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- I -

A escuridão da noite foi subitamente preenchida pelo som oco e grave das pancadas desferidas contra a espessa porta de madeira da cela do maghi conhecido como Imeral. Nesse momento, todo o corpo dele convulsionou como se bruscamente o arrancassem de um sono profundo.

Bom! Obviamente que isso não acontecera, uma vez que os maghim não dormiam nunca. Demorou-se, no entanto, ainda um certo tempo a se refazer do susto e, sobretudo, com os pensamentos um tanto confusos, para reemergir completamente do estado de transe que alcançara em seu exercício de Contemplação.

Vale dizer, que não era à toa que seus confreis o admirassem por tal capacidade incomum e, sobretudo, pelo potencial inexplorado que a arte de Imeral teria no sentido de concentrarem o aythir e canalizarem seu uso de forma controlada.

Era, apesar disso, uma técnica ainda incipiente e a que Imeral todos os dias se dedicava com afinco para aperfeiçoar através daquele exercício mental.

No fim das contas, só era possível dominar o poder do aythir se se dominasse a própria mente e isso era algo bastante árduo, até mesmo para um maghi. Por essa razão, esses esforços já rendessem ao seu criador o honroso epíteto de o Glorioso.

Exageros a parte, foi assim que foi ouvida após as batidas na porta uma voz a chamá-lo:

— Glorioso! Glorioso!

Exasperado ele se ergueu do catre e destravou a tranca, para constatar a presença de Edril, o Visionário; que embora não tivesse expressões na face lívida e inumana, dimanava uma aura de perturbação e apreensão.

— O que urge, sBrat? Não devias estar com Albion no banquete aos aslabadianos?

— Coisas terríveis, honorável! Coisas terríveis sucedem! Mas ao que parece tu também devias estar com o Arquimago e nossos convidados...

— Decerto, mas tenho algo mais sério a fazer que ficar entretendo os cortesãos rudes e ambiciosos que trouxestes da Hýbria. Pois diga logo. Que há de tão importante que justifique não estares no banquete e vires aqui interromper meu exercício?

— O rapaz que eu trouxe do sul um tempo atrás e que deixei sob a supervisão de Isoutur... Diz a princesa que foi levado...

— Levado? Levado como? O pai veio reivindicá-lo? Ou teria sido sequestrado?

— Nada disso, sBrat. Pelo que narrou brevemente a filha de Shwali ao próprio Albion, foi levado por uma deidade de longos cabelos encarnados...

— Aythila! Então a Gêmea Ruiva está agindo por esses lados já nesta Gesta!? - Espantou-se Imeral.

— Receio que sim. Isso quer dizer que sua força cresce e com ela virá a vingança...

— Sim, sBrat! E Kanda não está pronta para defender seu cetro. Ela é por demais bondosa e delicada. Que pode fazer uma deusa da misericórdia quando o ofensor trouxer aço e fogo contra nós?

— Este é um pensamento perigoso, Imeral. Este cuidado e, sobretudo, esta desconfiança pode nos levar a ações desastrosas...

— Aonde queres chegar? Com certeza, não vieste aqui a esta hora somente para me falar do sumiço de um aprendiz ou sobre um possível retorno de Aythila a este mundo...

— Evidentemente... — concordou Edril, um tanto tenso. — Devo confessar que por certo não sabia o que estava acontecendo até que ouvi o relato de Albion sobre o rapaz desaparecido. Todavia, bem antes disso e um pouco depois do crepúsculo, eu vigiava os entornos de Thalindari como sempre faço, foi quando senti fortes pertubações no fluxo de aythir... Naquele momento, a noite parecia tão tétrica e isso oprimiu meu coração. Até que vi uma chuva de meteoritos na direção de Nofanhil.

— Meteoritos?

— Era o que pareciam naquele primeiro momento. Um ghmane não teria dúvida. Mas eu, eu nunca acredito em nada e sempre me certifico das coisas... — Essas últimas palavras eram como um bordão sempre repetido por Edril ao se referir a sua mais elevada arte.

— Então usaste a Visão? E o que viste de fato, sBrat?

—  Pareceu-me  o raro fenômeno do sangue-de-dragão*. Um grande filete que jorrava desde o páramo caindo sobre os campos do norte...

— E tu foste até lá averiguar? Não foste? - Arguiu Imeral, reparando nas botas sujas de lama de seu confrei.

— Seguramente. Mas não encontrei nada a não ser vestígios de sangue, aliás muitos gotejos de sangue espalhados pelo campo...Mas estranhamente não havia nenhum corpo no local do impacto... Analisei a área cuidadosamente, recolhi amostras. E acredito que o material que coletei seja de origem ghmane, embora muito contaminado...

— Contaminado? Contaminado com o quê? - Admirou-se o mago Glorioso.

— Não sei bem, mas por uma espécie de energia cáustica muito parecida com o rubedo bruto, o que seria até natural em se tratando de um ghmane, mas com curiosos traços de albedo e talvez, no meio dessa solução, uma composição metálica.

— Trouxeste-me uma mostra?

Imediatamente Edril ergueu seu manto e enfiou a mão num bolso escondido dentro dele e de lá retirou um frasco de vidro devidamente vedado em que estava um líquido um pouco denso, esverdeado como musgo, mas que emanava uma certa luminância.

— Jamais o vi! — Exclamou Imeral, segurando-o. — Certamente tem poder.

— Sim. E foi bem difícil isolá-lo. Não sou também especialista nesse tipo de coisa. — E tirou do outro bolso um segundo frasco em que havia um líquido de cor meio vermelha meio marrom, pulsando com uma luminância semelhante à substância da primeira mostra.

Imeral igualmente a analisou, confrontando-a com a luz do candeeiro para enxergá-la mais profundamente.

— Certamente é sangue ghmane... Concordo contigo. Mas essa coisa dentro dele está ativa, ela parece querer se separar, mas logo a seguir se expande e quer devorar o rubedo, explode e depois volta ao mesmo processo. Deveria mostrá-los à Isoutur, sBrat, talvez como alquimista ele saiba decifrar o que estamos vendo.

— Na verdade, pensei nisso. Quis mostrá-los a ele e fui até os laboratórios imaginando que estivesse lá, depois fui até sua cela e não o encontrei. De toda maneira, também não foi ao banquete...

— Estranho! Isoutur não é de desaparecer assim. Teria ido procurar seu aprendiz perdido?

— É possível, mas, para ser honesto, creio que não. Bom! Não me entendas mal sobre o que vou dizer, pois não são fatos mas meras conjecturas: Ocorreu-me há pouco enquanto vinha até sua cela que foi justamente Isoutur quem me mandou ir à Hýbria buscar um pouco de aço dracônico para um experimento. Na ocasião, quis questioná-lo do que se tratava, haja vista existir matéria-prima suficiente para os trabalhos nas oficinas, mas ele foi breve em dizer que faria algum tipo de espelho e que, para isso, não serviria aço refundido dos antigos experimentos, mas precisava de material bruto e da mais pura qualidade, conforme produzido somente em Aslabad.

— O que tu queres sugerir, sBrat?

— Talvez meu encontro com Zolath tenha sido arranjado e isso pode assinalar que eventualmente houvesse algum interesse de Isoutur em trazer o general até aqui ou até mesmo em promover algum tipo de acordo com Aslabad na intenção de conseguir mais matéria prima para suas forjas...

— Mas com que razão haveria de agir pelas sombras, meu caro?

— Não sejas ingênuo, sBrat! Ou ficaste tanto tempo recluso a esta cela e aos próprios pensamentos que esqueceste do equilíbrio instável do mundo em que vivemos? Isoutur certamente se prepara para a guerra!

— Guerra? — O tom de Imeral era como de alguém que recordava de algo muito importante e que, entretanto, havia escapado de sua memória.

— Por certo, se for verdade que Aythila retornou de seu longo exílio, há de estar sedenta de vingança depois que a rejeitamos. — Concluiu Edril.

— Evidente. Mas dizer que a rejeitamos é um mero eufemismo. Na verdade, meu caro, nós de fato a traímos na esperança de que Kanda pudesse conduzir esse mundo à paz. E agora, pelo que tu dizes, Isoutur está prestes a trair também a deusa branca por não julgá-la apta à guerra que virá.

— Infelizmente isso é verdade e devo admitir que talvez Isoutur esteja certo, mas independente de qualquer outra coisa, confesso-te que o temo. Se ele age sozinho, à revelia da Confraria, pode ser que tenha ambições muito maiores.

Imeral se calou depois dessas palavras de Edril, subitamente ruminando sobre as possíveis consequências que sobreviriam a toda Aldamā caso as conjecturas de seu confrei estivessem corretas. E também ele, que tanto se acostumara a calmaria e prosperidade dos dias de Kanda, tornava-se responsável naquele momento pelo futuro de Thalindari e da Confraria.

— Seria prudente revelar essas coisas a Albion? Digo: sem termos ainda certeza? - Perguntou, por fim, Edril.

— Albion é alguém bastante sóbrio — ponderou o Glorioso maghi. — Ele entenderá que diante da reaparição de Aythila e, ligando-se todos os pontos, é o momento de tomarmos alguma providência... Não se trata de paranoia, mas precaução. Antes que alguém se precipite e acabe com todas as nossas chances de resistir a qualquer ofensiva da Rubra.

— De toda maneira, teremos que aguardar o fim do banquete para podermos relatar nossas preocupações a Albion... — Constatou Edril, num tom entre preocupado e resignado.

— Evidentemente... Mas há algo que devemos tentar....ao invés de ficarmos de braços cruzados esperando a hora de falarmos com o Arquimago. — Corrigiu Imeral, com um tom ainda mais grave.

E lançando vistas pelo estreito vão que servia de janela à sua cela, reparou no sinistro halo vermelho que envolvia a lua de Aythila naquela noite. E para ele, esse foi o agourento sinal das coisas que viriam a suceder naqueles dias da segunda era dos homens.

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