X - Duas mortes Inesperadas
Katie
Nunca pensei que um dia meu pai pudesse sair de casa. Nunca pensei que ele pudesse ser expulso por mim e por minha mãe. Mas aconteceu. É tudo muito complicado, as coisas que estou vendo. As coisas que eu estou escutando, as coisas que estão acontecendo.
- Mãe! - Minha mãe está sentada na minha cama, desde quando meu pai saiu de casa, não para de chorar silenciosamente e olhando para o espelho, seus cabelos pretos estão completamente desarrumados.
- Eu e sei pai sempre fomos um casal invejável, sabe? Quando eu casei com ele eu esperava ter uma vida de princesa, e eu tive, até ele virar a cabeça e se envolver nessas coisas. Nossa vida está um inferno nesses últimas meses. Katie, eu tenho uma Tia no litoral do país, amanhã mesmo eu vou arranjar as documentações e vamos nos mudar.
Eu queria me mudar, queria mesmo. Mas não vou deixar o Carlos, não vou abandonar a Maggie, eu quero ver quando ela retornar para casa e não vou embora enquanto essa situação não acabar.
- Mãe, a senhora acredita em coisas sobrenaturais?
- Filha, não começa! - Ela passa a mão no rosto, enxugando as lágrimas e olha para mim. - Não comece tá? A Maggie surtou, e eu não quero que você também surte.
É complicado! Minha mãe nunca que vai acreditar nas coisas que realmente estão acontecendo. Tenho que conversar com alguém que saiba o que está acontecendo e a única pessoa que consigo pensar é no bispo, meu pai esteve lá mais cedo, então é isso! É isso! Ele sabe de algo.
- Mãe! Amanhã de manhã podemos ir até a igreja? Preciso conversar com o Bispo.
- Ouvi falar que ele já irá embora amanhã, talvez ele esteja ocupado. Não sei se é uma boa idéia.
Olho para o relógio e vejo que já é bem tarde. Meu celular começa a tocar, é o Billy eu desligo não estou afim de conversar agora.
- Será que ele ainda está acordado?
- Nem pense que eu irei sair de casa uma hora dessas! - Ela olha para o relógio. - Daqui a pouco é outro dia filha, acho melhor descansarmos o dia hoje foi muito cheio.
- Mãe! - Eu vou até ela, pego na mão de minha mãe e espero ela olhar até os meus olhos. - Eu sinto que temos que fazer algo, não podemos ficar paradas.
- O que você pensa em encontrar lá na igreja?
Eu sabia que meu pai tinha ido até lá, mas não contei a minha mãe, já que ela não acredita em minhas palavras.
Meu celular toca novamente e eu desligo.
- Quem tanto liga para você?
- É o Billy!
- Atenda, talvez seja algo importante, vai que a cabeça dele esteja pior - Ri.
- Muito engraçada a senhora! Só que não. - Mando uma mensagem para o Billy, não estou afim de conversar agora. Eu e minha mãe pegamos nossos casacos e vamos em direção a igreja que é logo na esquina de nossa rua.
A igreja é muito bem cuidada. Vitrais enormes, duas torres ao lado da porta principal, cheia de mármore, pedras enormes montando as paredes. A porta, por incrível que pareça estava aberta, quando estamos subindo às escadarias percebemos algo estranho na cruz principal do altar. Não era a imagem do Cristo que estava lá crucificado e sim o bispo, o seu sangue estava por todo altar e escorria pelas escadarias e pelo centro da igreja, a imagem era aterrorizante. Minha mãe saiu correndo da igreja e gritando por ajuda. Eu fiquei paralisada, pois no mesmo momento chegou uma mensagem muito importante do Billy.
23:15
O Carlos abriu o olho
Katie é urgente. Não é nada de sobrenatural ou fantasminhas eu vi o Oliver e o novo Xerife carregando um corpo para dentro de casa e o pior que o Oliver me viu e tenho a impressão que ele virá aqui em casa, Katie você precisa denunciar isso para a polícia estadual, não sei como eles estão escolhendo quem morre ou não mas corremos Peri
A mensagem se encerrava assim. Meu coração fica disparado.
- Você é a fi... Filha do Wodson?
A voz vem da cruz, o bispo ainda consegue falar, mesmo pendurado por pedaços de madeiras cravados em seu corpo.
Dom Josué
Quem pode fazer um exorcismo? Há um grande debate acerta desse tema. O Majon tem ligação direta com o satanismo que está acontecendo nessa Cidade, então com minha benção especial ele pode fazer sim um exorcismo. Espero que dê certo, a seita do Belman é muito perigosa, mas perigoso ainda é apenas nós dois estarmos enfrentando algo tão grande e tão complexo, eu acredito que grande maioria da população dessa cidade está envolvida com a seita. Gosto de rezar no finalzinho da noite, a igreja fica mais silenciosa, mais calma, a brisa do ar fica mais fria. O clima é melhor.
Amo o altar da paróquia dessa cidade, sou acostumado com grandes catedrais, com o Vaticano, com Basílicas e Santuários. Confesso que estar em uma paróquia de uma cidade pequena nos revela mais coisas que grandes obras, me sinto mais íntimo de Deus quando estou nesses lugares mais simples e repleto de significados e histórias e essa cidade em particular trava uma batalha real de Deus contra o demônio.
Me ajoelho perto do altar e olho em direção ao sacrário a ao crucifixo que fica no centro. Acho que nesse exato momento o Majon já deve ter começado o exorcismo. E começo minhas orações por ele e que tudo dê certo. Derrepente sinto um vento tremendo na igreja, fazendo meu solidéu voar e uma imagem de São Padre Pio cair no chão e ser despedaçada. Continuo ajoelhado, agora com a certeza que o exorcismo daquela cidade começou, começo a rezar e rezar com mais intensidade e olho para o crucifixo. Começo a escutar ruídos na porta central da igreja, como se tivesse alguém forçando para abri-la. A porta tem uns 4 metros de altura, é feita de madeira maciça, acho que cada porta deve pesar mais de 300 quilos, apenas uma pessoa para abrir essa porta seria impossível, começo a desconfiar que não é uma pessoa desse mundo que está tentando abrir. Olho para o sacrário e itensifico ainda mais as minhas orações, mas a situação parece piorar. As correntes e cadeados na porta da igreja São quebrados, sinto um cadeado bater muito forte em minha cabeça, percebo que começa a sangrar, mas não saiu da posição que eu estou.
Jesus crucificado cai da cruz, se despedaçando em diversos pedaços pelo altar. Pelo reflexo do chão, percebo que uma presença maligna está na igreja. Chifres enormes, aparência de um carneiro com membros humanos. Eu me viro em direção a isso e vejo justamente o que o reflexo me apresentava, arranco minha cruz do peito e aponto em direção ao demônio.
- Saia daqui seu verme. A Virgem Santíssima e os arcanjos estão me protegendo.
- Quem é virgem santíssima? - Grita o demônio, mostrando seus dentes pretos e afiados e deixando sair de sua boca um horrível cheiro de enxofre.
- Maria Imaculada.
Nesse momento o demônio se joga no chão e começa a se debater. Percebo que o chão está ficando muito quente. Mãos começam a sair do fogo que está no chão. Pedaços da porta que saíram quando ele abriu vem em minha direção, um grande pedaço de madeira crava em meu peito. Sou levitado e arremessado com todo força na cruz do altar, meu braços são abertos por uma força que não sei explicar e mais pedaços de madeiras são cravados, dessa vez em meus braços e em meus pés, me fixando naquela cruz.
- MALDITO! Maldito! Eu irei retornar, eu irei. - Grita a presença maldita.
Enquanto ele vai desaparecendo com as mãos das almas do inferno, eu vou orando e aceitando que irei partir a qualquer momento.
Majon
Onde estou? Acho que essa é a pergunta feita por todos os bêbados na manhã da ressaca. Em um breve segundo lembro-me de tudo que aconteceu. Eu estava na prefeitura fazendo o exorcismo e agora estou em outro lugar. Aparenta ser um balcão, é grande e espaçoso, não sinto meus brações e percebo que eles estão amarrados com os braços de outra pessoa que está perto de mim. Não faço a mínima de quem seja. Eu só queria sair daquele local, se isso aconteceu é sinal que o ritual de exorcismo deu totalmente certo e isso fez surgir um sorriso em meu rosto.
- Ora, ora, ora. – Típico de vilões clichês. – O traidor acordou. – Era a voz do Oliver vindo de algum lugar, não conseguia identificar o local exato, meus olhos ainda estava enxergando tudo muito embaçado, conforme eu ficava mais consciente, mais dor eu sentia por todo o meu corpo, lembro que a última vez que me senti assim foi quando eu iniciei a academia com 19 anos, Senhor como eu sofri. – Você tinha tudo para ser o nosso líder, sangue da família Matriarca, e escolheu se rebelar, você não tem noção do tamanho do problema que você se colocou hoje. – Percebo que ainda é de madrugada, então não faz muito tempo que eu estou inconsciente.
A pessoa que está presa atrás de mim levanta a cabeça, eu sinto, pois o cabelo dele encosta em meu pescoço. Estamos um de costas para o outro, amarrados na mesma corda.
- O outro espertinho também está acordando. – Debocha Oliver. – Você, Wodson, conseguiu, você aprisionou as almas queimadas no sofrimento eterno, mas enquanto os participantes da seita existir, não deixaremos de cultua-lo, mesmo que não haja sinais e acontecimentos que nós desejamos, então sem o poder sobrenatural, somos nós mesmos que vamos eliminar todos que estão tentando acabar com isso.
- Vocês são malucos. – Solto um gemido, juntamente com essa frase e percebo que a dor que estou sentindo é maior do que eu imaginava.
- Talvez. – Essa voz não me é estranha, faço um esforço nos meus olhos e olho em direção a essa voz que está em minha frente e percebo que é o novo Xerife, eu sabia, eu sabia que ele também estava envolvido nessa maluquice.
Eles tinham planejado tudo, tudo mesmo. Pensaram em cada passo possível, só não esperavam que eu iria acabar com a fonte sobrenatural deles, porém minha família continua correndo perigo e eu não consigo pensar em nada para salvar minha mulher e minha filha.
- Senhor Wodson? – A pessoa que está atrás de mim fala, com dificuldade, a voz não é estranha, é uma voz de jovem. PORRA, é outro amigo da Katie.
- Oi! – Falo baixinho para os outros não escutarem que estamos nos comunicando. – Quem é você?
- Sou o Billy, amigo da Katie, que merda você está fazendo aqui?
Billy? Acho que não lembro bem quem é esse amigo da Katie, mas que bom que ele ainda não está morto.
- É jovem – Dou uma leve risada – acho que fomos pegos fazendo algo que iria ferrar com esses miseráveis. Temos que sobreviver.
O jovem suspira e continua.
- Eu não sei não viu, tem um homem pendurado em um guincho de carne aqui. De cabeça para baixo e está pelado, acho que arrancaram boa parte da pele dele, está em carne viva. O sangue está escorrendo muito, é uma cena que o Senhor não gostaria de ver.
Meu Deus! Mais uma vítima, quem será que é?
- Você não tem noção das coisas que eu já vi hoje, você não tem noção.
- Acho que ele era policial, tou vendo umas roupas rasgadas no canto da parede e é um uniforme.
Será que é o Jeff? Não pode ser! Demitiram o Jeff e o mataram? Isso é covardia, tenho certeza que ele tinha descoberto algo importante que ajudaria na prisão do Oliver.
- Consegue descrever a cor dele? – Pergunto.
- É difícil, mas pelo que eu vejo ele é musculoso, tem cabelos pretos.
PENSA, pensa, pensa. Que característica o Jeff tinha de única? Lembrei.
- Olha Billy, eu tenho um colega que ele era policial, o nome dele é Jeff, acho que ele tinha descoberto algo sobre os assassinatos, ele tinha uma tatuagem debaixo do peito. – Eu tinha visto uma vez em um parque aquático – Você consegue ver se esse corpo tem essa tatuagem?
Nós dois ficamos em silêncio por uns segundos, pois escutamos passos se aproximando. São diversas pessoas com uma túnica preta, todas estão com Capuz cobrindo o rosto, menos o Oliver, cada uma segura uma vela, as velas estão clareando o local e vejo diversos símbolos nas paredes, desenhos de assassinatos, desenhos de pessoas sendo decapitadas, bebês sendo jogados na fogueira, desenhos de abortos , morte de padres... Todos terrores possíveis estão desenhados na parede, juntamente com frases nada convencionais.
- Senhor Belman! Aceite esse sacrifício, como reparação da sua prisão. Nós teus filhos vamos continuar...
- CALEM A BOCA. – Grito. – Vocês não tem noção das coisas? Que histeria coletiva é essa? Vocês não param para pensar nas vidas e sonhos que estão destruindo? O que vocês ganham com isso? Nada, vocês vivem escondidos, fugindo das pessoas, com medo de serem pegos, poderiam está curtindo a família ou os filhos, mas preferem estar aqui matando pessoas? Vocês não tem alma não? Como vocês podem fazer coisas assim? Essas pessoas que morreram queimadas no circo nem conheciam você, nem CONHECIAMM, elas faziam essas baboseiras como vocês, deixem essa história para trás, vocês podem ter uma vida normal, PAREM, PAREM, PAREMMMMM – Eu sentia minha cabeça doer mais a cada grito que saia de minha boca. – Já deu, já colocaram terror de mais em todas as pessoas possíveis, vivam sem essa necessidade de sangue, eu não consigo entender a mente de pessoas assim, seus PSICOPATAS, vocês precisam de tratamento, internação ou melhor, vocês precisam de uma pena de morte, tão dolorosa como essas que vocês estão fazendo, por minha culpa e por culpa de famílias cristãs. Eu nunca aceitaria participar disso, nunca, e vocês acham que seguindo e matando amigos de minha família daria certo? Vocês acham que matando pessoas das famílias que queimaram o circo iria trazer de volta pessoas que vocês nunca conheceram? Parem de bobagem, eu não tenho nada haver com a religião de meus bisavós, as famílias não tem nada haver com as pessoas que carregavam o mesmo nome há quase 100 anos atrás. PAREM DE BOBAGEM, seus merdas. – Acho que nunca falei tanto sem pausa em toda a minha vida, e o mais incrível é que ninguém me interrompeu nesse momento. Isso foi o mais estranho que aconteceu.
- Muito legal todo esse seu discurso irmão.
O que? Ele realmente está aqui, ainda lembro quando ele saiu de casa alegando que não poderia participar dessas loucuras, faz muitos anos que eu não vejo o meu irmão, mas só pela voz consigo identificar qual dos dois é.
- Carl? – Falo, surpreso.
- Sou eu mesmo maninho.
- Seu miserável. Como você pode se juntar com esses doidos?
- Irmão, é uma pena que você não conseguiu entender a essência de nosso grupo, você é um hipócrita, um hipócrita. – Vejo que ele está chegando mais perto de mim e começa a aumentar o tom de sua voz.
- Senhor Wodson, acho melhor o senhor...
- Cala boca Billy! Isso é assunto de família.
- Irmão, eu perdi a minha mulher, ela estava grávida, GRÁVIDA, você ainda não sentiu a dor de perder uma filha, e nunca irá sentir, pois irá partir hoje mesmo. Hoje mesmo. – Ele tira um canivete da manga de sua túnica e passa no meu rosto fazendo sangras. – Eu vi minha mulher sangrar em meus braços até a morte, vi ela falar coisas lindas antes de morrer e sabe de quem é a culpa? – Um homem se aproxima dele e entrega um facão nas mãos de meu irmão. – A culpa foi sua – Ele crava o facão em minha perna, sinto uma dor enorme que corre por todo o meu corpo, começo a sentir muito sangue jorrar de minha perna, Também sinto que ela está mais leve.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA – Meu grito de dor e desespero ecoa por todo o galpão.
- Senhor o que está aconteCENDOO? – Billy grita, desesperado ele não entende o que está acontecendo.
- Tá vendo isso aqui na minha mão irmão? – Abro meus olhos e vejo que o meu irmão está segurando o meu pé. Olho desesperadamente para a minha perna e vejo que realmente fui amputado. – Você poderia morrer aí. Eu poderia deixar você sangrar até morte, mas você irá sofrer até o ultimo momento, você falou muito belo, falou de família, mas o que você não sabe é que muitos aqui perderam suas famílias, seus bisavós, muitos perderam tudo, o Belman ficou anos aterrorizando famílias para convencerem você a liderar a seita, você era o próximo da linha sucessora e você não quis.
Dois homens seguram meu rosto com força, outro abre minha boca, eu tentei com todas as minhas forças impedir que ele conseguisse abrir, mas foi inevitável, eu não tinha mais tanta força. Minha boca estava aberta, eu só conseguia soltar um altos gemidos, tentei me debater, mas não foi suficiente para impedir que o alicate que o Carl segurava entrase na minha boca e segurasse a minha língua.
- É uma pena irmão, que eu não vou conseguir escutar mais a sua voz,. Espero que tenha dito coisas lindas para a sua filha e sua esposa hoje, pois você passará os últimos minutos de sua vida sem dá uma palavra. Eu queria muito que o Belman estivesse aqui, assistindo todo esse maravilhoso show de vingança.
O Carl apertou minha língua com o alicate e começou a puxar, a dor que eu sentia era sem comparação, sentia um enorme gosto de sangue na minha boca, sentia o sangue pingando em minha barriga. Senti a minha língua sendo arrancada e saindo de minha boca, a dor era imensa eu só conseguia fazer uns altos gemidos.
- O QUE VOCÊS estão fazendo merDAAAA?
- Cala boca merdinha.
Enquanto estou com a cabeça baixa e vendo meu sangue pintando o chão daquele galpão, sinto que me desamaram do Billy e me jogam no chão, eu não consigo levantar a cabeça e minha visão está extremamente embaçada, mas consigo ver que levantam o Billy e levam ele para outro local, felizmente ele não morreu, pelo menos não ainda.
Sabe... Eu sempre pensei que irei morrer de velhice, uma morte enquanto eu estivesse dormindo, acho que essa é a opção mais cobiçada por todos. O que mais me dói é saber que estou indo embora como um maluco para minhas mulheres, para a minha filha e minha esposa. A Jessica sempre foi uma boa mãe sabe? Confesso que o casamento vai mudando conforme o tempo vai passando, mas eu encontrei a mulher da minha vida, o sim no altar foi a melhor escolha que eu fiz em toda a minha vida. Lembro quando a Katie nasceu eu estava lá, a maioria dos pais não gostam de ver esse momento, mas eu estava lá, estava lá com minha esposa vendo nascer uma pequenininha fruto de nossa amor. Eu vivi pelo amor, e morro pelo amor, eu sei que eu nunca vou conseguir me explicar para elas, mas espero que um dia elas descubram que eu não tenho nada haver com essas coisas que estão acontecendo, eu não quero que sofram quando encontrarem o meu corpo, se é que eles vão deixar alguém encontrar o meu corpo. Só queria ter a certeza que as duas mulheres de minha vidam vão ficar bem e protegidas, espero que eu tenha sido um bom pai e que as maravilhosas lembranças que eu tenho delas sejam as mesmas maravilhosas lembranças que elas vão ter de mim, eu estou indo embora, mas eu queria ficar mais um pouco, queria receber as desculpas delas e dizer que eu entendo e tudo ficará bem. Eu queria que essa história acabasse com o nosso abraço, nós três saindo da delegacia, todos impostores presos e nós indo comer uma pizza. Mas nem tudo é como queremos, inclusive nossa morte.
Vejo que o Oliver está se aproximando de mim e crava algo em minhas costas, o meu corpo está dormente, então não sinto tanta dor, apenas percebo que a minha visão está mais embaçada, sinto que ele tira das minhas costas, eu fico enjoado e custo um pouco de sangue, minha visão está ficando preta mas eu luto para continuar enxergando, sinto um chute no meu rosto, o que faz meu corpo virar para cima, e vejo um corpo pendurado em um guincho, porém com o estado de minha visão eu não consigo identificar se realmente é o Jeff. Sinto algo cravando em meu peito e acho que essa é a última coisa que eu senti em vida. Meus olhos ficam escuros, e percebo que os meus dedos que não paravam de tremer já não estavam se mexendo. Fico quieto, admirando o silêncio da minha mente e sentindo o ultimo batimento do meu coração.
TUM.
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