Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O espírito vingativo



Eles não estavam parecendo stalkers.

De jeito nenhum.

Olhou por cima do jornal, sentado em uma das mesas ao ar livre do café em frente a universidade de Tóquio. O chapéu cobria os cabelos loiros, óculos escuros na cara.

Gaara estava sentado na sua frente, óculos escuros e tomando suco de caixinha enquanto olhava as atualizações do facebook no celular com uma cara de tédio.

Eles não estavam parecendo stalkers.

-Estamos sim. – Gaara murmurou sem o fitar. – Para de dizer isso. Quando posso ir para casa?

- Quando quiser, é só me abandonar aqui.

-Argh.

O Gasparzinho Uchiha estava atrás do ombro de Gaara, olhando o que ele via no celular com interesse já há algum tempo.

-Quem está cobrindo seu turno?

-Eu pedi a Hinata para ajudar.

-Uma Hyuuga servindo mesas? – Gaara sorriu de forma sarcástica. -O pai dela vai te matar.

-Neji está com ela. E quero mandar o pai dela tomar no cú faz tempo, só espero uma oportunidade. Talvez ele fique mais relaxado.

-Sabe qual é meu maior medo? – Gaara fechou o celular, Shisui fazendo um muxoxo com isso. – É que eu sei que você está falando sério, porque não tem um pingo de instinto de autopreservação nessa bunda magra.

-Minha bunda não é magra, é bem redonda até.

Gaara ficou vermelho, e com certeza ia falar algo, mas nesse momento Shisui empertigou, olhando o outro lado da calçada, uma expressão que não conseguia identificar no rosto fantasmagórico.

Era difícil ler expressão de alguém sem olhos.

Naruto virou e o viu saindo dos portões. Calça jeans, camisa social. Cabelos presos em um coque e óculos escuros.

Yep. Man candy na área.

-Porra, Gasparzinho. – Naruto assobiou. – Teu primo é meu tipo.

Shisui sorriu com isso, mas o sorriso logo morreu.

E é, ele conseguia entender a razão. Sentiu o ar mais rarefeito, por que havia uma massa escura andando logo atrás de man candy. Poeira negra compacta, que se expandia, e logo desaparecia, o sufocando com a força de tamanha malícia.

E que pelo jeito, ninguém mais estava vendo, ou haveria bastante gritaria ao redor.

O rosto de Naruto empalideceu, lembrando das palavras de Tsunade.

-Um espírito vingativo. – Sussurrou.

Gaara ao seu lado estava em silêncio, tentando ver o que havia o deixado tão pálido.

E nessa hora a massa sumiu por alguns segundos, dando lugar a alguém pequeno e pálido. Uma criança. Uma criança que mesmo dali reconhecia o rosto. Sabia quem era antes mesmo de Shisui murmurar.

'Sasuke'

Como se ouvisse seu nome, o rosto virou na direção dos dois por alguns segundos, e viu as órbitas vazias. Não como as de Shisui, que claramente havia perdido os globos oculares. Os olhos do menino eram feitos apenas de escuridão.

Ao que parece, não havia mais ninguém desaparecido no massacre dos Uchiha.

Sasuke Uchiha estava morto.

-Naruto? Você está tremendo.

Antes que pudesse falar algo, ele notou o exato momento em que a criança – o espírito – empurrou Itachi na calçada. Primeiro de leve, depois outra vez. Naruto olhou confuso, se erguendo da cadeira e ignorando os chamados de Gaara.

Sentiu um impulso forte, que sabia ser parte de Shisui. Protetor.

O espírito empurrou Itachi outra vez.

Em direção a um carro que vinha.

Naruto não pensou duas vezes. Apenas correu.

.................

Itachi Uchiha estava tendo um dia ruim. Não havia dormido direito na noite anterior, culpa dos pesadelos, e havia esquecido de um teste que se passaria durante a manhã.

No caminho da faculdade seu carro havia quebrado ao escapar por pouco de um acidente, e durante a manhã quase havia derramado a chaleira quente em seu peito. De novo.

Itachi Uchiha, se fosse parar para pensar, estava tendo uma semana ruim. Seu último namorado havia terminado com ele, de novo. Nenhum namoro seu durava muito, todos diziam que havia algo obscuro demais ao redor dele, e que depois de uma semana isso deixava de ser charmoso e se tornava assustador.

Itachi Uchiha estava tendo um mês ruim, havia levado uma torção feia no começo do mês ao tropeçar no nada, e não ia poder participar do próximo campeonato por isso.

Talvez uma vida ruim levando tudo em consideração, mas tinha que ter um pouco de otimismo certo?

E isso dizia tanto dele que ao vir o carro em sua direção quando havia tropeçado no nada novamente, que apenas fechara os olhos resignado por mais um atropelamento e esperado não morrer, ou Madara o traria de volta a vida para mata-lo.

E no entanto, em um piscar de olhos estava deitado na calçada, com um anjo deitado em cima dele. Abriu os olhos meio atordoado e..é, parece que tinha mais uma concussão para a coleção, e fitou os olhos muito azuis e brilhantes.

-Seus olhos são bonitos.

Murmurou zonzo.

O anjo que parecia tão pálido ficou vermelho.

-Os seus não são feios também.

-NARUTO! Para de flertar cacete! Está machucado? Chamei uma ambulância.

Alguém gritou, parecia uma voz distante. Os olhos azuis ficaram envergonhados, o corpo saindo de cima do seu.

-Ops. - O anjo murmurou. – Consegue se levantar, Man candy?

Man candy?

-Eu não sei...talvez.

-Okay, owa. Paradinho aí, a ambulância está chegando já.

Assentiu, agarrando a mão quente na sua.

Mesmo quando entrou na ambulância não a soltou.

...............

'Não é que as coisas deram errado para dar certo, Gasparzinho?'

Gasparzinho não parecia muito feliz enquanto uma enfermeira passava um remédio ardido nos cortes da sua mão, que havia conseguido rolando no asfalto.

Itachi Uchiha estava em um quarto cuidando da concussão. Seu tio já estava no hospital quando a ambulância chegou, em todo os seus 1,90 de pura masculinidade e nobreza, e havia pedido que fosse falar com ele antes de sair.

Gaara, claro, quase havia botado um ovo quando o mandou embora, e só esperava que ele não tivesse ligado para Kakashi, ou iria ficar preso dentro de casa como a Rapunzel por uma semana, apesar de estar perto de fazer 20.

- Vejo que não ficou muito ferido!

E falando em tio yammy.

Naruto sorriu angelicamente para o homem, fingindo totalmente que não tinha um fantasma saltando que nem uma criancinha ao redor dele com a expressão emocionada.

-Não, senhor Uchiha. Novo em folha. Seu sobrinho está bem?

-Graças a você, Uzumaki. – O homem sorriu, mas seus olhos estavam preocupados, conseguia notar.

Se era verdade sobre todos os acidentes de Itachi, conseguia entender isso.

E se isso era verdade, desconfiava que esses pequenos 'acidentes' estavam envolvidos com um certo fantasma vingativo. Mesmo dali, conseguia sentir a aura maligna em algum lugar do prédio.

Se pudesse evitar, queria ficar bem longe daquilo.

-Meu sobrinho pediu para vê-lo, agora que está no quarto.

Droga.

..................................

O café espresso maligno– pequeno e amargo- estava no canto do quarto, tentando arrancar o soro do braço do irmão.

Agora de perto conseguia ver os sinais que via em Shisui no pequeno fantasma. O rosto em decomposição, ensopado, água escurando saindo de sua boca e seus olhos. Notava alguns dedos da mão faltando.

De alguma forma, no corpo de uma criança de nove anos tudo isso parecia ainda pior, e queria muito desviar os olhos. Ainda mais ao fitar a massa obscura ao redor dele, como uma tinta negra que sujava tudo no momento, sombras na parede dançando de forma maligna.

E que apenas ele e o Gasparzinho Uchiha conseguiam ver.

Ao ver Shisui, o café expresso maligno havia dado um grito gutural e mostrado os dentes em ameaça. Shisui foi jogado para fora do quarto com isso, atravessando a parede.

As luzes piscaram no quarto, e os olhos escuros o fitaram em interesse quando não conseguiu desviar o rosto dele.

Naruto estava com medo, tinha que admitir.

Por isso sorriu como se nada estivesse acontecendo e olhou man candy deitado na cama, cabelos soltos e uma faixa na cabeça. O rosto bonito ainda parecia meio grogue.

-Seja o que for que eu falei. – a voz dele era rouca e agradável, um toque divertido no tom. - A culpa foi da concussão.

-Então eu não tenho os olhos bonitos?

Naruto fez um muxoxo e atrás de si ouviu o que suspeitava ser uma risada abafada na mão do tio yammy.

-Não vou retirar isso.

O sorriso daquele homem podia ser empacotado e vendido como uma arma de destruição em massa.

Naruto segurou a vergonha e sentou na beirada da cama do outro, que continuava sorrindo.

-Meu nome é Naruto Uzumaki, pode me chamar de Naruto.

-Pode me chamar de Itachi. Salvou minha vida, afinal.

Uma prateleira caiu em direção a cabeça de Itachi, mas a segurou antes que o atingisse.

Itachi parecia tão resignado com isso.

Naruto lançou um olhar feio ao espírito no pé da cama, que também o encarou firmemente.

Sentiu a mesma sensação gelada em sua nuca, mas dessa vez era pior. Era acompanhado por algo mais obscuro, lhe dando náuseas.

'Você pode me ver.'

A voz era infantil, um tom abafado e metálico.

Sua vida estava prestes a se complicar ainda mais.

...............

Gasparzinho o esperava na porta do hospital quando saiu, depois de trocar número de telefone com Man candy. Se tudo desse errado, pelo menos podia dizer que havia conseguido flertar com um homem daqueles.

-O café espresso é um babaca. Era dele que queria que eu protegesse seu primo?

Shisui negou.

-Sabia que ele estava morto, também?

Outra negativa.

-Tem ideia porque eu consigo o ver? É alguma coisa de vocês Uchihas?

Ele deu de ombros.

-Tem alguma coisa de útil que você saiba? – Um vento forte empurrou a porta e bateu a testa no vidro. – Além de me atormentar, é isso.

Sentiu a aura maligna antes mesmo de o ver. Ele estava ali, na entrada do beco. Olhou para os lados na rua vazia. Só o que lhe faltava era alguém o ver falando sozinho de novo.

Talvez Gaara tivesse razão e não tivesse um pingo de instinto de autopreservação, porque mesmo com Shisui recuando, foi em direção ao bolinho de escuridão e rancor no beco.

-Então, cansou de tentar matar seu irmão hoje?

O espírito lhe mostrou os dentes, os cabelos escuros voando ao redor do rosto em decomposição de forma assustadora. E realmente, aquilo dizia muito de Naruto nas últimas semanas sendo assombrado que ao invés de gritar e correr, mostrou os dentes de volta.

Isso pareceu desarmar a criança, que o fitou longamente.

Sentiu a mesma sensação de antes, a voz metálica.

'Ni-san é meu. Amo Ni-san.'

-Então por que está tentando o matar, café espresso?

'Sozinho. Não quero mais ficar sozinho.'

Okay, aquilo era um pouco triste, mas tudo bem. Tinha que dialogar. Sua mãe conseguia fazer isso certo? E se ele conseguia conversar, quer dizer que não era um espírito vingativo ainda, podia o ajudar ainda, certo?

-Olha Sasuke, você não deve machucar seu ni-san. Você tem que ir para luz. Não quer ver a sua oka-san de novo?

'Oka-san? Onde?'

- Do outro lado. Quando for. Vá para a luz Sasuke! Siga a luz. Xô!

'Ni-san vai junto.'

-Não, ni-san fica.

O espírito deu um grito gutural, a boca abrindo em proporções absurdas. A força fez com que batesse na parede do beco, suas pernas trêmulas.

Quando abriu os olhos, ele havia sumido.

- Mal-educado.

........................

Acordou naquela noite de um pesadelo com eclipse solares com o perfume estranho de lilies e musgo, e os olhos escuros de Sasuke Uchiha em seu rosto. O peso dele em seu peito o deixava paralisado e percebeu que havia ganhado uma nova assombração Uchiha para coleção.

Pelo menos enquanto ele estivesse ali não estava tentando matar o irmão.

.............................

No outro dia Man candy havia lhe mandado uma mensagem. Se ele pulou um pouco ao redor, ninguém além do Gasparzinho estava lá para ver, o café espresso tendo sumido pela manhã.

Provavelmente ir assombrar o irmão era menos chato do que o ver servindo café o dia todo.

Em dois dias estava de frente a um restaurante Nepalês com sua melhor roupa, por que se estava sendo assombrado, pelo menos iria tirar algum proveito no processo.

Itachi Uchiha era daquelas pessoas que você queria dar um beijo ou dar uns tapas por ser perfeito demais, então a noite não foi decepcionante em nada.

Ignorou um pouco Shisui sentado ao lado do primo na mesa, o lembrando ocasionalmente que tinha que falar de um certo assunto fantasmagórico.

E Naruto não sabia nem como chegar perto daquele assunto. No momento estava mais atento nos sinais para saber se podia dar um beijo em Man candy naquela noite.

Café espresso também estava lá, mas pelo menos ele havia se refreado em tentar matar o irmão a toda hora, e apenas os fitava de forma curiosa enquanto conversavam.

Então, no todo a noite estava indo muito bem.

Por isso não o surpreendeu nada quando as coisas começaram a dar errado.

Estava de pé na porta do restaurante no fim da noite, em seu dilema entre beijar ou não beijar, quando a expressão antes amigável de Itachi se tornou séria demais, um tantinho obscura.

-Naruto Uzumaki. Estava tentando lembrar de onde conhecia esse nome.

-Eh, hum?

-Você foi o cara que encontrou o corpo de Shisui no poço. Naquele dia que me salvou, foi mesmo uma coincidência?

É, que merda. Lá se vai a vontade de não tocar naquele assunto.

Não tinha razão para mentir, não é? Ainda mais com a expressão de Shisui no momento.

- Em parte? – a expressão de Itachi ficou ainda mais sombria, então se apressou. – Eu não armei nada para causar um acidente e te salvar.

-Eu não pensei nisso.

Claramente Itachi não tinha imaginação, lá se vai a perfeição.

-Mas eu estava lá para te ver porquê...bem. Eu não sei como falar isso sem parecer um maluco...talvez...podemos conversar em outro lugar, tipo teu apartamento? Hum...ou não?

A expressão dele ficava cada vez pior.

Sentiu um arrepio gelado em sua nuca, e então a voz sussurrante em seu ouvido.

'Diga a ele sobre o rio Naka.'

-Ah...é sobre o rio Naka?

A expressão de Itachi ficou lívida, os olhos se arregalando um pouco.

A mão dele segurou seu pulso e ele praticamente o arrastou para o carro.

Lá se vai uma noite perfeita pelo ralo.

........................

Naruto tinha certeza que a sala do apartamento de Itachi era do tamanho do apartamento dele e de Kashi.

'Então é assim ser burguês?'

Itachi havia dirigido em silêncio e o arrastado para o elevador quando entraram no prédio. Não que estivesse reclamando, mas preferia que isso tivesse acontecido em um cenário diferente.

Shisui estava lá olhando ao redor interessado, e Sasuke estava aprontando as dele, tentando derrubar a chaleira no irmão, que preparava chá para os dois.

Naruto estava sentado no chão de frente a mesinha quando viu...aquilo. A coisa. Não sabia o que era, mas não parecia outro fantasma. Era uma forma estranha e brilhante de aparência arredondada, que quase não conseguia notar por refletir a luz. Conseguia ver apenas os olhos, semiabertos, e algo que ele carregava nas mãos. Ele parecia seguir Sasuke, que não o notava.

Em segundos havia sumido.

-Minha vida está ficando cada vez mais estranha.

-Disse alguma coisa?

-Eh, não. Bonito apartamento. Podia ter mais cores, mais laranja nas paredes.

Itachi não sorriu com isso.

Aquela não era uma conversa que gostaria de ter, mas quando o chá estava na sua frente, Itachi bebendo um café, não tinha escapatório. E os 3 Uchihas, vivos e mortos, o fitavam.

-Bem, eu achei o corpo do seu primo certo? E então fui para casa. E comecei a notar algumas coisas estranhas acontecendo, que resolvi ignorar a princípio. – Mordeu o lábio, evitando o olhar do outro. – Mas parece que ignorar um problema não faz ele sumir. O que quero dizer é, Itachi, você acredita em fantasmas?

Fitou o outro, que o olhava com uma expressão que nunca entenderia. Talvez incredulidade? Ele abriu a boca, mas nunca soube o que ele diria.

Naquele momento Shisui perdeu a paciência e derrubou o café na mesa. Itachi se afastou para não se queimar.

Ele pegou a xícara, e isso dizia muita da educação daquele menino que não soltou nenhum palavrão. Antes que ele pudesse se erguer para limpar, Garparzinho meteu o dedo na sujeira e começou a escrever em concentração.

'Oi Tachi!'

Com direito a carinha sorridente.

Itachi derrubou a xícara no chão.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.

-Como você...

-Eu não fiz nada. – Se defendeu. – Estava bem aqui.

-Mas como...

-Seu primo babaca está me assombrando desde aquele dia. Ele quer que eu te proteja, mas não sei do que ainda, ou de quem.

Ai, tinha falado. Pronto.

-Eu...- Itachi suspirou, a expressão mudando em segundos para incrédula, confusa, com medo e então resignada. – Vou precisar de mais café.

..................................

-Você fez um contrato sem querer com Shisui?

-Foi o que oba-chan falou.

Itachi nunca pensou que aquela noite acabaria assim.

Quando Madara havia lhe dito quem Naruto era, havia esperado um golpe, havia desejado que tudo fosse coincidência, tudo menos aquilo.

O loiro estava sentado agora na mesa da cozinha, balançando os pés enquanto contava toda a história, que queria muito não acreditar.

Mas era difícil com os ímãs da sua geladeira se mexendo sozinhos.

-Ah, e ele disse para investigar Danzou Shimura, mas não sei a razão. Você sabe?

Itachi pensou um pouco. Conhecia sobre esse homem. Bem até demais.

Olhou o convite que havia recebido para mais um evento na casa dele em cima do balcão. Ao longo dos anos havia recebido vários, mas como Madara não gostava muito do homem, ele sempre acabava recusando e enviando alguma coisa.

-Ele era um amigo da família. Do meu pai.

-Ele parecia suspeito?

-Eu não sei.

Ele não sabia mais de nada.

-Bem, Gasparzinho insiste em olhar sobre ele, então não custa nada certo? Eu estou aqui para ajudar!

Itachi o fitou de forma incrédula, e o outro fez um bico.

-É o único jeito de me livrar do encosto, então é meu problema também. Ah, e mais uma coisa. – A expressão dele ficou desconfortável, e soube que o que quer que ele fosse falar era bem ruim.

-O que?

O garoto mordeu o lábio, e então lhe estendeu a mão. A aceitou de forma confusa, sentando na cadeira do lado dele como ele queria. As mãos quentes seguraram as suas, o rosto bonito e sincero no seu.

-Itachi...Sasuke...Sasuke não vai voltar.

Seu coração se comprimiu e tentou puxar as mãos, mas ele as segurou.

-Ele está aqui agora. Ele...ele estava no dia que você quase foi atropelado. Acho que...que sempre esteve.

Queria negar. Queria mandar aquele cara embora. Queria o chamar de mentiroso.

Mas não podia.

Porque ele sabia, no fundo sabia. Ele sempre havia sentido Sasuke perto. Madara sempre havia sentido Sasuke perto. Mesmo com aquela esperança inútil no peito, os dois sempre souberam que Sasuke nunca voltaria para casa.

E ainda assim, ele continuava o esperando.

-Vou te levar para casa. – Sussurrou, se erguendo.

O outro assentiu, e fez uma cara estranha, que não entendia.

-Eu posso...eu posso te abraçar?

Assentiu, confuso.

Foi envelopado pelo calor do outro, um perfume suave que ele exalava. Foi só um abraço, nada demais. As mãos dele nas suas costas suavemente.

Um abraço de um completo estranho, que havia conhecido há apenas alguns dias.

Não era nada demais.

Quando começou a chorar, os dois fingiram que nada tinha acontecido.

....................

A viagem para casa havia sido em silêncio também. Naruto não sabia bem o que fazer. Os dois estavam com os olhos vermelhos, porque Naruto era o tipo de pessoa que chorava ao ver alguém chorar.

Quando ele parou de frente ao café ele já estava fechado, as luzes do andar de cima acesos. Provavelmente Kakashi o esperando ainda.

Deu um suspiro, incerto sobre como agir naquele momento. O que poderia dizer a Itachi para o fazer se sentir melhor?

Virou a cara pronto para improvisar, quando sentiu os lábios nos seus. A mão dele era suave em seu rosto, e sentiu o gosto do café que ele havia tomado.

Não se fez de rogado, e logo o beijo havia se tornado mais intenso, suas mãos agarradas no cabelo dele – que era tão macio quando havia pensado- e uma mão dele estava na sua coluna, removendo seu cinto e o puxando para mais perto.

Quando o soltou, os cabelos dos dois estavam uma bagunça, mas Itachi parecia recomposto demais, ao contrário dele que não lembrava nem do próprio nome naquele momento.

-Boa noite. – A voz rouca sussurrou em seu ouvido enquanto ele abria a porta do carro.

Naruto assentiu, talvez murmurando boa noite, não tinha certeza, e tentou não tropeçar ao sair do carro.

Pela risada baixa que ouviu havia falhado.

Acenou quando chegou na porta, vendo o carro sumir na noite.

Segurou bem no corrimão ao subir a escada, e só quando estava dentro de casa bem seguro começou a pular.

-Toma isso universo! Toma isso na cara!

-Hum, o que o universo fez?

Parou no meio do pulo, fitando Kakashi sentado no sofá de pijamas, uma xícara de chá na mão.

-Boa noite, Kashi.

Juntou toda a sua dignidade e foi para o quarto.

....................

-O que tem o rio Naka?

A sensação gelada já era conhecida sua, por isso não o arrepiava mais. Ou a nuvem fria que as vezes saia de sua respiração quando ele estava muito próximo.

'Primeiro beijo.'

-Dele? – ele assentiu. – Com quem?

Shisui apontou para si mesmo e Naruto arregalou os olhos.

-Então, sobre hoje...

'Ser feliz. Que seja feliz.'

Sorriu com isso, mirando bem o outro sentado na cadeira do seu computador.

Sequestrado aos 16, torturado não sabia por quanto tempo. Morrido provavelmente sozinho. Seu assassino nunca pego, e ainda assim sua preocupação maior era se Itachi estava seguro.

E ainda assim queria que ele fosse feliz, mesmo que não pudesse ser mais com ele.

-Você é incrível, Gasparzinho.

Shisui deu de ombros e sorriu.

..............................

-Tem certeza que foi isso que viu?

Naruto assentiu. Os dois estavam atrás da clínica, Tsunade fumando enquanto olhava seu desenho com interesse.

Naruto já tinha desistido de a mandar parar de fumar faz um tempo.

A mulher apagou o cigarro na sola do sapato e segurou o desenho com as duas mãos.

-Os olhos estavam como?

-Semi-abertos? Tipo, mais fechado do que aberto, se me entende. Sabe o que é isso, oba-chan?

-Não me chame de oba-chan Gaki! E sim, eu sei o que é isso. Tatarimokke. É um youkai responsável por levar o espírito de crianças para o outro lado.

-Youkai existe?!

-Por que a cara incrédula? Tem sangue de Youkai na sua família, estúpido, de onde acha que vem o dom de ...Por que está tampando os ouvidos?

-Uma vez ouvido, desouvir não posso. Quero continuar cético. Ai! Oba-chan! Isso dói, para de me dar cascudo!

-Calado. Como eu dizia, ele leva os espíritos para o outro lado. Isso na mão dele é uma flauta, que ele usa para atrair as crianças perdidas. Enquanto ele estiver com os olhos fechados, ele continua pacifico.

-E se ele abrir os olhos?

-Geralmente isso acontece ao redor de espíritos de crianças que estão se tornando malignos. Machucando pessoas, causando caos.

-Sasuke...

-Os olhos vão se abrindo, e quando estiverem completamente abertos...ele arrasta o espírito para o inferno.

Naruto sentiu seu coração se comprimir. Não. Não podia deixar isso acontecer.

-Naruto, a esse ponto não há nada que você possa fazer.

-Claro que há! Os olhos não estão abertos, quer dizer que temos tempo certo?

-Pouco tempo...

-Mas é tempo! Sasuke...Sasuke deve ter morrido ainda criança oba-chan, de forma violenta. Ele passou dez anos vagando, e só agora isso aconteceu. Ele está assim porque nunca nem mesmo acharam o corpo dele, nunca descobriram quem o matou. Ele nunca teve paz!

-Você não tem certeza disso.

-Mas faz sentido! Se eu...se Itachi e eu acharmos quem fez isso, acharmos o corpo dele, ele vai poder ter paz e cruzar. Ele vai pode se salvar.

-Sabe o quanto é perigoso isso que quer fazer?

-Eu sei. – A olhou determinado. – E eu sei que é o certo, mesmo que não seja fácil. Eu vou salvar Sasuke, vou salvar Shisui. Eu vou proteger Itachi.

-Isso é a coisa mais estúpida que já fez, mas sei que nada que possa dizer vai te fazer mudar de ideia. Sabe onde me encontrar se precisar de mim.

Naruto sorriu, a abraçando.

E isso dizia muito do quanto Tsunade estava preocupada quando ela o abraçou de volta.

-Agora, vai, vaza Gaki.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro