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⇢ 016

Uma música invadiu o quarto, assim que Anne acordou naquela manhã. O Van Dijk estava em pé perto da porta, sorrindo enquanto caminhava de um lado para o outro.

Leve-os para casa comigo, essa noite vai acabar horrivelmente para alguém. — Ele cantou, Anne sentiu nostalgia ao escutar aquela voz, sentindo falta de quando ele estava preso. — Vamos Anne, cante.

Ruel fechou os olhos, cantando afinadamente no ritmo da música, enquanto colocava a mão em seu peito e sorria de forma fofa.

Que belíssimo filho da puta, pensou Anne.

— O que você quer aqui porra?

— Quanto mal humor. — Ele riu, brincalhão. — Você precisa se apaixonar, faz bem sabia? Eu me apaixonei e estou bem humorado.

— Você? Me poupe, seus olhos vazios não mentem.

— Bom saber que você está prestando muita atenção em mim. — Ele debochou, deixando Anne ainda mais raivosa. — Comprei isso.

O garoto alto mostrou um vestido, totalmente branco e em um modelo completamente vintage. Anne o achou bonito porém não entendia o motivo de estar sendo tão bem tratada.

— Me diz logo o que você quer comigo, Ruel.

— Me segue.

— Como? — Anne ergueu os braços, que ainda estavam presos nas correntes.

Ruel revirou os olhos ao se lembrar daquele detalhe e após pegar uma chave no bolso, soltou os cadeados delicadamente. Anne imediatamente esfregou os pulsos, observando a vermelhidão no local.

— O banheiro fica no final do corredor, quer ajuda?

— O que? Não! — Anne sentiu as bochechas esquentarem, que abusado.

— Se eu quisesse transar com você, eu já teria feito. Estou oferecendo a minha ajuda, sem segundas intenções.

— Não precisa, valeu.

— Não vou te deixar sozinha, vamos logo.

Anne revirou os olhos, qual era o sentido de perguntar se bem no fim, ele iria fazer suas próprias vontades?

A River sentiu-se sem graça, enquanto era obrigada a se despir diante dos olhos vazios do Van Dijk e fez aquilo rapidamente, entrando na banheira que já estava preparada para ela.

— Tem mesmo que ficar aqui?

— Sim. — Ruel cruzou os braços, ele não estava nem um pouco interessado nela.

Anne ainda estava tímida, deslizando a esponja pelo corpo que já implorava por água e sabonete, depois de tanto tempo sendo privada de higiene básica.

Ruel se aproximou, ajoelhando-se no chão e pegando o sabonete das mãos da garota. O Van Dijk deslizou suas mãos pelas costas da River e ela se arrepiou, quase que no mesmo segundo em que sentiu o toque.

— Você pode disfarçar o tesão que sente por mim mas o seu corpo não mente, Anne.

— Já chega. — Anne se levantou, pegando a toalha que estava ali por perto.

Suas pernas estavam bambas, ele tinha razão, ele provocava os seus pensamentos mais impuros e ela se odiava por estar naquela situação.

Demorou alguns minutos até finalmente se secar e então colocar o vestido, que havia servido quase que perfeitamente.

— Estou com frio, você teria algum casaco? — Anne perguntou, torcendo para que o Van Dijk não percebesse as suas reais intenções.

O garoto tirou o casaco longo que usava e Anne comemorou internamente, sorrindo amigável assim que ele entregou nas mãos dela. Anne não hesitou, colocando as mãos no bolso disfarçadamente.

— Acho que você merece saber, eu estou bem humorado porque encontrei a última garota. — Ruel a encarou, seu olhos pareciam ainda mais sem vida. — Depois de hoje à noite, será a sua vez, Anne River.

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