O Van Dijk ainda se sentia nas nuvens, não só por ter beijado pela primeira vez e sim por ter beijado Sophia, a garota que ele mais amava em todo o mundo, depois da sua própria irmã.

    E por falar em Stella, ela também havia percebido a diferença nas atitudes do irmão. Ele não parecia mais triste e raivoso e sim distraído, nem mesmo escutava as provocações de Sylvie e as palavras ruins que a mãe dizia.

    Não havia felicidade maior para Stella, do que ver seu irmão feliz, mas ao mesmo tempo ela estava curiosa e preocupada. A mais velha sentia que tinha algo a ver com a garota loira sorridente que sempre ia atrás dele mas ao mesmo tempo, tinha medo de que ela partisse o coração do garoto.

— Ei, onde você vai? — Stella perguntou, assim que sentiu o perfume do garoto.

— Vou sair com a Soph. — Ele deu de ombros, procurando por alguma coisa. — Esse maldito gato destruiu as flores que eu ia levar, agora não sei o que fazer.

— Flores? Hm, acho que eu perdi algo.

— Nós nos beijamos. — Ruel comentou sem graça, Stella riu ao ver as bochechas do irmão ficarem ainda mais vermelhas.

— Oh meu Deus! E como foi?

— Foi bom, eu acho que gosto dela, é a primeira vez que eu sinto algo assim por uma garota.

    Ruel sorriu abertamente, aquela era a primeira vez que Stella o via mostrar todos os dentes, que grande avanço.

    Os olhos do garoto brilhavam, enquanto ele contava sobre todos os momentos incríveis que os dois haviam vivido juntos. Stella não conseguiu evitar o sorriso, era a primeira vez que ela via o irmão demonstrar seus sentimentos por alguém.

— Isso é tão fofo! Você precisa contar para ela, acho que ela também sente o mesmo.

— Tenho medo de estragar a nossa amizade, e se eu estiver confundindo tudo?

— Você nunca vai saber se não tentar, vai por mim, você tem noventa e nove por cento de chances!

— Qual é Stella, não dê falsas esperanças! Ele não tem chance alguma porque é só um nerd esquisitão. — Sylvie apareceu na porta, rindo debochada de toda a situação.

    Ruel sentiu aquele sentimento ruim mais uma vez, uma raiva absurda enquanto Stella fechava a porta e gritava para a irmã não se meter naquele assunto.

    O Van Dijk fechou a mão fortemente, sentindo suas unhas penetrarem na pele sensível da mão. Ele continuou sentindo a dor insuportável mas relaxou, assim que Stella apareceu outra vez.

— Não liga para ela, sério, as vezes ela age como uma idiota.

— Eu a odeio, as vezes sinto vontade de matá-la.

— Normal, todo mundo já quis matar o irmão pelo menos uma vez.

    Stella riu, levando tudo na brincadeira, sem sequer reparar na mágoa que as palavras do irmão carregavam.

    Nem Stella e nem ninguém conseguia levar aquelas palavras a sério. Elas pensavam que talvez Ruel fosse apenas mais um adolescente revoltado quando ele na verdade precisava de ajuda.

    Ah, se elas pudessem ver o futuro, saberiam do perigo que Sylvie, Anne e muitas outras garotas estariam correndo.