Eu levei uma surra celestial.
Então, eu vou morrer da forma mais estranha possível. Dentro da caçamba de uma caminhonete - Roubada - perseguido por uma galinha gigante, com um garoto cachorro uivando de medo do meu lado (O nome dele era Hiro, ele disse antes de começar a uivar) e uma garota que parece uma criança de 12 anos dirigindo. Muito legal, né? Afinal, quem nunca sonhou em uma morte assim?
Alice saiu atropelando varios lobos com uma caminhonete branca. Ela sabe dirigir? Depois que subimos na caçamba da caminhonete, Alice pisou fundo no acelerador e foi cortando caminho pela floresta. Os lobos corriam inutilmente atrás da gente.
-Droga, droga - O garoto lobo murmurava.
Eu ia perguntar o que aconteceu, mas ai apareceu a galinha pintadinha de Chernobyl correndo atrás da gente. Ela tinha pernas escamosas e seu corpo parecia ser igual a de um dragão (tirando a cabeça que era de galinha)
-Alice! Vai mais rápido!
-Você está achando que estamos em um carro de corrida?
-Vai logo! Tem uma galinha atrás da gente.
Ela não disse mais nada. A caminhonete começou a ir mais rápido quando saiu da floresta e tocou a estrada.
-Ufa, ela não deve seguir a gente pela estrada. - Hiro soltou um longo suspiro de alívio.
Continuamos nosso percurso até Quebec. Agora estávamos bem...bem ferrados! A galinha apareceu correndo a uns 20 metros.
-E se eu falar com ela? - Gritou Alice.
-Vai falar o que? Pó pó pó? - Revirei os olhos - Não estamos no filme como treinar a sua galinha.
-Esse filme existe? - Hiro levantou uma das orelhas.
-Meu deus... - Bati na minha própria testa. Morrer para uma galinha era muito mais convidativo no momento.
Eu não fazia ideia de como uma coisa daquela poderia existir. Era monstruoso, e corria bem rápido. Droga, eu não conseguia pensar em nada. Na próxima curva, o pneu do lado direito da caminhonete estourou e Alice perdeu o controle. E agora que vem a parte mais emocionante da minha vida! O carro atravessou os pilares de pedra que estavam na estrada e caímos do penhasco
-Pó, pó, pó! - comecei a gritar.
-O que você está fazendo? - Alice gritou.
-Tentando chamar a galinha para salvar a gente!
-Isso foi inteligente - Hiro se segurava para não sair voando.
De repente, tudo ficou muito rápido, Hiro continuava uivando de desespero e se segurava como se a vida dele dependesse daquilo - E realmente dependia - Olhei para Alice que olhava para baixo fixamente. Ela não estava gritando nem nada, talvez tivesse aceitado o fato de que iríamos morrer. Quando eu fechei os olhos, algo parecia ter segurado a gente. Abri os assustado e alguma coisa estava carregando a gente até o chão.
-O que aconteceu? - Hiro parou de uivar.
Olhei para Alice e ela continuava na mesma posição de antes. Será que ela fez algo?
Quando pousamos, um sujeito um pouco maior do que eu estava parado na frente da caminhonete. Ele tinha os olhos branco, cabelo loiro e longo, e...tipo, ele tinha asas. Espera, aquilo era um anjo? Tinha que admitir que ele era bonitão.
-Obrigada... - Alice saiu do carro e ficou olhando o sujeito fixamente.
Ele deu um sorriso pra ela e fechou a cara ao me olhar. Uou, eu tenho certeza que ele tinha fechado a cara. Ele veio na minha direção e desferiu um soco no meu rosto. Eu senti meu maxilar sair do lugar, ele era muito forte. Fiquei caído no chão, eu estava um pouco desnorteado. Meu maxilar voltou para o lugar.
-Ei! O que eu te fiz, cara?!
-Killiam! - Alice parecia assustada e partiu para cima do anjo revoltado.
Os dois lutavam igualmente. Alice tinha ótimos reflexos, assim como o anjo. Mas ele acabou com a luta paralisando ela de algum jeito - Talvez usando esses tipos de hacks que esses anjos tem - Logo ele se virou na minha direção.
-Você tem que morrer!
-Espera ai. Você deveria ser da paz e nos proteger, não? Vai acabar se tornando um anjo caído. - Hiro parecia tentar ganhar tempo.
-Eu tenho ordens.
Em alta velocidade o anjo me deu um joelhada e me jogou com força no chão. Senti os meus ossos se quebrarem ao mesmo tempo - Isso era horrível - Enquanto eu estava estirado no chão, o revoltado ficou de joelhos em cima de mim e começou a distribuir soco pelo meu rosto.
-Para com isso! - Hiro estava em choque. Alice estava paralisada.
Uma pedra bateu na testa do anjo. Por um minuto achei que tivesse sido Hiro, mas uma voz disse no fundo.
-Se você colocar mais um dedo nele, eu vou tirar todas as suas penas uma por uma e depois as suas asas. - O sujeito deu alguns passos para frente. Ele tinha o cabelo preto, seus olhos eram azul e ele era alto, e parecia ser um pouco mais velho que a gente, tipo uns dezenove anos. A sua roupa era um pouco diferente, ele estava vestindo uma camisa sem manga que parecia ter sido esfregada em brita (Ou seja, toda rasgada e estranha), uma calça preta e estava descalço. O que me chamou a atenção era a luva que ele usava, era toda preta e não sei, era normal, só me chamou atenção.- Último aviso.
O anjo saiu de cima de mim e ficou em posição de ataque.
-E o que você vai...
-Último aviso. Saia daqui.
O recém chegado apareceu atrás do revoltado em segundos com uma adaga encostada no pescoço dele.
-Certo, eu saio.
O anjo saiu voando logo após o sujeito soltar ele.
-Meu nome é Alex. - Ele nos olhava atentamente - Me desculpa o modo como cheguei.
Todos os meus ferimentos se curaram, mas eu estava exausto. Tipo, muito!
-Meu nome é Alice - A paralisia havia cessado, e ela sentou perto de mim e colocou a minha cabeça no seu colo. - O dele é Killiam.
Alex me olhou por alguns segundos, algo nele não me agradava. Sabe aquela sensação de que você já viu uma pessoa? Então.
-Meu nome é Hiro Arctic - O lobo sorriu - Obrigado por salvar o Killiam.
-Não precisa agradecer - Ele tirou a mochila das costas (Sim ele tinha mochila. Por que eu não descrevi? Porque eu estava sendo espancado por um anjo, era muita coisa para pensar) Ele tirou alguns travesseiros, cobertas, bebidas (Tinha matte!)
Blerg! (Alice)
É muito bom!
Não é, não (Alice)
Deixa eu continuar?
Claro (Alice)
Obrigado
Continuando. Tinha bebidas, uns biscoitos e outras coisas que eu imaginei que fosse para fazer uma espécie de forno.
-Você tem panquecas azuis? - Perguntou Alice.
Alex franziu o cenho.
-Não existem panquecas azuis.
-Meu amigo, você não sabe de nada. - Alice sorriu.
Alex ignorou e começou a arrumar tudo. Ele fez uma espécie de cama na caçamba da caminhonete e fez uma barraca logo ao lado.
-Vamos deixar o garoto descansar. - Alex me pegou no colo e colocou na cama improvisada. Alice ficou sentada do meu lado.
Alex ficou um pouco mais afastado com Hiro fazendo uma fogueira. Já estava anoitecendo e parece que ia esfriar.
-Que dia louco, né? - Alice ficava olhando as árvores.
-Nem me fala. Está acontecendo tudo tão rápido.
-Pois é, o que será que vamos encontrar quando chegarmos lá?
-Não faço ideia. - Olhei pra ela.
-Killiam, você...Não acha que poderíamos ter morrido várias vezes e todas elas tivemos sorte? Tipo, podemos morrer antes de chegar em Quebec.
Eu peguei a mão dela e olhei nos seus olhos.
-Alice, eu não vou deixar ninguém aqui morrer. Eu vou proteger vocês da melhor forma que eu conseguir.
-Obrigada. Agora descanse. - Ela pulou da caminhonete e se juntou aos outros.
Me cobri com a coberta que estava ali, e fiquei olhando o céu. Será que eu conseguiria mesmo proteger eles? Eu não sei fazer nada. Enfim, eu vou tentar de qualquer jeito. Fechei os olhos e apaguei.
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