fourty
Acordo fraca, sentindo meus olhos arderem ao entrarem em contato com uma forte iluminação. Me levanto de uma vez percebendo que podia respirar melhor. O quarto em que estava era branco sem nenhuma decoração e eu vestia roupas de hospital. Percebo uma mulher ao meu lado anotando algo em uma prancheta. Uma enfermeira.
Percebo o que estava acontecendo e o que tinha acontecido.
Beomgyu!
⎯⎯ Por favor! Moça, onde está Choi Beomgyu? Por favor me diga que ele está bem, por favor! ⎯⎯ o desespero me faz agarrar a mãos da enfermeira e as lágrimas começaram a cair de meus olhos.
⎯⎯ Tenha calma por favor, você acabou de acordar, ainda está fraca.
⎯⎯ Por favor, só me responda! ⎯⎯ Eu a implorava, desesperada.
⎯⎯ Choi Beomgyu, está no quarto ao lado. Ele está-...
Antes que ela pudesse terminar eu me levanto da cama e corro até o quarto ao lado a escutando chamar por mim.
Abro a porta de uma vez me dando de cara com Beomgyu deitado na cama, os olhos fechados, pálido, quieto.
Minhas pernas quase falham e eu vou até ele, tocando seu rosto gelado. O choro aumentando.
⎯⎯ Beom... ⎯⎯ deito minha testa na sua. ⎯⎯ Por favor abra os olhos, fique comigo. Eu não sei o que fazer sem você. Foi culpa minha, totalmente minha. Você pode acordar e brigar comigo, me odiar como antes mas não me deixe, só acorde e me diga que está bem.
Me afasto de seu rosto e ele ainda continuava da mesma forma. Me ajoelho ao seu lado segurando sua mão, deixando o choro se intensificar.
⎯⎯ Se você continuar chorando eu juro que vou chorar também ⎯⎯ escuto a sua voz cansada e eu me levanto de uma vez.
Ele sorri, um sorriso travesso. Ele estava acordado esse tempo todo em que eu chorava ao seu lado.
Soco o seu braço e ele geme de dor.
⎯⎯ Seu idiota! Eu estava tão preocupada!
⎯⎯ Me desculpa, foi minha primeira reação, queria pregar uma peça em você como sempre.
Como antes...
O abraço de uma vez sentindo a quentura de seu corpo novamente, e continuava tão confortável. Ele alisa meus cabelos como fazia antes.
⎯⎯ Está tudo bem agora, acabou. Acabou. Não há mais o que temer, eu continuo aqui com você e sempre vou estar aqui. Por favor não chore mais.
⎯⎯ Acabou? ⎯⎯ peço uma confirmação.
⎯⎯ Sim, meu amor, acabou.
[ 4 meses depois ]
Vou até Beomgyu que estava na varanda de sua casa depois de ter pego um copo de água com minha mãe.
Beomgyu ainda não estava 100% recuperado mas conseguia andar e estava de volta em casa. Ele desenhava algo em um papel e quando me aproximei vi que era eu.
⎯⎯ Nunca mais o vi desenhar ⎯⎯ comento chamando a sua atenção.
⎯⎯ Eu sempre desenhei, só parei quando tudo começou. ⎯⎯ ofereço o copo de água a ele que o pega. ⎯⎯ Você nunca prestava a atenção em mim mesmo.
⎯⎯ Eu digo o mesmo!
⎯⎯ Eu estava sempre notando você Ryujin, todos os dias da minha vida. ⎯⎯ Seguro um sorriso sincero e encaro as poucas estrelas no céu.
Park Bo-gum foi acertado por uma bala em sua cabeça enquanto eu apagava. Quando acordei tive noticias que ele havia sobrevivido mas estava com sequelas, muitas. E ele continua preso.
Visitei os túmulos do professor Park e Sarang junto com Beomgyu, levei algumas flores. Ainda me sinto muito mal por eles, e em pensar que por um fio estaríamos na mesma situação que a deles, pelas mesmas mãos destruidoras de Park Bo-gum.
⎯⎯ O que está pensando tanto? ⎯⎯ Ele afasta a mecha solta de meu cabelo dos meus olhos.
⎯⎯ Nada demais. A minha sessão com a psicóloga começa amanhã, estou nervosa. ⎯⎯ Ele sorri aliviado.
⎯⎯ Isso é ótimo, obrigado, por cuidar de você.
⎯⎯ E você...? Também passou pelo o mesmo que eu.
⎯⎯ Só de saber que você está se cuidando eu me sinto muito melhor, eu só preciso de você bem. Foi também uma promessa que fiz a sua mãe assim que saí do hospital e pedi você em namoro para ela.
⎯⎯ Deixa de ser assim! ⎯⎯ Soco o seu braço e ele sorri.
⎯⎯ Vem cá.
Ele se levanta com dificuldade da cadeira e abre os braços. Eu me aconchego em seus braços sentindo a mesma quentura reconfortante. Eu amo tanto abraçá-lo.
⎯⎯ Eu te amo muito, minha menina corajosa. Eu tenho muito orgulho de você.
⎯⎯ Sem você não teria conseguido nada, obrigada por ser meu ponto forte. Minha guia.
Ele me dá um breve beijo doce, depois beija minha bochecha, meu nariz, meu queixo e por fim minha testa. Acariciando meus ombros, descendo as mãos até minha cintura e me puxando mais para si.
Tinha me esquecido o quão era bom me sentir tão aliviada.
Agora eu consigo ver em mim mesma a garota forte em que Beomgyu sempre viu. Eu tinha que ser forte, eu ainda tenho que ser forte. Para enfrentar tudo, mesmo que o perigo tenha ido embora, eu ainda tenho que me permanecer forte.
Nada pode me derrubar e nada vai me derrubar, não irei deixar acontecer novamente. Agora irei recuperar minha saúde mental de volta, e terei que ser mais forte ainda para isso, e eu sei que eu consigo, pois agora sei o tamanho da minha força.
E no final tudo ficará bem.
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