Capítulo 41 - Katryna - A Imortal
✼ ҉ ✼ ҉ ✼ O Fogo e Seus Diversos Poderes ✼ ҉ ✼ ҉ ✼
O terceiro é o chakra do fogo, que lida com a força de vontade, localizado no estômago e é bloqueado pela vergonha.
A nova mestra a olhou de modo estranho e Katryna sentiu um arrepio ruim. O mesmo que ela sentia quando era adolescente diante dos humanos petulantes.
— Olá criança, você se lembra quando era uma adolescente e ainda era virgem, você morria de vergonha de assumir isso pros seus colegas. Por isso, desistiu de continuar estudando e muitas outras coisas.
Katryna deu dois passos para trás e ela continuou a falar.
— Depois soube que eles mentiam e boa parte deles era virgem também. E aquela vez que seu pai e sua mãe leu sua biografia para o primeiro garoto que pisou em sua casa. Você achou que estava apaixonada... Que mico, em criança!
— Por que você está me dizendo tudo isso?
— Ora... Ora filha da noite. Essas são os seus segredos, as suas vergonhas na adolescência, se esqueceu? Disse sorrindo enquanto as outras duas gargalhavam sentadas sobre um tronco seco. — A primeira vez que você teve de lidar com o pau duro de um garoto na praia foi muito ruim. Você queria fugir ou matá-lo seja sincera? Você não tinha habilidade nenhuma em lidar com essa nova vergonha. E todos acabaram sabendo e rindo da sua cara.
— Pare com isso agora mesmo. Gritou Katryna com raiva e muito envergonhada de seus segredos serem assim revelados.
— Você não comentava com ninguém, mas morria de medo e vergonha do que poderia acontecer no primeiro beijo de sua vida. E me diz o que o seu anjo acharia disso tudo? Perguntou ela debochando de Katryna sem piedade alguma. — As primeiras paqueras eram certeza de desastre. Você era um desastre ambulante, por isso, todos os humanos se mantinham afastados de você. Nos conte como é ser uma vampira tentando se encaixar num mundo humano?
— Mentira eu nunca gostei deles na verdade.
— Vai enganar a quem? Eu ou você mesma?! Você, como toda a sua raça sempre foram fascinados pelos humanos, pela humanidade deles, apesar de seus difíceis aspectos diante de todos os outros seres vivos. Explicou ela desafiando Katryna. — Quem nunca teve um começo de ataque do coração ao ver a mãe ou o pai na porta da festa? Eles tinham receio de você fazer alguma bobagem e de revelar a verdade a todos. Uma sanguessunga vivendo entre os mortais que perigo.
— Eles confiavam em mim!... Disse ela assustada.
— Será mesmo? Então por que os dois omitiram tantas coisas de você? Um clássico da vergonha. Não é verdade, seus pais na verdade não eram seus pais de verdade. Eles eram uma farsa!
A crueldade com que ela dizia cada palavra deixava Katryna sem ação.
— Do começo ao fim, tudo era um grande combo da vergonha na sua cabeça. Você não sabia como se portar, onde ir, o que fazer, com quem conversar. Confesse Katryna Petram, ops... Quero dizer Katryna Alucard. O que foi não consegue passar por minha prova de fogo?!
— Eu... eu... eu...
— E quando você falava algo errado na sala de aula e a turma inteira gritava dãããããã. Você se sentia uma idiota, sem poder mostrar a sua verdadeira origem, nem o seu conhecimento. Escondido por milhares de anos. A vontade era sumir do mapa e nunca mais voltar pra escola. E foi o que você fez na realidade!...
— O que você queria que eu fizesse afinal? Gritou Katryna caminhando pela primeira vez em sua direção.
— Aquela vez em que você falou alto a maior besteira do mundo para eles os humanos na sala de aula, mas você sabia que era verdade. Pois você estava lá e viu com seus próprios olhos a verdade da história e não o que eles contam em seus livros, foi muito humilhante. Lembra ainda de quando a professora te chamou na frente da classe pra responder uma pergunta e você fingiu que não sabia a resposta? Apenas para não chamar atenção.
— Eu me lembro de cada idiotice que eu fiz, de cada mentira que foi obrigada a contar. De tudo o que fiz para proteger a minha identidade. Afirmou Katryna ficando de frente para ela e enfrentando o seu olhar de deboche.
— Se daquele dia que você estava muito feliz no recreio da escola, que as garotas populares te empurraram e você deve que mentir que tropeçou, e derrubou todo o lanche e sua reputação. Pela primeira vez você reagiu na calada da noite e as atacou como uma verdadeira vampira?
— E não me arrependo disso!...
— Justo neste momento TODO MUNDO da escola reparou em você e riu alto. Mas quando aconteceu com os elas foi você quem riu mais alto ainda. Disse sorrindo novamente. Se lembra da armação deles? Quando a rodinha de colegas de classe gritava "TÁ NAMORANDO, TÁ NAMORANDO" na escola? E era só mais uma aposta entre eles, Nenhum deles poderia adivinhar que você tinha o dom da audição e ouvia cada palavra deles.
— A onde você quer chegar com isso tudo na verdade?
— Era como se tivessem ligado o alto-falante do Planeta Terra e os terráqueos estivessem ouvindo a gritaria inteira de cima de um pedestal! E aí Katryna o que você vai fazer sobre isso?
— Já me fizeram sentir vergonha de mim, da minha aparência, de ser uma vampira. Esses seres não conseguiram segurar a onda de ter um ser como eu ao lado deles. Como foi bom eu me aceitar. Eu nunca serei perfeita, nem pretendo! Hoje, sou feliz, tenho orgulho por eu ter acordado cedo a tempo de recuperar a minha vida e agradeço por ter sempre a percepção de quando a velha história tenta se repetir. Permanece quem soma, quem me olha nos olhos e vê tudo aquilo de bom que posso proporcionar à vida desses seres, quem consegue enxergar minha alma. Quem impõe qualquer condição para me amar, pra mim, não serve! Geralmente, seres assim não sabem sequer o que é o amor, desconhecem-no! E eu vou acabar com você maldita!
E sem muito o que dizer Katryna a mordeu na garganta sugando o quanto queria de seu sangue. As outras duas sorriam entre si e se levantaram devagar.
Katryna deixa a sua principal vergonha desaparecer, abrindo o chakra do fogo.
A mestra do fogo continua desacordada no chão em chamas, o fogo sobe e desce em volta das duas. Assim que as chamas se apagam, as outras Valquírias ajudam Geirönul se levantar. Ainda atordoada pela surpresa e falta de forças ela diz.
— Ela me mordeu sem a minha permissão!...
— Com certeza que sim, ela é uma vampira! As outras caem na gargalhada seguida pela Geirönul.
— Certo por essa eu não esperava mesmo!...
Ficando de pé ela se aproxima com cautela de Katryna e completa o ritual de transição.
— Eu não tenho mais velhos e novos projetos, faço do apego às minhas mais novas oportunidades e os meus projetos. Eu não tenho e nem preciso mais de princípios, faço da minha adaptação a todas as circunstâncias meu princípio básico a partir desse instante. Eu não tenho táticas de guerra ou batalhas, faço da escassez e da abundância minha tática de vida e morte. Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos mais ousados. Eu não tenho amigos ou inimigos, faço da minha mente minha única amiga e meu único inimigo, o resto será apenas consequência das minhas escolhas.
Katryna mais uma vez completou o juramento dos três elementos e aguardou as novas instruções.
Nesse instante revelando-se guerreiras da Nação do Fogo milhares de belas donzelas surgiu diante delas.
— Agora Katryna será o seu maior desafio. Dentre as minhas filhas da nação do fogo, você lutará com três princesas, as melhores em combate corpo a corpo e deve vencer antes de seguir adiante. Elas assim que forem derrotadas te darão o restante dos poderes do fogo!... Está pronta?
— Sim!... Afirmou Katryna ficando pegando sua faca angelical e a transformando em duas espadas. O combate só terminará quando suas oponentes estiverem mortas ou pedirem clemência!... Vou dizer os nomes de suas oponentes.
— Geirskögul a princesa do quarto chakra está localizado no coração, que lida com o amor e é bloqueado pelo pesar. Apresente-se diante de sua adversária.
Katryna se livrará de todo o pesar, abrirá esse chakra a derrotando em batalha.
— Göll, guerreira e feiticeira de nossa tribo do fogo se apresenta para honrar as suas irmãs.
A guerreira e feiticeira do quinto e é o chakra do som, localizado na garganta que lida com a verdade e é bloqueado por mentiras. Além de ser misteriosa e de uma grande beleza encara Katryna sem tirar os olhos de sua adversária. Katryna precisa se livra dessas mentiras, abrindo o chakra do som. E só será através do combate.
— Göndul dê um passo adiante minha filha mais amada, honre sua mãe e suas irmãs no campo de batalha.
A sexta oponente, a princesa Göndul possui o chakra da luz, localizado no centro da testa, bloqueado pela ilusão.
Depois de um tempo, Katryna conseguirá abre o chackra da luz.
Mas para que isso tudo aconteça precisará vencer as três princesas guerreiras da nação do fogo.
— E mais uma coisa bravas guerreiras, quem perder a este desafio será escrava da vencedora. Nesse caso se for Katryna, ela será minha eterna escrava e nunca mais terá permissão para deixar esse templo, além disso deverá esquecer e cortar qualquer vínculo com o mundo exterior. Significando abandonar o amor de seu companheiro e toda a luta em prol da liberdade dos seres sobrenaturais. Você está disposta a aceitar o terceiro desafio de fogo e seguir adiante ou desiste e vai embora.
— Caso eu aceite e ganhe. O que acontece com suas filhas? Pergunta Katryna achando interessante e muito divertido o desafio.
— Caso elas venham a perder. O que é quase impossível. Pois são três contra uma. Diz sorrindo triunfante. — Elas serão as suas escravas e você poderá fazer o que quiser com elas. Elas serão as suas Damas Negras. E então aceita Katryna, filha de Alucard?
— Só mais uma pergunta? Diz Katryna pensativa e muito curiosa.
— Meu pai Alucard em sua transição esteve aqui?
A mestra do fogo ficou incomodada e piscou algumas vezes, as suas outras irmãs caíram na gargalhada.
— Sim ele passou! Por que a pergunta? Respondeu ela nervosamente.
Katryna sorriu e ficou em posição de defesa.
— Por nada. Apenas curiosidade de filha!... E eu aceito o seu desafio mestra do fogo.
— É irmã se eu fosse você não subestimava a força e nem a inteligência da garota de cabelos de fogo. Disse a Terra segurando a sua risada. Sendo acompanhada pela mestra da água em seguida.
— Bobagem eu sei o que eu estou fazendo afinal. Disse ela irritada.
— Você disse isso dá outra vez e veja o que aconteceu!
— Cala a sua boca irmã e vamos ao combate, não temos tempo para isso.
Katryna observou o movimento das três e esperou. Elas sem pensar muito a atacaram com todas as suas forças.
Os golpes faziam tudo a sua volta tremerem, os poderes combinados faziam um som estranho e faíscas saiam de suas armas. Katryna não queria machucá-los pois as três eram excelentes guerreiras e com certeza seriam de grande ajuda na batalha contra Nora.
Depois de vinte minutos as três princesas estavam inconscientes no solo, todas as três não eram mais Valquírias comuns, pois no calor da batalha Katryna as havia mordido e cortando o seu pulso despejou um pouco de sangue em seus lábios.
- Eu venci e eu decido que a partir desse momento suas filhas me pertencem. Elas serão minhas damas negras e serão minhas filhas também, vampiras como eu! Disse Katryna triunfante o que fez as três Valquírias ficarem abismadas e assustadas.
Minutos depois as três guerreiras se levantam e juram lealdade a sua mais nova senhora, Katryna Alucard.
✼ ҉ ✼ ҉ ✼ O Último Desafio de Katryna ✼ ҉ ✼ ҉ ✼
Enquanto todas me observavam espantadas, uma outra Valquíria caminha entre as demais. Abrindo caminho bem devagar e sorrindo com tudo a sua volta.
— Então essa é a jovem que deixou todas as minhas irmãs impressionadas e com medo? Disse a bela mulher.
Assim que Katryna olhou na direção da voz feminina percebeu que se tratava da última Valquíria e ela era a mais jovem das três, mas o seu poder era bem maior.
A paz e a serenidade que emana dela assustava mais que qualquer guerreira ali.
— Ninguém poderá carregar os fardos de suas dores filha de Alucard. Eduque-se com o seu próprio sofrimento. Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência seja em vida ou em sua morte. Exercite o silêncio. Ninguém seguirá com você, indefinidamente. Acostume-se com a solidão. Ninguém acreditará que as suas aflições sejam maiores do que as de qualquer outro ser vivente. Liberte-se delas, com o trabalho da auto-iluminação. E é isso que eu vou lhe ensinar, bem diferente das minhas irmãs. Aceita?...
Todas as guerreiras foram se afastando aos poucos, as três irmãs, minhas mestras anteriormente ficaram sentadas na posição de lótus e fecharam seus olhos. Minhas damas da noite se ajoelharam e desapareceram no ar, as vejo ao longe sobre o alto do templo apenas me aguardando.
— Vamos se sente como as minhas irmãs e relaxe seu corpo e medite nessas palavras. Cada dor te fizeram mais forte, cada traição muito mais inteligente, cada desilusão por mais profunda te fizeram mais hábil e cada experiência mais sábia, além de mortal. Disse sorrindo indo se sentar na minha frente.
O som de uma música ao longe se aproximou a cada batida de nossos corações.
O último desafio será comigo, eu sou Gunnr Herfjötur, mas pode me chamar de Herja. A Valquíria da batalha ou da devastação. Outros me chamam apenas de pensamento... Explicou feliz demais para aquelas palavras. Eu sou o chakra do pensamento, localizado no alto da cabeça, que lida com a energia cósmica pura e é bloqueado pela ligação terreno.
Suspirou profundamente e continuou dizendo em voz baixa.
— Alguns seres são imaturos e pensam que todas as suas escolhas geram ganhos. Outros são maduros e sabem que todas as suas escolhas tem perdas. Pelo que vejo essa é a sua condição filha da noite escura.
Ela deu mais uma pausa e disse decidida.
— Eu como a sua mestra te peço para que você, Katryna medite sobre o que a ligava a esse mundo, aos mundos na verdade e que deixe essa ligação fluir rio abaixo, ou seja, que fossem esquecidas completamente.
Katryna se incomoda pois sabe que ela terá que esquecer alguém que a fez ser o que ela é hoje. Ela se revolta e não aceita a ideia de ter que esquecer a Yan, porque o ama profundamente.
Assim que a bela Valquíria terminou de lhe dizer essas palavras, os seus pensamentos disseram outra coisa.
— "Poucas coisas na vida valem realmente a pena; uma delas é o amor. Esse sentimento pode ser muito complicado, porém muito valioso. Lute até esgotar suas forças! Afinal, se você desistir, o que mais restará?"
Aquilo a assustou por um momento os seus pensamentos não haviam desaparecido, mas estavam mais fortes ainda. A intensidades deles vibravam em seu ser sobrenatural.
— "Lute até o final para alcançar o êxito naquilo que sente, no que aquece o seu coração. Desistir não pode ser uma opção sua. É algo que nem deve ser cogitado em hipótese alguma." Insistiu os seus pensamentos mais secretos.
Katryna resolve insistir e tentar, pois era o único jeito de controlar os seus poderes completamente. Quando estava quase conseguindo, Katryna teve uma visão em que Yan corria perigo, juntamente com seus amigos. A floresta estava cercada por licantropos e bruxas negras, alguns anjos caídos que eram fiéis a Nora.
Com isso, interrompe a abertura do último chakra. Mesmo com o aviso de sua mestra, de que Katryna não poderia usar todos os seus poderes, ela resolve ir embora ao encontro de seu amado anjo.
Katryna nem terminou de se despedir apenas fixo suas energias na saída e segundos depois estava diante do portão do templo, ao seu lado suas dams negras lhe faziam sua segurança e antes de sair ouviu uma voz que conhecia muito bem.
— Fico imensamente feliz que você Katryna tenha passado no último desafio assim como o seu pai. Eu sei que ele não conseguiu chegar a tempo de evitar o ataque a sua mãe Maria e nem a você, mas Alucard fez o impossível pelas duas. Jamais se esqueça disso, criança.
— Então eu passei em seu desafio. Pergunta Katryna mal acreditando em suas palavras.
— Que sentido tem a vida sem o amor e sem a luta por esse incrível sentimento? Nenhuma! É preciso muita coragem para desistir de algo tão bom, que ilumina e traz felicidade ao coração. Sou do pensamento de que desilusão nenhuma pode ser capaz de destruir o poder do amor. E você provou a força desse sentimento a mim e a todos o universo. Os deuses estão satisfeito com a nova guardião dos mundos. Agora tome o meu sangue e corra para ajudar os seus amigos!...
Katryna mais que depressa morde no pulso da última das mestra e suga o precioso líquido vermelho abrindo os seus poderes.
— Eu não tenho mais inimigos, faço do descuido deles o meu amigo. Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura de justiça quando for preciso. Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo e minha moradia permanente. Eu não tenho apenas uma espada, faço da perseverança minhas espadas de dois gumes que abriram qualquer ser vivo ou morto pela força dos deuses de ontem, hoje e de amanhã!... Repita e a partir desse momento viva sobre esse código de conduta.
Todas se ajoelharam e olharam para o alto dizendo: — "ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU!..."
Depois disso Katryna e suas novas guerreiras partiram sem olhar para trás e o templo desapareceu deste mundo, indo para outro onde estaria novamente seguro.
3099 Palavras
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