imprevistos.
Sunghoon voltou para casa naquele dia cheio de pensamentos. Não tinha a menor ideia do que fazer agora. Decidir coisas não era o seu forte, preferia somente ficar na dúvida como havia acontecido até agora. Seol não ajudou muito seu pai a relaxar, mas pelo menos estava feliz, tinha tido um bom dia na creche e isso era tudo que Sunghoon poderia pedir.
Ryujin não havia sido muito tranquila também. Pareceu completamente preocupada com Sunoo primeiramente, mas logo passou a perguntar tudo que podia sobre o suposto novo namorado do amigo. Sem jeito, falou tudo o que sabia, e mostrou uma foto, a qual Lee usava de perfil nos aplicativos de mensagem. Essa mentira era tão estúpida mas pelo menos impediria a garota de empurrar Sunoo para cima dele.
Sunghoon não sabia resistir aos charmes do mais novo e era completamente perceptível.
⏳
No dia seguinte, tentou evitar encontrar-se com Ryujin, pois não queria tratar do assunto sobre Heeseung novamente. Achou que fosse ser complicado, mas no final foi estranhamente fácil, ela não estava em lugar algum. Um problema a menos para Sunghoon.
Depois de um longo dia, finalmente acabaram as aulas da faculdade, e o estágio de Sunghoon começaria em não muito tempo, mas o bastante para que conseguisse ir com calma até o estabelecimento.
Arrumou seus pertences e deixou a sala de aula, indo em direção à saída do campus, até sentir os braços de alguém o abraçarem por trás, e por reflexo, virou-se para dar de cara com o sorriso de covinhas que tanto gostava.
─── Boa tarde, hyung. Estais voltando para casa? ── Perguntou, ainda abraçado, o que deixava os rostos dos dois muito próximos.
O rosto de Sunghoon estava vermelho como um tomate, pois aquele corredor não estava vazio, mas sim cheio de seus colegas que haviam acabado de sair da aula, além de alunos de outros departamentos. No entanto, estaria mentindo se dissesse que não gostou daquilo. Seu coração batia tão rápido quanto uma britadeira.
─── Não... Hoje eu tenho estágio até tarde. ── Respondeu baixinho, por causa da vergonha. ─── Algum motivo para o abraço de repente?
─── Nenhum. Só vi a oportunidade. ── Sorriu novamente, sapeca. Sunoo solta seus braços, e fica de frente para seu veterano. ─── Na verdade, eu queria te pedir um favor. A você e a Seol se for possível. ── Suspirou. ─── Eu tenho um amigo que cursa física aqui, mas que também gosta muito de teatro. Ele está tentando montar uma peça sozinho, e pretende apresentar de graça em alguns asilos pela cidade, mas a gente está com dificuldade de achar pessoas para atuarem.
O mais alto suspirou, desviando o olhar. Seu cronograma já era apertadíssimo, mais isso seria o seu fim. Mas mesmo assim, era bem tentador, uma vez que ele estava não somente o convidando, mas também Seol.
─── Qual é a peça? ── Mesmo com a intenção de recusar, precisava sanar a sua curiosidade.
─── Branca de neve e os sete anões. Ryujin concordou em ser a rainha má, Jay, meu amigo, será o caçador, Niki será o espelho. ── Falou antes de dar uma breve pausa. ─── Ah! Yeri será um dos anões, junto com o irmão de Jay. A Seol atuaria com eles.
─── Sunoo, mesmo eu adorando a ideia de ver minha filha vestida de um dos anões, eu tenho uma rotina bem difícil. ── Admitiu, encarando o rosto triste do outro. ─── Agora eu... ── Iria continuar falando que precisava ir logo, mas percebeu outra voz invadindo a conversa.
─── Estais convidando ele para a peça, Sunoo? ── Era Niki, seguido de Ryujin.
Sunghoon estremeceu-se, com medo da garota falar alguma coisa sobre seu "namorado" na frente de Sunoo. Ele não queria ter que lidar com isso no momento.
─── Sim, mas Sunghoon é ocupado.
─── Se você estava pensando em não vir, já sei como fazer você mudar de ideia, senhor ocupado. ── Pronunciou-se Ryujin, a qual parecia ter bastante confiança no que iria falar. ─── Primeiramente, eu sei o seu cronograma de provas. Não tem muita coisa de importante por enquanto. ── Coçou a garganta de forma exagerada. ─── Os ensaios são sábados e domingos, quando você não tem nada, e ainda vai ser um momento ótimo pai e filha.
Ela sabia manipular Sunghoon, mas dessa vez o mais velho não cairia tão facilmente.
─── A Seol é segredo. Pouca gente sabe sobre ela. ── Indagou. ─── E o cara fazendo a peça é daqui.
─── É só dizer que é sua prima. ── Retrucou Ryujin.
─── Nos fins de semana eu costumo finalizar alguns trabalhos inacabados, não sei se dará tempo... ── Continuou com as desculpas, acabando com a paciência da amiga.
─── Já te falei que o Sunoo vai fazer a Branca de Neve? ── Comentou, calando o mais velho imediatamente.
Sunghoon olhou para Sunoo, e em uma reação atrasada, começou a rir. O baixinho envergonhou-se, não sabendo o que fazer.
─── Eles insistiram porque eu era o único disposto a pintar meu cabelo de preto. Pare de rir! ── Bateu de leve no maior, mas acabou dando uma leve risadinha também.
─── Eu vou. Vou participar sim. ── Falou, completamente convencido.
No final daquela tarde, Sunghoon foi adicionado em um grupo de mensagens, onde também o mandaram o script, mesmo nem sabendo qual era o seu papel. Entre os anões, só um deles tinha falas, as quais seriam ditas pelo irmão do garoto organizando a peça, que já tinha uns nove anos.
Assim, não havia nenhuma pressão em Seol, o que era ótimo. O universitário mal podia esperar para ver Sunoo vestido de princesa, e isso acabou levantando o seu humor, que estava para baixo por causa dos seus problemas amorosos.
⏳
Já era sexta de novo quando Sunghoon decidiu ligar para Heeseung. Iria esclarecer as coisas, iria dizer não a sua proposta, havia sido muito impulsivo ao falar com Ryujin. Ainda não gostava da ideia de entrar em um relacionamento no qual ele usaria a outra pessoa para esquecer de quem realmente gostava. Era problema seu, sua insistência.
Combinaram de se encontrar em uma sorveteria, a qual ficava logo ao lado de um parque, pois Sunghoon não tinha com quem deixar Seol. Heeseung não se importou muito com a ideia da presença da pequena.
Park chegou um pouco cedo, como havia também feito antes, no ponto de encontro então sentou-se em uma das mesas de vidro do lado de fora do lugar, que davam estilo a sorveteria. Sunghoon já havia frequentado bastante ali, especialmente nos seus dias de adolescência, quando ainda namorava Wonyoung.
Sentiu um leve tapinha no seu ombro, e pode ver o homem de sorriso brilhante em pé ao seu lado. Ajeitou-se na cadeira, meio nervoso.
─── Boa tarde.
─── Oi, Hyung. ── Respondeu, retribuindo o sorriso.
─── Onde está sua filha? Eu estava animado para conhecê-la. ── Observou ao redor. Seol já havia pego o sorvete, e estava no parquinho, conversando com alguma meninas da idade dela. Os dois, sem muito esforço, podiam enxergá-la.
─── Está logo ali no parquinho. Que tal pegarmos nossos sorvetes? Vais gostar bastante do daqui. ── Levantou-se da cadeira, deixando seu casaco por cima da mesa, para marcar o lugar. Sunghoon notava a classe de Heeseung somente pelas roupas. Ele usava coisa de marca, mas nada muito bandeiroso, e sempre muito bem combinado.
Usando suas roupas casuais, Park até se envergonhava. Não podia acreditar que aquele homem realmente tinha algum tipo de interesse em si.
─── Claro.
Ambos escolherem casquinhas, e sabores bem similares. Heeseung optou por pistache e creme, enquanto Sunghoon escolheu mint chocolate e creme também. Voltaram para a mesa, e sentaram-se frente a frente. Nas primeiras lambidas no sorvete, ficaram em um silêncio esquisito.
─── Viesse me dar uma resposta? Acredito que recusar? ── Falou Lee, calmo como sempre, mas surpreendendo Sunghoon.
─── Como você sabia? ── Falou por reflexo, mas logo pensou ter sido muito rude. ─── Bem, me deixe explicar...
Heeseung soltou uma risada agradável, chamando alguns olhares. Seu rosto realmente era de se chamar atenção.
─── Você me parece muito sincero para querer resolver seu problema usando outra pessoa. Aliás também creio que não tenha decidido seguir seus sentimentos...
─── Hyung... Você me deixa sem graça quando já sabe tudo o que eu vou falar. ── Respondeu com a voz baixa, fitando seus pés pela mesa de vidro.
─── Sunghoon, eu realmente quero te conhecer melhor. Vou mostrar para você que não terás nenhuma dessas inseguranças ao sair comigo. ── Deu uma leve pausa, e encarou o mais novo, que tinha dificuldade de manter contato visual. ─── Eu estava falando sério.
O garoto não sabia o que dizer. Não esperava um contra-ataque, achou que Heeseung aceitaria um não como resposta facilmente. Foi ingênuo. Iria falar algo, quando sentiu sua blusa ser puxada.
Olhou para o lado, vendo um menino pequeno, mas não tanto quanto sua filha. Ele parecia confuso.
─── Hyung... Você é o pai da Seol? A menina de maria chiquinhas no parquinho?
─── Sim? Aconteceu algo? ── Indagou, já procurando pela criança com os olhos.
─── Ela caiu no chão de repente... E está resmungando...
Sunghoon nem ouviu o resto da fala do garoto. Saiu em disparada para o parquinho, procurando desesperadamente pela sua filha. Em pouco tempo, a avistou, caída no chão ofegante, com duas outras garotinhas a cercando. Afastou-as, e pegou Seol no colo. Ela suava muito, e sua testa estava muito quente. Esse tipo de situação era a pior para o jovem pai. Só se desesperou, achando que o mundo iria acabar, assim como uma criança.
Hospital. É, obviamente deveria a levar ao hospital.
Correu de volta para a sorveteria, onde encontrou Heeseung confuso, mas não prestou muita atenção nele. Procurou em seu casaco as chaves do carro com a mão livre, até lembrar-se que vieram andando, e não era tão perto assim de casa.
─── Merda. ── Murmurou.
Estava a ponto de começar a chorar. Odiava como tornava-se inútil exatamente quando a sua filha precisa mais.
─── Sunghoon. ── Falou, com firmeza, Heeseung. ─── É febre? Vamos lá. Eu levo vocês até o hospital.
Lee não o deu muito tempo para pensar, só virou-se e começou a andar em direção ao carro. Park foi atrás, apertando Seol contra seu peito, que batia bem mais rápido do que o normal. A menininha não parava de ofegar, e suas bochechas estavam bem rosadas.
Entraram no carro de Lee, o qual era moderno e espaçoso, nos bancos de trás. Poderia tê-la soltado, mas Seol estava agarrada à blusa do pai.
─── Papai... ── Resmungou.
Sunghoon passou a mão pelos cabelos da pequena, tentando acalmá-la.
─── Você vai ficar bem, amor.
⏳
Sentados, lado a lado, estavam Heeseung e Sunghoon, olhando o doutor examinar Seol, totalmente sonolenta. O pai batia com o pé no chão sem parar, mas não perguntava nada, para não atrapalhar o médico, mesmo que a pequena demora não possa ser suportada por sua paciência.
O Lee ao seu lado notou a inquietação do mais novo, e pôs a mão sobre seu ombro, chamando a atenção de Park, então sorrindo com os lábios com o objetivo de mostrar que estava ali para ajudar.
Depois de alguns minutos, o doutor examinando Seol retira o estetoscópio das orelhas, e se vira para os dois jovem esperando o diagnóstico. Ele sorriu de leve.
─── É só um resfriado. Com remédio e descanso ela ficará bem. ── Voltou para sua mesa, e ajeitou-se na cadeira. ─── Ela nunca ficou doente antes?
Sunghoon soltou um suspiro aliviado.
─── Já, mas minha mãe estava em casa e já sabia o que estava acontecendo, ela é enfermeira. ── Respondeu, falando mais do que precisava.
─── Bem, fizesse bem de à trazer ao hospital rapidamente.
Park olhou para Heeseung sentando ao seu lado, recebendo um olhar igual do mesmo. Sentiu-se culpado, Lee estava sendo tão bom para ele, por nada. Isso mostrava o quanto ele precisava de alguém responsável em sua vida.
O médico prescreveu um medicamento genérico, já dando a primeira dose para a menina logo ali. Como havia adormecido, Sunghoon a pegou nos braços, colocando a cabecinha da garota em seu ombro. Lee ainda o acompanhava, mas o mais novo não sabia como abordá-lo direito. Estava no meio de uma conversa bem pessoal, e isso tudo acontece de repente...
─── Obrigado. De verdade. Eu teria entrado em pânico se não fosse você. ── Falou, sem fazer contato visual, pois Seol bloqueava o campo de visão.
─── Só fiz o que achei que deveria. ── Respondeu, calmamente. ─── Fico feliz que não seja nada demais... Nem tive a oportunidade de a conhecer e isso já acontece...
Sunghoon ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no que falar. Quando marcou esse encontro, não planejava criar nenhum outro.
─── Hyung, eu...
─── Me dê uma chance, Sunghoon. ── Posicionou-se frente a frente, mantendo contato visual. ─── Prometo que irei ser o namorado perfeito para você.
─── Heeseung...
Tentou falar novamente, mas o mais velho o abraçou de repente, o pegando de surpresa. Lee era estranhamente insistente para alguém que somente havia o encontrado uma vez... E ainda em um encontro às cegas rearranjado.
Por mais que aquele abraço tenha sido surpresa, algo mais improvável aconteceu naquele dia. Kim Seonwoo estava logo no final do corredor, assistindo tudo de longe.
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