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— Prefiro a morte. — Anne respondeu rapidamente, se recusando a acreditar no fato de que ele estava realmente propondo aquilo.
— Vamos lá, não seja tão dramática.
Só poderia ser uma brincadeira, como ele ousava a chamar para algo tão cruel e nojento? E Anne ainda tentava digerir a informação de que ele estava vivo, ter que lidar com aquele tipo de situação era o fim.
— Nunca! Eu jamais tiraria a vida de alguém, isso é cruel e idiota!
— Você não hesitou quando puxou aquele gatilho, Anne.
Anne sentiu uma pontada em seu estômago, por mais que tivesse errado sua mira, ainda sentia certo remorso por tentar tirar a vida de alguém, mesmo que Ruel merecesse.
— Nesse quesito somos iguais, sabe, você não tem piedade de matar.
Ruel sorriu debochado, assim que a mão de Anne acertou seu rosto em cheio. Ela demonstrava todo o ódio em seu olhar e o Van Dijk estava adorando toda aquela situação.
— Não ouse me comparar com você, você é o pior dos piores seres humanos existentes.
— Você tem duas opções agora Anne, literalmente matar ou morrer.
— Matar você está entre essas opções? E como caralhos você escapou? Eu vi você no chão, morto!
— De fato você me acertou mas não foi certeiro o suficiente para me matar.
— Como os médicos não perceberam? Como a polícia não percebeu?
Ruel deixou uma risadinha escapar, aquela era a Anne que ele adorava, a Anne curiosa que amava o encher de perguntas. Tirando o fato de que seu desespero era no mínimo engraçado.
— Eles sabem. O Estado esconde muita coisa das pessoas, você ficaria enojada se descobrisse tudo.
— Então por que eu fui presa?
— Eles precisavam culpar alguém pelo fracasso deles, você foi a azarada e há também o fato de que eles precisavam te manter por perto, afinal eles sabem que você é uma isca para me atrair.
Anne sentiu-se tonta, todo o tempo que havia ficado presa e a sua saúde mental que havia sido fodida dentro do manicômio, era por puro egoísmo das autoridades. Aquilo era ridículo.
— Eu não vou ser sua parceira e quero que você se foda, saiba que isso não acaba aqui. Vou fazer você pagar por todos os meses em que vivi no inferno.
— E quem vai me fazer pagar Annezinha? Confesso que eu adoraria ser punido por você.
A garota apenas deu de costas, tentando caminhar rapidamente para longe dele mas era claro que não seria fácil. Sentiu dor assim que o garoto puxou seu cabelo a trouxe para perto.
— Vai ser do meu jeito ou então você já era.
— Vai em frente, Ruel.
Anne não parecia intimidada mas se assustou assim que foi empurrada contra o chão. Suas costas doeram com o impacto e logo as mãos longas e frias do Van Dijk foram em direção ao seu pescoço.
Aos poucos o ar faltou, aquela sensação era igual a dos seus piores pesadelos. O cabelo longo do maior caía em seu rosto enquanto seus olhos sem vida olhavam fixamente nos dela, Anne jamais se permitiria morrer daquela forma.
Rapidamente esticou seu braço, puxando o objeto prateado que brilhava no chão. Eram restos de uma garrafa de vidro quebrada e Anne usou toda a sua força para enfia-lá no braço do Van Dijk, que gritou de dor.
Anne aproveitou do momento para correr, enquanto ele segurava com força o braço que começava a sangrar. Ela não olhou para trás, apenas escutou aquela voz assustadora gritar:
— Eu vou te caçar até te achar Anne River. Você jamais estará livre de mim, nunca.
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