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⇢ 006

Mil e uma coisas se passavam na cabeça do Van Dijk, enquanto ele encarava fixamente a escuridão do quarto. Tudo o que sempre via era o branco e então as luzes se apagavam, deixando apenas o preto ao alcance dos seus olhos.

Ruel jurou ter visto um feixe de luz, enquanto a porta rangia lentamente. Uma luz iluminou seus olhos, quase o deixando cego enquanto ele os protegia com as mãos.

— Os alarmes vão disparar em dez minutos, precisamos correr. — Ele escutou um sussurro familiar, a garota então iluminou seu próprio rosto.

Anne usava uma jaqueta e a touca cobria o seu rosto, Ruel se levantou lentamente e então caminhou até ela. Finalmente suas mãos tocaram a pele quente e macia da garota, ele queria descer suas mãos até o pescoço dela e então, apertar até que ela parasse de respirar.

— Ruel? Vamos logo? — A voz fez com que ele voltasse a realidade, ele com certeza iria deixar aquilo para depois.

Os dois começaram a andar rapidamente pelos corredores. Anne sentiu-se descolada, enquanto caminhava com as mãos no bolso e tudo parecia estar em câmera lenta, ela sentia como se estivesse em algum filme dos anos setenta.

Encarou o rosto do garoto e então sorriu para ele, recebendo um sorriso de volta. Não havia sido tão difícil escapar, Anne incrivelmente tinha todas as chaves e as luvas em suas mãos, fazia com que nenhuma evidência existisse, ela jamais seria descoberta.

— Você foi incrível, Anne. — Ruel sorriu, assim que finalmente entraram no carro da garota, estacionado a vários metros de distância do hospital.

— Isso é para você, são do meu irmão, espero que sirvam. — Anne entregou algumas peças de roupa, afinal ele não poderia andar pela cidade com as roupas do manicômio.

Ruel sorriu e então puxou Anne pelo maxilar, colando os seus lábios com os da garota. Sua língua era ágil e Anne poderia beija-lo para sempre, ele não era nada gentil e aquilo, era o que a deixava ainda mais atraída.

— Onde eu deixo você? — Anne sorriu, dando partida no carro assim que ele deixou um selinho em seus lábios.

— Eu vou sozinho mas não se preocupe, eu volto. — Ele não sorriu e sim, a encarou com aqueles olhos sombrios. — Você será a décima quarta Anne River, mal posso esperar para matar você, você pode ser gata pra caralho mas também é uma idiota.

Ruel finalmente sorriu mas de forma maquiavélica, fazendo um arrepio percorrer todo o corpo de Anne.

A sirene alta vinda do hospital, soou rapidamente. Ruel apenas apertou as roupas nas mãos e então desceu do carro, batendo a porta com força.

Mandou um beijo no ar para a garota e após sorrir debochado, sumiu na escuridão daquela noite. Anne então sentiu as lágrimas invadirem o seu rosto.

Ela iria se torturar para sempre, sempre que se lembrasse daquela porra de noite e principalmente, da merda que havia feito.

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