentos? Vermelhos como o sangue que, todos os dias, sem falta, enche suas lindas taças de cristal na hora da janta.

Qual desses dois últimos é o velho Kindred? Não estou com vontade de te contar agora. Quem sabe você não adivinha enquanto ouve essa história?

Voltando ao que interessa...

Tinha algo no visual do Kindred que dava a ele um certo ar de superioridade, e não estou falando do chapéu, nem da quantidade de facas presas às calças dele. Talvez fosse a postura impecável que o vampiro mantinha enquanto estava montado em sua égua malhada — a lindinha se chamava Conquista —, ou as cores sombrias de suas roupas.

Cá entre nós dois, o maldito copiou meu estilo. Qualquer um fica bem num sobretudo preto. Era justamente por lembrar tanto a imagem da minha simpática figura que as pessoas — e as não-pessoas — se sentiam tão desconfortáveis na presença do Kindred.

Todo mundo me conhece, todo mundo me teme. Até mesmo aqueles que não têm almas para que eu possa ceifá-los. E meu amigo sanguessuga podia não só encostar o dedinho neles como também conseguia criar lindas obras de arte mórbida com seus cadáveres.

Muitos boatos sobre supostos feitos dele circulavam por aí de boca em boca, associando-o com o extermínio de monstros, de bandidos e de monstros-bandidos nos quatro cantos do país e do continente.

Ele era velho e já percorrera muitas terras distantes, a fim de atingir seu principal objetivo. Entretanto, dentre os relatos extraordinários que envolvem o nome de Kindred V. Reagan, nenhum jamais poderia ser comparado à maior de suas façanhas, a única que só o seu bom contador de histórias aqui conhece.

Eu estava lá e vi com minhas próprias cavidades oculares vazias. Tinha sangue, estacas e prata por toda parte, corpos em combustão e um castelo incendiado — uma amostra perfeita da capacidade destrutiva dele. Foi naquele dia que nós nos conhecemos, e foi naquele dia que firmamos um acordo.

Ah, bons tempos... Que cena linda e triste. Quase senti pena, mas não tenho coração.

A noite caiu.

Assim como previsto, a lua cheia apareceu no céu noturno — uma gigantesca bola branca e cheia de buracos que a tornavam parecida com uma rodela de queijo gorgonzola. O vampiro fitou a jovem loba de soslaio, meio desconfiado, procurando quaisquer sinais de que a injeção não surtira o efeito esperado. Adahy parecia tranquila. Kindred suspirou e se inclinou um pouquinho para frente, dando algumas batidinhas carinhosas no pescoço musculoso de sua égua. Em seguida, jogou a cabeça para trás e olhou para cima, buscando algo no céu.

Lá no alto, cortando a noite com suas asas negras, um corvo crocitou — o meu corvo, o bom e doce Umbra. Foi através de seus olhos que sempre observei os caminhos por onde Kindred andou.

— Eita bicho bisbilhoteiro, viu... — sussurrou o vampiro, antes de voltar a focar na estrada.



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