thirty nine
Toco a campainha de seu apartamento e não demorou para ele aparecer na porta. Ele se surpreende com minha presença, estava de farda. O que é estranho para alguém que não foi trabalhar hoje.
Sem questionar ele me deixa entrar e eu encontro Beomgyu em seu sofá. Beomgyu se surpreende ao me ver.
⎯⎯ Ryujin, o que faz aqui? Você não estava em casa? ⎯⎯ Vou até Beomgyu aliviada por ele estar bem.
Toco em seu rosto, o checando com cuidado. Parecia que não tinha nada de errado.
⎯⎯ Você está bem? ⎯⎯ Ele sussurra percebendo minha inquietação e preocupação, o corpo ainda trêmulo de tensão.
⎯⎯ Não fala nada, me deixe no comando. ⎯⎯ Sussurro de volta para ele que franze o cenho.
⎯⎯ Shin Ryujin, posso saber o que faz em meu apartamento? ⎯⎯ o falso policial chama a minha atenção.
⎯⎯ Posso fazer algumas perguntas ao senhor? ⎯⎯ Dou dois passos a frente.
Ele cruza os braços e descansa um corpo em uma das pernas. Descontraído.
⎯⎯ Claro, o que quer perguntar.
⎯⎯ Faz quanto tempo que está nessa delegacia?
⎯⎯ Exatamente 3 meses.
⎯⎯ Irá fazer um mês e meio em que o Professor Park morreu.
⎯⎯ Sim, eu sei.
⎯⎯ O senhor é realmente dedicado ao caso, sabe exatamente tudo, sem erro algum... é um ótimo policial. ⎯⎯ Ele sorri.
⎯⎯ Obrigado, costumam me falar isso, por isso fui designado ao caso mesmo sendo um novato.
⎯⎯ Isso é ótimo, o senhor deve ter um currículo impecável. Posso saber o que aconteceu dia 18 de setembro?
⎯⎯ Não sei ao certo, eu estava trabalhando, só isso.
⎯⎯ Tem certeza? Não ouviu nenhum chamado ou fofoca de algo estranho que aconteceu naquele dia?
⎯⎯ Está falando da queima de sua casa? Fiquei sabendo, bom, todos.
⎯⎯ Sim, fluiu como um rio. Mas o senhor sabe que não foi um acidente, não sabe?
⎯⎯ Sei que não foi, algo daquele tipo não poderia ser um acidente.
⎯⎯ E o senhor estava na delegacia naquele dia?
⎯⎯ Sim. ⎯⎯ Ele fala com toda a sinceridade do mundo.
Por fontes de um estagiário da delegacia, dia 18 de setembro o policial Park Bo-gum não foi trabalhar, estava de licença por três dias.
⎯⎯ Ryujin, por que está me perguntando essas coisas? ⎯⎯ Ele se aproxima.
⎯⎯ Eu suspeito de algo...
⎯⎯ Do que suspeita?
⎯⎯ De que o senhor é o assassino, o filho da puta que destruiu minha vida e mais outras.
Ele ri, como se eu tivesse contado uma piada.
⎯⎯ Ryujin o que está fazendo? ⎯⎯ Beomgyu me encara confuso.
⎯⎯ O que eu estou falando é a verdade! Esse infeliz é ele, era ele esse tempo todo! Pagando de policial bonzinho que só queria ajudar... fomos enganados pelo lobo.
Ele continuava rindo, como se estivesse escutado a coisa mais engraçada de sua vida. Ele vai em direção a porta e a tranca. Vai até o balcão da cozinha americana ao lado da sala.
⎯⎯ Sabe criança, você não deve julgar as pessoas dessa forma. Sua mãe não a ensinou que isso é feio?
⎯⎯ Não se finja de desentendido, seu falso! Eu sei que é você. Foi você no primeiro dia no beco, Hwarang é seu sobrinho.
Ele me encara agora sério, o ódio queimando em seus olhos. Ele tira a atadura da mão e assim pude ver. O ninho de cobras.
Beomgyu se mete em minha frente, me protegendo.
Park Bo-gum vai até o centro do balcão e retira uma faca de um conjunto. Vem em nossa direção, deslizando a faca entre os dedos.
Beomgyu vai se afastando junto comigo até a porta trancada.
⎯⎯ Você é esperta Garota, sabia que você não era fácil. Diferente do idiota do seu namorado que confiou em mim como se eu fosse seu pai. Por isso eu iria eliminá-lo primeiro, é mais fácil, e deixaria você aos prantos. Outro prato fácil no final.
⎯⎯ Se tocar nela, eu mato você! ⎯⎯ Beomgyu esconde melhor meu corpo atrás do seu.
⎯⎯ Olha como ele é corajoso, patético.
Ele se aproximava mais. Me solto das mãos de Beomgyu e corro até a janela que por sorte estava aberta para dar o sinal mas ele corre até mim puxando meus cabelos me jogando no chão.
Beomgyu vai para cima dele o impedindo de fazer mais alguma coisa comigo. Ele segura sua mão que estava com a faca e eu grito por Beomgyu mas precisava ser rápida.
Enquanto Beomgyu o segurava com dificuldade, fui até a janela e dei o sinal para os policiais que estavam em baixo do prédio esperando o momento exato, assim como combinamos na delegacia.
Escuto um som estranho e ao me virar encontro Beomgyu no chão, com a faca cravada em seu abdômen. Seguro o grito em minha garganta. Encaro o Park que sorria e vinha até mim, em passos preguiçosos, sabia que eu não tinha para onde correr.
Meu corpo desligou. Beomgyu se contorcia no chão. Se eles não chegarem logo, pode ser o fim, para nós dois.
Mas eu não conseguia pensar em outra coisa. Corro até Beomgyu mas ele me segura pelos cabelos e aperta sua mão direita em meu pescoço. Me debatia em seus braços, não conseguindo respirar.
⎯⎯ Era para eu ter a eliminado primeiro, seria tudo muito mais fácil! ⎯⎯ Sua voz saia ácida e rouca. Ele apertava cada vez mais meu pescoço. ⎯⎯ Você é uma inútil que só me atrapalhou, se não tivesse uma língua tão afiada eu teria conseguido o que queria. Se você e esse idiota não tivessem se metido em meu caminho. Dois adolescentes burros. Vocês não sabem com quem estão se metendo. Olhe, você se importa com ele, não é?
Ele me vira, me fazendo ajoelhar ao chão. Me forçando a ver Beomgyu se contorcer no chão, com a faca fazendo o sangue jorrar de seu abdômen.
⎯⎯ O amor de vocês é lindo, ele mataria por você e você enfrentaria tudo por ele... comovente mas veja com os seus próprios olhos ele morrer. Morrer por sua culpa, por ter sido burra o bastante por não ter ficado de bico fechado. Se tivesse permanecido quieta, nada disso estaria acontecendo. A culpa é sua, Beomgyu está morrendo por sua culpa. Diga as suas últimas palavras a ele.
Eu não conseguia falar nada, o oxigênio estava saindo de meu cérebro e eu não conseguia respirar, me debatendo em seus braços. Chorando sem forças. Eu preciso chegar até Beomgyu, e lutava para isso mas eu estava fraca e ele forte. Ele era muito forte.
Tento me arrastar pelo chão mas ele segurava meu pescoço com forças, eu não iria conseguir. Eu estava perdendo meus sentidos.
Beomgyu... aguenta por favor... não me deixe... não me deixe...
Eu não conseguia sentir mais nada em meu corpo, minha visão estava escurecendo e antes de apagar eu escuto um som alto, parecia ser um tiro.
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