❦

A garota começou a gritar, gritar desesperadamente assim que acordou naquele quarto escuro.

    Tudo era preto, um preto infinito. Não havia nada além de escuridão e sua cabeça começava a doer graças àquilo.

— Você mereceu! Graças a você, estou morta, morta por simplesmente não apoiar você em toda essa loucura. Agora eu sou mais uma, mais uma nos números dele, não apenas dele, seu também. Eu queria ser médica Anne, queria salvar muitas vidas e agora eu perdi a minha, serei mais uma estatística, se encontrem meu corpo que ele escondeu tão bem. Você é uma pessoa horrível. — A voz de Sarah ecoou pelo quarto, enquanto a dor de cabeça da River aumentava cada vez mais.

— Você tinha um futuro brilhante pela frente, por que você foi tão tola? — Foi a vez de seu pai dizer, Anne não queria escutar.

— Foi um alívio você ter ido, agora finalmente toda a cidade terá paz, sinto muito filha, mas você não era mais a mesma. — As palavras de sua mãe, a atingiram como facas.

— Anne, eu te amo, sinto muito por tudo isso. — Anthony chorava, ele estava inconsolável.

    Anne fechou os olhos, enquanto várias outras vozes falavam coisas horríveis sobre si e de repente, o silêncio tomou conta do lugar escuro.

    Logo o rosto familiar apareceu na escuridão, com aquele sorriso puro e inocente, tão inocente quanto o pequeno Van Dijk que amava Sophia e Stella. Ele então se aproximou, falando com a voz mais suave do mundo:

— Até que enfim você chegou Anne River, precisamos enfrentar essa juntos, e agora, pra sempre.