Liderei um exército e um monge com nome de ventilador me ajudou.
Cara, a Alice me beijou...Tipo, ela me beijou. Ela me beijou enquanto caímos de um penhasco. Enfim, depois que nos chocamos contra o solo, apaguei na hora.
-Quanto tempo, meu garoto. - Escutei uma voz conhecida.
-Olha, já estava começando a sentir saudades - Dei um sorriso forçado. - Eu morri?
-Mas é claro que não - Trivia sorriu. Ela estava com a mesma roupa de sempre e sentada no trono de ossos. - Porém, você se machucou feio, dessa vez.
Dessa vez? Eu já me machuquei muito desde que cheguei naquela escola. Pelo menos, eu não estava morto.
-Como a Alice está? - Olhei para Trivia.
-A garota está bem. Fez um ótimo trabalho protegendo ela. Lux ficaria furiosa se deixasse ela morrer novamente. - A deusa sorriu.
-Quem é Lux? - Perguntei.
-Não importa. - Trivia se levantou. - Mystic e o seu mundo estão em perigo, minhas bruxas estão fazendo o possível para manter os demônios afastados. Mas, quando os Darknight começaram a se mobilizar, tudo foi ficando mais difícil.
-E o que vamos fazer? - Olhei para Trivia.
-Você vai saber o que fazer na hora certa. - Trivia tocou o meu ombro - Vou lhe enviar a um local, lá você vai obter as respostas que precisa.
-Tudo bem. - Não iria mais fazer perguntas, afinal, Trivia não era uma pessoa muito direta.
-Até mais, meu menino. E lembre-se quanto mais tempo você passar nesse lugar, mais tempo irá passar em Mystic. - A deusa tocou a minha testa e fui sugado por um vórtice que apareceu atrás de mim.
Apareci em um local diferente, era um bosque, ao meu redor haviam árvores e alguns sujeitos de armadura me encaravam.
-Senhor Hills, o que iremos fazer agora? - Um sujeito de armadura se aproximou. Ele estava sem capacete, então pude ver a sua aparência. Ele tinha a pele bronzeada, seu rosto possuía algumas cicatrizes, seus olhos castanhos eram sombrios e seu cabelo preto caía na altura dos ombros.
-O que? - Fiquei sem entender.
-Estamos sendo atacados, tivemos que nos refugiar na floresta, e agora eles estão vindo atrás de nós. - O sujeito me explicou.
Olhei ao redor, cada cavaleiro ali esperava uma ordem minha, mas eu não sabia o que fazer.
-Fiquem alertas, vou pensar em algo. - Tentei enrolar um pouco.
Me afastei um pouco, uma névoa apareceu na minha frente e mostrou a imagem de uma garota carregando...Espera, era a Alice e ela estava me carregando.
-Alice! - A garota corria de algo, e ia me batendo em alguns galhos e outras coisas do cenário. - Mais cuidado com esse corpo!
Percebi que não adiantava muito, ela não estava me ouvindo. Droga! Olhei para os cavaleiros, consegui contar uns vinte e cinco. Ótimo, caminhei até o centro novamente.
Parabéns, você sabe contar (Alice)
Chata (Killiam)
-Senhores, iremos fazer o seguinte. - Olhei para o sujeito cabeludo - Iremos nos separar em cinco grupos, todos com cinco de vocês. - Peguei um graveto e fui desenhando na parte do chão que era feito de terra - Vamos cercar os nossos inimigos, atacando de todos os lados. Irei servir como isca, assim que eles se aproximarem, quero que vocês ataquem com tudo. Dêem o seu melhor.
-Vamos lá! Por shilligan! - Gritaram todos em uníssono.
Shilligan? O que? Talvez fosse apenas o nome da equipe deles ou algo assim. Todos se dispersaram e fiquei a espera dos inimigos. Após alguns minutos, escutei uns barulhos vindo pela frente, não demorou muito até aparecer dezenas de sujeitos armadurados e montados em tigres enormes.
-Ora, ora. - Um sujeito desceu do tigre. Aparentemente, era o líder. - Olha o que temos aqui. Um Hills. Está longe de casa.
Como ele sabia? Espera, ele sabia até o meu sobrenome. Que estranho.
-E então? - Abri os braços - O que estão esperando?
-Vocês podem até ter conseguido Andrômeda, mas um Hills não é páreo sozinho. - O sujeito segurou a haste da lança com mais força.
Do que ele estava falando? Enfim, aquilo não importava, soltei um assovio tão alto, que pararia muitos taxis. Nesse momento, todos os...Shilliganos? Saíram de seus postos e começaram a travar uma batalha intensa contra os cavaleiros do tigre. De repente, fui sugado novamente por outro vórtice e tudo ficou escuro novamente.
Quando fui cuspido pelo vórtice, havia um sujeito parado à minha frente. Ele era eu, só que, os olhos eram cinzas e ele vestia um samuê (Aquelas roupas de monge).
-Killiam Hills - Sua voz era firme.
-E quem é você agora?
-Eu sou Tunus - O sujeito abriu os braços e o local começou a ventar.
-Tunus? Não acredito! Eu conheço você. - Fingi ser algo espontâneo.
-Mentiroso - Ele ergueu as sobrancelhas.
-Sabe que é estranho você ter a minha aparência e me chamar de mentiroso, né? - Observei.
-Ainda é um mentiroso. - Continuou Tunus.
-Você tem provas? - Perguntei confiante.
Ele apenas me olhou como se estivesse falando "é sério?"
-Okay. - Suspirei
Tunus caminhava pelo grande salão feito de madeira, parecia uma chácara, suas mãos não paravam de fazer movimentos fluídos como o vento.
-O que trouxe você aqui? - Perguntou.
-Um uber. - Ironizei.
-Você é assim o tempo todo? - Ele parou na minha frente.
-Só quando fazem perguntas idiotas. - Suspirei. Eu, literalmente, fui cuspido de um vórtice e caí na frente dele.
-Você não deveria estar aqui, quem mandou você? - Ele encarava os meus olhos - Sem gracinhas.
Dessa vez, toda a minha vontade de fazer piada foi embora pelo ralo.
-Trivia - Respondi. - Ela me enviou.
Tunus se afastou e ficou pensativo, acho que ele conhecia a Trivia. Eu não estou surpreso, essa mulher invade os sonhos das pessoas sem avisar.
Só o seu. (Trivia)
Sai daqui! (Killiam)
-Certo, você está pronto? - Tunus deu um sorriso.
-Para que?
-Voltar para o seu mundo, seu bolo de estrume. - Ele parou na frente de uma porta.
-Como é? - Ele me chamou de bolo de estrume? - Olha aqui, seu monge com nome de ventilador, eu...
Tunus abriu a porta e uma ventania muito forte invadiu o local.
-Pu... - O vento abafou o meu som e cessou poucos segundos depois. - Pariu... O que é isso?
A porta dava passagem para um local muito lindo, com pedras flutuando entre árvores e cachoeiras que estavam em pedaços maiores de terra flutuante. Era igual uma ilha flutuante. Meus deuses, estou falando muito flutuante.
-Sua passagem. - Ele sorriu - Terá de passar por esses "obstáculos" para poder chegar até o portal. - Ele apontou para um vórtice que havia no final do percurso. - Boa sorte.
Uma lufada de ar me lançou até uma das rochas flutuantes. Olhei para trás e Tunus não estava mais ali.
-Que ótimo, como vou passar disso aqui? - Olhei ao redor.
Observei o caminho inteiro, dava para saltar de uma pedra a outra até lá. E assim comecei, fui saltando e quase caí algumas vezes, parei em uma das ilhas e pude ver o vórtice muito longe para um salto, não havia nada ao redor para chegar lá.
-Droga...
Procurei algo que pudesse ajudar e nada, escutei um barulho que sempre me atormentou e gelei na hora. Quando olhei para trás, o pior aconteceu, queria que fossem dragões, mas não, eram cachorros enormes.
-Put... - Mais ventos abafaram a minha frase - Eu estou sendo censurado?
Infelizmente, ninguém respondeu. Quando os "cachorrinhos" avançaram, eu comecei a correr na direção do vórtice. Eu sei que não tinha como chegar lá, mas eu tinha que fugir. Os bichos foram se aproximando, eu estava cada vez mais perto da ponta e antes de saltar, escutei um rugido semelhante ao de um tigre adentrar os meus ouvidos e fazer o meu corpo ter um choque. Quando saltei, eu tinha certeza de que seria impossível, mas quando me dei conta, eu estava voando (Um pouco) não durou muito, fui caindo. Felizmente, caí dentro do vórtice, e lá vamos nós de novo, tudo girando, vontade de vomitar, coisas passando e blá blá blá.
Quando recobrei a consciência, eu estava deitado em uma cama bem confortável, não havia ninguém ao redor. Me levantei e vi que eu usava uma roupa diferente, uma camisa preta e o meu braço direito tampado com uma faixa, uma calça bem confortável que eu não sabia do que era feita, mas parecia jeans só que puxado para a elasticidade da legging, mas não parecia legging. Enfim, eu estava com as minhas luvas e um coturno preto. Até que gostei do visual. Caminhei para fora do lugar que eu estava e vi algumas pessoas vivendo suas vidas normalmente, carregando cestas de frutas, outros cuidando da colheita, alguns comerciantes nas suas tendas. Era uma vila agradável.
-Killiam Hills? - Um sujeito se aproximou
-Sim. - Respondi.
O sujeito se ajoelhou à minha frente. Ele possuía cabelos negros, olhos castanhos e uma barba desalinhada e sua pele era morena.
-Que sorte a nossa por tê-lo em nossa vila. - Ele sorria - Precisamos de você, os líderes estão na reunião e vão tomar uma decisão que, de fato, é a pior.
-O que? E como eu poderia ajudar? - Olhei para o sujeito que havia levantado. - O que querem fazer?
-Vão destruir os portais com a Terra, para os demônios ficarem presos lá e a destruição ocorra apenas naquele mundo. - Ele parecia agitado - Mas com a destruição da Terra, ficaremos fracos, os esforços de diversos guerreiros serão em vão. Dependemos do equilíbrio entre Mystic e os outros mundos para que não percamos uma de nossas fontes de vida. - Ele olhou ao redor - Você é um Hills, vão escutar você, o povo estará do seu lado.
Eu ainda não sei qual era a obsessão com o meu sobrenome.
-A Terra é a fonte de vida de vocês?
-Digamos que sim, somos ligados a diversos mundos, e se a Terra for destruída não haverá o equilíbrio entre os mundos, e causará o apocalipse citado nas paginas dos livros antigos. Temos que fazer algo.
-Certo, qual o seu nome? - Perguntei.
-Kaled Nash - Ele estendeu a mão.
Apertei a sua mão.
-É um prazer. Pode me levar até o local?
-Claro.
Nash soltou a minha mão e me guiou pelas estradas da vila, passamos por algumas pessoas que estavam vendendo armas e veículos (Uma carroça e tal, e não uma Mercedes. Talvez a carroça fosse da Mercedes) No caminho, ele me explicava como funcionava a hierarquia local e que haviam alguns representantes do povo, que eram os donos de algumas propriedades e de exércitos. Nash parou na frente de um prédio com uma cúpula em cima, era enorme, diversas janelas e uma escadaria que levava aos enormes pilares que sustentavam o local.
-É aqui. - Nash anunciou. - A cúpula central. Falam que é a cópia perfeita do Mysticeu, mas não é verdade.
-Mysticeu?
-A morada dos deuses de Mystic. - Respondeu.
Adentramos o local e quando empurrei os enormes portões, todos olharam para mim. A esquerda, haviam as pessoas que era do povo, provavelmente os de cargos mais importantes que Nash havia falado. A direita, estava Alice, Hiro, Tyler, Johan, Emma, Melanie, Laís, Phoebe, Frick e Damon. No centro, estava uns tronos de madeira escura, com uma bandeira vermelha no encosto de cada uma, elas formavam um semicírculo na frente dos outros.
-Quem é você? - Um dos sujeitos perguntou. Ele vestia uma túnica vermelha, sua pele era negra e seus olhos dourados, seu cabelo estava tampado por um chapéu parecido com o de uma caveira mexicana (Que estranho).
-Esse é Killiam Hills. - Kaled deu um passo à frente.
Todos pareciam espantados, menos os meus amigos. De repente, todos se ajoelharam, menos a Alice. Olhei para ela.
-Está com dor nos joelhos? - Brinquei.
-Cala a boca, idiota. - Ela sorriu.
-Ei, pessoal, não precisa se ajoelhar. - Fui andando até o meio da cúpula. - É o seguinte, não iremos fechar o portal para a Terra, o motivo todos sabem. Não podemos provocar o desequilíbrio. Porém, não podemos deixar a Terra ser destruída, temos que mandar reforços para lá. - Respirei fundo. Eu finalmente descobri o motivo da minha ida àquela floresta. Aprender a liderar e analisar com calma a situação, as vezes, temos que sair da nossa zona de conforto. - Damon, Laís, Melanie, Emma, Phoebe e Tyler, vocês irão para a Terra. Eles precisam de vocês lá.
-Tem certeza de que devo ir? - Tyler me encarou. - Quem vai guiar vocês?
-Sim, vão precisar das suas habilidades. - Olhei para Frick em seguida. - Frick é um conhecedor desse lugar, acho que ele pode nos guiar, por enquanto.
Tyler pareceu gostar da minha decisão, como se ele soubesse que eu deveria ter feito isso antes. Esse cara é um mistério.
-E quanto ao resto? - Perguntou Damon.
-Iremos resolver o problema desse mundo aqui. - Olhei para ele.
-Eu posso ajudar. - Kaled levantou a mão. - Sou um curandeiro, sei diversas técnicas medicinais, combate e conheço bem os locais daqui. Posso ser útil.
Analisei o sujeito por alguns segundos, realmente, Kaled seria útil.
-Tudo bem, você vem com a gente.
Olhei para os líderes.
-E então? - Encarei o sujeito de túnica vermelha.
Ele me olhou como se me estudasse, logo deu um sorriso.
-De fato, você é um Hills. - Ele se levantou - Está decidido, iremos mandar os reforços junto com os guerreiros de Killiam Hills. Sairão ao amanhecer. - Ele e os outros líderes se retiraram do local.
Meus guerreiros? Acho que não era bem assim. Depois de algumas horas, estavam todos dormindo, Alice e eu estávamos sentado em um dos bancos da vila.
-Killiam... - A garota olhava para os seus dedos. - Sobre aquele beijo...Eu...
-Está tudo bem. - Dei um sorriso. - Foi calor do momento?
-Sim. - Alice me encarou. - Foi algo do momento, eu não quero algo agora...Eu não sei o que quero ainda, está cedo para entrar em algo. Podemos esquecer aquilo?
Encarei a garota por alguns segundos. Eu entendia ela, um pouco, por isso não fiquei muito surpreso.
-Claro.
-Obrigada - A garota me abraçou e foi embora para a casa que as garotas estavam dormindo.
A vila estava vazia, só escutei o barulho dos grilos e o crepitar das tochas que haviam nas esquinas. Fui até a casa que eu havia acordado e deitei na cama, e dormi.
Acordei cedo dessa vez, nenhum sonho, nenhum problema, apenas acordei. Depois de fazer as higienes matinais, saí e o grupo estava reunido na frente da cúpula, me aproximei.
-Oi, Killiam. Estamos indo. - Tyler apertou a minha mão.
Olhei para todos eles.
-Boa sorte, estou contando com vocês.
-E nós com você. - Falou Damon.
Depois de muita conversa, eles se despediram e entraram na cúpula. Aparentemente, havia um portal lá dentro que dava na costa de Mystic, onde teria um barco a espera deles.
-O que vamos fazer? - Hiro me olhou.
-Preciso lembrar de uma coisa - Olhei para a Alice - Você lembra o que Jenna escreveu no papel?
-Em meio a família dois cairá, um deles o reino dos deuses irá abalar. Uma escolha difícil terás de tomar, e o vínculo com a vida permanecerá. - Recitou Alice.
-O reino dos deuses? - Kaled parecia surpreso.
-Sim, parece que fica em Heartsoul. - Deduzi.
-Entendo. - Kaled coçou a barba, pensativo.
-E o que faremos agora? - Frick perguntou.
Encarei as montanhas no horizonte, as nuvens por lá estavam escuras, ele estava lá. Klaus não estava longe da gente, aquela escuridão entregava as coisas.
-Vamos nos preparar - Encarei cada um deles - Temos que levar a luz para um lugar.
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