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Um sorrisinho apareceu no rosto do Van Dijk, ele parecia fofo enquanto não mostrava os dentes e tinha aquelas bochechas coradas. Anne também sorriu, enquanto sentava-se em frente à ele.

— Olá.

— Anne, você voltou!

— Eu disse que voltaria.

— Mas você poderia ter mentido. — Ele a encarou, com aquele olhar frio de sempre.

Anne podia reparar que seus olhos eram sempre os mesmos mas ele demonstrava os sentimentos com linguagem corporal, por exemplo quando sorria ou fechava a mão com força.

— Hoje você vai responder as minhas perguntas?

— Sabe o que acontece com garotas curiosas? — Ruel a encarou com os olhos sombrios mas em seguida deixou uma risadinha escapar. — Não sinta medo Anne, eu estou preso aqui e não posso te fazer nada. E mesmo que eu pudesse tocar em você, eu apenas te beijaria, você é linda.

Anne sentiu suas bochechas corarem. Ele era extremamente atraente porém ela sabia que ele ainda era um serial killer e poderia estar mesmo a manipulando, sem que ela desconfiasse.

— Pode me dizer o que você sente quando machuca outras pessoas?

— Você conhece Rosie & The Originals? Foram famosos na década de sessenta. — Ruel cruzou os braços. — É como o paraíso estar aqui com você, você é como um anjo tão bom para ser verdade.

Anne ficou estática, a voz dele era doce e afinada, com certeza muito agradável para qualquer ouvinte. De qualquer forma, ela não entendia onde ele queria chegar com uma letra como aquela.

— Sua voz é linda.

— Apenas agradável, eu diria.

— Isso é legal Ruel mas pode se concentrar nas perguntas? Isso é muito importante para mim.

Por favor jamais me deixe triste e sozinho. — O Van Dijk continuou cantarolando, ignorando a garota em sua frente.

— Ruel!

— Não posso falar muito Anne, não enquanto ele estiver aqui.

Ruel apontou com a cabeça e então Anne se virou na cadeira, enxergando o enfermeiro, parado ao lado da porta por onde ela havia entrado.

— Você pode sair?

— Não posso, senhorita. — Ele manteve a expressão séria, Anne virou-se novamente para o Van Dijk.

— Sinto muito.

— Oh não tem problema. — Ruel continuou estático. — Mas eu daria tudo para sair daqui e poder ficar perto de você. Sabe por que tanto branco? Porque o branco nos faz perder a nossa sanidade, não somos loucos, são eles quem nos transformam. Você também acha que eu sou louco, Anne?

Anne negou com a cabeça, por mais que realmente soubesse que aquele garoto não era normal.

O Van Dijk encostou a sua mão no vidro, Anne a encarou por alguns segundos e então também levou a sua até ele, comparando a diferença de tamanho.

Por um momento quis toca-lo além do vidro mas não podia. Apenas continuou lá, com a mão junto à dele, separada apenas pelo grande painel de vidro.

— Senhorita, se afaste. — O enfermeiro a repreendeu, fazendo com que Anne imediatamente abaixasse a sua mão.

— Não se preocupe, Anne. — Ruel disse baixinho. — Um dia eu estarei aí fora e finalmente poderei tocar em você.

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