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Capítulo 14 | O louco, a jangada e o mar

 – Espero que lembre de tudo o que ensinei – disse Nahelin, ajudando-o empurrar o pequeno barco até a água. Tinha uma expressão triste que não conseguia disfarçar. A todo instante, parecia como se estivesse prestes a falar alguma coisa. Mas os seus lábios apenas permaneciam entreabertos, sem pronunciar palavra.

Eram as primeiras horas de uma manhã limpa, sem nuvens.

Tobbi assentiu, num silêncio respeitoso. Como antes, ainda não podia dizer que entendia completamente toda a cerimônia das despedidas. Não... estaria mentindo se dissesse que não se sentia dividido sobre isso. Ao mesmo tempo em que ansiava, todos os dias, pelo momento em que finalmente terminaria de construir o barco e partiria da ilha, a simples convivência durante um tempo tão alongado criara nele raízes inesperadas. Ainda que não pudesse parecer, havia algo de especial em compartilhar os dias com uma mulher que guardava os espíritos de dez mil bitzlanos, numa ilha abandonada pelo tempo.

E seria ingrato se não admitisse que ela lhe ensinara uma montanha de coisas.

– Esteja sempre de olho na...

– Taenoc – completou ele. – Eu sei. A estrela do dia. Não se preocupe, eu não sou tão idiota assim.

– Só um pouco – disse Nahelin, com a sombra de um sorriso de deboche nos lábios. – Enfim. Seus suprimentos durarão no máximo dez dias. Uma semana. Imagino que, até lá, já tenha alcançado a ponta ocidental das grandes ilhas – Bateu o indicador no queixo, parecendo se lembrar de algo. – Não estou totalmente a par do que a minha mentora falou com você. Ela não quis me dizer. Mas, ainda assim, ouvi-la é o melhor que você pode fazer, garoto. Deve escutar o que ela lhe relatou.

– Tenho a impressão de ter dito mil vezes que já não sou um garoto – O jovem suspirou. – Mas entendo o seu ponto. Não posso prometer nada, mas levarei o que a velha disse em consideração.

Nahelin assentiu, franzindo os lábios. Tobbi não sabia dizer exatamente o que, mas havia algo no semblante dela que não o deixava simplesmente ficar animado pela partida iminente. Talvez aquilo em que sempre pensara não estivesse tão distante da verdade, afinal. Talvez ficar sabe-se lá quantos séculos na companhia de um vórtice de espíritos semi-conscientes e animais fosse de fato algo bastante solitário, ao contrário do que ela dizia. Mas, se fosse assim, o que poderia fazer por ela? Libertá-la? Os meios para fazer isso estavam fora do alcance do seu conhecimento e habilidades. E também nunca a ouvira dizer que queria ser liberta...

Então, de repente, a consciência de dos seus erros prévios o atropelou. Como uma carruagem desgovernada. O jovem não se conteve e abraçou aquela mulher, envolvendo o pequeno corpo dela com os braços. Um abraço carinhoso e afável. O mínimo que devia ter feito por Alina, antes de partir de Okinto. Não cometeria o mesmo erro duas vezes.

– Quem diria... – ouviu a voz dela dizer, perto dos seus ouvidos – o garoto quer agir como um homem?

Tobbi a soltou, dizendo: – Eu sou um homem. E por isso sei que você diz isso para me incomodar. Mas não me importo. De qualquer forma, cuide-se, Nahelin. Você, a velha, e todas aquelas pessoas.

– Está ouvindo a si mesmo? É você quem deve se cuidar, Tobbi. O mar não é algo com o que se pode brincar.

– Eu sei.

O jovem deu as costas para ela, andando até que as suas coxas estivessem afundadas na água rasa onde flutuava o barquinho. Tomou impulso, escalando as laterais da embarcação para cair do lado de dentro com um baque. Levantou, o chão movediço sob os seus pés. O vento soprava numa direção favorável, fazendo oscilar a sua única trança sliva,

– Um dia! – ouviu a voz da mulher gritar, de repente. – Um dia foi o tempo que passou conosco, aqui na ilha! Também não precisa se preocupar com a Marca!

O jovem acenou para ela do barco, sinalizando que entendera o recado. Enquanto isso, afastava-se cada vez mais da praia.


<Tens certeza de que era só isso que desejavas falar ao garoto?>

Nahelin assentiu, vendo a jangada ficar cada vez mais pequena à distância. Talvez fosse melhor assim.

– Não adiantaria nada contar a ele que vai me esquecer, nos esquecer, em breve. Isso só o faria hesitar. São boas distâncias daqui até as grandes ilhas.

<Pff – zombou Hoxiuh. – Sabes que não é disso que estou falando. A liberdade?>

– Escolhi permanecer assim, sabe disso – murmurou. – E assim ficarei até que o próximo ciclo chegue ao fim. Até que esta ilha seja engolida pelo mar e nada mais reste dela.

No seu interior, o turbilhão pareceu crescer. Como uma chama subitamente energizada pelo vento. Os incontáveis pensamentos, aspirações, ideias e sonhos frustrados, que a acompanhavam em cada segundo da sua meia-existência pareceram, por um breve momento, uma harmonia não tão dissonante.

Nahelin deu as costas para o mar, retornando à floresta.

***

A marca no pulso de Tobbi clareou, quando a ilha estava já há alguma distância. O jovem olhou para ela, confundido. Parecia a primeira vez que estava vendo aquela mancha esbranquiçada, quase transparente, com a inusitada forma de uma letra.

E, no entanto, desde sempre convivera com ela.

Cruzou os braços, pensativo, sem saber a que se devia esse estranhamento. Passara um dia nessa ilha vazia. Um dia, mas que fora o suficiente para descobrir a existência de um abrigo recente, onde estava ancorada uma jangada. Sorte a sua! Não fosse isso, quem saberia dizer quanto tempo passaria lá antes de ter a chance de sair?

O vento soprava favorável, balançando a vela que fizera com as suas roupas. Sentia as ondas balançarem a sua embarcação, gerando uma inestabilidade sob os seus pés. Não importava. Pela primeira vez em muito tempo, não havia nada que o impedisse de seguir em frente. Nada, nem ninguém. O galeão naufragado e os hud'aquils haviam sido um contra-tempo, é verdade, mas não mais. Dali, até as grandes ilhas, não deveriam haver encontros com aqueles monstros.

Tobbi ajoelhou-se junto ao compartimento da popa, abrindo a portinhola. O cheiro do fresco e do salgado, do animal e do vegetal, subiu às suas narinas. Tateou entre as frutas, escorregadias ou de casca áspera, punhados de sementes e raízes, até encontrar uma das cabaças com água fresca. Levou-a aos lábios, vertendo o líquido garganta abaixo.

Não sabia como sabia, mas sabia que aquela estrela única, que brilhava solitária no céu azul-claro, chamava-se Taenoc. Provavelmente era uma daquelas poucas coisas que ainda lembrava das lições do sábio-bruxo. Uma das poucas coisas. Nas terras dos filhos de Kallyeva, ninguém dera nome àquela estrela. Era possível que tivesse a ver com a localização de Torbelsk, mas não tinha certeza. De qualquer forma, o único que precisava ter em mente era em guiar-se pela estrela.

Um bando de pássaros passou, trinando, alto no céu. Observou-os passar, pensativo. Pela direção, eles provavelmente vinham do lugar para onde se dirigia.

Naquele dia, a sua maior preocupação foi conferir, vez ou outra, se a jangada estava no rumo certo. Se não estivesse, era apenas questão de corrigir levemente o rústico leme numa direção melhor. O resto do tempo, passava observando aquela linha distante, o espaço horizontal onde céu e mar se fundiam num só.

E o calor, que não cessava...

Para ser sincero, estava surpreso consigo mesmo por estar conseguindo lidar com o manejo de uma embarcação – mesmo que fosse uma diminuta, como aquela. A última vez que fizera isso fora, bem... nunca. Antes de se fixar em Okinto, passara longas temporadas com um grupo de apostadores (chamava-os assim, mas eram na verdade pescadores que diziam estar à procura do lendário polvo-papagaio do Golfo do Sul; desnecessário era dizer que nunca o encontraram). Erdavianos como ele, mas cujo cabelo não apresentava nenhuma trança. Renegados. Ula sliva. Livres. Realizara muitas tarefas a bordo daquele barco; nenhuma consistia em ser o navegador.

Tobbi massageou o cabelo, sentindo a trança na sliva mal feita às suas costas. Não era agricultor, como indicaria aquela trança única. Mas era um bom subterfúgio. Renegados, mercenários, e até aqueles que cortavam e raspavam o cabelo, não gostavam dos chefes tribais ou dos da linhagem deles. Não podia dizer que não os entendia. No annk do seu pai, muitos eram trabalhadores que haviam fugido de annks vizinhos por causa dos abusos recorrentes a que os outros chefes tribais os submetiam. E, apesar disso, aqueles que o seu pai resgatava eram uma parcela muito pequena de todos os que haviam na Erdávia. Se não conseguiam abrigo (o que era mais comum), fugiam para tornar-se mercenários e salteadores pelo mundo.

Então, passaram horas, e o primeiro dia chegou ao fim. Como se alguém apagasse a luz de repente, e tudo se aquietasse.

Tobbi viu-se na escuridão, uma noite sem lua com um céu repleto de estrelas. Bufou, satisfeito. O calor, felizmente, cessara. Tantas horas no dia, e tinha que aguentá-lo em todos os momentos. O que o fizera escolher Pandora, afinal? Parecia o último lugar que um filho de Kallyeva iria querer estar. E mesmo assim...

De repente, ergueu-se na popa. Franziu o cenho, olhando para o céu. Onde é que está... ah. Parou, sorrindo sem graça. Claro que a Taenoc havia sumido. Era uma estrela diurna, afinal. Bem, isso significava que as noites devia confiá-las aos deuses. Esperava que eles fossem dignos dessa confiança.

Tobbi deitou no chão do barco, sobre as folhas de palmeira que o haviam protegido do sol durante o dia, e fechou os olhos. Adormeceu não muito depois. No sonho, alisava o pêlo já crescido das ovelhas que Dorik lhe encarregara. Dorik era um agricultor. Um sujeito de meia-idade, pandoreano, barba alinhada no rosto quadrado, que vivia numa ilhota só para ele em pleno Mar do Sul. Trabalhara para ele por algum tempo. Cuidando do rebanho dele.

No sonho, Dorik chamava o rapaz. Acenando, da porta de sua casa, com um daqueles cogumelos alaranjados penn entre os dedos.

– Eu já disse que não quero morder esses malditos cogumelos – resmungou Tobbi, ajoelhado ao lado de uma ovelha. – Se já tiver feito cerveja com eles, tudo bem. Mas o sabor deles puros é uma merda!

Quando o jovem abriu os olhos, um novo dia já começava no horizonte. Suas preocupações naquele dia foram praticamente as mesmas do dia anterior: manter a direção do barco e, quando os ventos cessavam completamente, assumir o comando dos remos. Felizmente, os ventos quase não pareciam cessar.

De modo que sua atenção recaiu sobre o compartimento das provisões. Quando, naquele único dia que esteve na ilha, tivera tempo de reunir tamanha gama de raízes, e frutos, e sementes para comer? Não, até mais importante que isso... desde quando consumia grama ao invés de carne? Tateando entre tudo aquilo, não conseguia deixar de pensar que havia algo muito estranho. Haviam até cabaças com água fresca! Seria como se os próprios deuses tivessem feito o dono da embarcação armazenar essas provisões num barco abandonado. Não fazia sentido. E ainda assim, lembrava perfeitamente o momento em que encontrara essa jangada na praia, quase como se estivesse ali para ele.

Era, de fato, algo a se pensar.

Tobbi catou um punhado de sementes e as mordeu, sentindo o sabor de madeira preencher a sua boca. Independente do que fosse, seu objetivo era alcançar a extremidade ocidental das ilhas Pandora. Para... o raio? O que quer que fosse esse raio. Não tinha a mínima noção de onde devia estar, e se lhe apontassem qualquer ponto num mapa provavelmente apenas assentiria em concordância.

Lembrou dos hud'aquils. Estremeceu. Estivera a ponto de morrer, agora via. Quem imaginaria que tamanha desgraça ocorreria apenas por subir a bordo de um galeão que não avisava a sua chegada? Todas aquelas pessoas, cada uma delas... haviam morrido mesmo. E era o que pareciam querer. Pareciam, desde o começo, ter a intenção de morrer no estômago daqueles monstros. Não o surpreendia que tivessem lhe dado uma recepção tão fria. Agora, nesse instante, deviam ser todos já merda de hud'aquil. Às vezes, o ciclo da vida é bem cruel, pensou.

Então, jogou uma folha de palmeira sobre a cabeça. O calor estava começando a ser irritante, uma vez mais.

***

Tobbi passou os dias subsequentes alternando entre a quietude e relativo tédio de olhar para o alto-mar, vazio, e uma crescente agitação ao perceber que as suas provisões minguavam a cada dia. As frutas frescas, as raízes, as sementes, as duas preciosas tiras de carne salgada que descobriu por baixo do amontoado, tudo diminuía a ritmo constante. Estava claro que não foram planejadas para viagens longas.

E, no entanto, não sabia dizer se a sua viagem seria longa ou não. Não havia nada, literalmente nada, que pudesse usar como ponto de referência para se localizar no espaço. Nem mapas, ou bússolas, ou aqueles instrumentos de nomes bizarros que os navegadores usavam. Quadrantes, balestilhas? Nem sequer via qualquer trecho de terra. O mar era um infinito e insondável azul, cujos mistérios pareciam todos hermeticamente fechados para ele.

O pior era que não podia fazer quanto a essa situação, que ia do ruim ao horrivelmente ruim.

Passou a achar que, se alguma vez sonhara com ser um navegador, depois disso (se sobrevivesse) jamais tornaria a sequer considerar tal ideia novamente. No alto-mar, não havia companhia além das ondas e do vento. Os pássaros e cardumes de moreias-voadoras não contavam. Sentia falta de ter alguém com quem falar qualquer coisa. Qualquer mísera coisa que fosse. Pensando bem, sempre estivera rodeado de gente. Dos trabalhadores do seu pai e dos seus irmãos, em Badd, dos pescadores erdavianos no Mar do Sul, de Dorik em sua ilhota e até dos quatro soldados em Okinto. E com toda essa gente falava dos seus problemas e ouvia os deles, numa contínua troca que agora soava como uma lembrança distante e quase apagada.

Não havia ninguém...

Essas duas situações serviam apenas para piorar uma à outra. A incerteza e a solidão. Nunca chegara antes a considerar a possibilidade de ficar louco. Mas, aqueles dias, lembraria-os como a vez em que chegou bem perto de ficar. Como uma solução alternativa, começou a conversar sozinho. Não era tão ruim como parecia.

– Aquela onda estava bem alta, não estava? Estava, sim. Se tivesse algum recife, talvez o barco naufragasse. Mas acho que não. Há recifes em mar aberto? Não lembro daquele velho ter me ensinado alguma vez sobre isso. Ou eu devo ser um péssimo aprendiz...

Tinha a impressão de que vários dias haviam passado. Mas, por algum motivo, o sol e sua fúria ardente continuavam os mesmos. Não mudavam.

– Ei, sol, me diga, por que é assim? Você não era assim quando estávamos no annk. Lá, você era gentil, carinhoso, quase como um alívio. Sim, um alívio! A sombra era uma morte gélida, então era um alívio senti-lo no rosto. Tenho certeza que os bois orvoff pensavam o mesmo. Por acaso, odeia o Centro?

O sol, aquela esfera inerte no alto do céu, não respondia. Nunca respondia. Tobbi ria dele.

– Mas, agora que penso, o que pode ter acontecido para os meus ihani nunca terem crescido? Ou aquele velho me enganou, ou eu não sirvo para agricultor. Talvez, as duas coisas. A verdade é que eu queria que crescessem. Claro que não iria consumir pasta de ihani; isso é óbvio. Mas o preço...! Será que contaria se eu me tornasse um mercador renomado? Hmm, não sei. Mercadores parecem estar tão longe de heróis, quanto uma ovelha está de uma agulha. Uma agulha, he, he.

Alguma vez, a sua mãe dissera que o caminho da guerra e do poder físico não era o único. Parecia um sacrilégio a se dizer para o filho de um chefe tribal, destinado a herdar o poderio de todo um annk da Erdávia. Talvez tivesse tomado decisões precipitadas. Talvez fosse outra coisa além da guerra, e além do comércio.

– Tudo é mais difícil quando não se conhece o caminho...

O compartimento de provisões ficava mais vazio a cada dia. Já não haviam frutos ou carne salgada; a água das cabaças reduzira-se a três quartos de uma. E, mesmo assim, nada mudava no horizonte. Estava exatamente igual à manhã que partira.

Tobbi começou a pensar que, dessa vez, haviam chances de que encontrasse a sua morte ali no mar. Já fizera tudo o que podia, e ainda assim nada dera resultados. Quantos dias haviam passado? Não fazia a mínima ideia. O único que sentia eram os braços doloridos do esforço contínuo de remar. E um vazio cada vez maior no seu estômago.

Apesar de tudo, não pensava na morte com medo ou terror. Se morresse, bem... morreria. Não haviam muitos mistérios. Até então, não era mais do que uma pessoa qualquer que, por um acaso, decidira tentar a sorte por caminhos inusuais. Que tipo de glória havia nisso? Quando gente comum jogava com o destino, perdia. Não havia depois ou então. Afinal, não tinha medo de admitir que era apenas um alguém comum.

Um covarde que não aceitou a vida como ela é, pensou, sorrindo triste. Talvez essa terminasse como a inscrição na sua lápide.

Se morresse, havia alguns poucos que chorariam a sua morte, e só. Não haveriam grandes velórios, ou comemorações, ou procissões. Seu nome não seria lembrado por mais do que esses poucos. E isso devia ser o mais adequado. Porque era o que era. Se causei qualquer tipo de infortúnio ou mal-estar a alguém, peço que me perdoe. Terá a sua vingança em breve.

Numa tarde, o clima se fechou de repente. Choveu. Até então, brilho e calor era o único que tinha visto em sua viagem. Foi incomum observar toda aquela mancha negra preencher o céu. As gotas pesadas daquilo que estava entre um chuvisco e uma tempestade encharcavam-no sem pena. A despeito disso, tirava delas o proveito que podia: encher as cabaças de água. Não que isso fosse a solução para os seus problemas. Ter menos sede, pelo contrário, fazia-o dobrar-se ainda mais com a fome.

Com o céu todo coberto, não havia mais vista para Taenoc. A estrela perdera-se para todo o sempre.

– Então é assim que vai ser? Tudo bem. Não é como se eu estivesse esperando a salvação. Já está tudo perdido. Não há solução. Eu poderia apenas...

Mas não conseguia jogar-se no mar. Odiava não poder fazê-lo. E odiava ainda mais ao seu corpo por, involuntariamente, ainda aferrar-se aos remos. Por remar chuva adentro, mesmo sabendo que era um esforço inútil.

– Bem, agora entendo porque aquelas pessoas preferiram entregar tudo aos hud'aquils.

Essa constatação não lhe trouxe nenhuma alegria. Depois disso, parou de se importar.

O céu abrigou aquela chuva serena e constante por mais alguns dias. A comida, em definitivo, terminara. Simplesmente terminara, e não havia meios de repô-la. Cada vez mais fraco, Tobbi continuou à deriva. Remando. Remando para lugar nenhum, talvez. Não sabia dizer. A esperança o deixara havia muito.

Mas então o mundo, que não lhe revelara nada além de uma morte iminente, apresentou ainda alguma surpresa. A chuva cessou. O céu, estagnado no cinza havia vários dias, viu-se tomado por raios de sol como lanças que, vencendo a barreira da tormenta, deram luz a um mundo desolado.

Havia uma linha escura de terra no horizonte. Tobbi não soube se ficava triste ou feliz por ela.

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