Capitulo 23
Theo Narrando:
Dicifil ter que deixar a Milla no hospital e ter que trabalhar. Mais não podia deixar de comparecer nesta audiência. Agora estou aflito tentando defender meu cliente mais com a cabeça e o coração lá no hospital.
Após algumas horas angustiantes no tribunal, infelizmente perdi a causa e meu cliente vai ter que pagar uma indenização alta, mais não me importo com isso. O que me importa agora é ir para o hospital. Então pego minhas coisas, cumprimento algumas pessoas e vou para o meu carro. Quando vou abrir a porta do carro meu celular toca.
-Alô.- falo atendendo.
-É o Theo marido da Camilla?- ouço uma voz meio conhecida do outro lado da linha, enquanto entro dentro do carro.
-Sim, seu eu mesmo, aconteceu alguma coisa?- falo ligando o carro preocupado pensando na Milla e em nossa filha.
-Aqui é a doutora Débora. Gostaria de falar com você assim que você chegar no hospital pode ser?- Ela fala.
-Aconteceu alguma coisa com a Milla? Com nossa filha? Me fala doutora.- falo preocupado.
-Venha para o hospital e vem falar comigo, sua filha está bem.- ela fala e sinto uma dor no peito.
-Então aconteceu algo com a Milla não é doutora?- falo querendo chorar.
-Me procura aqui e eu te explico. Não pense no pior, ela ainda dorme.- ela fala, mais sinto que me esconde algo.
-Já estou indo doutora, daqui a pouco eu chego aí.- falo desligando e acelerando o carro para chegar logo no hospital.
Chego ao estacionamento do hospital, deixo o carro e vou para o elevador, apertando no andar onde fica a sala da doutora. Chegando lá a secretária pede para eu entrar.
-Me fala doutora, aconteceu alguma coisa com minha mulher?- falo preocupado.
-Sente-se Theo, precisamos conversar.- ela fala me apontando uma cadeira onde eu me sento.- Bem Theo, acho que nós já sabiamos que não seria uma gravidez facil para a Camilla, o histórico médico dela não era bom desde o começo e como é uma segunda gravidez fez com que as coisas se complicassem. Eu havia falado com vocês todos os riscos, e mesmo assim ela decidiu levar ainda mais adiante a gestação. Felizmente o sacríficio que ela fez teve um resultado bom, mais para sua filha, ela nasceu saúdavel. Mais pelo que vimos o quadro da Camilla se agravou depois que ela deu a luz. A pressão dela subiu tão rapido que teve duas paradas seguidas durante a cirurgia, logo após teve uma hemorragia que consiguimos conter. Mais ela foi para o CTI e seu estado é estável, porém após ter acabado o efeito dos sedativos já era para ela ter acordado. O que nos preocupa.- ela fala tudo isso, assim tão calmamente para ver ser entendo que ela diz.
-O que a senhora quer dizer com isso doutora? Daqui a pouco ela acorda, não precisa se preocupar, ela está cansada, ela não dormiu bem. É isso, somente isso.- balanço a cabeça tentando não acreditar em tudo que a doutora está dizendo, e em que eu acredito que esteja acontecendo.
-Theo, você tem que ficar calmo tá. A Camilla ela está em coma, já foi confirmado.- ela fala para mim.
-Não,não é verdade. Ela está dormindo. Ela está dormindo. Daqui a pouco ela vai acordar para ver nossa filha. Isso tudo não é verdade, não é.- falo colocando a mão na cabeça e chorando.
Eu saio da sala rapidamente e vou para o elevador. A doutora tenta me impedir, mais o elevador se fecha e vou até o andar onde fica o CTI. Chegando lá Marcelo me segura.
-Calma cara, vai dar tudo certo. Você não pode ir lá agora, você tem que ficar calmo para ver ela.- Marcelo fala.
-Isso tudo não é verdade. A Milla está bem. Ela já vai acordar. Preciso estar ao lado dela.- falo tentando me soltar, então a Lívia vem correndo e me abraça chorando.
-Ela vai acordar Theo, ela é forte, ela....- ela chora abraçada comigo e eu também não suporto a dor e choro.
-Vem cara, sente-se aqui.- sinto Marcelo nos puxando até um sofá.- Sentem aqui vocês dois.- então Lívia me solta e sentamos.
Fico ali de cabeça baixa tentando pensar.
Não sei por quanto tempo eu fiquei assim, sei apenas que alguém sentou-se ao meu lado. E ficou ali, eu não quis levantar a cabeça para ver quem.
-Oi Theo, meu nome é Laura, sou psicoterapeuta. Sou irmã da doutora Débora, ela me mandou vir aqui conversar com você.- ouço sua voz dizendo.
-Me desculpa, mais eu não quero conversar com ninguém.- falo ainda de cabeça baixa.
-Eu estou aqui para ajudar você. Vamos conversar.- ela fala e eu levanto o rosto para dar atenção a ela. E você uma moça jovem.
-Me diz porque isso foi acontecer com a gente? Porque isso tinha que acontecer com ela? Estou com tanto medo.- pela primeira vez, eu falo que tenho medo a uma estranha, falo limpando meus olhos das lagrimas que insistem em cair.
-A gente nunca sabe quando pode acontecer algo de ruim. Mais pense assim, a sua mulher ela está apenas dormindo, e pode acordar a qualquer momento, ela vai precisar muito de você, da família e dos amigos.
-Como posso ajudar, não consigo ver ela naquela cama. Não consigo me imaginar sem ela.
-Você precisa tentar ser forte. E logo ela sairá de lá e será levada para um outro quarto.- ela fala.
-Me desculpa, mais foi exatamente isso que me fizeram acreditar hoje cedo, e agora me dizem que ela está em coma. Como você quer que eu acredite que vai ficar tudo bem?
-Olha só, já atendi varios casos aqui neste hospital, já vi pessoas ficarem em coma e acordarem como se nada tivesse acontecido. Confia na sua mulher, confia que ela vai conseguir acordar logo.- quando ela fala isso, me lembro que a Milla lutou para conseguir levar a gestação até no fim. Agora ela está lá lutando para acordar.
-Estou com medo, tenho medo que ela não acorde mais.- eu falo.
-Eu sei que é dificil lidar com o medo. Mais não pense assim. Ela vai acordar sim, pense também em sua pequena filha, ela precisa de você agora. E quando você for ver sua mulher, fale para ela o quanto a ama. Que está esperando por ela. Dizem que eles nos ouvem quando estão em coma. Você tem que ser forte e confiar na sua mulher.- ela fala.
-Você tem razão doutora, preciso ajudar a Milla e cuidar de nossa filha enquanto ela dorme.- eu falo tentando pensar positivo mais por dentro essa situação toda estava me matando.
- Olha só, aqui está o meu cartão, se quizer conversar pode me ligar.- ela fala me entregando o cartão dela.- Ahh, e a minha irmã falou que você já pode levar sua filha, ela já está com alta.- ela fala saindo.
-Obrigado doutora Laura pela força.- ela para e me olha.-eu falo.
-Não precisa agradecer estou apenas tentando ajudar.- ela sai.
Olho na direção em que ela vai e vejo a Lívia vindo com Bruno. O que esse cara ainda quer aqui. Aff.
-Oi Theo, desculpa de deixar sozinho, mais Bruno quis me obrigar a ir comer alguma coisa.- ela fala se sentando.- Alguma notícia?
-Sim, a doutora deu alta para minha filha. E agora não sei o que vou fazer.- falo dando um suspiro.
-Uai, você vai pegar ela.- ela fala como se fosse simples.
-Eu sei, mais eu quero ficar com a Milla, como vou cuidar dela em casa?
-Theo, uma coisa de cada vez. Se eu não tivesse faculdade eu cuidava dela para você. Tem sua empregada não tem? Peça para ela cuidar.- ela fala.
-Você tem razão dá para pedir a ela para cuidar de Yasmin. Eu confio muito nela. Agora eu preciso ir ver a Milla. Me dão licensa.- falo saindo para ir ao CTI.
Quando chego me identifico e entro dentro do quarto, seguro a mão de Milla.
-Oi minha vida, me desculpa demorar para vir te ver, hoje o dia foi dificil, passei longas horas no tribunal. Senti sua falta. Eu sei que você me ouve, estou aqui te esperando, eu vou levar nossa filha para casa e vou cuidar dela. Eu acredito em você, eu sei que você logo vai acordar e voltar para casa. Eu te prometi que iria te fazer feliz. Então volta para eu poder cumprir minha promessa. Para podermos ficar juntinhos com nossa filha. Ela é linda, parece com você, você precisa ver. Eu amo você minha vida, eu vou estar aqui então lute para acordar logo.- falo baixinho e nao consigo conter as lagrimas.
Fico ali mais um pouco e logo a enfermeira me pede para sair. Então eu me despeço.
-Meu amor, eu vou ter que ir em casa levar nossa filha agora, mais eu volto logo tá.- dou um beijo nela e saio.
Passo no berçario e a enfermeira me entrega minha filha.
-Oi minha princesa, papai vai te levar para casa e depois vem buscar sua mamãe.- falo olhando para ela que dorme serenamente.
Pego a bolsa dela e vou andando meio desajeitado com ela até o elevador. Chegando lá eu aperto o botão para o térreo.
-Segura o elevador para mim.- uma mulher fala, e quando olho bem vejo que é a doutora Laura. Eu espero ela entrar no elevador.- Obrigado. Nossa essa é sua filha, que linda!!!- ela fala sorrindo.
-Ela é mesmo, parece com a mãe dela. Qual andar você vai ficar?- eu falo.
-Vou para o térreo, já estou indo para casa.- ela fala.- Posso pegar ela?- eu fico meio inseguro, mais deixo.-Qual nome dela?
-Yasmin.- eu falo e percebo que chegamos ao térreo do hospital.
-Eu já vou indo, obrigado por me deixar pegar sua filha. Xau Theo, xau Yasmin.- ela fala me entregando minha filha e dando um beijo nela.
-Xau.- eu falo.
Vou até o carro, destravo as portas e abro. Fico meio sem geito pra colocar ela na cadeirinha. Quando ouço alguém por tras de mim.
-Você quer ajuda?- olho e vejo a doutora novamente.
-Sim, você pode pegar a bolsa dela pra mim.- eu falo e ela pega a bolsa do meu ombro.
-Posso colocar aqui?- ela fala abrindo a porta ao lado do motorista. Eu afirmo que sim.
Tento colocar Yasmin na cadeirinha, mais ela acorda e começa a chorar.
-Não chora meu amor, papai está aqui.- tiro ela da cadeirinha e começo a balançar ela no colo.
-Ela deve estar com fome.- ela fala.
-Acho que é mesmo, e agora? Não sei o que fazer.- falo meio preocupado.
-Você passa numa farmacia e compra leite para ela. Você tem alguém para te ajudar na sua casa?- ela fala.
-Tenho sim. Tenho minha empregada.- falo balançando Yasmin no colo, então ela para de chorar e coloca a mão na boca chupando.
-Acho que vai ter que comprar uma chupeta também.- ela diz rindo.
-Eu também acho, mais nós combinamos de não dar chupeta para ela.- falo e me lembro da Milla e me entristeço.
-Faz bem vocês decidirem assim. Não se entristeça, logo ela acorda.- ela fala tentando me animar.
-Melhor eu ir, antes que ela comece a chorar novamente.- falo colocando ela na cadeirinha novamente.- Obrigado pela ajuda.- agradeço e fecho a porta do carro.
-Se precisar de qualquer coisa pode me ligar. Xau.- ela fala.
-Está bem. Xau.
Entro no carro e vou embora para meu apartamento, cheguei e entrei chamando por dona Julia.
-Dona Júlia, já cheguei, me ajuda aqui.- eu falei e ela veio da cozinha.
-Meu filho, porque não avisou que estava vindo para casa, cade a Camilla?- ela pergunta e eu fico triste, ela coloca a mão na boca.- Oh céus, não me diga qu...- eu a interrompo.
-Não dona Júlia, ela está em coma.- eu falo e começo a chorar.
-Me dê esse pequena aqui.- ela pegou Yasmin do meu colo.- Vou levar ela para o quarto.
-Ela, ela está com fome. Não sei como faz isso, não sei que leite posso dar pra ela.- falo me sentando chorando.
-Não se preocupe meu filho,eu vou ajudar você. Já volto.- ela sai levando ela para o quarto.
Não demora muito ela aparece na sala.
-Ela ainda está dormindo. Vem cá meu filho.- ela se senta ao meu lado e segura minha mão.- Você tem que ser forte agora para poder cuidar de sua filha enquanto sua mulher não volta para casa. Eu vou estar aqui e te ajudar com tudo que for possível.- ela fala e tento ficar mais tranquilo porque ela tem sido uma mãezona de nós dois e nos ajudou muito durante a gestação da Milla.
Ficamos ali conversando, ela ligou na farmacia e pediu o leite para Yasmin, me contou umas historias de pessoas que acordaram de coma bem. E me deu esperanças que a Milla logo acordará, e é nesta esperança que me apego neste momento. Porque não importa quanto tempo eu tenha que esperar eu não vou desistir dela.
Oie, capítulo dificil. Escrevi com muita emoção. 😞E agora, a Milla está em coma, o Theo vai ter que enfrentar tudo isso sozinho. Por quanto tempo neh. Aguardo vocês no proximo capítulo. Beijos gente. 😘😘😘
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