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O funeral do Van Dijk havia sido reservado, apenas as autoridades sabiam sobre aquilo afinal toda a cidade acreditava que ele já estava morto há muito tempo.
Esperaram por Stella mas ela não apareceu, e depois de algumas semanas, ela simplesmente desapareceu da cidade. A casa dos Van Dijk havia sido tomada pelo governo e a partir dali seria leiloada, grande perca de tempo, ninguém queria comprar uma casa tão amaldiçoada como aquela.
Anne River estava em todos os jornais mas ela se recusava a dar entrevistas. Segundo as enfermeiras, a garota não falava uma palavra sequer desde que havia se entregado de volta às autoridades.
Tinha o olhar morto, quase não comia e passava a maior parte do tempo olhando para o nada. Algumas pacientes a viam chorar desesperadamente toda madrugada mas mesmo naquele estado, ela continuava sem dizer uma palavra.
Anne não tinha mais a sua saúde mental em dia. Havia visto garotas morrerem em sua frente mas ver Ruel perder a consciência, dessa vez verdadeiramente, havia criado um grande vazio dentro de seu peito.
Ela se sentia sem um propósito, recebia a visita dos pais e do irmão mas se recusava a falar com qualquer um deles. Era como se Anne tivesse morrido juntamente com o Van Dijk e seu corpo sem vida, era tudo que havia sobrado para trás.
Nas semanas seguintes, não houve nenhuma novidade, exceto que as olheiras de Anne aumentavam e ela perdia cada vez mais peso. Estava irreconhecível e os jornais mais maldosos, diziam que ela não era mais bonita e agradável e que se ela fosse daquela forma quando conheceu o Van Dijk, ele sequer a escolheria para o plano.
Anne não via aquelas notícias e sinceramente, não se importava mais com as coisas que as pessoas diziam sobre ela. Sentia que estava cada vez mais esgotada, sentia que jamais voltaria a ser a Anne corajosa e maluca que Ruel tanto gostava.
Tiraram Ruel de cena e então, acreditaram que a calmaria e tranquilidade finalmente se instalaria na pequena cidade.
Engano deles,
a paz nunca vive por tanto tempo.
Uma morte ocorreu no sanatório, exatamente seis semanas após a volta da River. A vítima foi Celina Johnsons, uma garota com deficiências mentais, que mal se movimentava sozinha.
De repente ela morreu, por falta de oxigenação no cérebro. Como se alguém tivesse apertado o seu pescoço, até que ela não conseguisse mais respirar.
Poderia ter sido um acidente e se fosse um crime, ninguém poderia ser condenado, afinal se tratavam de garotas que não estavam em dia com sua sanidade mental.
E foi então que suspeitas se levantaram, afinal além das enfermeiras, só havia uma única pessoa que mantinha contato com a pobre Celina.
E essa pessoa era sua colega de quarto, Anne River.
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