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Capítulo 12 | Preparação - Parte 2

Hakk e Sassin fizeram menção de sacar as facas, mas Vyeda os impediu. Ao invés disso, avançou ela mesma até parar um passo diante do suposto soldado. Parou, e olhou em volta, examinadora. A máscara bitzlana ocultava o seu sorriso.

– Quer bancar o herói, soldado? – perguntou, a voz alterada pela saída de ar da máscara. O homem de feições suaves pareceu intimidado. Faz bem, pensou ela.

– Não – disse ele, parecendo se recompor em seguida. – É parte do meu trabalho. Não posso ficar parado... enquanto ameaça os moradores inocentes dessa ilha. Nem quando fizeram o pobre Tassey de refém.

– Então está tentando bancar o herói, mesmo.

A taverna estava cheia, mas nenhum dos clientes parecia tentado a quebrar o silêncio. Vyeda vira-os, momentos antes, afastarem-se da entrada onde ela e seus homens estavam. Protegerem-se num canto, como animais indefesos. Apenas Ni Kao, ela e seus homens, o soldado e a garçonete permaneciam no epicentro de tudo. E o velho taverneiro, que os observava com o olhar enfurecido.

– Não querendo me intrometer, Kasir Makot – sussurrou a voz serpentina de Ni Kao –, mas seria melhor se...

– Não me interessa – calou-o a assassina. Ouviu-o suspirar, antes de se resignar e assentir em silêncio. Voltou-se então para o soldado: – O assunto do velho com rapaz desaparecido e com o dono deste lugar é só dele. Mas já faz um bom tempo desde que alguém tem coragem de me contrariar abertamente. Qual é o seu nome, herói?

– Telmo... Zeniray.

– Saque a sua arma, Telmo Zeniray.

Viu-o arregalar grandemente os olhos. Hakk e Sassin também olharam em sua direção, como se questionando se realmente faria isso. Ni Kao apenas se limitou a um meneio sutil de desaprovação, enquanto um gemido fazia-se ouvir entre os clientes acuados.

– Saque a sua arma, soldado – repetiu ela em voz alta, para que Telmo e todos os outros ouvissem. – Se não fizer isso, apenas morrerá como um boi abatido. Morrer em combate ou morrer parado; o que prefere?

Nesse momento, a coisa pareceu se agitar quando a garçonete tomou a frente, colocando-se diante de Vyeda, como se para proteger o soldado. Havia medo, revigorante medo, no olhar da moça.

– Não faça isso! Se tem algo que precisa saber, é só perguntar. Se precisar que eu faça algo, é só dizer – ouviu-a dizer. – Mas o Telmo não tem nada a ver com isso!

Vyeda fez um gesto com a mão, indicando a Hakk que a levasse para fora. Que a mantivesse onde ela não pudesse atrapalhar o que viria a seguir. Tirou o comprido manto que envolvia do pescoço para baixo, enquanto ouvia a garçonete espernear ao ser levada pelo seu erdaviano.

Ignorou as reclamações do velho taverneiro com o velho agiota, enquanto sentia crescer dentro de si o fervor da batalha iminente. Não conseguia pensar em mais nada, a não ser naquele frenesi que, em muitos aspectos, assemelhava-se ao êxtase sexual.

Deixou o manto cair aos seus pés. Seus dedos puxaram para o lado a gola da camisa verde-escura, revelando o seu ombro nu. Revelando a pequena tatuagem escurecida de uma adaga, na sua pele.

Vyeda puxou-a com a mão direita, da mesma forma que se puxa uma agulha presa num novelo de lã. A adaga foi surgindo em sua mão coberta pela manopla, enquanto via o soldado observando-a estarrecido.

– Eu sei que isso é uma adaga – disse, apontando para a cintura de Telmo. – Saque-a, e lutaremos.

– Não, eu...

Vyeda o atacou com um corte rápido, amplo, mas que ele desviou. Aproveitou o balanço que ainda restava da investida, movendo o braço para desferir um outro corte horizontal, igualmente rápido. Telmo recuou alguns passos, indo parar de costas no balcão.

– Tire-a – ordenou ela, a voz como um coro sepulcral de flautas de osso.

– Espere! Não sei quem é você, mas podemos resolver isso de ou...

A assassina tomou impulso, lançando-se na direção dele.


Edali sentiu um sobressalto ao ver, pela janela, a luta que se desenrolava no salão da Quinta. Quem eram todas essas pessoas? Não conseguia aceitar o modo como aquele homem tratara Alina. E ainda que viera vê-la...

Mordeu o lábio, o rosto colado espreitando entre o marco e o vidro da janela. Não, aquilo com certeza era algo a mais do que uma briga comum, do tipo que às vezes ocorriam por causa de viajantes bêbados com a língua muito solta. Telmo nunca usaria uma arma numa briga comum. Por estar ali fora, não conseguira ouvir quase nada do que haviam dito. Ainda assim, parecia uma situação bem séria.

Edali sentiu o coração pular, como um pássaro enlouquecido numa gaiola. O que devia fazer? Haviam pessoas presas ali dentro. O seu avô estava entre elas. Não pareciam correr perigo imediato, mas não podia deixá-las. E além da luta que decorria à luz das velas de pedra, haviam levado Alina para um outro canto. Isso não acontecera há muito. Mas também não podia deixá-la assim.

Respirou fundo. Era uma péssima hora para isso tudo, mas... não havia tempo para pensar. Tinha que fazer uma escolha. Parar a luta, distrair de algum modo aquele homem negro que avançava em direção ao seu avô e aos outros, ou ir procurar Alina. Não podia fazer tudo ao mesmo tempo.

Num lampejo de nervosismo, Edali pegou uma pedra do chão. Levantou a folha de vidro da janela, e jogou a pedra no estranho de máscara. Saiu correndo.


Ao voltar-se para ver o que era aquilo que batera nas suas costas, Vyeda sentiu o aço frio penetrar a sua barriga. Pouco depois, sobreveio a ardência explosiva do apunhalamento. A dor! No rosto de Telmo, que segurava a adaga à frente do corpo, viu confusão e relutância.

– Muito bom – elogiou-o. – Muito bom mesmo! É assim que se faz.

– Desculpe, eu não queria...

– Apunhala o adversário e pede desculpas? – disse ela em tom de surpresa. – Que engraçado é o senhor, soldado!

A assassina recuou dois passos, mantendo a sua adaga curva rente ao corpo. A dor começava a desabrochar nas suas entranhas, como as raízes de uma flor venenosa e bela. O gosto de sangue subiu à sua boca. Com tudo isso, apesar de não querer admitir, não poderia lutar como bem entendesse. Não poderia brincar com o seu alvo muito mais.

– Está bem, chefe? – ouviu Sassim perguntar, com a voz manhosa e preocupada que era mais comum a um pirralho do que a um homem feito. Crianção. – Se machucou? Precisa de ajuda?

– É óbvio que eu me machuquei, estúpido – retrucou Vyeda, num tom mais animado do que irritado. Sassim fez menção de ir socorrê-la, mas ela o parou com um gesto. – Não venha. Não preciso de ajuda. Se quiser fazer algo, vá atrás daquele que me atirou essa pedra.

– Está mesmo bem, Kasir? – perguntou Ni Kao, com uma expressão mais contida. Vira-o se afastar quando começara a luta, mas não dera muita atenção ao velho.

– Estou. Não interfira.

Vyeda apalpou o ferimento da barriga, vendo a sua manopla manchar-se de sangue. Assentiu para si mesma. Voltou a olhar para o rosto estupefato do soldado, pelo qual agora nutria um pouquinho mais de respeito.

– Continuemos, Telmo Zeniray – anunciou, e sem dar tempo a qualquer resposta dele, continuou a investida.

Vyeda talhou o ar com golpes rápidos da sua adaga curva, visando colocá-lo contra a parede. Telmo pareceu prever isso, lançando-se de lado por baixo da divisória do balcão. Ela chutou a divisória, quebrando aquele pedaço de madeira.

Estavam na cozinha.

Vyeda mudou a empunhadura da adaga na sua mão direita, lançando uma série de microataques rápidos e frontais, alguns aparados num embate de lâminas. Mas outros encontraram a carne.

Viu-o recuar ainda mais, temeroso, rodeando a mesa de cortes no centro da cozinha. Tremeu de excitação. O forte aroma dos temperos e do caldo em ebulição confundia os seus sentidos.

Telmo, nesse momento, fez um movimento inesperado. Levantou uma das panelas de barro que ferviam junto à lareira, e jogou o caldo na direção dela. Vyeda desviou no último instante, apenas para perceber que a sua mão livre segurava a adaga dele, involuntariamente parando aquele ataque furtivo de última hora.

Percebeu que o medo crescia ainda mais nele.

Voltou à empunhadura anterior, simulando um corte amplo e carregado de força, mas que não passava de uma finta para o seu próximo movimento. Quando Telmo aparou o golpe, com dificuldade, a mão dela já segurava-lhe o pulso. Torceu-o como se fosse um caule de planta, obrigando-o a largar a arma.

– Ahhh, merda! – gritou Telmo, enquanto se encolhia, gemendo de dor no chão.

Vyeda mudou o balanço do corpo e chutou-o nas estranhas, fazendo-o se dobrar ainda mais aos seus pés. Agachou-se de cócoras ao lado do soldado, aproveitando a deixa para tirar a sua máscara. Para poder encará-lo sem impedimentos.

– Não lutou tão bem – disse ela, em tom de consolo –, mas fez o que pôde. O tanto quanto um homem na sua condição poderia. Na verdade, devo elogiá-lo por ter conseguido fazer isso aqui – Apontou para o o sangue que empapava a própria camisa.

– Você é... uma herdeira do Sangue. Uma mulher, herdeira do Sangue... – murmurou Telmo, as sobrancelhas erguidas em assombro.

– Não como deve imaginar – Vyeda deu um sorriso curto, encolhendo os ombros. Passou algum tempo observando aquele soldado. Aquele sujeito de olhar inocente e feições plácidas, que em nada se assemelhava à imagem recorrente, agressiva, dos homens ao serviço da Confederação. Mas nenhum deles resistira tanto num combate de um contra um. Algo passou pela sua mente. – Tem família, soldado?

Ele pareceu triste ao dizer: – Não. A minha mulher me deixou há algumas semanas. Também não tenho filhos.

– É uma pena – respondeu a assassina, sem realmente sentir pena.

De repente, o mundo ao seu redor pareceu tomado pela estagnação. As irremediáveis garras da não-ação, que surgiam em sua vida sempre que ela parava. Aquele infeliz sentimento. Talvez não houvesse forma de livrar-se dele, afinal.

No mundo estagnado, os ruídos da agitação que vinha da entrada da taverna não eram mais do que fracas correntes de água no fundo do mar.

***

A figura de Alina surgiu titubeante nos fundos da Quinta, iluminada mais pela lua do que pelas velas, cujo brilho não chegava tão longe. Em pé como estava, não deviam ter feito nada com ela. Edali ficou aliviada ao encontrá-la. Tentou correr até ela, mas foi impedida por uma força que segurou o seu braço.

– Pare já! – ouviu a voz do seu captor, um tom anasalado que soava incomum para ela. – Pare aí, garota! Foi você que atirou aquela pedra na nossa chefe, não foi?

– O que você quer? Me solta – reclamou Edali, tentando se desvencilhar do aperto. Era inútil. Agora tinha as duas mãos presas por aquele homem grande de pele negra. Olhou em volta, alarmada. Não havia ninguém a quem recorrer.

Mas ele não parecia estar pensando no mesmo que ela.

– Eu vi – repetiu ele, arregalando os olhos –, vi quando atirou a pedra na chefe. Ela...

– É isso o que você quer? – Edali colou os seus lábios com os daquele homem, sentindo o aperto nos seus pulsos afrouxar. Viu-o arregalar os olhos ainda mais, confuso.

A garota não deixou essa chance passar. Puxou as mãos de volta para si, e saiu correndo na direção de Alina. Por estar escuro não chegara a ver antes, mas ela estava atada ao tronco de uma árvore pela cintura e braços. Devia libertá-la.

– Dalinha, o que está fazendo aqui? – ouviu a voz preocupada dela dizer, enquanto procurava no chão algo afiado o suficiente para cortar a corda que prendia Alina. – O seu pai não tinha a colocado de castigo?

– Isso não importa agora – respondeu, sem desviar a atenção do chão. – Preciso tirar você daí.

– Não se preocupe, eu estou bem. Mais importante, tem que...

Um estalo ressoou na noite, como o de uma tábua se rachando ao meio de uma só vez. Vinha de dentro da Quinta.

– O que foi isso? – disse Edali, voltando-se na direção do ruído. Deparou-se, assustada, com a figura do homem de antes, que agora a olhava de cima.

– Não é nada – respondeu ele, agora com um sorriso no rosto. – É só a nossa chefe tendo alguma diversão. Mas você cometeu um erro vindo aqui, garota. Agora são duas reféns!

***

Vyeda voltou a si com a dormência da dor que plantara-se pouco abaixo das suas costelas. Olhou para o soldado caído, que a encarava entre expectante e amedrontado. Não teve tanto prazer naquela visão quanto pensou que teria.

– Vamos terminar com isso de uma vez – disse, arrastando-o pelo colarinho até um canto da cozinha. Até um espaço vazio entre dois sacos de grãos. Largou-o na parede, enquanto sentia a tontura consumir os seus sentidos. – Ossadas, acho que exagerei um pouco...

– Não machuque a garçonete – murmurou Telmo, franzindo as sobrancelhas.

– Acha que está em posição de pedir algo? – Vyeda riu entre dentes. – Quem tem assunto com ela e com o pai dela é Ni Kao. O meu contratante. Eu não tenho nada com isso tudo.

– Alina não sabe nada do rapaz que estão procurando. Não mais. Ela já está machucada o suficiente por que ele partiu; não a machuque ainda mais.

Um sorriso incrédulo permeou os lábios da assassina. Era por causa dela que esse homem fizera tudo isso? Devia saber que um agiota daqueles não abria mão dos seus devedores. Nunca, em hipótese alguma, aquele velho abriria mão do seu dinheiro por sentimentos de piedade ou culpa. Nesse aspecto, ambos contratante e contratada eram similares. Mas ele provavelmente não sabia disso.

Algo lhe ocorreu, de súbito.

– O que é daquela garçonete, soldado? – perguntou.

– Um velho conhecido – Telmo a olhava nos olhos. – Viemos do mesmo lugar, da mesma ilha – Fez uma pausa, antes de dizer: – Mas mais do que isso, eu sou um soldado de fronteira da Confederação. Prometa-me que não vai machucá-la.

Vyeda suspirou, encolhendo de ombros.

– Tudo bem, eu não vou machucá-la – disse, sem rodeios. – E se não for necessário machucá-la para obter a informação que o velho precisa, ninguém irá machucá-la. Satisfeito?

– Obrigado.

Vyeda aproximou-se dele para beijar-lhe o rosto. Com suavidade, quase como uma mãe que vela pelo filho adormecido. Sua lâmina, então, deslizou pela garganta dele.

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